Aliados querem fala dura de Dilma; não, ao termo golpe

Do G1, em Brasília

Aliados da presidente afastada Dilma Rousseff defendem que ela faça um discurso “duro” e “firme” no Senado nesta segunda-feira (29), quando vai ao plenário para se defender no julgamento final do processo do impeachment.

Para senadores ouvidos pelo G1 e para o advogado de defesa, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, Dilma deve, além de enfatizar que não cometeu crime, não cair em eventuais provocações de adversários.

No entanto, os aliados da petista divergem sobre o uso dos termos “golpe” ou “golpista” no pronunciamento, com previsão de duração de 30 minutos, prorrogáveis por período indeterminado a critério do presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O depoimento de Dilma é esperado como um dos principais atos do julgamento do impeachment. Esta vai ser a primeira vez que ela irá ao Congresso desde que foi afastada da Presidência da República, em maio

A sessão está prevista para começar às 9h. Após o pronunciamento, Dilma receberá perguntas formuladas pela acusação, pela defesa e por senadores e poderá responder se quiser. Assessores e aliados dizem que a disposição dela é responder.

Segundo a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), ministra e amiga pessoal de Dilma, senadores contrários ao impeachment vão se reunir com a presidente afastada no fim de semana para definir a estratégia a ser usada na segunda-feira.

Um dos que defendem o tom mais “duro” no discurso de Dilma, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), avaliou que a presidente afastada precisa resistir e não cair em possíveis “provocações” de parlamentares favoráveis ao impeachment.

Ele disse também acreditar que Dilma não deve “elevar o tom”, fazer acusações contra senadores, apontar eventuais envolvimento deles em casos de corrupção ou chamá-los de “golpistas”.

Ex-ministro de Dilma, o senador Armando Monteiro Neto (PTB-AL), por sua vez, defendeu que a petista faça uma fala “firme” durante a sessão, “como é a característica” da presidente afastada.

“Ela tem que fazer uma fala firme e ser altiva. Evidentemente, se ela puder temperar sua fala com um toque mais humano, é sempre bom. E não me parece que ela está vindo aqui apontar o dedo aos senadores, chamá-los assim [golpistas]. […] Até porque não seria uma linguagem própria e não a ajudaria nesse contexto [de julgamento]”, declarou o G1.

Divergência
Uma das principais aliadas de Dilma no Senado, Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), por outro lado, disse “discordar” dessa tese, pois acredita que a presidente afastada deve, sim, chamar de “golpistas” os senadores que defendem o impeachment. “Por que ela esconderia isso?”, indagou.Para Vanessa Grazziotin, a sessão de segunda será um “debate muito forte” porque “todos os lados estão muito nervosos”.

“Se alguém no plenário elevar o tom contra ela [Dilma], algum senador, não será ela quem responderá. Seremos nós, no outro lado do plenário”, declarou. “Gente, alguém vai para o abatedouro como um cordeiro que é mansinho?”, indagou.

O advogado de Dilma no processo, José Eduardo Cardozo, disse ao G1 não saber o tom que Dilma usará em seu discurso, mas afirmou que “certamente será de uma chefe de Estado acusada injustamente”.

“Dilma fará uma contextualização política sobre o assunto e abordará os aspectos que considera mais descabidos nas acusações contra ela. Eu usei o termo ‘golpista’ o tempo inteiro, por escrito e nas minhas falas, assim como vários juristas de todo mundo têm utilizado, e não vejo por que ela não fazê-lo [chamar senadores de golpistas]”, afirmou o ex-ministro da Justiça.

Lula
Na segunda, Dilma contará com uma estrutura especial no Senado. Além de parte do gabinete do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi colocada à disposição dela a tribuna de honra do plenário, onde poderão ser acomodados ex-ministros e auxiliares.

Ela vai ter a presença de seu mentor político e antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lista de pessoas que vão acompanhar Dilma na sessão tem ainda 18 ex-ministros – como Jaques Wagner (Casa Civil) e Aloizio Mercadante (Educação) –, presidentes de partidos – entre eles Rui Falcão (PT) e Carlos Lupi (PDT) – e assessores que a acompanham no Palácio da Alvorada.

