Cresce número de pedidos de empréstimo para consumo

Pesquisa realizada pela Lendico, plataforma online de empréstimo pessoal, mostra que brasileiros estão voltando a investir em consumo em 2017. Os dados apontam que a procura por crédito para compra de carros cresceu 31% na comparação de março de 2017 com o mesmo período do ano passado, já os pedidos para reforma, compra de mobília e mudanças aumentaram 35% de março de 2016 para março de 2017.

Além disso, a pesquisa ainda mostrou que os brasileiros estão procurando mais crédito para educação. Os pedidos subiram 109% na comparação entre março de 2016 e 2017. A empresa acredita que as reduções no número de vagas em universidades públicas, no Fies e Prouni podem ter reflexo nestes pedidos. Outra tendência que se acentuou foi o pedido por jovens até 20 anos buscando o empréstimo. Cresceu 55% em relação ao ano anterior.

Aumentou também o volume de pedidos de empregados sem carteira assinada em relação a março do ano passado, 91%. Reflexo do desemprego e do aumento da atividade informal.

A pesquisa foi realizada com 104.450 pessoas via questionário no site da Lendico.

Sobre a Lendico

A Lendico é uma plataforma online de empréstimo pessoal que tem como missão oferecer as melhores taxas de juros do mercado. Aliando alta tecnologia e inteligência de mercado a empresa oferta taxas de juros justas, mudando a forma como as pessoas enxergam o empréstimo pessoal. Desde sua fundação no Brasil, em julho de 2015, a Lendico já atendeu mais de 11 mil clientes e emprestou mais de R$ 60 milhões. Além do Brasil, a Lendico está presente em mais quatro países (Holanda, Áustria, Alemanha e Suíça). O modelo de negócio da Lendico mostra que crédito inteligente e um solucionador de problemas financeiros, desde a saída de um endividamento ruim até a realização de sonhos.

Evite o “coitadismo” e a autopromoção exagerada

* Por Eduardo Ferraz

Todos nós sofremos com problemas e imprevistos no cotidiano. Em momentos de extrema dificuldade, um pedido de ajuda até funciona, mas isso tem limite. O fato é que, muitas vezes, praticar o “coitadismo” para conseguir algo pode ser um péssimo negócio.

Há pessoas que confundem humildade com o péssimo hábito de bancar o coitado para angariar simpatia. Essa atitude, se repetida, pega mal e costuma gerar o efeito contrário, principalmente quando o outro percebe que é simplesmente uma estratégia de negociação. Utilizar um problema para conquistar algo só é aceitável diante de uma real necessidade!

Tão ruim quanto a falsa humildade é abusar da autopromoção. Há gente competente que gera antipatia gratuita por exagerar nos autoelogios. Para exemplificar, qual seria sua reação se um palestrante tivesse uma hora para discorrer sobre um tema e usasse metade desse tempo para falar de si, ou quando em um livro, o autor exaltasse os próprios feitos em quase todas as páginas?

É claro que ter boas referências ou notoriedade é positivo e ajuda a conquistar a admiração das pessoas, além de aumentar o poder da argumentação. No entanto, é preciso tomar cuidado para que o tiro não saia pela culatra. Sua mensagem deveria ter uma relevância maior que você, – a carta é mais importante que o carteiro.

Nesse sentido, é preciso diferenciar a arrogância da autoconfiança. Alguém que, de fato, confia em si mesmo reconhece ter pontos fracos e consegue aceitar críticas construtivas. Aliás, saber assumir erros ou descrever situações em que poderia ter feito algo de maneira mais adeguada é sinal de que a pessoa tem autocrítica, que é intelectualmente honesta e que consegue aprender com os próprios erros. Por isso, é essencial saber destacar suas realizações relevantes no contexto correto: uma reunião de apresentação de projetos; um pedido de demonstração; uma pergunta sobre seus atributos ou qualquer outra situação em que você seja convidado a falar sobre sua expertise.

Resumindo: Seja respeitoso, aceite críticas justas e, ao mesmo tempo, demonstre confiança naquilo que faz para conquistar autoridade moral e ser cada vez mais respeitado. O elogio fica muito melhor quando vem da boca de outra pessoa.

* Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas há mais de 25 anos e autor do recém-lançado Gente que convence – como potencializar seus talentos, ideias, serviços e produtos, pela Editora Planeta.

