Lista de Fachin: um terço dos políticos citados dobrou patrimônio

A divulgação da lista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, na última terça-feira (11), não aponta apenas suspeitas de malfeitos de figurões da política nacionais, mas dá margem a análises diversas, como a situação patrimonial de alguns deles. Segundo levantamento divulgado neste domingo (16) pelo jornal O Globo, nos últimos 15 anos um terço dos 108 nomes listados por Fachin a partir da “delação do fim do mundo”, feita por executivos e ex-executivos da Odebrecht, pelo menos dobrou seu patrimônio individual declarado oficialmente (veja alguns casos abaixo).

Protagonistas do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, alguns dos acusados de receber propina ou dinheiro via caixa dois da empreiteira, pivô do esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato na Petrobras, 36 desses políticos agregaram aos bens que já possuíam, no período citado, apartamentos, carros, empresas e fazendas. “Em alguns casos, o enriquecimento entre as eleições passou de 1.000%. Aparecem na lista de quem mais ganhou dinheiro três ministros do presidente Michel Temer, oito senadores e 18 deputados, incluindo os presidentes das duas Casas legislativas”, diz a reportagem assinada por Sérgio Roxo e Tiago Dantas.

Os investigados justificam a evolução patrimonial acima de 100% alegando ter recebido heranças, doações de familiares ou foram bem sucedidos em suas atividades profissionais ou na comercialização de imóveis e outros bens.

O jornal diz ter avaliado declarações de bens apresentadas à Justiça Eleitoral por 91 dos 108 nomes reunidos na lista de Fachin que concorreram em mais de uma eleição a partir de 2002. No período estudado, acrescenta a reportagem, foram comparadas estimativas de patrimônio registradas no Tribunal Superior Eleitoral na primeira e na última campanha de cada um deles. “Antes de serem confrontados, todos os valores foram atualizados pelo IPCA, índice oficial de inflação, até julho de 2016, data de registro de candidatura na última eleição. Os outros 17 citados não concorreram a nenhum cargo nesse período ou participaram de só um pleito”, explica a matéria.

Coreia do Norte diz que está pronta para guerra com armas nucleares

O vice-presidente do Partido dos Trabalhadores de Coreia do Norte, Choe Ryong-hae, disse hoje (15) durante um grande desfile militar em Pyongyang que o povo norte-coreano está “preparado para a guerra” contra os Etados Unidos com suas armas nucleares. As informações são da Agência EFE.

“Estamos completamente preparados para enfrentar qualquer tipo de guerra com nossas armas nucleares se os EUA atacarem a península da Coreia”, disse Ryong-hae, considerado o número dois do regime, em seu discurso durante a exibição militar em comemoração ao 105º aniversário do fundador do país, Kim Il-sung.

Durante o desfile do “Dia do Sol”, presidido pelo líder Kim Jong-un, o Exército norte-coreano mostrou seu arsenal, incluindo vários mísseis balísticos, entre os quais encontrava-se um possível novo projétil de alcance intercontinental.

“Se os EUA fizerem provocações imprudentes contra nós, nossa força revolucionária contra-atacará num instante, com um ataque aniquilador e responderemos a uma guerra total com guerra total e a ataques nucleares com nosso próprio arsenal atômico”, disse Choe.

Ele também acusou os EUA de posicionar armas nucleares no Sul da península coreana, “o que está criando uma situação muito tensa que ameaça a paz e a segurança não só da região, como também do mundo inteiro”.

Washington decidiu enviar recentemente um porta-aviões nuclear à península da Coreia em resposta aos lançamentos de mísseis de Pyongyang e Washington, e chegou a insinuar que estuda a possibilidade de um ataque preventivo para frear os avanços armamentísticos do regime norte-coreano.

“Os imperialistas estão tentando isolar nosso povo onde as pessoas só querem viver em paz”, afirmou o vice-presidente do Partido dos Trabalhadores.

Lava Jato também pegará Judiciário, diz Eliana Calmon

Frederico Vasconcelos – Folha de S.Paulo

“A Lava Jato pegará o Poder Judiciário num segundo momento. O Judiciário está sendo preservado, como estratégia para não enfraquecer a investigação.”

A previsão é de Eliana Calmon, ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça, ex-corregedora nacional de Justiça. “Muita coisa virá à tona”, diz.