Lava Jato ofende quem prega respeito à Constituição

Folha de S.Paulo

O procurador-geral Rodrigo Janot tem uma curiosidade. Bom sinal, nestes tempos em que temos sabido de inquisidores sem curiosidade, só receptivos a determinadas respostas.

A crítica do ministro Gilmar Mendes aos “vazamentos” de delação na Lava Jato suscitou a reação de Rodrigo Janot registrada por Bernardo Mello Franco: “A Lava Jato está incomodando tanto? A quem e por quê?”.

É uma honra, e quase um prazer, aplacar um pouco a curiosidade que a esta altura acomete ainda o procurador-geral, talvez forçando-o a alguma passividade ou omissão.

Não escapa à sua percepção o quanto a Lava Jato incomoda aos que envolve com sua malha, tenha ou não motivo real para tanto.

Mas existe outra classe de incomodados, muito mais numerosos do que os anteriores e atingidos por inquietação diferente. O procurador-geral não terá dificuldade em reconhecê-los.

É uma gente teimosa e inconformada. São os que prezam o respeito à Constituição, mesmo que não a admirem toda, e às leis, mesmo que imperfeitas.

E entendem, entre outras coisas, que isso depende não só dos governos e políticos em geral, mas, sobretudo, dos que integram o sistema dito de Justiça. Ou seja, o Judiciário, o Ministério Público, as polícias.

Perseguições escancaradamente políticas, prisões desnecessárias ou injustificáveis, permanências excessivas em cadeias, “vazamentos” seletivos —tudo isso, de que se tem hoje em dia inúmeros casos, incomoda muita gente.

Porque, além de covardes, são práticas que implicam abuso de autoridade e múltipla ilegalidade. E sua prepotência é tipicamente fascistoide.

Mas os incomodados com isso não se mudam e não mudam. Querem o fim da corrupção e de todas as outras bandalheiras, sem, no entanto, o uso de resquícios do passado repugnante.

2) Mais uma vez, às vésperas de uma decisão em procedimentos destinados ao impeachment, a Lava Jato cria uma pretensa evidência, na linha do escandaloso, que atinja Dilma Rousseff ainda que indiretamente.

Desta vez, estando os seus procuradores sob suspeita do crime de “vazamento” de matéria sigilosa, a Lava Jato passou a tarefa ao seu braço policial: o já conhecido delegado Márcio Anselmo, da Polícia Federal, indicia Lula, Marisa e Paulo Okamotto.

Os procuradores da Lava Jato pediram 90 dias para fazer a denúncia dos indiciados. Três meses? Um inquérito com as peças que justifiquem o indiciamento não precisa de tanto prazo para a denúncia.

A dedução é inevitável: o indiciamento foi precipitado, com o mesmo propósito político dos anteriores atos gritantes, e os longos três meses são para tentar obter o que até agora não foi encontrado.

3) O governo da China ofereceu ao Brasil, em junho de 2015, crédito em torno de US$ 50 bilhões para obras de infra-estrutura.

A Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, no governo Dilma, e os chineses formaram uma comissão que, por sua vez, decidiu pela criação de um fundo de investimento de US$ 20 bilhões, composto por US$ 15 bilhões da China e completado pelo Brasil. Um outro fundo elevará o financiamento ao montante proposto no ano passado.

O governo de Michel Temer reteve a formalização do acordo, e o início do primeiro fundo, para apresentá-lo como realização sua. No dia 2 de setembro, data escolhida em princípio.

4) A crítica de Gilmar Mendes aos procuradores da Lava Jato foi atribuída por muitos, nos últimos dias, ao corporativismo sensibilizado pelo “vazamento” injustificado contra o ministro Dias Toffoli.

