Operação da Sefaz está cobrando débitos em atraso

Por PEDRO AUGUSTO
Do Jornal VANGUARDA

Depois de promover o mutirão do programa de recuperação de créditos tributários, no último mês de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, a Secretaria da Fazenda deu início recentemente a mais uma ação com o objetivo de impulsionar a arrecadação do Estado. Com foco neste primeiro momento no Agreste Central, a Operação Cidades vem combatendo, desde a semana passada, a sonegação fiscal nesta região específica. Até o próximo dia 31, 65 auditores fiscais estarão circulando por cerca de 220 empresas com o intuito de cobrar aproximadamente R$ 9 milhões em débitos já constituídos de ICMS, IPVA, parcelamentos, autuações e multas.

De acordo com o diretor de Operações Especiais da Sefaz-PE, Anderson Alencar, além do Agreste Central, a ação também será desenvolvida até o fim deste ano em outras regiões. “Decidimos colocá-la em prática, logo de início, no Agreste Central, porque nossa mineração de dados identificou que um grande montante de empresas desta região encontrava-se recolhendo menos impostos, apesar de manterem o mesmo desempenho de faturamento. A maioria delas está localizada nos municípios de Caruaru, Bezerros, Gravatá, Bonito, Cupira, Belo Jardim e Panelas. Após a passagem por aí, a tendência é que a Operação Cidades também seja desenvolvida ainda em 2015 no Sertão e na Zona da Mata”, informou Anderson.

Também na entrevista concedida ao VANGUARDA, na manhã da última segunda-feira (17), o diretor explicou o método de cobrança dos auditores. “Eles vêm intimando, no primeiro contato, as empresas a regularizarem as suas situações, ou seja, quitarem os débitos em aberto. Após o prazo de dez dias, caso a secretaria não identifique nenhuma justificativa por parte delas, estarão passíveis de pagamento de multas e até interdições. Especificamente no Agreste Central, a operação vem realizando a cobrança em 219 empresas.”

De acordo ainda com Anderson Alencar, todo valor arrecadado será destinado para execução de obras emergenciais em Pernambuco. “A Sefaz tem como uma das principais metas garantir os recursos necessários para a realização das políticas públicas do Estado. Essa operação está funcionando como mais uma ferramenta para atingirmos tal objetivo, haja vista que o governo vem procurando aumentar a sua arrecadação sem ter de elevar as cargas tributárias”, acrescentou o diretor.

No âmbito geral, ou seja, somando todas as operações, a Secretaria da Fazenda estima recuperar, até o término deste ano, entre 30% e 40% dos montantes devidos. Tomando como base esses percentuais, especificamente em relação ao Agreste Central, ela está projetando arrecadar em torno de R$ 2 a R$ 3 milhões. “Isso porque, hoje, a carteira de débitos da região está girando na casa dos R$ 9 milhões”, finalizou Anderson Alencar.

Em Pernambuco, Dilma investe no diálogo

Recife-PE, 21/08/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante o Dialoga Brasil em Pernambuco. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Presidente Dilma Rousseff durante o “Dialoga Brasil”, realizado no Recife (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

A presidente Dilma Rousseff reforçou, nesta sexta-feira (21), a importância do entendimento para superar a crise política e econômica no país, durante evento de lançamento da plataforma “Dialoga Brasil”, em Pernambuco.

O evento reuniu lideranças políticas, como o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, representantes dos movimentos sociais, parlamentares e ministros de diversas pastas, além do governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), e debateu novas propostas para o Brasil.

“Aqui nós fazemos o diálogo. São várias as coisas que nos unem.Todos que participam aqui têm dois compromissos: com o nosso país e com o nosso povo. Somos a favor da democracia, dos direitos sociais, do crescimento, de mais emprego, segurança pública e educação de qualidade”, disse a presidente.

Dilma afirmou ainda que acredita na rápida recuperação brasileira. “Aposto neste Brasil onde não temos intolerância, onde não fazemos perseguição religiosa, onde temos essa imensa alegria de viver”, disse. E completou: “Vamos alumiar, como dizem em Minas Gerais, a luz no fim do túnel e construir um país melhor sempre”.

A agenda do “Dialoga Brasil” foi o terceiro ato de Dilma em Pernambuco nesta sexta, que também participou de encontro com empresários na Fiepe e de inauguração da primeira estação de bombeamento do Eixo Norte da transposição do rio São Francisco, em Cabrobó, no Sertão. Segundo o senador Humberto Costa, a agenda faz parte de um novo momento para o governo Dilma. “A presidente tem feito um esforço para conseguir virar a pauta da crise e trazer a agenda positiva de que o Brasil precisa. E Pernambuco foi um marco nessa nova etapa”, afirmou o senador.

Durante o evento, a presidente também fez questão de ressaltar a importância do Estado para o Nordeste e para o Brasil. “Pernambuco representa um grande patrimônio cultural, político e intelectual para o país e isso faz com que o diálogo aqui seja extremamente rico”, destacou Dilma.