Ela foi alvo de duras críticas ao afirmar, em 2011, que havia bandidos escondidos atrás da toga. “Do tempo em que eu fui corregedora para cá, as coisas não melhoraram”, diz.

Para a ministra, alegar que a Lava Jato criminaliza os partidos e a atividade política é uma forma de inibir as investigações. “Os políticos corruptos nunca temeram a Justiça e o Ministério Público. O que eles temem é a opinião pública e a mídia”, afirma.

A entrevista foi concedida por telefone, nesta quinta-feira (13).

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Folha – Como a senhora avalia a lista dos investigados a partir das delações?
Eliana Calmon – Eu não fiquei surpresa. Pelo que já estava sendo divulgado, praticamente todos os grandes políticos estariam envolvidos, em razão do sistema político brasileiro que está apodrecido.

Algum nome incluído na lista a surpreendeu?
José Serra (senador do PSDB-SP) e Aloysio Nunes Ferreira (senado licenciado, ministro das Relações Exteriores, também do PSDB-SP).

A Lava Jato poderá alcançar membros do Poder Judiciário?
No meu entendimento, a Lava Jato tomou uma posição política. É minha opinião pessoal. Ou seja, pegou o Executivo, o Legislativo e o poder econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer esse Poder. Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona. Inclusive, essa falta tem levado a muita corrupção mesmo. Tem muita coisa no meio do caminho. Mas por uma questão estratégica, vão deixar para depois.

Como a senhora avalia essa estratégia?
Acho que está correta. Do tempo em que eu fui corregedora para cá, as coisas não melhoraram. Há aquela ideia de que não se deve punir o Poder Judiciário. Nas entrevistas, Noronha [o atual corregedor nacional, ministro João Otávio de Noronha] está mais preocupado em blindar os juízes. Ele diz que é preciso dar mais autoridade aos juízes, para que se sintam mais seguros. Caminha no sentido bem diferente do que caminharam os demais corregedores.

Como a Lava Jato impacta o Judiciário? O que deve ser aperfeiçoado?
Tudo (risos). Nós temos a legislação mais moderna para punir a corrupção. O Brasil foi obrigado a aprovar algumas leis por exigência internacional em razão do combate ao terrorismo. Essas leis foram aprovadas pelo Congresso Nacional, tão apodrecido, porque eles entendiam que elas não iam “pegar” aqueles que têm bons advogados, que têm foro especial. Foram aprovadas também porque precisavam dar uma satisfação à sociedade depois das manifestações populares em junho de 2013.

Os tribunais superiores têm condições de instaurar e concluir todos esses inquéritos?
O STJ vem se preocupando admitir juízes instrutores que possam desenvolver mais rapidamente os processos. Embora a legislação seja conivente com a impunidade, é possível o Poder Judiciário punir a corrupção com vontade política. É difícil, porque tudo depende de colegiado. Muitas vezes alguém pede vista e “perde de vista”, não devolve o processo. Precisamos mudar a legislação e tornar menos burocrática a tramitação dos processos. Hoje, o Judiciário está convicto de que precisa funcionar para punir. Essa foi a grande contribuição que o juiz Sergio Moro deu para o Brasil. Eu acredito que as coisas vão funcionar melhor, mas ainda com grande dificuldade.

Como deverá ser a atuação do Judiciário nos Estados com os acusados sem foro especial?
Hoje, o Judiciário mudou inteiramente. Todo mundo quer acompanhar o sucesso de Sergio Moro. Os ventos começam a soprar do outro lado. Antigamente, o juiz que fosse austero, que quisesse punir, fazer valer a legislação era considerado um radical, um justiceiro, como se diz. Agora, não. Quem não age dessa forma está fora da moda. Está na moda juiz aplicar a lei com severidade.

Como o STF deverá conduzir o julgamento dos réus da Lava Jato?
Eles vão ter que mudar para haver a aceleração. Acho um absurdo o ministro Edson Fachin, com esse trabalho imenso nessas investigações da Lava Jato, ter a distribuição de processos igual à de todos os demais ministros. Isso precisa mudar.

Como avalia o desempenho da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia?
O presidente de um tribunal como o Supremo tem um papel relevantíssimo. Costumo dizer que o grande protagonista do mensalão não foi apenas o ministro Joaquim Barbosa. Foi Ayres Britto. Na presidência, ele colocou os processos em pauta. Conduziu as sessões, interceptou as intervenções procrastinatórias dos advogados. Ele era muito suave, fazia de forma quase imperceptível. A ministra Cármen Lúcia demonstra grande vontade de realizar esse trabalho. Mas vai precisar de muito jogo de cintura, da aceitação dos colegas. O colegiado é muito complicado, muito ensimesmado. Os ministros são muito poderosos. Há muita vaidade.