O que houve, porém, foi a repetição, em parte até com as mesmas palavras, das críticas feitas por Gilmar Mendes em pelo menos duas ocasiões. Inclusive tratando como crimes os “vazamentos” de delações sigilosas. Os quais, na verdade, não são vazamentos, ou informações passadas a jornalistas: são jogadas com fins políticos.

A definição como crime, aliás, é motivo bastante para que a tal investigação do “vazamento” contra Toffoli, ou nem comece, ou termine em nada a declarar.

A pobre estreia de Temer no G20

Folha de S.Paulo

Se se tornar o presidente efetivo até lá, Michel Temer fará sua apresentação à sociedade internacional durante a cúpula do G20 nos próximos dias 4 e 5, em Hangzhou (China).

Será tudo menos uma estreia apoteótica. Primeiro porque Temer carece do brilho que só o banho das urnas confere a governantes recém-empossados.

Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, apresentou-se ao mundo (no caso dele, no Fórum de Davos, em 2003) e foi um sucesso de público e de crítica, um tanto por sua vitória eleitoral e muito por sua história de vida, realmente cinematográfica. Temer, ao contrário, tem uma biografia convencional.

Segundo fator: o Brasil de Temer está tendo o pior desempenho econômico entre todos os países do G20. Até a Rússia, a pior da classe no G20 anterior, passou o Brasil.

Os simpatizantes do novo governo podem dizer que a culpa não é dele, mas de Dilma Rousseff. Não deixa de ser verdade, mas para o resto do mundo é difícil entender como o companheiro de chapa de uma pessoa não é corresponsável pelas políticas adotadas.

Afinal, não se conhece uma única palavrinha de Temer contra o que Dilma fazia. Até fez questão de ser o candidato a vice em 2014, quando já operavam as políticas que acabaram levando ao desastre.

Mais complicado ainda é o fato de que os anúncios de Temer até agora vão na contramão do pensamento predominante hoje no G20.

O clubão das grandes economias comprometeu-se, na cúpula de 2013, a adotar políticas que levassem o mundo a crescer, até 2018, 2,1 pontos percentuais acima do que o Fundo Monetário Internacional previa naquele ano.

Como a previsão era de crescimento de 2,9%, tem-se, portanto, que, em 2018, o mundo deveria estar crescendo fabulosos 5%.

É uma meta que, a esta altura, parece inalcançável. Tanto que na mais recente reunião dos ministros de Economia do G20 anunciou-se, pela enésima vez, a disposição de “usar todas as ferramentas políticas, individual e coletivamente”, para alcançar um crescimento forte.

Até o Fundo Monetário Internacional, outrora guardião inflexível da ortodoxia, especificou uma das ferramentas necessárias: mais gasto público. O Brasil de Temer, além de estar contribuindo para arruinar a meta de crescer 5% em 2018, parece exclusivamente preocupado com o acerto das contas públicas, no pressuposto de que, uma vez alcançado este, o crescimento virá inexoravelmente.

Para o meu gosto, é mais fé do que ciência. De todo modo, a ênfase na agenda do novo governo não é o crescimento, ao contrário do que destacam, ao menos retoricamente, seus pares do G20.

De todo modo, o governo brasileiro festeja o fato de que a China, a anfitriã, incluiu “reformas estruturais” entre os temas para facilitar o crescimento. Essa expressão acaba sendo uma muleta retórica que países (ou o mundo em geral) usam quando o crescimento é medíocre, como ocorre atualmente.

O governo Temer também usa a muleta retórica, o que, em tese, significa que está em sintonia com o G20. É pouco para uma estreia que tem tudo para ser opaca.

Violência em alta no reduto do Mestre Vitalino

ALTO

Pedro Augusto

A presença dos bonecos de barro na festa de encerramento das Olimpíadas 2016, ocorrida no último domingo (21), no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, emocionou não só os pernambucanos, mas principalmente os moradores do Bairro do Alto do Moura, em Caruaru, onde o Mestre Vitalino deu vida, já há bastante tempo, a esta arte incessante. A justa homenagem sob a trilha sonora de nada mais, nada menos de “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, acabou servindo como um alento para a comunidade do filho mais ilustre da Capital do Agreste, haja vista a dura realidade conforme atualmente ela está passando. Horas antes da realização da cerimônia, mais precisamente pela manhã, um grupo de moradores se concentrou na entrada da localidade para dar início a um protesto cobrando mais segurança em suas ruas e avenidas.