DIALOGA BRASIL

Com o objetivo de ampliar a participação popular, o governo Dilma lançou em julho o programa “Dialoga Brasil”, uma plataforma digital que possibilita uma maior interface entre a população e o governo. No site www.dialoga.org.br é possível conhecer mais sobre os programas governamentais e dar sugestões para melhorar as ações do governo federal.

Comércio ‘pena’ com falta de moedas

Por PEDRO AUGUSTO
Do Jornal VANGUARDA

O problema já vem se arrastando por alguns anos, mas se intensificou em 2014 com a queda avolumada da produção. Assim como em todo o país, já faz um bom tempo que o comércio de Caruaru vem penando bastante devido à escassez de moedas em movimentação. De acordo com o cálculo da Casa da Moeda do Brasil, no ano passado cerca de 400,5 milhões de unidades entraram em circulação em todo o território nacional. Número este considerado irrisório, haja vista a produção observada em 2013: na casa dos 2,3 bilhões. Se servir como alento para os comerciantes locais, a estimativa é que o até o término de 2015 pouco mais de 776 milhões de novas frações passem a operar no mercado brasileiro.

Apesar do reforço no comparativo com 2014, o aumento na produção de moedas parece não estar animando muito aqueles que trabalham diretamente com esse tipo de dinheiro. Um exemplo disso é o cobrador de ônibus Sebastião Oliveira. Embora não faça parte do setor do comércio, ele já perdeu as contas dos transtornos que precisou enfrentar por conta da escassez delas. “Às vezes, peço aos clientes para esperarem o troco durante a viagem, porque não tenho moedas para repassá-las”, comentou.

Que o diga a balconista Carmem Lúcia. Com atuação no comércio local já há vários anos, ela disse lidar diariamente com a escassez de moedas em movimentação. “Como trabalho numa banca de revistas, a rotatividade de troco de pequenos valores costuma ser muito grande. Às vezes, para não perder a venda, tenho oferecido balas e bombons para complementar o pagamento.”

Na padaria em que Mário Germano trabalha como gerente, a falta de moedas também costuma atrapalhar bastante. Mas já faz alguns meses que o estabelecimento encontrou uma alternativa eficaz para combater o problema. “Estamos oferecendo brindes para os consumidores que trouxerem uma grande quantidade de moedas e a medida vem surtindo efeito. Hoje, os transtornos encontram-se menores”, avaliou.

Além da queda brusca na produção de unidades, de acordo com especialistas econômicos, outro fator que vem propiciando a queda na circulação de moedas no comércio corresponde ao velho hábito de juntar dinheiro através dos cofrinhos. Apesar de ser uma prática antiga, em tempos de escassez, ela tem exercido uma influência ainda maior.

Vendedora na Feira do Artesanato do Parque 18 de Maio, no centro de Caruaru, Jucileide Barbosa afirmou comercializar bastante os chamados minhaeiros. “O interessante é que nessa crise financeira vários consumidores têm quebrado os cofrinhos antes dos prazos pré-estabelecidos e isso acaba sendo muito bom para os negócios da loja, porque novas vendas acabam sendo realizadas.”

Paulo: ‘Não vamos superar essa crise com intolerância de nenhum dos lados’

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Governador do Estado participa do seminário “Dialoga Brasil” com a presidente Dilma Rousseff (Foto: SEI)

O governador Paulo Câmara reforçou ontem, durante o seminário “Dialoga Brasil”, que Pernambuco não faltará ao país no tocante ao enfrentamento à crise. O evento, promovido pelo governo federal, no Recife, contou com a participação da presidente Dilma Rousseff. “Não vamos superar essa crise com intolerância de nenhum dos lados. Vamos superar essa crise dialogando, tendo a capacidade de ouvir, de dizer a verdade, ter a cabeça erguida e trabalhar muito. O Brasil, neste momento, exige isso: capacidade de superação e trabalho”.

De acordo com o governador, “Pernambuco não vai se eximir de dar a sua contribuição para que o Brasil volte a crescer, gerar emprego, melhorar a saúde, educação, segurança, e que tenha uma agricultura familiar que chegue a todos”. “Eu queria dizer mais uma vez à presidente Dilma, como disse no ato em Cabrobó e na reunião com empresários, que o momento exige a unidade nacional. Vamos trabalhar por um Brasil melhor”, arrematou Câmara.

Paulo também parabenizou a iniciativa do governo federal, formatada para ouvir as prioridades dos Estados. “Sou testemunha das conquistas que o Brasil teve nos últimos 30 anos, e não foram poucas. Redemocratizamos o nosso país, tivemos as conquistas econômicas e sociais, diminuindo as desigualdades, principalmente na região Nordeste. A partir de agora, temos que garantir essas conquistas. Por isso que é importante termos ferramentas como essa, de controle social, onde a população pode se expressar e, ao mesmo tempo, fazer com que todos nós, governantes, tenhamos o sentimento da população para agir mais”, argumentou.