Há a possibilidade de injustiças na divulgação da lista?
Sem dúvida alguma. Todas as vezes que você abre para o público essas delações, algumas injustiças surgem. Essas injustiças pessoais, que podem acontecer ocasionalmente, não são capazes de justificar manter em sigilo toda essa plêiade de pessoas que cometeram irregularidades. Mesmo havendo algumas injustiças, a abertura do sigilo é a melhor forma de chegarmos à verdade dos fatos.

Há risco de um “acordão” para sobrevivência política dos investigados?
Vejo essa possibilidade, sim, pelo número de pessoas envolvidas e pela dificuldade de punição de todas elas. O Congresso Nacional já está tomando as providências para que não haja a punição deles próprios. Eles estão com a faca e o queijo na mão. É óbvio que haverá uma solução política para livrá-los, pelo menos, do pior.

Como vê a crítica de que a lista criminaliza os partidos e a atividade política?
É uma forma de inibir a atividade do Ministério Público e da Justiça. Os políticos corruptos nunca temeram a Justiça. O que eles temem é a opinião pública e a mídia. Eles temem vir à tona tudo aquilo que praticavam. O MP e a Justiça são tão burocratizados que se consegue mais rápido uma punição denunciando, tornando público aquilo que eles pretendem manter na penumbra.

A Lava Jato demorou para alcançar o PSDB, dando a impressão de que os tucanos foram poupados e o alvo principal seria o ex-presidente Lula.
Eles começaram pelo que estava mais presente, em exposição, num volume maior. Toda essa sujeira, essa promiscuidade não foi invenção nem de Lula nem do PT. Já existe há muitos e muitos anos. Só que se fazia com mais discrição, ficava na penumbra. Isso veio à tona a partir do mensalão, e agora com o petrolão. Na medida em que foram ampliando essa investigação vieram os outros partidos. Estavam todos coniventes, no mesmo barco. Aliás, o PT só chegou a fazer o que fez porque teve o beneplácito do PSDB e do PMDB.

A lista pode acelerar a aprovação da lei de abuso de autoridade?
Eu acredito que sim. A instauração dessas investigações era necessária para depurar o sistema. A solução não será a que nós poderíamos esperar, a investigação e depois a punição. Acredito que haverá um “acordão”.

Como a nova lei de abuso pode afetar o Ministério Público e o Judiciário?
Haverá uma inibição natural para a atuação do Ministério Público e da própria Justiça. Haverá o receio de uma punição administrativa. Isso inibe um pouco a liberdade da magistratura e, principalmente, dos membros do Ministério Público.

A Lava Jato cometeu excessos?
Houve alguns excessos, porque o âmbito de atuação foi muito grande. Muitas vezes o excesso foi o receio de que a investigação fosse abafada. Acho que esses excessos foram pecados veniais. Como ministra, vi muitas vezes o vazamento de informações saindo da Polícia Federal e nada fiz contra a PF porque entendi qual foi o propósito.

Era tônica da sociedade brasileira ser um pouco benevolente com a corrupção. Em razão de não haver mais a conivência do Ministério Público e da Justiça com a corrupção é que os políticos tomaram a iniciativa de mudar a lei, que existe há muitos anos.

A lista pode abrir espaço para mudar o foro privilegiado?
Nós teremos uma revolução em termos de mudança total do sistema político e do sistema punitivo, depois de tudo que nós estamos vivenciando.

Prevê mudanças na questão da criminalização do caixa dois?
Sem dúvida alguma. Tudo estava preparado na sociedade para a conivência com esses absurdos políticos. Estamos vendo no que resultou a conivência da sociedade e da própria Justiça com essas irregularidades que se transformaram em marginalidade do sistema político.

Acredita que a lista estimulará o chamado “risco Bolsonaro”?
Eu não acredito, porque o povo brasileiro está ficando muito participativo. É outro fenômeno que a Lava Jato provocou. Existe uma camada da nossa população que ainda acredita nesses fenômenos de políticos ultrapassados. Eu acredito que seja fogo de palha.

