‘Todos somos perdedores’, diz líder do PDT

 O líder do PDT, deputado Weverton Rocha (MA), reafirmou que vai votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff neste domingo (17). Ele ressaltou, no entanto, que nesse processo, todos são perdedores.

“O Brasil não vai ter vencedor e não vai ter vencido. Todos nós já perdemos ao não ter a capacidade de cumprir a Constituição à risca e ao não garantir educação e saúde para o nosso povo”, lamentou.

PSD também orienta bancada pelo impeachment 

 Em nome da bancada do PSD, o deputado Rogério Rosso (DF), encaminhou a favor do prosseguimento do processo de impeachment e ressaltou que “cada um dos 513 deputados representa 96 milhões de eleitores”, o que a torna legítima para a votação.

Rosso criticou o líder do PT, deputado Afonso Florence (PT-BA), que acusou a comissão de parcialidade em seu funcionamento. “Foi o Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu, no julgamento de todos os recursos, a lisura do funcionamento da comissão especial”, lembrando que foram feitas mais de onze reuniões sobre o assunto. “Em 1992, não foi dada a oportunidade de o advogado do então presidente Fernando Collor de Mello de se pronunciar na comissão e, desta vez, o Advogado-Geral da União (AGU) falou por duas vezes”, recordou.

O líder do PSD elogiou o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), classificando-o de “cristalino”. “Devemos deixar para o Senado o julgamento da presidente Dilma Rousseff, como prevê a Constituição”, afirmou

Líder do DEM diz que Governo agravou a crise política e econômica 

Pela liderança do DEM, o deputado Pauderney Avelino (AM) destacou que os preceitos constitucionais estão atendidos no relatório aprovado na comissão especial. 

“As causas e as consequências das ações da presidente Dilma Rousseff geraram a crise econômica. O meu estado sofre muito com essa recessão, com queda de 14% da produção nos últimos doze meses”, afirmou.
Avelino disse que o que considerou 

“crise moral do governo” atinge todos os cantos do País. Para ele, o processo a favor do impeachment deve muito a toda a população brasileira que foi às ruas. Elogiou ainda a Justiça, o Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU).

“Sempre falam mal da Câmara dos Deputados, mas é aqui que a população tem guarida para suas reivindicações”, reafirmando a orientação de sua bancada a favor da autorização para o processo de impeachment.

Confusão entre deputados marca o início da sessão

Do Congresso em Foco

Antes mesmo de entrarem no plenário da Câmara dos Deputados, parlamentares favoráveis e contrários à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff se enfrentaram e bateram boca.

Minutos antes das 14h, quando pontualmente começou a sessão, um grupo de parlamentares contra o impedimento entrou no Salão Verde em direção ao plenário da Casa aos gritos de “democracia” e “não vai ter golpe”. Os deputados pró Dilma também seguravam cartazes em favor da presidenta.

Diante das atenções que o ato despertou no Salão Verde, a oposição contra atacou de mãos dadas aos gritos de impeachment e cantando “ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora, o dia já vem raiando, meu bem a Dilma já vai embora”.

Domingos Sávio (PSDB-MG) acusou os contrários ao impedimento de iniciarem o tumulto : “estávamos parados e eles vieram nos pressionando. Eles querem provocar, mas nós vamos ganhar no voto”. Já o deputado Orlando Silva (PCdoB–SP) defendeu os colegas e negou a provocação.

O início da sessão teve tumulto também quando alguns deputados não conseguiram subir atrás da mesa da presidência da Câmara para erguer cartazes a favor ou contra o impeachment. Depois que uma faixa escrito “Fora Cunha” foi aberta atrás da mesa do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) proibiu qualquer tipo de faixa no plenário.

PSB confirma voto pelo impedimento de Dilma 

O líder do PSB, deputado Fernando Coelho Filho (PE), disse que o impeachment de Dilma Rousseff é a solução constitucional e possível para que o Brasil supere as crises econômica, política, social e ética.

“O sentimento que domina o PSB não é de alegria, nem de revanche. É de preocupação e frustração para o País”, afirmou. Para ele, a presidente perdeu de vez a governabilidade. “Não tem condições de liderar uma agenda mínima para o País.”

Filho lembrou que o PSB fez parte do governo Lula e do início da gestão Dilma. “Fomos solidários, fomos corretos, fomos leais e alertamos quando politica e indicadores econômicos prenunciavam o desastre atual”, declarou.

Deputados se empurram em plenário

O clima de guerra vivenciado nas ruas brasileiras invadiu o plenário da Câmara. Os deputados federais trocaram empurrões na sessão de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em número maior, a oposição desfila com cartazes pedindo o afastamento de Dilma. Em número menor, o governo reclama de golpe, ciente da derrota que está por fim.

De acordo com o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), contrário ao impeachment de Dilma, o governo tende a perder a votação. No entanto, ele destaca que não participou de listas e bolões patrocinados por suas excelências. “O clima é contra o governo”, diz.

PP deve votar fechado pelo impeachment 

O líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), ressaltou que a bancada orientou pela admissão do processo de impeachment, mas lembrou que o partido participou do governo Dilma desde o primeiro mandato, no qual exerceu a função de ministro das Cidades.

Ele disse que sua bancada discutiu o tema do impeachment de forma democrática e livre. Para ele, é preciso fazer uma reflexão profunda sobre o atual modelo na qual a democracia vigora.
“É preciso que tenhamos um compromisso para que, qualquer que seja o resultado, tenhamos um rumo comum para que o Brasil saia dessa encruzilhada. Firmeza sim, mesquinhez jamais”, disse.

Ribeiro ressaltou que Dilma Rousseff é uma pessoa honesta e honrada, mas não é ela que está sendo julgada e sim o governo. “Não podemos conviver com o impasse permanente e sem resolução. O crime de responsabilidade supostamente cometido e que tem sido discutido é apenas parte do problema e o Brasil precisa continuar em frente”, avaliou

PR apóia Governo e seu líder indica voto pelo impeachment 

O líder do PR, deputado Aelton Freitas (MG), afirmou que a bancada do partido apoia o governo da presidente Dilma Rousseff e votará contra o pedido de impeachment. “É um impeachment em desacordo com a Constituição do nosso País”, defendeu.

Freitas disse ainda que não houve dolo, ou seja, intenção, da presidente Dilma Rousseff ao autorizar decretos para abertura de crédito suplementar sem o aval do governo ou recorrer às pedaladas fiscais. São esses fatos que fundamentam a denúncia contra Dilma agora analisada pelo Plenário da Câmara.

Relator reafirma que houve crime no Governo Dilma 

O relator do pedido de impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), reafirmou em Plenário que a presidente Dilma Rousseff atentou contra a Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele disse que há respaldo constitucional para seu parecer, pela abertura do processo contra a presidente da República, e que o texto foi elaborado com isenção.

“Não se pode tudo apenas porque se foi eleito. 54 milhões de votos não autorizam o descumprimento da Constituição e a prática de atos que atentem contra as finanças públicas”, argumentou. “Democracia também é saber respeitar as instituições, submeter-se à Constituição e principalmente ser transparente no trato das finanças públicas”, complementou Jovair.

A fala do relator foi interrompida pelo apelo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para que parlamentares liberassem o espaço em volta da tribuna, de onde falava Jovair, e também o espaço atrás da Mesa Diretora. “Que a luta política se faça nos discursos. Que se tenha respeito aos deputados e ao País que está assistindo isso”, solicitou Cunha.