Amplamente debatidas e aperfeiçoadas pelo PSDB, reformas chegam a momento decisivo

comissão

Duas importantes medidas para o país – as propostas de Reforma da Previdência e de modernização das leis trabalhistas – entram em fase decisiva nesta semana. Desde fevereiro, o PSDB exerce papel de destaque no debate sobre esses temas. Ainda em fevereiro, foi pioneiro ao realizar um ciclo de debates com especialistas sobre o tema. E desde então, debateu profundamente as propostas, em sucessivas reuniões e nas comissões especiais que analisam as propostas. Além disso, parlamentares tucanos apresentam sugestões por meio de emendas e um integrante da bancada – o deputado Rogério Marinho (RN) – exerce importante papel de relator de um projeto que visa sintonizar a legislação trabalhista com os tempos atuais.

Com tramitação em regime de urgência, essa proposta deve ser votada nesta terça-feira (25) pela comissão especial e, a partir de quarta-feira (26), no plenário da Câmara. Já a discussão do relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) sobre a reforma da Previdência começa amanhã na comissão especial. A expectativa é de que, após esta semana de debates no colegiado, a votação do relatório ocorra entre os dias 2 e 3 de maio.

O deputado Nelson Padovani (PR), titular da comissão especial da reforma trabalhista, acredita que os relatórios apresentados nos dois colegiados trazem avanços importantes em relação às propostas originais. No caso das leis trabalhistas, Padovani avalia que será possível modernizar as leis sem que haja prejuízos ao trabalhador. Ao contrário: segundo ele, haverá mais justiça e equidade nas relações de trabalho. “A nova legislação representará a distribuição justa para o trabalho e o capital”, resumiu nesta segunda-feira (24).

No caso da reforma previdenciária, Padovani acredita que as alterações feitas no texto apresentado pelo governo foram importantes porque, além de garantir a sustentabilidade da Previdência, agora, a proposta ampara de maneira mais justa os atuais contribuintes. “Estamos tratando do futuro do país. Essa nova Previdência será para nossos filhos e netos”, apontou.

Rogério Marinho deve apresentar novo substitutivo, já que concordou em aceitar emendas ao texto até o fim da tarde desta segunda. Como foi aprovado o regime de urgência para a proposta, não poderá haver pedido de vistas na comissão. Com isso, logo após a apreciação no colegiado, a matéria seguirá para a votação no plenário da Câmara.

O substitutivo já apresentado por Marinho modifica a CLT em vários pontos, garantindo os direitos trabalhistas e abrangendo aspectos não contemplados pela lei em vigor. Entre os inúmeros pontos relevantes da proposta estão a eliminação da obrigatoriedade do imposto sindical; a regularização do trabalho à distância (home office); priorização do negociado sobre o legislado; e possibilidade de parcelamento de férias em até três vezes.

O foco é proporcionar uma legislação mais moderna, que busque soluções inteligentes para novas modalidades de contratação, que aumente a segurança jurídica de todas as partes da relação de emprego, adaptando a CLT às modernizações verificadas no mundo durante os seus mais de 70 anos de existência.

A discussão do relatório apresentado por Arthur Maia começa nesta terça-feira (25). A avaliação dos tucanos que integram a comissão especial é de que a proposta avançou bastante. A contribuição do PSDB foi fundamental para isso.

SUGESTÕES ACATADAS

O partido apresentou nove importantes sugestões ao governo. Boa parte delas foi acatada parcial, integramente ou inspiraram modificações no parecer. O texto inicial da PEC 287 previa, por exemplo, a possibilidade de pensões por morte com valor inferior ao salário mínimo. Pelo relatório de Maia, ficam vedadas pensões inferiores ao mínimo, como defendeu o PSDB.

Inicialmente, a proposta previa que o cálculo da aposentadoria fosse feito com base na média dos salários de contribuição, enquanto o partido propôs que fosse considerado 90% dos maiores salários de contribuição. O relator manteve a média de 100%, mas, a partir de julho de 1994. A PEC vedava o acúmulo de pensão por morte com aposentadoria, enquanto a bancada defendia acumulação desde que não se ultrapasse o teto do INSS (hoje em R$ 5.531,31). O relatório permite o acúmulo, mas até o limite de dois salários mínimos (atualmente em R$ 1874,00).

Assim como defendem os tucanos, o novo texto mantém regras atuais para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), como a vinculação ao salário mínimo. Além disso, estabelece regras diferenciadas para o trabalhador rural, como defende o partido.

