Câmara deve tratar de impeachment de Dilma a partir desta semana

Da Folha de S. Paulo

A Câmara deve começar a tratar formalmente do processo de impeachment de Dilma Rousseff nesta semana, quando deputados de oposição apresentarão requerimentos ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que ele se posicione sobre os 13 pedidos de deposição.

Cunha já avisou que pretende negar, se não todas, boa parte das ações exigindo o impeachment. Com os demais, ele continuaria protelando.

O roteiro dos defensores do afastamento é então apresentar recursos questionando uma das recusas de Cunha. Assim, o caso precisaria ser submetido ao plenário. Se for aprovado por maioria simples (257 deputados), o processo é deflagrado.

Os partidos PPS, Solidariedade, DEM e PSDB encomendaram estudos para embasar o rito desse processo. Provocarão Cunha com as chamadas questões de ordem. A partir delas, o presidente da Câmara terá de informar como será a tramitação desses atos, bem como prazos para recursos e parlamentares autorizados a promovê-los.

Se as questões de ordem forem submetidas na terça (15), como é a intenção, o comando da Câmara deve demorar uma semana para apreciá-las, segundo a Folha apurou.

As denúncias contra Dilma começaram a entrar na Câmara em fevereiro. Em geral, quando há falhas na documentação, como não ter firma reconhecida ou o denunciante não mostrar provas ou indicar onde encontrá-las, elas são encaminhadas para o arquivamento.

Em julho, a cúpula da Casa, porém, optou por notificar os autores de alguns pedidos solicitando que corrigissem os erros. A prática é considerada inusual.

“A oposição não quer adotar um caminho que seja questionado juridicamente”, disse o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

Eduardo Cunha já confidenciou a interlocutores que pretende seguir os passos do hoje vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), quando este chefiava a Câmara.

Em 1999, ele indeferiu um pedido de impeachment contra o presidente Fernando Henrique Cardoso. À época, o então deputado petista José Dirceu, hoje preso pela Operação Lava Jato, apresentou um recurso contra o arquivamento. O recurso foi derrotado no plenário por 342 votos, contra 100 a favor da abertura do processo.

Se, no caso de Dilma, esse recurso for eventualmente aprovado, Cunha criaria, então, uma comissão especial com a participação de todos os 28 partidos com representação na Casa.

Na etapa seguinte, Dilma seria notificada sobre o processo e teria dez sessões para apresentar a sua defesa.

Segundo cálculos internos, um processo como este demoraria cerca de um mês de tramitação. Só então seria possível saber se a denúncia seguiria adiante, devendo, ainda, passar pelo plenário da Câmara e, depois, pelo Senado, que executaria o julgamento em si.

PF vai investigar mensagens de ódio no Facebook contra presidente

Da Agência Brasil

A Secretaria-Geral da Presidência da República informou hoje (12) que pediu à Polícia Federal para investigar a empresa que prestaria serviços de buffet no evento Dialoga Brasil, em Teresina, ontem (11), durante visita da presidente Dilma Rousseff. Segundo a nota, informações publicadas horas antes do evento, em rede social, poderiam colocar em risco a segurança da presidente da República, com possível caracterização de incitação a crime contra a sua pessoa.

Uma funcionária do buffet La Trufel, contratado pela Presidência da República, fez uma postagem controversa no Facebook. Ela dizia que “hoje, a nossa presidente Dilma está em Teresina, e vou ter o ‘prazer’ de fazer o evento para ela e toda equipe. Queria saber dos meus colegas se alguém tem algum pedido especial, afinal é uma oportunidade única”.

A publicação foi respondida por internautas com mensagens de ódio, inclusive com sugestões de envenenamento da presidente. A assessoria da Secretaria-Geral disse que a mensagem foi vista pela equipe de monitoramento das redes sociais da Presidência, e o serviço foi suspenso duas horas antes do evento.

“Repudiamos qualquer forma de incitação a crime ou a atentado contra qualquer pessoa”, diz a nota.

A Advocacia-Geral da União vai avaliar as medidas cabíveis para eventual responsabilização penal e civil dos envolvidos.

Até o fechamento desta matéria, a Agência Brasil não conseguiu contato com o buffet La Trufel nem com a funcionária que fez a publicação.