O nome da senhora foi citado numa das delações por ter recebido dinheiro da Odebrecht para sua campanha a senadora, em 2014.
Eu acho foi que foi R$ 200 mil ou R$ 300 mil, não me lembro. Não foi mais do que isso. Mas não foi doação a Eliana Calmon, foi ao partido, ao PSB, que repassou para mim. Esse dinheiro está na minha declaração.

Essa contribuição compromete de alguma forma o seu discurso?
Não, em nada. Inclusive, depois da eleição, um dos empregados graduados da Odebrecht perguntou se eu poderia gravar uma entrevista. Os advogados pediam a pessoas com credibilidade para dar um depoimento a favor da Odebrecht, por tudo que a empresa estava sofrendo. Eu não fiz essa gravação. Porque isso desmancharia tudo que fiz como juíza. E, como juíza, sempre agi como Sergio Moro.

Festival aquece vendas nos restaurantes da feira

Jaciara Fernandes

Um projeto que conseguiu agradar e aquecer as vendas na Praça de Alimentação da Feira de Caruaru, no Parque 18 de Maio, além de valorizar a tradição da culinária regional. Este é o sentimento de todos os envolvido no Festival Gastronômico Comida de Feira, promovido pela Fundação de Cultura e Turismo, dentro do projeto ‘Caruaru Por Paixão’.

Dos 13 restaurantes participantes da primeira edição do projeto, cinco estão localizados em plena feira, onde a procura por comida cresceu mais de 20% com a inclusão no cardápio dos novos pratos criados exclusivamente para o festival. Os restaurantes são o de Tia Guida, Mãe Biata, Tia Bia, do Heleno e São José.

Em todas as criações, os chefs trabalharam diretamente com os cozinheiros e respeitando a experiência e a particularidade de cada um. “A nossa principal preocupação e orientação foi justamente que os chefs inicialmente conhecessem de perto como cada um trabalho aqui, como o alimento é manipulado, de onde vem as hortaliças e verduras, para só a partir daí começar a trabalhar juntos numa verdadeira troca de experiência”, ressaltou a curadora do festival, Giovana Nacarato, que atuava no Restaurante Mocotó, uma das maiores referências do Brasil, quando foi convida para ficar à frente do festival em sua terra natal, Caruaru.

Para Josinery do Nascimento, do Restaurante São José, o festival foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com o segmento. “Tivemos a oportunidade de conviver com grande chefs, de mostrar nosso talento na cozinha e de criar um novo prato para enriquecer o nosso cardápio”, comentou. O prato que ela se refere é o ‘Feijão com arroz é o amor de dois’, que é um baião-de-dois cremoso com tiras de carne de sol e farofinha crocante, criado pelo chef Raul Nunes.

Ela administra com o irmão Junior Nascimento o restaurante, mas a cozinha fica por conta do pai deles, José João, de 66 anos, e que há 33 atua no ramo. “De uma hora para outra o prato do festival passou a ser um dos mais pedidos pela clientela e, para se ter uma ideia, no primeiro fim de semana do evento chegamos a vender quase 90 pratos do estreante no cardápio”, disse, entusiasmado, Júnior. A novidade foi aprovada pelo baiano Danilo Dias e pela mãe dele, Josinete Alves, que mora em São Paulo e que parou em Caruaru a caminho da Paixão de Cristo. “Estamos encantados com a feira e com a comida que é servida aqui neste lugar rodeado de arte e cultura”, comentou o turista Danilo Dias.

O restaurante de Tia Guida, um dos mais procurados na feira, apostou no ‘Arroz Arretado’, que é o arroz cozido ao molho de rabada com a própria carne desfiada, acompanhado de pirão, criação também do chef Raul Nunes. “Esse festival veio renascer nossas esperanças e trazer conhecimento de um mundo que a gente vivia, mas que não tinha inspiração para poder criar novidades para agradar o paladar dos nossos clientes”, comentou Tia Guida, de 64 anos e que há 30 sobrevive da feira.

Opinião de positividade também é a do casal João Roberto e Maria Zenita, do Restaurante Mãe Beata, que funciona há 30 anos e hoje serve a novidade que é o prato ‘Favas à moda da feira’, onde o cozimento é feito ao molho pernambucano com bode guisado, criado pelo chef Claudemir Barros. “O festival está aprovado por todos nós que nunca tivemos nenhum tipo de publicidade que pudesse ajudar nas nossas vendas”, pontuou João Roberto.