Trajados em sua maioria com camisas pretas e com cartazes nas mãos, os manifestantes circularam pela comunidade chamando a atenção dos demais populares e da própria Polícia Militar, que se encontrava dando o auxílio necessário para o desenrolar da ação. Um segundo ato, desta vez na noite da última quarta-feira (24) e contando com o mesmo cronograma, também foi promovido por um quantitativo de protestantes ainda maior. Dentre eles estava o artesão Helton Rodrigues, que possui um ateliê na Avenida Mestre Vitalino. Se fosse para ele enumerar o número de crimes que tem conhecimento e que ocorreram recentemente na comunidade, não caberia nos seus dedos. Para a reportagem VANGUARDA, o artesão tentou resumir os casos sabidos.

“O Alto do Moura vem passando por um problema de segurança muito sério. Hoje, os pais de famílias têm sido roubados nos pontos de ônibus, as casas e os estabelecimentos comerciais vêm sendo arrombados, os veículos estão sendo furtados e a polícia não tem dado conta de tanta violência. Para se ter ideia, assim que a unidade itinerante da Polícia Militar seguiu para outra comunidade, uma pessoa foi assassinada nas imediações, bem como alguns automóveis foram levados. Eu mesmo já fui uma das vítimas desses bandidos. Recentemente, dois deles invadiram o meu ateliê e furtaram dinheiro e mercadorias. Hoje, pelo menos 90% da população do Alto já foi roubada. Um absurdo!”.

O também artesão Rogério Senna foi outro a sentir na pele a sensação nada agradável de ser assaltado. Para ele está faltando uma atenção maior por parte das autoridades. “A prática de roubos tem sido constante por aqui e não estou vendo muita disposição por parte não só da PM, mas também das demais instituições envolvidas com o nosso sistema de segurança para resolver esse problema que vem aterrorizando bastante a todos nós moradores. Queremos mais policiais atuando nas nossas ruas. Todo mundo sabe que o Alto do Moura é um polo turístico de Caruaru e não pode ficar a mercê dos criminosos. Se não há segurança, os turistas e os próprios moradores locais deixam de nos visitar e todos saem perdendo. Depois que levaram a minha moto, passei a viver com medo”, desabafou.

De acordo com a autônoma Hilda Maria, no Alto do Moura, a prática de crimes não tem se restringido a apenas um horário. “A minha prima, por exemplo, que também é minha vizinha, teve a sua casa arrombada em plena 1h30 da tarde. Levaram praticamente tudo. Jamais imaginei que os bandidos teriam coragem de fazer isso tudo ao luz do dia, mas estava enganada. Aqui no Alto do Moura, eles têm pintado e bordado do início da manhã até a madrugada. A comunidade anda tão assustada que, à noite, as ruas têm parecido um deserto. Quem é doido de colocar os pés para fora?”, questionou. Segundo informações repassadas à reportagem VANGUARDA, os crimes estariam sendo realizados por meliantes oriundos de comunidades circunvizinhas.

Tida como uma das principais líderes dos protestos realizados, a artesã Roseli Maria afirmou que os atos em prol do combate à violência não irão acabar na comunidade. “Enquanto a paz e o sossego não voltarem a reinar no Alto do Moura continuaremos com as nossas manifestações pacíficas. Infelizmente o número de assaltos e arrombamentos tem crescido a cada dia e, quando a polícia vem chegar até aqui, os bandidos já se encontram muito longe. Queremos que a polícia e as demais autoridades resolvam de uma vez esta questão da segurança no Alto do Moura, porque não aguentamos mais. Após a saída da unidade móvel da PM, os criminosos aproveitaram para fazer a limpa por aqui.”