Aplicativos para correção de redação são opções para candidatos ao Enem

Da Agência Brasil

Fazer mais de uma redação por semana, para treinar, é recomendação frequente de professores aos estudantes que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Como nem sempre os candidatos têm acesso a professores para corrigir os textos e dar dicas para melhorar a escrita, surgem como opções os aplicativos e sites para correção de redações.O serviço é pago e a proposta é que os estudantes usem os aplicativos para enviar os textos, por foto ou digitados, e a redação é corrigida seguindo os critérios do Enem. O estudante recebe a nota e comentários dos corretores com análise do texto, indicando correções. Os preços variam e há opções de pacotes, nos quais quanto maior o número de redações, menor o valor por unidade corrigida.

Entres os aplicativos disponíveis está o Redação Online, pelo qual o estudante escolhe o tema, dentre os sugeridos, e também pode escrever sobre outros assuntos. O texto é digitado na plataforma ou o estudante envia uma foto da redação, e os corretores dão retorno em até três dias. É preciso informar se a intenção é se preparar para o Enem ou vestibular para que o corretor adote os critérios de cada caso. Cerca de 90% da procura é de quem vai fazer Enem. A assinatura básica, de R$ 9,90, dá direito à correção de quatro redações, e o pacote de oito correções sai por R$ 15,90.

Pelo aplicativo Imaginie, o estudante pode enviar uma foto da redação e o texto corrigido é devolvido em até sete dias. A primeira correção é gratuita, e para as demais o custo é de R$ 9,90. Para o pacote de dez redações o custo unitário fica R$ 6,99. Outra opção é o Redação Nota 1000, plataforma online em que o texto deve ser digitado no site e enviado para correção, com resposta em até cinco dias, ao custo de R$ 14,90.

O coordenador de cursinho e criador do Redação Online, Otávio Auler, diz que os aplicativos são uma boa oportunidade de treino, sobretudo para quem não tem acesso fácil a professores e vive em cidades sem cursos preparatórios.

Segundo ele, muitos candidatos têm dificuldade de receber as informações e passá-las para o papel, e também tendem a basear a argumentação na opinião pessoal e no senso comum. Auler diz que os corretores orientam a ter uma argumentação mais consistente, a ler mais, procurar revistas, livros, buscar informações por meio da internet, e “a partir da terceira redação já é possível ver resultados positivos nos textos dos estudantes”.

A REDAÇÃO NO ENEM

Preocupação frequente de muitos candidatos, a redação do Enem é um texto dissertativo-argumentativo, que tem como estrutura básica a introdução, desenvolvimento e conclusão. É preciso apresentar uma tese sobre o tema proposto, desenvolver a argumentação e apresentar uma proposta de intervenção. É opcional dar um título ao texto.

Na redação, são avaliadas cinco competências: domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa, compreensão da proposta de redação, seleção e organização das informações, demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do texto e elaboração de uma proposta de solução para os problemas abordados, respeitando os direitos humanos.

No exame de 2014, 529.373 candidatos tiraram nota zero na redação, o que corresponde a 8,5% dos participantes. A fuga ao tema foi o motivo que levou 217.339 candidatos a zerarem a redação. Na outra ponta, apenas 250 estudantes obtiveram a nota máxima.

Um guia com dicas para a redação, lançado em 2013 pelo Ministério da Educação, detalha que recebe nota zero a redação que apresentar fuga total ao tema, texto com até sete linhas, não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa, texto com impropérios e desrespeito aos direitos humanos, desenhos e outras formas propositais de anulação e inserções indevidas, como ter parte do texto desconectada do tema proposto.

Governo entrega 604 unidades do Minha Casa, Minha Vida em Pernambuco

O Governo de Pernambuco, dentro da Operação Reconstrução, entregou neste sábado (12) 604 casas nos municípios de Xexéu (300 unidades) e Jurema (304 unidades). Acompanhado do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, o governador Paulo Câmara foi às duas cidades, na Mata Sul e no Agreste, respectivamente, para realizar as entregas.

O investimento total na parceria foi de R$ 46,3 milhões, sendo R$ 22,1 milhões do Estado e outros R$ 24,2 milhões da Caixa Econômica Federal. Em Xexéu, primeira parada, as unidades habitacionais ficam no distrito de Campos Frios; em Jurema, no distrito de Queimadas. Cada casa possui 41,30 metros quadrados, com dois quartos, banheiro, cozinha, sala e área de serviço. As moradias contam ainda no seu entorno com equipamentos de lazer, praças, quadras poliesportivas e playground.

