Ajuste fiscal trava programas prioritários do governo federal

Da Folha de S. Paulo

No esforço de reduzir os gastos públicos e cumprir a meta fiscal do ano, o governo federal tem congelado repasses a programas prioritários e suspendido o pagamento de obras e subsídios.

Ao mesmo tempo, despesas obrigatórias, que reúnem gastos com pessoal, Previdência e benefícios sociais e respondem pela maior fatia do orçamento, continuam a crescer.

Um dos exemplos mais ruidosos do ajuste de despesas ocorreu no Fies, programa de financiamento ao ensino superior. Neste semestre, o número de contratos novos autorizados, 252 mil, foi pouco mais da metade do liberado no mesmo período de 2014.

A justificativa é que os recursos disponíveis para os novos financiamentos, R$ 2,5 bilhões, esgotaram-se. Ainda não há previsão se haverá uma segunda edição do programa no segundo semestre –em anos anteriores, o sistema para acesso ao Fies federal permanecia aberto ao longo de todo o período.

Sem um corte definido no orçamento original, o MEC também adiou por duas vezes o início das aulas do Pronatec, programa para qualificação técnica e profissional e uma das principais vitrines da presidente Dilma Rousseff na educação.

MINHA CASA

O programa de financiamento habitacional Minha Casa, Minha Vida é outro afetado. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, o setor tem hoje cerca de R$ 1,2 bilhão a receber do governo por projetos do programa. Parte desse total está atrasada em até 45 dias, segundo a entidade.

O Ministério das Cidades argumenta que os desembolsos, na casa dos R$ 5,5 bilhões no ano, são semelhantes aos do ano passado.

Já o Planejamento admite atrasos e diz que tem trabalhado para reduzir o prazo dos repasses.

Além dos problemas de fluxo de caixa, as empresas dizem sofrer também com a dificuldade de planejamento diante da indefinição orçamentária para o ano.

FUTURO INCERTO

“Não sabemos como será o futuro porque não sabemos se existirão novas contratações”, afirmou o presidente da câmara de construção, José Carlos Martins.

Segundo ele, as construtoras estão em compasso de espera pela edição do decreto que vai determinar o bloqueio orçamentário para o ano e definir o volume total de recursos que os ministérios terão até dezembro.

O corte, que deve ser anunciado em duas semanas, terá de ser suficiente para viabilizar o cumprimento da meta de poupar R$ 66,3 bilhões no ano. No primeiro trimestre, período sazonalmente favorável ao caixa dos governos, a economia acumulada pelo setor público foi de R$ 19 bilhões, pior resultado em seis anos.

DEFESA

O Ministério da Defesa sofreu uma das maiores reduções em gastos administrativos e investimentos da Esplanada nos primeiros três meses do ano –as despesas caíram à metade na comparação com 2014.

A Embraer tem reclamado publicamente de atrasos em repasses do governo neste ano para o desenvolvimento de projetos conjuntos para jatos militares. Procurado pela reportagem, o ministério não quis comentar.

Empreiteiras também têm apontado atrasos de meses nos pagamentos de obras públicas tocadas pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). A dívida estimada pela Aneor (Associação Nacional de Empreiteiras de Obras Públicas) é de R$ 1,8 bilhão.

ECONOMIA POUCA

Apesar dos cortes generalizados em programas federais, as despesas totais no primeiro trimestre ficaram apenas 0,8% abaixo das realizadas no mesmo período do ano passado.

A queda nos gastos é contida pelo crescimento das despesas que não podem ser bloqueadas, principalmente as previdenciárias. O pagamento do seguro-desemprego apresentou pequeno recuo depois que o governo endureceu regras de acesso ao benefício.

No total, o governo contava com uma economia de R$ 11 bilhões neste ano com as mudanças no seguro-desemprego, pensão por morte e outros benefícios sociais, mas alterações introduzidas nos projetos pelo Congresso já diminuíram essa redução potencial.