PM

Diante de tantas críticas e cobranças por parte da população local, o VANGUARDA acabou entrando em contato com o assessor de imprensa da Polícia Militar, capitão Edmilson Silva. Por telefone, o policial afirmou que a corporação tem feito o que está ao seu alcance. “Contamos com uma viatura exclusiva para o Alto do Moura e região e as ações de combate à criminalidade têm sido constantes. Costumamos dizer que segurança não se faz apenas com o trabalho da Polícia Militar, mas infelizmente esta última, na maioria dos casos, é a única cobrada por isso, mas reiteramos: o que cabe à PM, ela tem feito. Em relação ao trailer ou unidade móvel, precisamos ressaltar que o equipamento possui caráter itinerante, ou seja, não pode ficar limitado somente a uma comunidade.”

O capitão destacou ainda a importância do repasse de informações por parte dos moradores, bem como o registro de queixas das vítimas para que a polícia possa chegar aos bandidos o mais rápido possível. Eles podem entrar em contato com a PM, através dos telefones 190 e 99488-3439.

Eleição dinamiza mercado mesmo em época de crise

Pedro Augusto

Em Caruaru, cidade esta que vem batendo todos os recordes sucessivos de demissões em massa, o período eleitoral parece ter chegado em boa hora. Para quem ainda não conseguiu ligar uma coisa à outra, é recomendável saber que as campanhas dos candidatos costumam gerar diversas ofertas de empregos temporários direcionadas para os mais variados setores. Neste ano, apesar do tempo delas encontrar-se mais curto em relação ao pleito anterior, com o agravante da proibição de doações financeiras por parte de pessoas jurídicas, que promete inibir os gastos dos postulantes, a expectativa é de que várias oportunidades sejam abertas dando ao menos certa resposta à crise. É o que espera o motorista Edvaldo da Silva.

Pai de três filhos e desempregado há três meses, ele vem procurando neste período de campanha uma chance de retornar ao mercado de trabalho. “Essa crise veio para prejudicar muito pai de família, então, temos de aproveitar toda oportunidade que aparece. Embora as campanhas estejam mais curtas em comparação com a eleição de 2012, elas não vão deixar de gerar milhares de vagas de emprego. Estou à procura de uma delas. Se conseguir arranjá-la, mesmo que o trabalho seja por pouco tempo, já me ajudará bastante”, analisou Edvaldo.

Além proporcionar rentabilidade para inúmeros profissionais do volante, a eleição também costuma impulsionar diversos setores operacionais de Caruaru. Foi o que destacou o auditor fiscal da Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco Reginaldo. “É interessante ressaltar que as campanhas eleitorais costumam dinamizar não só o mercado formal, mas também o informal. Neste ano não está sendo diferente. No primeiro campo já vêm sendo demandados os serviços de contabilistas, advogados, jornalistas, pesquisadores, telefonistas, dentre outros. Em paralelo, já estão sendo preenchidas vagas para as funções de planfeteiros, porta-bandeiras, cabos eleitorais, homens-placa – todas elas voltadas para o mercado informal. Mais uma vez, a eleição promete movimentar bastante a economia de Caruaru.”

Também em entrevista ao VANGUARDA, o auditor fiscal do MTE realçou os benefícios que a eleição 2016 promete proporcionar para o mercado local neste período de crise. “Embora as contratações desses profissionais não possuam naturezas trabalhistas, não tenho dúvidas de que estes acordos deverão minimizar, ainda que temporariamente, os efeitos do desemprego na nossa cidade, uma vez que já estão gerando diversas oportunidades de renda para milhares de trabalhadores. Para salvaguardar as partes, ou seja, tanto os empregados como os empregadores, é recomendável que as contratações sejam feitas por escrito, atendendo a vários aspectos, como a discriminação da remuneração pelos serviços prestados, as jornadas diárias de trabalho, dentre outros.”

