Renan e Aécio minimizam rejeição de Temer

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), minimizaram nesta terça-feira, 4, o resultado da última pesquisa Ibope/CNI, que aponta a manutenção do alto índice de rejeição do governo Temer. “A baixa popularidade de Temer é natural porque o governo está no início”, considerou Renan, que almoçou hoje com o presidente no Palácio do Planalto.

Aliado de Temer, o senador Aécio Neves também minimizou os resultados apontados na última pesquisa de avaliação do governo. “O presidente Temer não tem que se preocupar com popularidade. Temer tem um compromisso com reforma estruturais”, afirmou.

Pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta terça-feira mostrou que a desaprovação à maneira do presidente Michel Temer governar subiu de 53% para 55% e 17% não souberam ou não responderam, contra 16% da mostra divulgada anteriormente.

Na pesquisa anterior, 31% aprovavam a maneira de Temer governar, agora 28% aprovam.

O porcentual dos que acreditam que o governo é ruim ou péssimo se manteve em 39% e os que acham o governo regular caiu de 36% para 34%. Não souberam responder 12%, ante 13% da última pesquisa.

Sobre o nível de confiança em Temer, 68% disseram não confiar, contra 66% do levantamento anterior. De acordo com a nova pesquisa, 26% disseram confiar, um ponto porcentual a menos que o último levantamento. Não souberam responder 6%, ante 7% da última pesquisa.

Governo Dilma

Comparando com o governo Dilma Rousseff, 38% disseram que se trata de um governo igual (ante 44% do dado anterior). Para 24% (ante 23%), é um governo melhor que o anterior. Mas para 31%, o governo Temer é pior (ante 25%). Não souberam responder 7% (ante 8% da última pesquisa).

A pesquisa foi realizada durante o período eleitoral, entre 20 e 25 de setembro, com 2.002 pessoas em 143 municípios. A margem de erro é de 2 pontos e o nível de confiança, de 95%.

Votação da reforma política será dia 8 de novembro

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou que a votação da PEC 36/2016, que trata de uma micro reforma política, será votada no Senado em 8 de novembro. A informação foi adiantada minutos antes pelo presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que é um dos autores do projeto. Os dois se reuniram na tarde desta terça-feira, 4.

De acordo com Aécio, a data foi escolhida tendo em vista o retorno dos parlamentares das eleições municipais, garantindo presença para alcançar o quórum qualificado para projetos de Proposta de Emenda à Constituição.

Renan e Aécio confirmaram ainda uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nessa quarta-feira, 5, para marcar uma data adequada para a votação do projeto na outra Casa. Mais cedo, o presidente do Democratas, senador José Agripino (RN), informou que a reunião deve contar ainda com a presença de líderes da Câmara e do Senado para acertar detalhes da proposta.

Pontos da reforma

A PEC 36/2016, de autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Aécio, trata de uma pequena reforma política. O texto propõe o fim das coligações proporcionais a partir de 2022 e uma cláusula de barreira, que pode diminuir a quantidade de partidos em operação no Congresso, a partir de 2018.

Os senadores já concordaram em incluir no texto o recurso da federação partidária, um instrumento que permite que os partidos se unam em torno de um mesmo grupo. O objetivo é evitar que partidos menores sejam eliminados da atuação política e se unam com outras legendas para alcançar a cláusula de barreira.

Tanto Renan quanto Aécio avaliam que outros pontos da reforma política, como a mudança do sistema eleitoral para uma lista fechada na eleição de deputados federais, estaduais e vereadores, não sejam incluídas no texto da PEC 36/2016, e que tramitem posteriormente, em projeto separado.

Fachin libera para julgamento denúncia contra Renan

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, liberou, para julgamento a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A investigação tramita na Corte desde 2007 e a acusação foi formalizada em 2013. Caso o plenário do STF aceite a denúncia da PGR, Renan Calheiros se tornará réu e responderá a uma ação penal por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.