Senador Luiz Henrique da Silveira morre em Joinville

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Antes de chegar ao Senado, Silveira tinha sido governador de SC por dois mandatos (Foto: Agência Brasil)

Por WELLTON MÁXIMO
Da Agência Brasil

O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) morreu hoje (10) à tarde em Joinville (SC). De acordo com assessores, o parlamentar, de 75 anos, teve um enfarte fulminante em casa depois do almoço. Ele chegou a ser levado para o hospital, onde teve a morte confirmada às 15h15.

Prefeito de Joinville por três mandatos, Silveira era senador desde 2011. No início do ano, Silveira disputou a presidência do Senado, mas perdeu para o também peemedebista Renan Calheiros (AL).

Antes de chegar ao Senado, Silveira tinha sido governador de Santa Catarina por dois mandatos, de 2003 a 2010. Ele começou a carreira política em 1973, como deputado estadual por Santa Catarina, e exerceu cinco mandatos como deputado federal, tendo participado da Constituinte de 1988.

De acordo com a assessoria do parlamentar, o senador será velado num centro de eventos em Joinville. A cerimônia começará assim que o corpo for liberado. O enterro será no Cemitério Municipal de Joinville amanhã (11) no fim da tarde. Assumirá a vaga de Luiz Henrique da Silveira, no Senado, o primeiro suplente Dalírio José Beber, do PSDB.

Vereadores de todo o Estado participam de debate sobre reforma política

Esta semana, a Comissão Especial da Reforma Política da Câmara Federal vota o relatório final do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) sobre a PEC 182, que propõe modificações importantes nos sistemas eleitoral e partidário do país. Uma vez aprovado, o documento seguirá para votação em plenário, prevista para acontecer no dia 26 deste mês, e pode garantir – após quase vinte anos de tentativas – alterações consistentes na atual legislação que rege os partidos e as disputas eleitorais.

De olho nessas mudanças, a Câmara Municipal do Recife e a UVP (União dos Vereadores de Pernambuco) reúnem parlamentares de todo o Estado em uma sessão especial de debate sobre a reforma política, nesta segunda-feira (11), às 14h30, no plenário da Casa José Mariano. No ato, haverá uma palestra do deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE), vice-presidente da comissão especial e único pernambucano titular na composição do grupo.

Entre outros aspectos, Tadeu explicará aos parlamentares os pontos polêmicos da reforma – como o financiamento de campanhas, cláusula de barreira e mudança no sistema eleitoral – e também as questões já acordadas pelos integrantes da comissão, como o fim da reeleição para o Executivo, o mandato de cinco anos para todos os cargos e o fim das coligações proporcionais.

Um dos itens da reforma que tem despertado particular interesse dos vereadores é o da unificação das eleições. Pelo menos duas propostas estão sendo analisadas pelo relator da comissão e serão submetidas à votação. A primeira estende o atual mandato dos prefeitos e vereadores por mais dois anos, para permitir a coincidência do calendário eleitoral já em 2018. A segunda estabelece um mandato de seis anos para os eleitos em 2016, sem direito à reeleição, permitindo a unificação geral dos pleitos em 2022.

Cem dias com mais barulho na Assembleia Legislativa

Por THIAGO NEUENSCHWANDER
Do Diario de Pernambuco

A nova legislatura da Assembleia de Pernambuco completará amanhã os cem primeiros dias de atividades. O período foi suficiente para que posições fossem marcadas, projetos de lei relevantes aprovados e o o contraditório voltasse a fazer parte do cotidiano da Casa. Desde o primeiro dia, quando os 49 parlamentares reconduziram o presidente Guilherme Uchoa (PDT) ao quinto mandato, as discussões têm sido intensas e, com a composição de uma nova oposição, os tempos de calmaria defitivamente acabaram para o governo do PSB.