O governador destacou a importância dos empreendimentos para a dinâmica dos moradores de Xexéu e Jurema. “É um sentimento forte, que nos emociona ao ver as pessoas felizes. Muita gente ainda precisa de casa e, para isso, estamos fazendo as parcerias necessárias com o governo federal e com a Caixa Econômica. Vamos trabalhar para que as pessoas tenham qualidade de vida e dignidade. A Operação Reconstrução está fazendo com que as cidades voltem a funcionar como eram antes”, pontuou Paulo Câmara.

Ainda estão garantidas, dentro da intervenção, a pavimentação das vias, drenagem de águas pluviais, sistema de esgotamento sanitário com estação de tratamento de esgoto, sistema de abastecimento de água com reservatório elevado, energia e iluminação pública.

AÇÃO

As enchentes deixaram um rastro de destruição estrutural e conjuntural na vida das pessoas e na dinâmica de 68 cidades no Estado. O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria da Casa Militar, já entregou com a Operação Reconstrução 11 mil unidades habitacionais. São mais de 45 mil pessoas beneficiadas com a entrega de novas moradias em 18 municípios.

O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Mário Cavalcanti, afirmou que o trabalho é incansável. “É dessa forma, com as casas, que o Estado vai avançando; depois, com a construção das barragens que estão em andamento, além dos hospitais e pontes reconstruídos. Temos mais de 300 obras feitas na Zona da Mata”, enfatizou.

Em parceria com a Caixa Econômica Federal, o Governo do Estado já entregou em Pernambuco 96 mil unidades habitacionais dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. “Queria pedir que vocês cuidem das suas casas”, comentou o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, durante o ato.

“É preciso oferecer um ambiente saudável aos pernambucanos para que possam usufruir, também, de um padrão de urbanização com saneamento, habitação de qualidade, calçamento, espaços públicos. Enfim, todo o conjunto necessário, transformando áreas degradadas em espaços públicos de uso coletivo que promovam a autoestima das pessoas e uma real perspectiva de melhoria na qualidade de vida”, salientou o secretário de Habitação, Marcos Baptista.

*Post atualizado às 15h11

Maioria não quer descriminalização da maconha, diz ministro do Supremo

Da Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse acreditar que a maioria da sociedade brasileira é contra a descriminalização do uso da maconha, assunto que está sendo julgado pela Corte. Fux defende mais debate sobre o tema e diz que o espaço ideal para isso é o Congresso, que poderia legislar a respeito.

“Esse tema encerra um desacordo moral bastante expressivo na sociedade. Entendo que haja uma parcela maior da sociedade contrária à descriminalização. Então, o Supremo pode vir, ou não, a adotar uma solução contramajoritária, contra a vontade social”, disse o ministro à imprensa, pouco antes do lançamento de seu livro Novo Código de Processo Civil Temático, nessa sexta-feira (11), durante a 17ª Bienal do Livro no Rio.

Fux questionou se este é o melhor momento para o STF julgar o assunto e se a sociedade brasileira está preparada para a descriminalização, que deixaria de considerar crime o porte de maconha para uso pessoal.

“Como há esse dissenso na sociedade, recomenda-se que a Corte seja bastante ponderada no momento de adotar uma solução. Este é um tema que talvez nem fosse o momento do Supremo julgar. Eu não sei se a sociedade está preparada para receber esta solução. Quando há um desacordo moral razoável, nesses casos em que estão em jogo valores morais da coletividade, acho importante o juiz ouvir a sociedade.”

Para o ministro, que ainda não apresentou o seu voto neste processo, o tema seria melhor decidido através de votação no âmbito legislativo, o que daria maior espaço e tempo para a sociedade se manifestar.

“Acho que o Parlamento tem a legitimidade democrática por representar a sociedade. Será que hoje seria aprovada uma lei descriminalizando a droga? Há várias correntes da doutrina constitucional que entendem que não deve haver um governo de juízes, que o Judiciário não é uma instância hegemônica e que no Estado Democrático de Direito quem deve dar a última palavra é o Parlamento”, avaliou.

Uma saída possível para a questão, segundo Fux, seria o Congresso chamar para si o debate para uma eventual mudança na lei aproveitando a interrupção do julgamento do Supremo, suspenso após novo pedido de vista.

“Há diálogo implícito entre Legislativo e Judiciário. Foi pedido vista, é um julgamento que está causando estrépito, a sociedade está interessada, então pode ser que nesse interregno [intervalo] haja uma sinalização para que o Parlamento exerça o papel dele, legisle sobre isso, não empurre essa questão para o Judiciário.”

