Polícia Civil segue investigações na Operação Hipócrates 

A Polícia Civil de Pernambuco apresentou, na tarde desta quarta-feira (11), o resultado da Operação Hipócrates, que desbaratou uma organização criminosa que atuava captando pacientes da rede pública, utilizando o método de retardamento doloso na prestação de serviços nas áreas de ortopedia e traumatologia do Hospital Geral do Agreste, em Caruaru, para forçar o pagamento indevido de valores pelos pacientes ou seus familiares.

Segundo a polícia, o grupo esperava o doente sofrer até a exaustão para “oferecer” facilitações no tratamento e procedimentos cirúrgicos. A cobrança variava caso a caso e ia de R$ 4 mil a R$ 12 mil. Hoje haverá entrevista coletiva em Caruaru.

Foram presos, em Caruaru, Agrestina, São Caetano, Tacaimbó e no Recife, oito pessoas, sendo dois médicos, cinco profissionais diversos de saúde e um comerciante. Ainda foi cumprido mandado de condução coercitiva contra outro médico e outro servidor. Um décimo-primeiro membro do grupo não foi encontrado e já é considerado foragido. 

Todos vão responder por organização criminosa, corrupção passiva, tráfico de influência e lesão corporal, mas diversos crimes ainda podem ser incluídos no inquérito, com o decorrer das investigações. Durante as buscas, a polícia apreendeu ainda um revólver calibre 38, dez computadores e documentos que passarão a ser analisados.

A Operação Hipócrates teve início em julho, com base em pedido da Secretaria de Saúde após denúncia recebida durante a realização do Todos por Pernambuco (atividade do Governo que escuta sugestões e críticas da população nas várias regiões do Estado) e em solicitação do Ministério Público.

 Para o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, a ação não se resumiu à SDS, mas foi uma iniciativa do Governo. “Pessoas com desvio de conduta podem aparecer em qualquer situação. A diferença é o que se faz quando elas são descobertas”, disse o secretário, alertando para a gravidade do fato: “Eles se valiam da dor das famílias”, lamentou.

 
Já o delegado Erick Lessa, que esteve à frente da operação ao lado da delegada Pollyane Farias, lembrou da crueldade do método utilizado pelo grupo. “Eles geravam desespero antes de entrar em ação. Além de todo o sofrimento, as pessoas ainda tinham que pagar por um serviço que deveria ser prestado gratuitamente”, contou, destacando a importância de que vítimas da organização procurem a polícia para denunciar: “Temos seis casos comprovados, mas esse número deve ser bem maior. Peço que quem passou por isso procure a polícia para que possamos abrir novos inquéritos”.

 

Câmara aprova importação mais fácil para pesquisadores

Os pesquisadores e entidades ligadas à pesquisa estão mais perto de conseguirem importar bens e materiais necessários a seus estudos com a aprovação por unanimidade, ontem (11), na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), da Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei 297/2015, do deputado federal João Fernando Coutinho (PSB-PE). O PL facilita os trâmites na aduana e isenta de taxas os produtos na Receita Federal e na Anvisa.

Segundo Coutinho, o atual cenário dificulta o desenvolvimento da pesquisa no País, por isso a importância do projeto. “Além do limitado orçamento destinado à ciência, o valor destes produtos no Brasil acaba sendo, em média, três vezes maior quando comparado ao valor pago por pesquisadores nos EUA e na Europa”. O parlamentar também ressalta como entrave à produção científica o tempo gasto para o recebimento dos produto. No Brasil, enquanto a espera chega a três meses, em outras partes do mundo essa entrega é realizada em até 24 horas.

“Este Projeto de Lei, apresentado pelo ilustre Deputado João Fernando Coutinho, tem alta relevância para País. A proposta pode significar uma contribuição para a definitiva resolução dos problemas que o Brasil enfrenta para fomentar aqui a pesquisa e o desenvolvimento de inovações que possam nos colocar em um lugar, no cenário mundial, mais condizente com nossas possibilidades e necessidades”, destaca o relator do projeto na CSSF, o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG).

Barbosa apresentou algumas modificações ao PL, por meio de um substitutivo. “Nele (substitutivo) está previsto que as importações deverão ser processadas da maneira mais simplificada e célere possível, livres de taxas de qualquer natureza, independentemente do valor declarado, e desde que realizadas pelo CNPq ou pesquisadores, entidades sem fins lucrativos e micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) de base tecnológica, previamente cadastrados pelo CNPq”, explica.