O festival ainda conta com a participação dos estabelecimentos na feira dos chefs Geo Bassani (Tia Bia) e Rivandro França (Restaurante do Heleno). Cada prato está sendo comercializado a R$ 20, que serve duas pessoas. A chef Andrea Hunka faz participação especial no evento.

Os outros restaurantes espalhados pela cidade e que também integram o festival é o Varanda, Pescatore, Barcelona Tapas, Dghust Grill, Rood Bike, La Vera Pizzeria, Dedim de Prosa e Ênio Pestiscaria e Restaurante. Nesses locais, os pratos são servidos por R$ 28 até o final do festival, sábado (15).

Segundo o chef Gil Félix, do Varanda, a iniciativa já vem dando bons frutos. “Temos registrado um aumento considerável à procura do novo prato, que é tilápia com purê de abóbora e tapioca”, comentou.

Abril segue ritmo de meses violentos

Os índices de CVLIs (Crimes Violentos Letais e Intencionais) praticados e referentes a Caruaru seguem em ritmo acelerado também neste mês de abril. Do último sábado até a tarde da quarta-feira (12), quatro homicídios foram registrados na cidade.

A primeira vítima da nova série de mortes atendia pelo nome de Alisson Gomes Lopes, de 23 anos. De acordo com informações repassadas pela Polícia Militar, ele estava na companhia de um dos irmãos, na manhã do último sábado, na Vila Kennedy, quando foi surpreendido com a chegada de criminosos em um automóvel de cor e placas não identificadas. Baleado com três disparos, Alisson ainda chegou a ser socorrido pelo Samu para o Hospital Regional do Agreste, porém não resistiu aos ferimentos. Já o seu irmão conseguiu escapar da investida. A vítima já havia sido presa por tráfico.

No domingo (9), duas pessoas foram assassinadas em pontos distintos da cidade. Por volta das 21h30, o ex-presidiário Leandro Batista de Melo, de 23 anos, foi morto a tiros na Avenida Major João Coelho, no Bairro Morada Nova. De acordo com informações repassadas também pela PM, a vítima estava no seu Ford KA de cor prata e placas KHB-0516, quando acabou sendo executada com oito disparos de revólver calibre 38. Algumas horas depois, o jovem Weslley César Morais da Silva, de 21 anos, foi morto a tiros na 2ª Travessa do Pacífico, no Bairro Santa Rosa. Ele era usuário de drogas.

Já na noite da última segunda-feira (10), o Hospital Regional do Agreste confirmou a morte do comerciante José Henrique Alves Bezerra, o Pimpolho, de 22 anos. Ele havia sido baleado no último fim de semana numa festa de aniversário que ocorreu na Vila Andorinha, na zona rural do município. O corpo de Pimpolho, assim como das demais vítimas, foi encaminhado para o IML de Caruaru. Com a confirmação das quatro mortes, a Capital do Agreste passou a contabilizar 81 homicídios praticados em 2017.

Risco de contrair febre amarela pode ser menor para quem já teve dengue

O paciente que contraiu dengue pode ter menos chance de ser infectado pela febre amarela. A informação é do consultor científico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Reinaldo Menezes. O professor disse que há muitas evidências laboratoriais, epidemiológicas e históricas de que a dengue protege contra a febre amarela. Um estudo feito pela equipe de Menezes mostrou que a viremia (presença de vírus no sangue) é mais baixa nas pessoas que já tiveram dengue.

“Embora não esteja provado nem eu tenha a certeza, acho que a gente pode falar que é muito provável que a dengue tenha protegido o Rio de Janeiro até agora contra a febre amarela e também dos eventos adversos”, disse o professor.

Entre as evidências e fatores históricos, Menezes lembrou a observação feita, após uma epidemia de febre amarela, de um grupo de soldados do interior do Equador que não tiveram dengue e outros da região costeira que tinham contraído a doença. A avaliação indicou maior incidência de febre amarela nos militares da região sem dengue.

“Estudei bastante isso. Acho que o número de evidências é muito forte mostrando que dengue não evita a febre amarela, mas evita as formas mais graves da doença, pelo menos, diminui muito a incidência dessas formas mais graves. Isso deverá proteger contra febre amarela e também deve proteger contra os eventos adversos da vacina”, acrescentou.