O julgamento estava em andamento esta semana no STF e foi interrompido por mais um pedido de vista. Após os votos dos ministros Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso a favor da descriminalização do porte da maconha, Teori Zavascki pediu mais tempo para analisar o assunto. Antes deles, o relator do processo, ministro Gilmar Mendes, já havia se posicionado a favor da descriminalização do porte da droga.

A mudança na lei é julgada no recurso de um ex-preso, condenado a dois meses de prestação de serviços à comunidade por porte de maconha. A droga foi encontrada na cela do detento. No recurso, a Defensoria Pública de São Paulo diz que o porte de drogas, tipificado no Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), não pode ser configurado crime, por não gerar conduta lesiva a terceiros. Além disso, os defensores afirmam que a tipificação ofende os princípios constitucionais da intimidade e a liberdade individual.

Dilma reúne equipe econômica e ministro da Justiça no Palácio da Alvorada

Da Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff convocou hoje (12) ministros para mais uma reunião no Palácio da Alvorada em um fim de semana. Participam do encontro os titulares da Fazenda, Joaquim Levy; do Planejamento, Nelson Barbosa; da Casa Civil, Aloizio Mercadante – que formam a Junta Orçamentária –, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Os secretários do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive; e da Receita Federal, Jorge Rachid, também estão na residência oficial da presidente. A reunião não estava prevista na agenda oficial de Dilma.

José Eduardo Cardozo deixou o Palácio da Alvorada no começo da tarde, sem falar com a imprensa. De acordo com a assessoria do Ministério da Justiça, o ministro se reuniu com a presidente para despachar sobre assuntos de rotina.

O governo discute o anúncio de medidas para mostrar compromisso com o corte de gastos desde o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard&Poor’s (S&P), na última quarta-feira (9).

Após o rebaixamento, os ministros Levy e Barbosa deram entrevistas reafirmando a estratégia do governo de reduzir despesas e estudar a criação de receitas e o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, disse que anúncio de novas medidas seria feito na sexta-feira, o que não aconteceu.

O primeiro anúncio, segundo Delcídio, será a redução de custeio dos ministérios, que serão reestruturados e terão contratos de prestação de serviço revistos para cortar gastos. A medida faz parte da reforma administrativa que vai cortar dez dos 39 ministérios do governo Dilma e deve ser anunciada até o fim de setembro.

Diante da pressão por reforma, PT resiste a entregar a Casa Civil

Da Folha de S. Paulo

Na reformulação da equipe do Palácio do Planalto em estudo pela presidente Dilma Rousseff, o PT não quer perder o comando da Casa Civil, hoje nas mãos do petista Aloizio Mercadante.

Segundo a Folha apurou, o partido da presidente aceita e até estimula a troca de Mercadante, mas quer ver no seu lugar o ministro da Defesa, Jaques Wagner, nome preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Conforme a Folha revelou na sexta-feira (11), Dilma estuda até um nome de fora do PT para ocupar a Casa Civil.

Um nome que é visto com simpatia entre aliados é o da ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO). É uma opção que poderia sinalizar um apelo de paz na direção dos peemedebistas.

Oficialmente, o Palácio do Planalto divulgou nota negando com “veemência” que a presidente pretenda trocar Mercadante, mas a Folha ouviu relato de interlocutores de Dilma em que ela manifestou abertamente sua intenção de ceder às pressões, tanto de peemedebistas como de petistas, e mudar o comando da Casa Civil.

Jaques Wagner esteve cotado para assumir a Casa Civil por sugestão do ex-presidente Lula no início do segundo mandato de Dilma.

Mercadante colecionou ao longo dos últimos meses atritos com o PMDB, principalmente com o vice-presidente, Michel Temer.

O petista acabou virando alvo de pressões de aliados, que passaram a defender sua saída como solução para a crise política. Seus críticos o consideram abrasivo no trato e centralizador na tomada de decisões.

PROXIMIDADE

Dentro do PMDB, uma ala do partido, ligada ao vice-presidente, acredita que um correligionário no comando da Casa Civil poderia reaproximar os peemedebistas do Palácio do Planalto.

Kátia Abreu, contudo, não conta com o apoio integral do partido.

Seu nome como candidata ao posto de Mercadante foi citado durante jantar de governadores do PMDB com Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e os líderes da sigla no Congresso.

Os presentes ponderaram que, embora não seja um quadro tradicional da legenda, a peemedebista é próxima à presidente Dilma, que foi madrinha de seu casamento no início deste ano, e também de Temer.

