Opinião: (Des)comprometimento político municipal sobre as mudanças do clima e o desenvolvimento sustentável.

Por Marcelo Rodrigues

No final do ano de 2009 foi promulgada uma nova lei ambiental no país: a Lei nº 12.187/09, Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). De lá para cá já se foram 5 anos, e ao lado de outras leis ambientais promulgadas nos últimos anos ela faz parte de uma ação global de combate às causas antrópicas do aquecimento global, quais sejam, emissão descontrolada de gases de efeito estufa – os conhecidos GEEs – decorrente das atividades humanas.

A atual administração municipal não tem envidado nenhum esforço para criar, executar projetos e/ou programas direcionados, principalmente, ao enfretamento das mudanças climáticas, considerando, além da dimensão ambiental, tecnológica e econômica, a dimensão cultural e política, o que vai requerer a participação democrática de todos os segmentos da sociedade para exigir do Chefe da Edilidade e dos vereadores a responsabilidade que o caso remete, que é enfrentar o que já vivemos e o que vamos viver pela ganância humana e pela falta de preparo e responsabilidade da maioria de nossos políticos que parecem viver em outro planeta.

A urbanização acelerada resultou na ocupação desordenada do espaço urbano através de intervenções desconexas com intensa verticalização, compactação e impermeabilização do solo, supressão de vegetação e cursos d´água. E esse processo ainda teve outra agravante: não foi acompanhado de um planejamento de expansão de infraestrutura e de serviços, comprometendo tanto a qualidade de vida das populações quanto o ambiente natural, com consequências nefastas ao presente e futuro das pessoas.

As diretrizes principais no caso em comento são a disseminação de conceitos e práticas de sustentabilidade associada à redução de emissões de carbono e a introdução de tecnologias limpas, e nesse processo urge a necessidade de um Marco Regulatório, que é um dos principais instrumentos de Política Municipal de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável.

Para por em prática a aludida política, deve ser elaborada uma moderna e ágil legislação (leis, decretos, resoluções e portarias), ou seja, um arcabouço institucional ou Marco Regulatório, tornando viáveis e exequíveis as ações de redução de emissões de gases de efeito estufa na cidade, como por exemplo: a construção do Centro de Tratamento de Resíduos; implantação corredores viários; onde os ônibus utilizarão
combustíveis renováveis trafegando em pistas exclusivas; um programa que visa a impedir a progressiva degradação da cobertura vegetal da cidade decorrente da urbanização desordenada; recuperar o ecossistema original da Mata Atlântica; regularizar os mananciais e prevenir ocupações irregulares; realizar plantios de árvores nativas na cidade e na zona rural(reflorestamento) em parceria com as comunidades;  estudar e programar a implantação do modal bicicleta (o transporte ciclo-viário produz conhecidas externalidades positivas em termos ambientais, no tráfego e na qualidade de vida), associada à instalação de bicicletários, conectados e integrados a malha de transportes públicos; além de um programa de Gestão de Resíduos Sustentáveis, com o objetivo de criar o sentimento de responsabilidade da sociedade com o fito de desenvolver a tão almejada coleta seletiva e ao estímulo à reciclagem, e, por fim, a construção de galpões, devidamente equipados, em áreas estratégicas da cidade, que seriam geridos pela cooperativa de catadores.

É claro que uma política da adaptação proativa não surge espontaneamente ou como demonstração do caráter “humanitário” de qualquer dos entes federativos. Surge como conquista política de uma sociedade que se preocupa e cobra iniciativas do Estado. E, concomitante, ao papel do Estado, essa mesma sociedade deve participar da construção e implementação de um modelo de medidas de adaptação que possam ser levadas a efeito principalmente no âmbito dos municípios. A gestão urbano-ambiental do Município deve inserir a questão das mudanças climáticas em seus planos de ação e programas.

A mobilização coletiva ainda é a melhor maneira de enfrentarmos um dos maiores desafios da humanidade. Nessa esteira, a participação popular é indispensável ao enfrentamento de questões tão graves como são as mudanças climáticas; tal participação também se dá através da discussão sobre uma nova política pública.

