Coluna: Ensinamos mal

Por Menelau Júnior

Vou direto ao assunto: a escola ensina mal. Muito mal. Os alunos do ensino fundamental são obrigados, logo nas séries iniciais, a aprender o que é sujeito e o que é predicado. Seguem-se a essa insanidade exercícios de classificação do predicado em “nominal”, “verbal” ou “verbo-nominal”. A professora pede ao menino de 8 ou 9 anos que classifique o predicado da oração, a supervisora elogia o trabalho e os pais acham que o menino é inteligente. Tudo patético assim.

As aulas de verbos são sofríveis. Ainda se ensina com a repetição de todas as pessoas gramaticais. “Eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos…”. E, em muitos casos, os alunos recebem uma lista de quais verbos devem ser estudados para a prova.

Na hora de “aprenderem” substantivos, a preocupação é se Deus é concreto ou abstrato. Como se isso servisse para alguma coisa. Como se Deus precisasse dessa classificação para existir.

Não há nada mais anacrônico em estudo da língua do que essa preocupação exagerada com nomenclatura, com pormenores. As escolas acham que estão ensinando alguma coisa. E estão: nomes, nomes e nomes. Que geralmente não ajudam em nada! O resultado aparece mais evidente quando as crianças crescem: os jovens não sabem análise sintática – e sairão da escola sem saber. Eles não gostam de ler e acreditam que estudar português é decorar regras “que sempre têm uma exceção”.

A verdade é a seguinte: nos últimos anos, enchemos as escolas de teorias mirabolantes, de teses estapafúrdias e de muito pouca competência. E no caso da língua, quem sabe fazer a análise sintática de uma frase se sente no direito de “dar pitaco” sobre o ensino da língua. Saber português não é saber gramática!!!

As crianças, nas séries iniciais, deveriam ser estimuladas a contar histórias e a ler – a ler muito! Se a escola não perdesse tanto tempo achando que está ensinando português porque ensina alguns nomes talvez começássemos a ver algum resultado na competência linguística de nossos jovens. Precisamos urgentemente discutir programas e conteúdos – e alertar os pais para essa enganação da qual eles exigem participar!

Ninguém será competente no uso de um idioma se decorar a gramática deste idioma. Até mesmo porque cada língua tem sua gramática já estruturada. O que a escola tem feito é ensinar regras e nomes. E isso em nada contribui para o aprimoramento linguístico dos alunos. Enquanto eles não aprenderem a ler, de nada servirá separar o sujeito do predicado.

Menelau Júnior é professor de português

Morre em São Paulo o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos

O advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, de 79 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (20) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A informação foi confirmada pela equipe médica.

Bastos foi internado na terça-feira (18) para tratamento de descompensação de fibrose pulmonar, segundo boletim médico divulgado pelo hospital.

Um dos advogados criminalistas mais influentes do país, Bastos foi convidado pelo ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva para compor a equipe do primeiro mandato. Comandou o  Ministério da Justiça entre 2003 e 2007.

Mesmo depois de deixar o ministério, continuou em evidência ao atuar em casos de grande repercussão nacional. Atuou, por exemplo, no julgamento do processo do mensalão, no Supremo Tribunal Federal, em 2012. Na ocasião, defendeu o ex-vice-presidente do Banco Rural, José Salgado.

Durante o período do julgamento, entrou com reclamação contra o então presidente do STF, Joaquim Barbosa, questionando o fato de Barbosa não ter levado pedidos da defesa dos réus para análise do plenário do tribunal.

Também foi o responsável pela defesa do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que responde a processo por suspeita de participação em esquema de jogos ilegais.

Bastos atuou ainda na defesa do médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por 48 ataques sexuais a 37 vítimas.

A acusação dos assassinos de Chico Mendes, do cantor Lindomar Castilho e do jornalista Pimenta Neves são outros trabalhos de repercussão nacional no currículo do ex-ministro. Em 2012, Bastos foi contratado pelo empresário Eike Batista para defender o filho Thor Batista, que respondia por um atropelamento.

O ex-ministro se formou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) na turma de 1958.

Em  1990, após a eleição do presidente Fernando Collor, integrou o governo paralelo instituído pelo Partido dos Trabalhadores como encarregado do setor de Justiça e Segurança.  Em 1992, participou ao lado do jurista Evandro Lins e Silva da redação da petição que resultou no impeachment de Collor.

É fundador do movimento Ação pela Cidadania, juntamente com Severo Gomes, Jair Meneghelli e Dom Luciano Mendes de Almeida. É fundador do Instituto de Defesa do Direito de Defesa.

Do G1

Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Fafica começa dia 24

Começa segunda-feira(24), o XIII Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, que se configura como o maior evento científico da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru(FAFICA) envolvendo os seus pares internos, várias instituições de ensino em diferentes níveis de conhecimento, além dos movimentos sociais e de artistas populares da nossa região.
 
O professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marcelo Pelizzoli fará a conferência de abertura do XIII Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, a partir das 19h, com a conferência “A crise planetária e a busca de novos saberes sustentáveis”. Doutor em Filosofia, com pós-doutorado em Bioética, o conferencista também é membro do Grupo de Ciência e Cultura de Paz, da Comissão de Direitos Humanos da UFPE.
 
O Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão será realizado até o dia 28 de novembro e discutirá o tema “Dimensões do contemporâneo: novas tecnologias, conhecimentos e sustentabilidade”.
Além das conferências de abertura e de encerramento faz parte da programação: apresentações culturais, minicursos, oficinas, lançamento de livros e discussões dos Grupos de Trabalhos. Mais informações sobre o Encontro estão disponíveis no endereço http://eepe.fafica.com/

Raquel Lyra apresenta Secretaria da Micro e Pequena Empresa na Alepe

A Assembleia Legislativa de Pernambuco, através de requerimento da deputada estadual Raquel Lyra (PSB), realiza nesta quinta-feira (20), às 11h, no plenário da Casa, Grande Expediente Especial para apresentar as atividades da Secretaria Estadual da Micro e Pequena Empresa, criada neste ano de 2014. O governador João Lyra Neto e o secretário da pasta Osíris Caldas confirmaram presença no evento.

A Secretaria Estadual da Micro e Pequena Empresa foi criada com a finalidade de fomentar as atividades empreendedoras das micro e pequenas empresas, dos empreendimentos solidários, dos empreendedores individuais e autônomos, por meio da instrumentalização e melhorias de tecnologias de gestão. Além de acesso ao crédito e serviços financeiros.

“Diante dos resultados já empreendidos pela nova Secretaria e dada a importância para os microempresários e para economia local, nada mais relevante que realizar um Grande Expediente para apresentar os feitos já conquistados pela nova secretaria e demais esclarecimentos sobre suas atividades”, adiantou Raquel.

Governo doa terreno para a construção de um centro de inovação tecnológica voltado para a indústria

Com o objetivo de ampliar a produção científica no estado, o governador João Lyra Neto autorizou doação de um terreno que vai viabilizar a construção do Instituto SENAI de Inovação para Tecnologia da Informação e Comunicação (ISI – TIC), no bairro de Santo Amaro, no Recife. O investimento será de R$ 49 milhões, recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).unnamed (9)
O ISI será o primeiro no Brasil a ter uma sede própria. Além de corpo de pesquisadores de alto nível e uma ampla rede de parceiros, o instituto terá uma infraestrutura de ponta. “É uma imensa alegria ter a oportunidade de fazer parte desse projeto tão importante para o segmento industrial”, disse o governador, nesta quarta-feira (19/11), durante uma reunião, no Palácio Campo das Princesas, com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Ricardo Essinger, e o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Sérgio Gaudêncio.
 
 Para Sérgio, o novo centro de pesquisa, além de exportar inovação, também vai aprimorar profissionais. “Será um espaço voltado para o desenvolvimento da indústria”, ressaltou o executivo. Iniciado em Pernambuco, em 2013, o ISI é um dos 25 institutos que serão lançados nacionalmente dentro do contexto do Programa de Aceleração da Competitividade do SENAI. O centro tem como objetivo promover a competitividade à indústria por meio da transferência de conhecimentos, pesquisa aplicada e inovação. “Nós entendemos a importância desse instituto para a indústria pernambucana e por isso nós apoiamos a iniciativa”, disse Essinger.

Bolsa família americano custa 10 vezes mais que o brasileiro, diz Humberto

Em visita ao Departamento de Agricultura americano, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, ouviu de Jason Hafemeister, economista e coordenador de Política Comercial dos EUA, uma ampla exposição sobre o SNAP (Supplemental Nutrition Assistance Program), o bolsa família americano.

De acordo com o senador petista, mais de 15% da população americana é atendida pelo programa, o que equivale a cerca de 50 milhões de pessoas. Desde 2008, início da crise econômica internacional, o número de inscritos subiu consideravelmente.

Atualmente, os Estados Unidos investem cerca de U$ 80 bilhões, ou aproximadamente R$ 210 bilhões, em programas de nutrição, que envolvem também alimentação nas escolas públicas. Famílias com rendimento abaixo de U$ 1,5 mil recebem entre U$ 100,00 e U$ 600,00 mensais do governo. A média é de U$ 4,45 por dia para cada cidadão atendido ou, mais ou menos, R$ 11,50.

Dessa forma, o bolsa família americano custa quase 10 vezes mais que o similar brasileiro, criado em 2003 pelo Governo Lula, hoje orçado em R$ 23 bilhões.

“É bom que alguns desavisados, antes de criticarem o que chamam de bolsa-esmola ou de quererem se refugiar em Miami, saibam que o país paradigma do liberalismo e do livre mercado tem um programa com essa dimensão”, afirmou Humberto.

A crise econômica mundial aumentou o abismo social nos Estados Unidos ao derrubar a renda dos mais pobres. Enquanto o 1% mais rico do país experimentou, entre 2009 e 2012, um aumento de 31% nos seus rendimentos, os 40% mais pobres do país viram, no mesmo período, sua renda despencar em 6%.

“Obviamente, há críticas da direita a esses programas de segurança alimentar. Mas a grande maioria do país, e até alguns grandes veículos de comunicação, defendem fortemente a ação como forma de equilíbrio social”, explicou Humberto.