A chegada de oposicionistas mais barulhentos é o que tem caracterizado esse primeiro período de atividades. Formado por 13 deputados, o grupo tem buscado se revezar para tentar apontar as falhas do governo. “A Assembleia volta a ser a caixa de ressonância da sociedade. Temos procurado realizar debates, audiências públicas, e temos sido procurados por entidades para dialogarmos sobre temas importantes”, observou o líder da oposição, Sílvio Costa Filho (PTB).

Nesses cem dias, mais de 40 leis foram aprovadas e mais de 180 projetos foram apresentados. De sugestões como a instituição do Dia do Skate a outras como aprovação do projeto de lei do piso dos professores. O líder do governo na Assembleia, deputado Waldemar Borges (PSB), vê com naturalidade esse embate, mas faz críticas. “O começo é mais movimentado. Os novatos buscam se afirmar e dar resposta aos eleitores. Alguns chegam a demonstrar ansiedade. Creio que o tamanho da derrota (de Armando para Paulo Câmara) ensejou uma motivação para que atuassem de forma exagerada, atropelando números, distorcendo informações”, explicou.

Deputado Fernando Monteiro quer regulamentar atividade de artesão

O deputado Fernando Monteiro (PP-PE) apresentou emenda ao projeto de lei que regulamenta a profissão de artesão, em tramitação na Comissão de Desenvolvimento, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados. Conforme a proposta do parlamentar, a Carteira Nacional de Artesão deve permanecer como é atualmente, renovável a cada quatro anos, sem obrigatoriedade da comprovação das contribuições sociais. O artesão portador deste documento seria enquadrado na Previdência Social, segundo registro de filiação e a forma de contribuição.

Na avaliação do deputado, a comprovação do pagamento das contribuições à Previdência Social como requisito para renovação da Carteira Nacional de Artesão é prejudicial ao profissional, que seria impedido de exercer a profissão por estar em débito com a Previdência Social. Pelo projeto em tramitação na Casa, a carteira teria validade de um ano e só seria renovada com a comprovação das contribuições sociais.

“O artesanato brasileiro é um setor da economia cujo crescimento possui alto potencial de geração de trabalho e renda”, afirma Fernando Monteiro. Segundo ele, a regulamentação da atividade é uma antiga reivindicação dos artesãos, mas tem que ser feita de forma que não prejudique o profissional. Conforme estudo do IBGE, a maioria do empreendedorismo relacionado à atividade é conduzida por mulheres.

A atividade artesanal em Pernambuco é uma importante alternativa de redistribuição de renda, contribuindo para a melhoria das condições de vida da população envolvida. Conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o artesanato movimenta anualmente cerca de R$ 28 bilhões, ou 2,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.

Gravatá faz Dia D da campanha de vacinação contra a influenza

A Secretaria de Saúde de Gravatá realizou, ontem, o Dia D da campanha nacional de vacinação contra a influenza em toda a cidade. Todas as unidades de saúde da família da zona urbana e os postos volantes montados na praça da Matriz, centros de saúde (Posto I e Sucam), Hospital Municipal Dr. Paulo da Veiga Pessoa, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Igreja Pentecostal funcionaram das 8h às 17h para aplicar a vacina e imunizar o público-alvo da campanha.

A secretária de Saúde, Aglaine Oliveira, esteve presente no posto volante montado na praça da Matriz e falou sobre a equipe estrutural envolvida na ação. “Cerca de 150 profissionais participaram da campanha que tem como objetivo mobilizar a população para ir às unidades de saúde e se proteger contra a influenza”, destacou.

O prefeito de Gravatá, Bruno Martiniano (PTB), também acompanhou o Dia D. “Cuidar da saúde do povo de Gravatá é uma das prioridades de nossa gestão. É muito gratificante realizar uma campanha de vacinação e ver a participação das pessoas que procuram o SUS para se cuidar”, disse.

A campanha de vacinação contra a influenza, que teve início no dia 27 de abril, segue até 22 de maio em todas as unidades de saúde da família em Gravatá.