Aí está mais uma chance do Município de Caruaru ajudar na concretização da cidadania ambiental, ou na obrigação democrática dos seus cidadãos em participarem mais efetivamente dos destinos de nossa cidade ante o marasmo político que vive a maioria de nossos concidadãos, e na omissão horrenda dos gestores públicos e dos poderes públicos que nada fazem para contribuir para uma cidade mais democrática e humana.


Marcelo Rodrigues foi secretário de Meio Ambiente da Cidade do Recife. É advogado e professor universitário. 

Agenda de Armando Monteiro para esta quinta-feira

Agenda de Armando Monteiro (PTB), candidato a governador da coligação Pernambuco Vai Mais Longe, nesta quinta-feira (24):

09h – Gravação do Guia Eleitoral no Recife

15h – Visita à Campus Party Recife
Local: Centro de Convenções de Olinda – Av. Prof. Andrade Bezerra, s/n, Salgadinho, Olinda – PE

Políticos lamentam morte de Ariano

O prefeito José Queiroz, expressando o sentimento de Caruaru, lamenta o falecimento do dramaturgo, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, Ariano Suassuna, defensor incansável e entusiasta da cultura popular nordestina.

Que a família enlutada, o povo pernambucano e os inúmeros admiradores do grande artista se sintam confortados, embora saudosos. Ariano nos deixa um legado de valor criativo transcendental e autêntico em suas raízes. Um verdadeiro passaporte para um lugar privilegiado na eternidade.

João Paulo:  Com a morte de Ariano Suassuna, a cultura nordestina e brasileira perde um dos maiores nomes da literatura e das artes em geral. Perde um lutador pelo resgate e valorização da nossa cultura. Mais que qualquer outro escritor, Ariano foi capaz de ser universal a partir de seu universo regional. Foi erudito, foi popular.

Dos momentos de convivência com Ariano, só guardo alegria, bom humor e grandes ensinamentos.

 João Lyra Neto: Foi com profundo pesar que recebi a notícia da morte do escritor Ariano Suassuna. Paraibano de nascimento, pernambucano de coração, já que morou no Recife por mais de 70 anos de sua vida. É um dia muito triste para todos nós, pernambucanos, nordestinos e brasileiros, uma perda inestimável para nossa literatura e nossa cultura, que nesta mesma semana já havia sofrido as ausências de João Ubaldo Ribeiro e Rubem Alves, e ainda neste mês a perda de Ivan Junqueira.

Estive em Garanhuns na última sexta-feira, durante o Festival de Inverno, ocasião em que Ariano Suassuna apresentou uma aula espetáculo. Mesmo com a saúde frágil, ele externava seu amor por estar num palco, falando para os mais jovens, contando seus causos, histórias de sua vida e do imaginário popular.

Fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco, junto com Hermilo Borba Filho. Juntos, foram pioneiros no teatro ao ar livre no Brasil. Ariano participou do Movimento de Cultura Popular (MCP) no primeiro Governo Miguel Arraes. Fundador do Teatro Popular do Nordeste (TPN) e do célebre Movimento Armorial, professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco, integrante das Academias Pernambucana, Paraibana e Brasileira de Letras, além de ter dado sua contribuição ao povo pernambucano e recifense como secretário de Cultura por três oportunidades.

Além de um grande dramaturgo e escritor, Ariano também foi um grande militante político. Era presidente de honra do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e apoiador de primeira hora da campanha de recondução do governador Miguel Arraes após o período de exílio, e posteriormente das campanhas de Eduardo Campos.

O bom humor sempre foi sua marca, somada a profundos conhecimentos do imaginário popular e uma inteligência muito acima da média. A obra de Ariano permanecerá eterna na mente de todos nós que convivemos com ele, mas tenho certeza de que também será lembrada e venerada pelos mais jovens e pelas futuras gerações.

Como Governador do Estado de Pernambuco, decretei luto oficial de três dias, e expresso minhas condolências aos familiares e amigos desta grande figura que foi o nosso querido Ariano Vilar Suassuna.