Kátia seria como um “ombro amigo” para Dilma, que se fortaleceria com alguém de sua confiança por perto.

As resistências internas no próprio PMDB a seu nome e, principalmente, no PT, tornam, porém, seu caminho em direção à Casa Civil complicado.

NOTA

Uma nota da Presidência sobre o caso afirma que “o governo federal desmente com veemência a manchete da Folha desta sexta (11), sobre a busca por um substituto para Mercadante. Afirma que “a reportagem não condiz com a realidade”.

O texto traz elogios a Mercadante, afirmando que o ministro da Casa Civil faz um “trabalho fundamental para a gestão”, que “tem colaborado para a construção da estabilidade política”. Segundo a nota, a reportagem “serve apenas para fomentar especulações desnecessárias”.

A Folha mantém a informação publicada, apurada com três interlocutores da presidente e reiterada por um quarto na manhã desta sexta.

A negativa do governo reflete a irritação da presidente Dilma Rousseff com o vazamento de suas intenções.

Acic Jovem promove Feirão do Imposto

A Acic Jovem promove neste sábado (12) o Feirão do Imposto, evento de âmbito nacional com ações em vários Estados. Em Caruaru, acontecerá no Shopping Difusora, durante todo o dia. Essa atividade tem como objetivo informar à população, de forma transparente, acerca da alta carga tributária paga sobre todos os serviços e bens de consumo.

O Feirão do Imposto é um projeto dos jovens empreendedores e empresários do Brasil criado em 2003, na cidade de Joinville (SC), pelo Núcleo de Jovens Empresários da Acij (Associação Empresarial de Joinville). O evento se tornou uma ação nacional realizada anualmente pela Conaje (Confederação Nacional dos Jovens Empresários).

Impasse no PSB de Caruaru continua

Por WAGNER GIL
Do Jornal VANGUARDA

A semana foi de cautela para a deputada Raquel Lyra, que pretende ser candidata à Prefeitura de Caruaru pelo seu partido, o PSB. O problema é que está surgindo um impasse entre ela e a ex-deputada Laura Gomes, que tentam o comando da legenda no município, fato fundamental para organizar uma candidatura majoritária no pleito do próximo ano. A parlamentar e o seu pai, o ex-governador João Lyra Neto (PSB), já tiveram uma série de reuniões com lideranças do partido, entre elas com o governador Paulo Câmara (PSB).

Após o encontro com Câmara, o Diario de Pernambuco e o colunista político Inaldo Sampaio (Folha de Pernambuco) noticiaram que o governador já teria decidido entregar o comando do PSB na Capital do Agreste aos Lyra. Na semana passada, cogitou-se a possibilidade dos dois deixarem a legenda, em caso de uma negativa da direção estadual de garantir o nome de Raquel na sucessão municipal.

O presidente do PSDB, Antônio Moraes, e os senadores Aécio Neves e José Serra já teriam dado o aval para a ida dos dois para a legenda, caso João Lyra e Raquel não resolvessem o seu impasse dentro do ninho socialista.

Ao noticiar que Raquel teria o comando do partido, o Diario de Pernambuco disse ainda que o anúncio poderia ocorrer neste final de semana, provavelmente no domingo (13), quando ocorre uma Agenda 40 do PSB na Região Metropolitana. Segundo o periódico recifense, a deputada teria sido convidada pelo governador para participar do evento, embora suas bases eleitorais estejam no Interior. “Lá (RMR) não vamos discutir sucessão, apenas trabalho”, garantiu a deputada caruaruense que, na eleição de 2014, foi a terceira mais votada, com mais de 80 mil votos, quase 30 mil deles só em Caruaru.

O problema pela disputa do comando do diretório muni-cipal do PSB ocorre em várias cidades, como Petrolina e Olinda. No Sertão, a direção do partido foi passada para o deputado Miguel Coelho. Segundo fontes, o motivo de tirar o PSB das mãos do deputado Gonzaga Patriota teria sido densidade eleitoral, ou seja, o grupo Coelho, comandado pelo senador Fernando Bezerra Coelho, reelegeu ainda o deputado federal Fernando Bezerra Filho. Na Terra das Carrancas, o candidato deve ser Miguel Coelho.

Já em Olinda, o PSB tem o nome do advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos. O problema lá é que a prefeitura está nas mãos do PCdoB, com Renildo Calheiros, que deve apoiar Luciana Santos, presidente nacional dos comunistas.