Na denúncia oferecida ao STF, a PGR considerou que Renan recebeu propina da construtora Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira. Em troca, o peemedebista teria as despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem mantinha relacionamento extraconjugal, pagas pela empresa.

Na época, Renan apresentou ao Conselho de Ética do Senado recibos de venda de gados em Alagoas para comprovar um ganho de R$ 1,9 milhão, mas os documentos são considerados notas frias pelos investigadores. O peemedebista chegou a renunciar à presidência do Senado quando o escândalo veio à tona.

A data da análise da denúncia pelo plenário do STF será definida pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que é responsável por definir a pauta de julgamento de cada sessão.

Se o plenário do STF decidir aceitar a denúncia contra Renan, o julgamento do processo pode ser realizado futuramente por uma das Turmas da Corte e não pelo plenário. Isso porque o plenário do Supremo se debruça apenas sobre as ações penais de parlamentares que presidem a Câmara ou o Senado, mas Renan deixará a presidência do Congresso em 2017. Como um parlamentar comum, o seu caso passa a ser analisado pela 1ª Turma, colegiado do qual Fachin faz parte.

Geraldo reúne vereadores governistas e discute eleição

O prefeito e candidato à reeleição no Recife, Geraldo Julio (PSB), reuniu, no início da tarde desta terça, a bancada de vereadores atuais e os que foram eleitos no último domingo para agradecer o empenho dos proporcionais no primeiro turno. Geraldo destacou a importância de cada um para o projeto da Frente Popular do Recife e convocou os aliados a se engajarem na segunda etapa da campanha. No encontro, o socialista ainda reafirmou sua confiança e disposição até o próximo dia 30 de outubro, data marcada para a segunda votação.

“Esse momento é de encontrar vocês para fazer esse agradecimento. Dizer que tem outro serviço para a gente, que é importante para todos nós. Formamos um conjunto grande, que cresceu durante o nosso governo, pessoas que se juntaram, vieram ficar conosco. E quando o conjunto cresce é porque as pessoas acreditam no projeto. Agora a gente tem etapa para cumprir e eu estou com mais disposição agora do que no primeiro turno. Vou trabalhar mais ainda agora nesses 25 dias”, disse Geraldo Julio.

O socialista comentou os desafios da campanha deste ano, que trouxe novas regras eleitorais para os candidatos proporcionais e majoritários, e destacou a importância dos vereadores em cada bairro do Recife. “Essa vitória será a vitória de todos nós para continuar esse projeto”, reforçou o prefeito.

O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, também participou do encontro e falou sobre os próximos passos da campanha. “Todos nós aqui fomos vitoriosos nesse primeiro turno. O resultado da eleição confirmou um crescimento intenso, desde o início do processo eleitoral. A gente está colocando em prática o que tínhamos planejado desde o início. Agora a gente recebe o reforço exclusivo de todo mundo que estava envolvido no processo, para que a gente possa consolidar o que construímos durante esse período”, destacou.

Participaram do encontro vereadores do PSB, PMDB, PCdoB, PP, PSC, PRTB, Solidariedade, PEN, PSDC, PDT, Pros, PSD e PRP.

Temer nomeará réu para a pasta do Turismo

Michel Temer decidiu praticar uma temeridade que vinha adiando há três meses: nomeará para o cargo de ministro do Turismo o deputado federal Marx Beltrão (PMDB-AL). Trata-se de um réu. Responde a ação no Supremo Tribunal Federal por falsidade ideológica. Indicou-o o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo no Supremo de nove inquéritos da Lava Jato.

Mantida no freezer desde julho, a nomeação de Marx foi sacramentada nesta terça-feira, num almoço de Temer com Renan, padrinho do quase novo ministro, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Sustenta-se que a conversão do réu em ministro renderá votos no Congresso à emenda constitucional que congela os gastos públicos por 20 anos.

Quer dizer: em nome do aperto fiscal, o Planalto afrouxa o recato.