De acordo ainda com Francisco Reginaldo, caso os empregadores deixem de cumprir com o que foi acertado, deverão ser acionados judicialmente. “Para deixar bem claro: nas situações de calote, os prestadores de serviço deverão entrar com uma ação judicial. Também é importante ressaltar que os candidatos ou partidos devem adotar medidas para que seja preservada a integridade física desses profissionais. Por exemplo, os homens-placa e planfeteiros, que ficam ao ar livre, precisam ter a garantia da ingestão de líquidos, a utilização de banheiros e ao descanso.”

Teatro na Comunidade apresenta musical sobre ecologia no Polo Caruaru

Neste domingo (28), tem espetáculo no Polo Caruaru, dessa vez com os estudantes da Escola Professora Jesuína Pereira Rego, que realizam um musical totalmente sobre ecologia e preservação do meio ambiente.

O espetáculo “Zapt e Zupt – Traques e Truques para manter o Verde Vivo” será realizado às 15h na Praça de Eventos e será gratuita. O enredo conta a luta d os Palhaços Juriti, Curió e a trupe Zapt e Zupt para proteger a última árvore da praça, a Maria Peroba, que está sendo maltratada por um comerciante.

Com músicas ao vivo e coreografias que oferecem um passeio pelas danças populares, a criançada vai se divertir com as brincadeiras infantis apresentadas pelos jovens atores. A direção é do Professor William Smith e tem produção da Cia Olhares, comandada por Benício Jr.

Colégio Motivo realiza campanha de conscientização e cuidado aos animais

Neste domingo (28), os alunos do Colégio Motivo realizam a campanha I Encãotro Motivo, que vai oferecer adoção responsável de cães e gatos e atendimento gratuito com veterinários. O objetivo é conscientizar a população da importância de ter cuidado com os animais e com o meio ambiente. Saquinhos e panfletos serão distribuídos para conscientizar a população dos direitos dos animais, os deveres dos donos e também sobre a importância da preservação do meio em que vivem.

A ideia surgiu com a turma do 6° ano, após a leitura do livro “Três animais” que fala dos maus tratos sofridos por três bichos. A leitura, feita na disciplina de Língua Portuguesa, despertou tanto interesse nos alunos que a equipe de professores decidiu realizar uma ação maior. O encãotro, como foi batizada o encontro, será das 15h30 às 18h, na Avenida Agamenon Magalhães, próximo ao Hemope, na transversal da Avenida Oswaldo Cruz.

De acordo com Viviane Ley, coordenadora pedagógica do colégio, a iniciativa é importante, pois parte dos alunos e do que eles trabalharam em sala de aula: “O protagonismo é um dos nossos mecanismos de trabalho, que mostramos ao aluno o quanto ele é responsável pela sociedade em que vive, essa ação mostra o quanto eles se preocupam com a sociedade e têm o poder de mudá-la”.

A iniciativa também será realizada por alunos das outras unidades do Motivo em Recife e Petrolina.

Tite divulga primeira lista de convocados

Pedro Augusto

O ciclo de convocações do técnico Tite para a seleção brasileira foi iniciado oficialmente no fim da manhã da última segunda-feira (22), na sede da CBF, no Rio de Janeiro, quando, na ocasião, ele anunciou os nomes dos jogadores que irão defender o país diante do Equador e da Colômbia pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. Satisfeito com o desempenho dos atletas olímpicos, que acabaram conquistando o ouro na Rio-2016, o ex-treinador do Corinthians decidiu chamar sete titulares da campanha vitoriosa.

Foram eles: o goleiro Weverton (Atlético-PR), os zagueiros Marquinhos (PSG-FRA) e Rodrigo Caio (São Paulo), o meia Renato Augusto (Beijing Guoan-CHI), além dos atacante Neymar (Barcelona-ESP), Gabigol (Santos) e Gabriel Jesus (Palmeiras). Nesta sua primeira lista, Tite também convocou mais quatro jogadores que vêm atuando por clubes do futebol brasileiro. Para o sistema defensivo foram chamados o goleiro Marcelo Grohe, do Grêmio, e o lateral direito Fagner, do Corinthians, em contrapartida, para o ofensivo, os meias Rafael Carioca (Atlético-MG) e Lucas Limas (Santos).

