PEC garante presença feminina em listas de indicados para tribunais

Pode se tornar obrigatória a diversidade de gêneros na composição das listas tríplices e sêxtuplas de indicados do Ministério Público e da advocacia para compor os Tribunais Regionais Federais e os tribunais dos estados e do Distrito Federal. É o objetivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 43/2016, apresentada pela senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM). O texto tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde ainda aguarda a indicação de relator.

Para garantir a presença feminina, a PEC altera o art. 94 da Constituição, que trata da regra do quinto constitucional, uma cota de 1/5 na composição dos TRFs e dos tribunais estaduais, reservada para egressos do Ministério Público e da advocacia.

Pela Constituição, só podem compor a lista sêxtupla indicada pelo Ministério Público para os tribunais procuradores com mais de 10 anos de carreira. O mesmo critério vale para a lista sêxtupla de advogados, que ainda devem possuir reputação ilibada e notório saber jurídico. Posteriormente o tribunal forma uma lista tríplice e a envia ao Poder Executivo, que por fim escolhe o nomeado.

A PEC estabelece uma cota mínima de um terço para cada um dos gêneros tanto nas listas sêxtuplas, quanto nas posteriores listas tríplices. Vanessa Grazziotin sublinha que o objetivo é aumentar a presença de mulheres nos TRFs e nos tribunais estaduais.

“Garantimos assim que pelo menos duas das vagas de cada lista sêxtupla sejam preenchidas por mulheres. E o mesmo valerá nas listas tríplices de cada Tribunal, assegurando ao menos uma mulher podendo ser indicada pelo Poder Executivo na vaga que estiver aberta”, afirmou.

Comissão de Direitos Humanos pede força-tarefa para investigar massacre em Manaus

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados solicitará à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Amazonas e à Procuradoria-Geral da República a criação de uma força-tarefa conjunta do Ministério Público para investigar as circunstâncias em que ocorreram as 60 mortes de presos nos primeiros dias de 2017 em Manaus (AM). A informação foi divulgada nesta terça-feira (3) pelo presidente da comissão, deputado Padre João (PT-MG).

Uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), na capital amazonense, resultou em 56 detentos mortos. O levante na unidade começou na tarde de domingo (1º), e a situação foi controlada apenas durante a manhã de segunda-feira (2), após pouco mais de 17 horas. Foi o segundo maior massacre de presos da história penitenciária nacional, atrás apenas do ocorrido no Complexo do Carandiru (SP), em 1992, que causou a morte de 111 detentos.

A escalada da violência em Manaus no início de 2017 também provocou a morte de outros quatro presidiários, desta vez na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP).

Outros pedidos
A comissão da Câmara também representará ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) pedido para a realização de diligências, em caráter urgente, em todas as unidades do sistema penitenciário de Manaus.

Solicitará ainda ao Tribunal de Justiça do Amazonas e à Defensoria Pública daquele estado a realização de um mutirão para verificar a situação processual dos presos e presas nas unidades penitenciárias em Manaus, a fim de enfrentar de forma legal o dilema da superpopulação carcerária.

Além disso, o colegiado pedirá a manutenção da interdição, para recebimento de presos, da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, localizada na capital amazonense, e a manutenção de sua destinação para uso como equipamento cultural do Estado.

Audiência pública
Padre João informou que, tão logo sejam retomados os trabalhos parlamentares na Câmara, a comissão analisará requerimento de sua autoria para a realização de audiência pública em Brasília sobre o massacre de janeiro e alternativas para o sistema penitenciário nacional.

Serão convidados para o debate representantes do Ministério da Justiça, do Governo do Amazonas, do Ministério Público, da Pastoral Carcerária e de entidades participantes da Agenda Nacional pelo Desencarceramento.

Rodrigo Maia reafirma: Câmara deverá aprovar reforma da Previdência até março

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, reafirmou que a reforma da Previdência enviada pelo governo (PEC 287/16) deverá ser aprovada até o final de março na Câmara e terá a votação concluída até junho no Senado. A proposta de emenda à Constituição foi aprovada pela CCJ em dezembro.

Segundo ele, a medida é essencial para equilibrar o orçamento do sistema previdenciário, evitando casos de insolvência como no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

“Com uma projeção de crescimento de despesa da União sem receita, eu tenho certeza de que a maioria absoluta da Câmara dos Deputados vai ter condição de aprovar essa matéria; tenho convicção de que a Casa vai cumprir seu papel”, ressaltou.

Para Maia, a medida terá impacto direto na redução da taxa de juros, que, em sua opinião, cairia para menos de 10% nos meses seguintes à aprovação, sem necessidade de intervenção do Banco Central.

Francisco Dirceu Barros é o novo procurador-geral de Justiça

O governador Paulo Câmara anunciou, nesta quarta-feira (04.01), o promotor Francisco Dirceu Barros para o cargo de procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A lista tríplice com os três candidatos mais votados pelos procuradores e promotores, da qual Dirceu fez parte, foi entregue ontem (03/01) ao governador. Dirceu, que foi recebido hoje à tarde pelo governador, será procurador-geral de Justiça no biênio 2017/2019.

“O Ministério Público Estadual tem um papel fundamental na defesa dos interesses da sociedade e do Estado. Cito, por exemplo, a participação do MPPE no Programa Pacto Pela Vida, no apoio ao combate à violência e à criminalidade”, disse o governador Paulo Câmara.

Francisco Dirceu Barros é mestre em Direito (Ordem Jurídica Constitucional), especialista em Direito Penal e Processo Penal, professor da Escola Judiciária Eleitoral (EJE) no curso de pós-graduação em Direito Eleitoral, professor de dois cursos de pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal, com experiência em cursos preparatórios para concursos do Ministério Público e Magistratura, lecionando as disciplinas de Direito Eleitoral, Direito Penal, Processo Penal, Legislação Especial e Direito Constitucional. Dirceu exerceu as funções de promotor de Justiça Criminal e da Justiça Eleitoral. O novo procurador de Justiça é escritor com 67 livros jurídicos publicados.