Para Nelson Barbosa, TCU mudou regra para atingir Dilma

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou, neste sábado (27), que está ainda mais convencido de que Dilma não cometeu qualquer crime de responsabilidade e de que o Tribunal de Contas da União (TCU) agiu para prejudicar a presidenta ao formular, no decorrer do mandato dela, um entendimento inusitado, que jamais teve.
 
Depois de ouvir a primeira testemunha do dia, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa – que explicou que o governo Dilma parou de emitir decretos de suplementação orçamentária quando chegou a um entendimento com o TCU – a mudança da avaliação do tribunal não poderia retroagir de maneira nenhuma. 
 
“O ministro Brabosa deixou claro: como o TCU passou a cobrar uma posição diferente do governo, se ele próprio nunca havia se debruçado sobre aquilo? E outra: como reprovar as contas da presidenta se a meta fiscal foi cumprida ao final do ano e o governo respeitou todas as decisões daquela Corte de contas? Não tem cabimento”, afirmou Humberto.
 
Segundo o parlamentar, a mudança de entendimento do TCU ao longo do ano passado não deveria, jamais, ter efeito retroativo, porque isso contraria a legislação brasileira. “É inadmissível que imponham uma nova regra e cobrem o seu cumprimento mesmo antes dela existir. Por essa lógica, Fernando Henrique e Lula deveriam ter sido punidos também, já que praticaram os mesmos atos”, declarou. 
 
Em seu depoimento, Barbosa explicou que os questionamentos do TCU ao governo ocorreram apenas em 12 de agosto do ano passado e que as explicações foram encaminhadas ao tribunal em 7 de outubro. “Depois disso, quando a situação foi resolvida, o governo não abriu mais crédito suplementar”, garantiu o ex-ministro. 
 
Ele também comentou que os decretos de suplementação orçamentária, um dos pontos da denúncia contra Dilma, não geraram qualquer despesa adicional aos cofres públicos e foram editados a partir de um trabalho técnico criterioso feito por vários ministérios. 
 
Segundo ele, trata-se de autorização para abrir crédito para executar o orçamento. “O decreto não aumenta a despesa. Ele apenas dá mais liberdade para utilizar aquele recurso limitado. Então, não se pode falar em aumento de gastos ou maquiagem das contas. E vale ressaltar que fizemos, no ano passado, o maior contingenciamento da história do país: R$ 78 bilhões”, observou. 
 
O ex-ministro ainda comentou, a respeito do segundo e último pontos da acusação contra a presidenta: as chamadas pedaladas fiscais, que são os eventuais atrasos de repasse do governo do Plano Safra ao Banco do Brasil. O relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que pede o afastamento de Dilma, diz que o procedimento se configurou como operação de crédito e, portanto, há crime de responsabilidade. 
 
Só que, para Barbosa, a própria Secretaria do Tesouro Nacional (STN), já na gestão do presidente interino Michel Temer, nega esse posicionamento. Barbosa disse que, no dia 30 de maio deste ano, o órgão emitiu nota técnica em que afirma que não se trata de operação de crédito. “O documento foi feito por técnicos da STN, os mesmos que seguem nos cargos nesse governo atual, porque são técnicos, são servidores de carreiras do Estado. A Procuradoria-Geral da Fazendo Nacional também já afirmou que não são operações de crédito”, garantiu.

Francisco Papaléo é empossado na Secretaria das Cidades

O governador Paulo Câmara empossou, nesta sexta-feira (26.08), Francisco Papaléo no cargo de secretário estadual das Cidades, durante cerimônia no Palácio do Campo das Princesas.  Ex-presidente do Grande Recife Consórcio, o novo comandante da pasta substitui André de Paula, que retoma o mandato de deputado federal, em Brasília. Ruy Rocha, que ocupava a secretaria-executiva da pasta, presidirá o Consórcio. “O secretário Francisco Papaléo tem minha confiança e chega para continuar o trabalho de André de Paula. Temos muitas entregas a fazer e desafios que serão realizados”, afirmou o chefe do Executivo estadual.
 
Durante o ato de nomeação de Papaléo, Paulo Câmara fez um breve balanço do que foi feito, até então, na Secretaria das Cidades. “Ao longo de um ano e oito meses, demos a prova de que é possível fazer mais: realizamos a entrega de terminais e de estações do BRT e tivemos a construção do Passe Livre. Agora, temos todas as questões de mobilidade devidamente encaminhadas, com obras em todo o Estado, mesmo diante de um quadro tão difícil”, destacou.
 
Ao assumir o cargo, o secretário afirmou que dará encaminhamento a todos os projetos que vinham sendo realizados, buscando alternativas para que todo o cronograma planejado seja concluído. “Como já fazíamos parte da Secretaria das Cidades, por meio do Grande Recife, participando, por exemplo, do monitoramento, então somos conhecedores dos desafios e das soluções de Pernambuco”, disse Francisco Papaléo.  “Depois de ter tido grandes experiências, não esperava que o maior desafio estivesse por vir. Agradeço pela confiança”, concluiu. Além de ex-presidente do Grande Recife Consórcio, o recém-empossado secretário estadual das Cidades também foi diretor da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe) e esteve à frente do Instituto de Recursos Humanos (IRH).
 
Durante a solenidade, o ex-secretário das Cidades e deputado federal André de Paula destacou que Pernambuco ganha um aliado na Câmara dos Deputados, em Brasília. “Mudei de trincheira, mas continuo empunhando a mesma bandeira e Paulo Câmara terá um aliado a mais para defender os interesses legítimos dos pernambucanos”, ressaltou.

REDE reafirma sua posição favorável ao impeachment

O Senado iniciou na última sexta a Sessão de julgamento da presidente Dilma, acusada de ter cometido crime de responsabilidade. Desde o dia 01 de dezembro, quando foi aceito o pedido de tramitação do processo de impeachment no Congresso, foram apresentados documentos de acusação e de defesa, testemunhas foram ouvidas e perícias realizadas, com acompanhamento estreito do Supremo Tribunal Federal.
Os elementos que levaram a REDE a se posicionar a favor da admissibilidade do processo do impeachment se confirmaram nessa etapa de debates no Senado. Reiteramos nosso posicionamento favorável ao afastamento definitivo da presidente Dilma, lembrando que a REDE respeita a pluralidade das posições e opiniões sobre essa questão e decidiu liberar as bancadas na Câmara e no Senado para votarem de acordo com suas consciências.
Também reafirmamos nosso entendimento de que o impeachment, por si só, não resolverá a crise política, social, econômica e moral. É preciso que as investigações da Lava-Jato continuem, que todos os culpados sejam punidos. Insistimos que a melhor saída para a crise é a convocação de uma nova eleição a partir da cassação da chapa Dilma-Temer. A Lava-Jato tem apontado que há indícios de que dinheiro público desviado da Petrobrás tenha sido usado para financiar a campanha dessa chapa e que várias lideranças do PMDB podem ter sido beneficiadas com recursos ilícitos.
Por fim, entendemos que os fiadores da Operação Lava-Jato somos nós, cidadãos e cidadãs, os únicos capazes de escolher um governo com credibilidade para tirar o país da crise.
Comissão Executiva Nacional
Rede Sustentabilidade