Reações adversas

De acordo com o professor, ainda não há uma confirmação de casos de morte em decorrência de reações adversas nos estados onde estão ocorrendo campanhas de vacinação contra a febre amarela. Os exames ainda estão sendo feitos e um deles se refere à morte de um homem, no dia 30 de março, em Silva Jardim, na Baixada Litorânea do Rio de Janeiro, para verificar se ele morreu por evento adverso da vacina ou se já tinha a doença antes da imunização. Ainda assim, para o pesquisador, há uma ocorrência menor de casos graves em comparação ao total de imunizações realizadas. “Eu diria que parece que está havendo um número de eventos adversos aquém do esperado.”

O aparecimento da doença viscerotrópica, o mais grave efeito adverso à vacina, geralmente ocorre após quatro dias da imunização, mas há situações em que o prazo é menor. “Na maioria dos casos, a pessoa começa a ter sintomas de que alguma coisa anormal está acontecendo além dos sintomas comuns da vacina lá pelo quarto dia. A pessoa estava com um pouco de febre, de mal-estar, em vez de melhorar piora e depois continua piorando. Se isso acontecer, tem que tomar cuidado e tem que ficar atento”, alertou Menezes. De acordo com o pesquisador, embora, o paciente possa receber atendimento médico, a confirmação de que contraiu a doença viscerotrópica só pode ser realizada após a morte. “Só se consegue provar quando a pessoa morre, porque tem que encontrar lesão e o vírus nas vísceras. Se não morre, sempre ficará em dúvida.”

Vice-presidente dos EUA chega a Seul em meio a tensão na península coreana

 
Vice-presidente norte-americano, Mike Pence, cumprimenta o vice-ministro de assuntos estrangeiros sul-coreano Lim Sung-Nam ao chegar a Seul
 

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, chegou neste domingo (16) a Seul, capital da Coreia do Sul, para uma visita de três dias que terá como ponto central a tensão na península coreana. Pence aterrissou poucas horas depois de a Coreia do Norte realizar mais uma tentativa de lançamento de mísseis.

O teste fracassado ocorreu na madrugada de hoje (horário local) desde a cidade de Sinpo, na costa leste do país. As autoridades ainda estão estudando qual seria o tipo e a categoria dos mísseis.

O vice-presidente americano participará de um jantar hoje com tropas de seu país e sul-coreanas para celebrar o domingo de Páscoa. Amanhã, ele se reunirá com o presidente sul-coreano em exercício, Hwang Kyo-ahn, e com o presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Chung Sye-kyun.

A tensão na península ocupará a maior parte da agenda e a expectativa é de que Pence e Hwang analisem maneiras de pressionar a Coreia do Norte para que abandone seu programa nuclear e de mísseis através de uma maior pressão diplomática e também de sanções ainda mais duras.

A Casa Branca também indicou que serão examinadas opções militares como possível resposta a provocações do regime norte-coreano. O exército norte-coreano já tinha realizado no dia 5 de abril outro lançamento – que também pode ter fracassado – de um míssil balístico de alcance intermediário a partir desta mesma cidade, na província de Hamgyong do Sul.

Em mensagem de Páscoa, Papa cita drama das guerras e ataque a Aleppo

Em sua tradicional mensagem de Páscoa, o papa Francisco lembrou dos desafios que atingem atualmente o mundo, como as guerras, a imigração e o desemprego. As informações são da Agência EFE.

Francisco fez um apelo especial pelo Oriente Médio, pedindo “que nestes tempos, o Senhor sustente de modo particular os esforços dos que trabalham ativamente para levar alívio e consolo à população civil de Síria, vítima de uma guerra que não para de semear horror e morte”.

O Papa lamentou o último ataque feito à cidade de Alepo, no qual dezenas de civis morreram. Francisco enfatizou a esperança que a ressurreição de Jesus traz e pediu aos representantes das nações que tenham coragem para evitar a propagação de conflitos e acabar com o tráfico de armas.

Da Praça São Pedro, na cidade do Vaticano, o papa também abençoou “os esforços de quem, especialmente na América Latina, se compromete a favor do bem comum das sociedades, tantas vezes marcadas por tensões políticas e sociais, que em alguns casos são sufocadas com a violência”.

Francisco pediu que a Ucrânia, “ainda vítima de um sangrento conflito volte a encontrar a concórdia e acompanhe as iniciativas promovidas para aliviar os dramas dos quem sofrem com as consequências”.