Além do seminário, o governador participou, ao lado da presidente, de uma reunião com empresários pernambucanos de vários setores, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco. Pela manhã, em Cabrobó, no Sertão, Paulo participou da entrega da primeira estação de bombeamento do Eixo Norte da transposição do rio São Francisco, quando autorizou a implantação de 52 sistemas de abastecimento de água ao longo dos canais da obra.

Também participaram do “Dialoga Brasil” os secretários estaduais Antônio Figueira (Casa Civil), Thiago Norões (Desenvolvimento Econômico), Felipe Carreras (Turismo, Esportes e Lazer), Danilo Cabral (Planejamento), Marcelino Granja (Cultura), Fred Amâncio (Educação), André de Paula (Cidades) e Isaltino Nascimento (Desenvolvimento Social, Criança e Juventude).

Núcleo se mobiliza mais uma vez para o McDia Feliz

Todos os anos, o último sábado do mês de agosto é reservado para o McDia Feliz, que anualmente beneficia projetos para a cura do câncer infantil e juvenil no Brasil. Este ano, a mobilização já começou para o NACC (Núcleo de Apoio à Criança com Câncer). A instituição é participante da campanha coordenada nacionalmente pelo Instituto Ronald McDonald e já está trabalhando para fazer do evento mais um grande sucesso. Ao todo, em 2015, 72 projetos de 57 instituições serão beneficiados com a arrecadação da campanha.

O Núcleo será agraciado com a venda de tíquetes antecipados, produtos promocionais com a marca McDia Feliz e sanduíches Big Mac nos restaurantes de Caruaru, do Recife e em Petrolina. A ação ocorrerá no próximo dia 29. Dentre as medidas que serão colocadas em prática com a arrecadação do evento estão a manutenção de casas de apoio, o custeio de passagens, a aquisição de alimentos e reformas estruturais.

“Ao longo das 17 edições em que o NACC participou do McDiaFeliz, mais de 40 projetos foram realizados graças à verba obtida com o evento. Esperamos que em 2015 o sucesso desta campanha seja tão grande como nos anos anteriores. A população é a principal responsável por todo esse sucesso e este ano, com o lançamento de um aplicativo mobile pela organização do McDia Feliz, esperamos uma adesão ainda maior da comunidade”, comentou a diretora do NACC, Arli Diniz.

O NACC já está comercializando os tíquetes da ação ao preço único de R$ 13,50. Interessados em adquiri-los podem entrar em contato com a entidade pelo telefone (81) 3267-9200. Em Caruaru, eles estão sendo vendidos na Kalulu Design e Comunicação, localizada na avenida Joaquim Nabuco, nº 740, no bairro Divinópolis.

Camelódromo passa por reformas

O Camelódromo de Caruaru está passando por reformas. Após a finalização da pintura, solda e limpeza, o espaço agora aguarda pela implantação de uma nova coberta. “A lona já foi encomendada e, assim que chegar, colocaremos”, explicou o secretário de Infraestrutura, Bruno Lagos, aos comerciantes do local, na manhã de ontem.

Assim que foi vista a necessidade de manutenção no Camelódromo de Caruaru, a prefeitura orçou as precisões, elaborou o projeto e priorizou a busca por recursos. A licitação teve início no semestre passado, mas, seguindo as recomendações do Tribunal de Contas, foi preciso fazer a cotação com três empresas diferentes, o que retardou o processo de revitalização.

OPINIÃO: Caruaru e seus “estrondos”

Por MENELAU JÚNIOR

No último dia 25 de julho, Caruaru “balançou” com tremores de terra. Não foi a primeira vez. Em 1960, o Jornal VANGUARDA já trazia em sua primeira página: “Quatro explosões nesta cidade fizeram a terra tremer”. O texto, que não dava como certos os abalos sísmicos, relatava os efeitos da “explosão”.

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Mas foi nos anos de 1963 e 1964 que se propagou a lenda de que o Morro Bom Jesus seria um vulcão adormecido – e os tremores, claro, seriam o aviso de que ele logo acordaria. Desde aquela época, a cidade tem sentido pequenos abalos em virtude de uma falha geológica que começa no Atlântico e passa pela região. Na década de 90, os tremores se tornaram mais comuns e com maior intensidade. Em 2007, tivemos o último grande abalo, com 3.9 na escala Richter. O do dia 25 foi de 3,3.

O povo, que não costuma usar a expressão “abalo sísmico”, acabou batizando os tremores de ESTRONDOS. A origem da palavra “estrondo” é curiosa: vem de “extonitrus”, que em latim significa “grande barulho”. O vocábulo é formado por ex-, “fora”, mais o elemento “tonitrus”, que significa “trovão”.

Ou seja, “estrondo” seria o trovão que vem de fora e que faz um grande barulho.

Ah, o nome usado pelos especialistas, ABALO SÍSMICO, tem origem grega. SISMO vem do grego “seíein” e significa “mover, deslocar, mexer”. Por isso virou sinônimo de “terremoto”.

Até a próxima semana.

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Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todos os sábados. E-mail: menelaujr@uol.com.br