Na coletiva, o técnico brasileiro explicou o motivo de priorizar neste primeiro momento os jogadores que vêm defendendo os clubes nacionais. “Na Europa, as competições começaram recentemente e, como a maioria dos atletas de lá está retornando às atividades, ficaram prejudicados em sua real avaliação.” Em sua primeira convocação, Tite ainda promoveu o retorno do volante Paulinho, do Guangzhou Evergrande, da China, que não era chamado desde a sua participação na Copa do Mundo de 2014. Além disso, também convocou o atacante Taison, do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, que defenderá a seleção principal pela primeira vez.

Tite fará sua estreia pela seleção canarinho no próximo dia 1º de setembro, no duelo contra o Equador, em Quito. A primeira partida do treinador em casa será no dia 6 de setembro, diante da Colômbia, em Manaus. O Brasil entrará em campo pressionado por uma posição incômoda nas Eliminatórias. Com nove pontos, o país é o sexto colocado, fora da zona de classificação para a Copa do Mundo da Rússia de 2018. A situação, inclusive, fez Tite destacar que o momento é de priorizar a classificação para a Copa do Mundo, e não de reformular o elenco.

“Têm jogadores fora em função de problema clínico [não citou quais]. Eu não vou ficar lamentando situações. Essa convocação é para esses dois jogos, é preciso ser justo neste momento. Não estamos nos classificando para a Copa (no momento)”, disse. Ao término das Eliminatórias, os quatro primeiros colocados garantirão a vaga direta para a Rússia e o quinto disputará a repescagem contra uma equipe da Oceania. Atualmente, quem vem liderando a competição é o Uruguai, com 13 pontos.

Veja a lista completa:
Goleiros:
Alisson (Roma-ITA)
Marcelo Grohe (Grêmio)
Weverton (Atlético-PR)
Zagueiros:
Miranda (Internazionale-ITA)
Gil (Shandong Luneng-CHI)
Marquinhos (PSG-FRA)
Rodrigo Caio (São Paulo)
Laterais:
Fagner (Corinthians)
Daniel Alves (Juventus-ITA)
Marcelo (Real Madrid-ESP)
Filipe Luis (Atlético de Madri-ESP)
Meio-campistas:
Casemiro (Real Madrid-ESP)
Rafael Carioca (Atlético-MG)
Paulinho (Guangzhou Evergrande-CHI)
Renato Augusto (Beijing Guoan-CHI)
Giuliano (Zenit-RUS)
Willian (Chelsea-ING)
Philippe Coutinho (Liverpool-ING)
Lucas Lima (Santos)
Atacantes:
Neymar (Barcelona-ESP)
Gabigol (Santos)
Gabriel Jesus (Palmeiras)
Taison (Shakhtar Donetsk-UCR)

ARQUIVO — Armadilhas dos cartões de crédito

Por Maurício Assuero

Independente da situação econômica do país,os encargos cobrados pelos cartões de crédito superam, e muito, as taxas de juros comuns aos empréstimos tradicionais, mesmo considerando que a taxa de juros de pessoa física é maior do que a taxa de juros para pessoa jurídica porque o risco de pessoa física é maior. Os cartões põe na composição dos seus encargos o custo com a inadimplência, por exemplo. Atualmente, tem cartão cuja taxa é 18,59% ao mês, ou 673,71% ao ano.

O cliente pode optar por pagar o valor mínimo de cada fatura, ou seja, 20% do valor total e ao fazer isso, sobre o saldo devedor incidirão os encargos. Assim, se uma pessoa deve R$ 1.000,00 e só paga R$ 200,00, sobre os R$ 800,00 incidirão os encargos, levando o valor da próxima fatura para, no mínimo, R$ 944,00. Note que “economia” obtida foi apenas R$ 56,00. Pagar o valor mínimo da fatura é o maior erro que se comete com o uso do cartão. Se o cliente entender que não vai ter dinheiro para quitar a fatura no seu valor integral, não compre. Se comprou e não tem como pagar, busque um empréstimo a taxa de juros mais baixa, liquide o cartão e quebre-o. Quando se equilibrar, volte a usar.