Para a Europa, o papa pediu esperança para “os que atravessam momentos de dificuldade, especialmente por causa da grande falta de trabalho sobretudo para os jovens”.

Também assegurou que Jesus ressuscitado ajudou os quem sofrem com a exploração, os que sofrem com a violência entre os muros de casa e “se faz companheiro de caminho dos que são obrigados a deixar a própria terra”.

O pontífice argentino explicou que “o Pastor Ressuscitado vai buscar quem está perdido nos labirintos da solidão e da marginalização” e alertou sobre a violência machista e os abusos ao falar dos quem “têm o coração ferido pelas violências dentro dos muros de sua própria casa”.

Após a mensagem e a missa de Páscoa, o Papa Francisco proferiu a benção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo) e encerrou os rituais da Semana Santa

Ser citado em delação “é desagradável para quem está na vida pública”, diz Temer

O presidente Michel Temer disse hoje (15) que “é constrangedor” ter sido citado no depoimento de Márcio Faria da Silva, ex-presidente da Odebrecht Industrial. O executivo, que assinou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Lava Jato, disse ter tratado em uma reunião com Temer em 2010 sobre uma doação de R$ 40 milhões para a campanha eleitoral do PMDB.

Por meio de nota e de um vídeo publicado na quinta-feira (13) nas redes sociais do governo, Temer disse que se reuniu com o executivo, mas negou ter tratado sobre valores com ele. “É uma coisa desagradável para quem está na vida pública há tanto tempo”, disse o presidente em entrevista à TV Band, exibida nesta noite.

“É muito desagradável ouvir aquele depoimento. É constrangedor”, completou, na primeira entrevista após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato, ter autorizado a abertura de inquéritos para investigar o suposto envolvimento de políticos no esquema de pagamento de propina apurado pela operação.

Temer confirmou também que o encontro, realizado em São Paulo, foi organizado pelo então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso há seis meses em Curitiba em decorrência da Lava Jato.

O presidente disse, no entanto, que tinha uma “relação institucional, não uma relação pessoal” com Cunha. À época, Temer era presidente do PMDB, enquanto Cunha era líder do partido na Câmara.

“Só estou viva por causa do meu amor por ele”

Marcolino (14)

Pedro Augusto

Quem teve oportunidade de presenciar a relação de amor, carinho, afeto e proteção entre Luzinete Adelina Silva de Barros e Antônio Marcolino Barros Filho, certamente irá concordar que somente uma frase dita por apenas um deles seria muito pouco para descrever as suas histórias entrelaçadas de vidas. Durante pouco mais de 46 anos, mãe e filho, respectivamente, tiveram a oportunidade de dividirem o mesmo teto, os mesmos sonhos, conquistas e derrotas como se fossem uma única pessoa. Entretanto, como nada na vida é para sempre, o dia 16 de abril de 2016 foi a data escolhida pelo destino ou não para separar fisicamente os caminhos conjuntos do jornalista Marcolino Junior e de sua querida mãe Luzinete.

Depois de irem às compras no supermercado e almoçarem juntos já em casa, conforme ditava a tradição de um dia de sábado, eles iriam se ver pela última vez. “Após receber um telefonema, ele falou alto: eu vou… eu vou… Depois saiu daqui já por volta das 14h30 para não nunca mais voltar. Esses derradeiros passos dele jamais sairão da minha memória”, relembrou Luzinete de Barros.

Neste Domingo de Páscoa (16) completará um ano em que mãe e filho se viram pela última vez. Nem de longe, devido à vontade própria de ambos, mas sim por causa de uma atitude bárbara e covarde, que acabou chocando e pegando toda a população caruaruense de surpresa.

Após receber o telefonema citado, Marcolino acabou sendo morto a facadas durante a tarde, em um motel de Caruaru. Seu corpo só foi localizado na manhã do dia 18 abril, no distrito de Insurreição, na zona rural de Sairé, no Agreste do Estado. Passados todos esses meses, como não poderia ser diferente, os sentimentos que vêm norteando a vida de Luzinete têm se caracterizado em grande parte pela dor, a tristeza e a saudade. “Todos os dias eu choro. Tenho chorado tanto que às vezes nem lágrimas têm caído. Se não fosse o amor que tenho por ele, já teria morrido, porque ele me amava demais e não gostaria que desistisse da vida”, acrescentou Luzinete.