Marcelo Gomes:O vereador Marcelo Gomes (PSB), lamenta o falecimento do escritor, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna (87 anos). O escritor estava internado no Real Hospital Português, no Recife, desde a segunda-feira (21), onde deu entrada em decorrência de grave Acidente Vascular Cerebral (AVC) Hemorrágico.

“Ariano é ‘madeira de lei que cupim não rói’. Seus ensinamentos e suas obras vão permanecer, fortalecendo a nossa cultura e incentivados muitas gerações à preservar a nossa arte”, lamentou Marcelo.

Raquel Lyra: Pernambuco, a literatura e a cultura brasileira, principalmente a nordestina, perde um grande nome com a morte do mestre Ariano Suassuna. Ariano, que era paraibano, mas que tinha Pernambuco em seu coração, também era presidente de Honra do Partido Socialista Brasileiro (PSB), e sempre nos presenteou com seus ensinamentos de um “realista esperançoso”. Neste momento de dor, presto minha solidariedade aos familiares, amigos e admiradores da obra e da pessoa que foi esse grande mestre.

Armando Monteiro: Pernambuco chora a perda de Ariano Suassuna: O grande, mestre das palavras e do sentimento mais profundo da alma nordestina. Com a sua partida fica o vazio intelectual, mas, sobretudo, o vazio humano, pela sua imensa capacidade de entender, traduzir e amar os pernambucanos, os nordestinos, os brasileiros. Hoje é um dia muito triste para mim.

Fernando Bezerra Coelho: Foi com imenso pesar que recebi a notícia do falecimento de Ariano Suassuna, um dos maiores expoentes da literatura mundial. Sertanejo, Ariano sempre foi um grande exemplo para todos nós, de luta, dedicação e fé. Trabalhamos juntos pela primeira vez no governo do saudoso Miguel Arraes e aprendi muito com ambos.

Ariano era um homem engajado no campo da política e tantas vezes militamos juntos. Em 2006, quando poucos acreditavam na vitória da Frente Popular, era ele que nos animava, nos entusiasmava. Hoje perdemos um patrimônio cultural. Um amigo e alguém que, mesmo sendo erudito, conhecia como poucos a linguagem popular. Que Deus possa confortar os familiares e os milhares de admiradores que ele conquistou mundo afora.

Humberto Costa: Ele foi, sem dúvida, um dos mais autênticos artistas e escritores que nós já tivemos. Além de ser uma pessoa humana encantadora, era um homem de bem com a vida. Para todos nós, é muito triste viver esse momento. Ele que era o paraibano mais pernambucano que se poderia conhecer. Acho que o Brasil todo hoje chora essa perda porque Ariano representava uma grande unanimidade no nosso país”, declarou Humberto.

Ele desenvolveu com os dois uma relação de enorme proximidade. Ambos tinham a maior admiração possível por ele. Se tiverem condições, acredito até que Dilma e Lula deverão estar no sepultamento para prestar uma última homenagem a esse que, sem dúvida, é um ícone da nossa cultura.

Tony Gel e Miriam:É com muito pesar que recebemos a confirmação do falecimento do dramaturgo e poeta Ariano Suassuna na tarde de hoje. Ele que foi fundamental para a cultura de Pernambuco e deixa sua marca na história como um dos maiores nomes da nossa literatura.

Ariano vai deixar saudades e será lembrado em cada uma de suas obras, entre elas “O Auto da Compadecida”, que tanto retrata o povo nordestino.

Nossa solidariedade à família e aos amigos neste momento de dor.

Douglas Cintra: Ariano Suassuna soube traduzir a alma nordestina, um intelectual que fez uma reflexão profunda sobre as raízes do Brasil. A morte do mestre das palavras entristece a todos nós.

Lula Tôrres:  O Brasil perde hoje um de seus maiores literários. Mas as obras de Ariano Suassuna, essas nunca vão morrer, nunca vão ser esquecidas. Estas estão na cabeça, na memória e no coração de seus admiradores e do povo. Ainda será possível encontrá-lo, no grande legado deixado por ele.

Que Deus possa confortar a família neste momento tão difícil