Nas reuniões que tiveram com a presidência do PSB estadual, João e Raquel cobraram o mesmo critério para Caruaru: densidade eleitoral. Nesse caso, Raquel foi eleita e Laura não conseguiu se reeleger e, hoje, atua como secretária-executiva no Governo do Estado. Além disso, a parlamentar foi a terceira mais votada, passando da casa dos 83 mil votos.

Nas entrevistas que concedeu nas principais emissoras de rádio da cidade, João Lyra garantiu que o nome de Raquel está na disputa, seja no PSB ou em outra legenda. “Esperamos que seja no PSB, mas, se não for, temos outras possibilidades”, afirmou o ex-governador de Pernambuco.

Além do PSDB, outras legendas abriram suas portas para Raquel ser candidata. “O momento não é de convite, mas Raquel e João Lyra são pessoas que têm muito o que dar a Caruaru, a Pernambuco e ao Brasil”, disse André de Paula, presidente do PSD. “Qualquer legenda teria orgulho de ter os dois em seus quadros”, completou o presidente do PSDB, Antônio Moraes.

Os órgãos de comunicação do Recife afirmam ainda que um dos problemas enfrentados pelo PSB na cidade é o fato do prefeito José Queiroz (PDT) ter sinalizado apoio ao atual vice-prefeito Jorge Gomes (PSB). Queiroz também teria dito que não vota de forma alguma em Raquel Lyra. Já João Lyra disse que espera construir a unidade da Frente Popular dentro do partido.

Apesar de nova, Raquel já tem uma larga experiência no poder público. Foi funcionária do Banco do Nordeste (advogada trainee), delegada da Polícia Federal e procuradora do Estado. Todos esses cargos foram conquistados através de concurso.

Raquel também foi convocada por Eduardo Campos para atuar no setor jurídico, logo quando ele foi eleito governador pela primeira vez, sendo chefe da Procuradoria, onde todos os projetos passavam por ela antes de chegar na Alepe.

Ela também foi secretária da Infância e Juventude, tendo, inclusive, de criar a estrutura da pasta, que não existia na gestão anterior. Atualmente, é presidente, pela segunda vez consecutiva, da Comissão de Legislação da Alepe, uma das mais importantes e que analisa todos os projetos que serão votados.

Raquel tem política em seu sangue. É neta do ex-prefeito de Caruaru (duas vezes), João Lyra Filho, que em 1959 criou, junto com Miguel Arraes, a primeira Frente Popular de Pernambuco. João Lyra Filho foi ainda deputado federal (uma vez) e deputado estadual (três vezes).

Outro nome de destaque na família Lyra é o do ex-ministro Fernando Lyra, eleito deputado estadual (uma vez) e sete vezes consecutivas deputado federal. Fernando foi um dos nomes mais influentes no Congresso Nacional nas décadas de 80 e 90, sendo uma das molas para a volta da democracia ao país e para a eleição de Tancredo Neves no Congresso Nacional.

Movimentos aderem ao requerimento de Hélio Bicudo sobre impeachment

Da Agência Brasil

Movimentos sociais que protocolaram pedidos de afastamento da presidente da República, Dilma Rousseff, anunciaram ontem que unificarão seus requerimentos ao do jurista e ex-deputado Hélio Bicudo. Fundador do PT, Bicudo protocolou no último dia 1º, na Câmara dos Deputados, um pedido de abertura de processo de impeachment da presidente.

“Os movimentos contra a corrupção estão aderindo a esse pedido do doutor Hélio em respeito a tudo que ele representa, a luta que ele representa contra a corrupção”, disse Carla Zambelli, do movimento Nasruas, porta-voz de 30 grupos que querem o afastamento de Dilma.

“Eu estou muito feliz, alegre, de ter vocês aqui, em casa, nesse movimento comum, nacional, a favor da moralidade pública da política brasileira”, afirmou Bicudo após reunião com representantes dos movimentos, ocorrida em sua residência, no bairro dos Jardins, em São Paulo.

No pedido de impeachment, o procurador aposentado, de 93 anos, reuniu cópias de pareceres, representações e acórdãos e reportagens. “Os fatos são de conhecimento notório, de forma que os denunciantes entendem serem suficientes à deflagração do processo de impeachment”, disse Hélio Bicudo. Ele afirma ainda que o país está mergulhado em “profunda crise, embora o governo federal insista que se trata de crise exclusivamente econômica, na verdade, a crise é política e, sobretudo, moral”.