A aposentada ainda mantém intactos num dos quartos de seu imóvel os objetos que eram utilizados por Marcolino Junior. Devido ao seu estado avançado de decomposição, quando foi encontrado morto, Marcolino só pôde ser identificado, justamente, através do reconhecimento de alguns de seus objetos pessoais: uma pulseira e um anel. Encaminhado na ocasião para o Instituto de Medicina Legal do Recife, o corpo do jornalista acabou sendo reconhecido pela família, através da prima dele, Juciane da Silva Lima. Um ano depois do episódio, que acabou repercutindo nacionalmente, ela parece ainda não acreditar na partida do parente.

“Fui eu quem reconheceu o corpo, mas às vezes me pego sem querer acreditar no que fizeram com ele. O sentimento é de muita saudade. Sinto falta do Marcolino da infância, da adolescência, da época de juventude. Ele foi morto de uma forma muito brutal. Acredito que ainda restam muitas lacunas a serem preenchidas em relação ao seu caso. A própria promotoria do Ministério Público já chegou a levantar a possibilidade do envolvimento de uma terceira ou quarta pessoa na sua morte. Várias conversas já chegaram aos nossos ouvidos como a da tentativa de queimar Marcolino em seu próprio carro. Neste contexto, não se configuraria o latrocínio, conforme foi apontado no inquérito policial, mas, sim, perseguição, rixa ou outro motivo.”

Dos dois suspeitos que foram apontados e presos pela polícia como os responsáveis pela morte de Marcolino, atualmente apenas um encontra-se recolhido na Penitenciária Juiz Plácido de Souza. Trata-se de Rafael Leite da Silva, de 32 anos. De acordo com as investigações da Polícia Civil, ele teria se encontrado com o jornalista no início da tarde do dia 16 de abril e, em seguida, se dirigido com ele num automóvel para o motel onde a vítima foi executada. Lá, Rafael teria aplicado um golpe de jiu-jítsu desferindo posteriormente golpes de faca peixeira no pescoço dele. Para atrair Marcolino até o local, o suposto executor teria contado com a intermediação do comparsa Davi Fernando Ferreira Graciano, de 22 anos.

Este último, segundo a polícia, sabia que Marcolino Junior possuía interesse em relação ao Rafael e acabou intermediando o encontro entre eles. A vítima e o suposto executor chegaram até o motel por volta das 16h50 e mais de uma hora depois, precisamente às 18h, câmeras de videomonitoramento registraram quando o automóvel de propriedade do colunista deixou o local sob a condução do Rafael. O corpo de Marcolino foi colocado no porta-malas. Isso ficou comprovado através da perícia do IC. Também de acordo com as investigações, o cadáver foi levado pelo próprio Rafael até o distrito de Insurreição. A suposta dupla de comparsas teria cometido o crime para tentar se beneficiar financeiramente.

“Meu cliente é inocente. Ele deu três versões diferentes em relação ao crime, porque foi pressionado. A filha dele precisou passar uns tempos no Recife, porque estava sendo perseguida juntamente com a sua mãe. O Rafael também foi perseguido na prisão. Seu crime foi apenas ter aceitado a proposta de R$ 1 mil pela venda do automóvel da vítima”, disse o advogado de Rafael Leite, Cláudio Sales. Assim como Cláudio, o advogado de Davi Fernando, José Cordeiro, utilizou o espaço disponível na matéria para ressaltar a inocência de seu cliente. “O Davi nem deverá ir a júri, porque não existem elementos suficientes que determinem a sua participação. Ele não teve nenhum envolvimento com a morte do Marcolino.”

Enquanto o julgamento dos acusados não é realizado – até agora existe apenas a confirmação de que o Rafael terá de comparecer ao Tribunal de Júri –, os amigos de Marcolino vêm alimentando o desejo de justiça através das boas lembranças deixadas por ele. Colegas de trabalho do colunista por vários anos, a jornalista Léa Renata e a diagramadora Socorro Polycarpo, do Jornal VANGUARDA, relembraram as suas principais características.

“Marcolino era uma pessoa muito irreverente, feliz e de bem com a vida. Deixou muitas saudades”, destacou Léa. “Com certeza, a nossa redação ficou um pouco mais silenciosa após a sua partida, porque Marcolino era muito alegre e contagiava a todos com o seu bom humor”, acrescentou Socorro. Uma missa em memória do jornalista será realizada na terça-feira (18), às 19h, na Igreja da Natividade do Senhor, no Bairro Universitário.