Já a algum tempo as administradoras estão enviando, junto com as faturas, uma opção de financiamento da fatura. A taxa de juros de para parcelamento da fatura é 9,9% ao mês, então uma fatura no valor de R$ 1.000,00 pode ser paga em 65 parcelas de R$ 208,69, ou 12 parcelas de R$ 133,37, ou 18 parcelas de R$ 110,78 ou 24 parcelas de R$ 101,11. No primeiro caso tem-se R$ 252,14 de juros totais, no segundo caso tem-se R$ 600,14, no terceiro caso tem-se R$ 994,04 e no último caso R$ 1.426,64! Então, este é o segundo equivoco que se pode cometer ao usar o cartão de crédito. Além das compras esta pessoa terá um valor fixo a pagar, ou seja, no mês seguinte deverá estar devendo mais do que R$ 1.000,00. Nunca parcele suas faturas.

O uso do cartão de crédito deve ser parcimonioso. O cartão deve ser usado em boas alternativas de compras, todavia, é preciso ter cuidado com o parcelamento dessas compras. Faça controle disso. Faça uma planilha no Excel para acompanhar suas compras ou melhor faça um fluxo de caixa para você não ser surpreendido. Tenha cuidado com compras parcelas porque vocd pode está pagando juros 7% ao mês. Nas grandes lojas, compra acima de 5 parcelas tem juros. As atendentes lhe orientam pagar “antecipar” os pagamentos. Bobagem pura: isso não diminui a taxa de juros cobrada. Se você tem mais de um cartão, tenha mais cuidado porque o problema pode ser maior.

Governo aumenta para 1,6% previsão de crescimento da economia para 2017

Da Agência Brasil

Os sinais de recuperação da economia levaram o governo a aumentar a previsão de crescimento para 2017. A estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) passou de 1,2% para 1,6% para o próximo ano, anunciou há pouco o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Carlos Hamilton Araújo.

A projeção para inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida em 4,8%. Os números serão usados na elaboração do projeto da Lei Orçamentária Anual de 2017, que será enviado ao Congresso Nacional até 31 de agosto.

Segundo o secretário, o governo só divulgará o reflexo do aumento do crescimento econômico na arrecadação federal no envio do projeto. Caso as receitas subam mais que o esperado, o governo não teria de aumentar tributos para reforçar o caixa no próximo ano e cumprir a meta de déficit primário (resultado negativo nas contas públicas desconsiderando o pagamento de juros) de R$ 139 bilhões em 2017.

De acordo com Araújo, as recentes melhorias nos indicadores financeiros e os sinais de recuperação da economia permitiram à equipe econômica reajustar a estimativa de crescimento para o próximo ano. Conforme o secretário, o país deve voltar a registrar crescimento econômico a partir do quarto trimestre deste ano.

“Em termos reais, a produção industrial cresce há quatro meses seguidos. A Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] mostrou sinais de estabilização na atividade do comércio, com crescimento de 0,1% em junho. Temos indicações de que o segundo semestre terá desempenho melhor que o primeiro. No nosso cenário base, estimamos crescimento do PIB no quarto trimestre em relação ao terceiro”, explicou o secretário.

Para 2016, a Secretaria de Política Econômica reduziu a previsão de contração do PIB de 3,1% para 3%. A projeção para o IPCA foi mantida em 7,2%.

As estimativas da equipe econômica são mais otimistas que as do mercado. Segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgadas pelo Banco Central, o país deve fechar 2016 com retração do PIB de 3,2% e inflação de 7,31%.

Para 2017, os analistas de mercado preveem crescimento de 1,1% no PIB e IPCA de 5,14%.