As regras de transição também foram alteradas. Atendendo, em partes, o que almejam os deputados do PSDB. Os tucanos discordavam da rígida proposta de abranger apenas homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 anos. Agora, todos que estão no sistema poderão participar da regra de transição, com um pedágio de 30% sobre o que falta para cumprir os 35 anos (homens) e 30 anos (mulher) de contribuição.

Por se tratar de uma PEC, a proposta terá que ser votada em plenário duas vezes. Em cada votação, precisa obter pelo menos três quintos do total dos votos do Plenário (513 deputados), ou seja 308 votos favoráveis. A data da apreciação em Plenário ainda não está marcada.

Reportagem: Djan Moreno/fotos: Alexssandro Loyola

Humberto vê enfraquecimento da base de Temer

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As recentes derrotas do presidente Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional e sua queda na popularidade levaram o líder da Oposição, Humberto Costa (PT), a vislumbrar um cenário ainda mais negativo para o governo peemedebista. Nas primeiras 20 votações nominais do governo Temer, no ano passado, 92% dos deputados seguiram a orientação do Planalto. Já nas 20 mais recentes, apenas 68% fizeram o mesmo, segundo levantamento do Basômetro, ferramenta interativa do Estadão Dados.

“Temer é o presidente sem voto, sem apoio nas ruas e no Congresso Nacional. Nem a política do toma lá, dá cá, nem os jantares luxuosos e nem mesmo as conversas impublicáveis ao pé do ouvido tem surtido efeito. Até aqueles parlamentares mais fisiológicos estão dia após dia se afastando do governo Temer porque eles sabem o peso de estar ao lado de um governo fracassado, com uma pauta impopular”, disse Humberto.

Para Humberto, a falta de apoio de Temer no Congresso pode, inclusive atrapalhar os planos do peemedebista para aprovar as Reformas Trabalhistas e da Previdência. “À medida que a sociedade está se mobilizando, dizendo que não aceita esses dois projetos que, na prática, significam o fim da aposentadoria e dos direitos trabalhistas, o governo Temer perde força. Temer, hoje, já é o político mais impopular do Brasil. Falta muito pouco para que esse governo caia de podre”, avalia o senador.

O líder da Oposição falou ainda sobre a importância de uma grande mobilização na próxima sexta-feira dia 28, data em que as centrais sindicais de todo o Brasil planejam uma greve geral. “O Brasil tem que parar para dizer que não aceita esse projeto que fez o país em um ano retroceder 14. Já batemos recorde em desemprego e vemos um governo que todo dia quer dar um golpe novo no nosso povo. Não vamos aceitar calados essa pauta retrógada que prejudica o trabalhador”, afirmou Humberto.

Resultado de licitação do Banco do Brasil vaza quatro dias antes da abertura de envelopes

Do Congresso em Foco

A primeira colocada na licitação para a maior conta de publicidade em disputa no país teve a sua vitória antecipada em registro de cartório e anúncio de jornal com pelo menos quatro dias de antecedência. Em sua edição desta terça-feira, a Folha de S.Paulo informa que tomou conhecimento de que a Multisolution, uma empresa que nunca havia conquistado uma conta no poder público, seria a vencedora na disputa pela conta do Banco do Brasil, estimada em R$ 500 milhões. Os valores podem chegar a R$ 3 bilhões caso sejam feitas as prorrogações previstas no edital.

O resultado foi registrado pela Folha em cartório, no dia 20, e em um anúncio cifrado no próprio jornal no último domingo (23). A agência ficou conhecida no mercado após comandar a conta da Petrópolis, que fabrica a Itaipava. Mas perdeu espaço desde 2012, quando ficou sem a conta da cervejaria. A Multisolution vai dividir a conta com a segunda e a terceira colocadas na licitação: a Nova S/B, especializada em contas de governo, e a Z+, empresa de capital aberto francês.

O classificado, publicado no caderno Sobre Tudo, da Folha, trazia o nome da empresa e o número da concorrência que ela venceria nesta segunda-feira. Segundo informação obtida pelo jornal, houve direcionamento dentro da estatal para garantir que a agência estivesse entre as contratadas pelo Banco do Brasil, informa a editora da coluna Painel, Daniela Lima. “Temos a solução para os seus problemas. Multisolution ganha fácil da concorrência; atendemos todos os bancos do Brasil. Ligações a partir de segunda-feira. Tel. (0xx11) 2016-0003″, diz o anúncio.

O Banco do Brasil nega irregularidades. “O processo de licitação para escolha das novas agências de publicidade obedeceu rigorosamente a legislação, e a definição das vencedoras foi norteada por critérios técnicos”. A agência de publicidade também negou qualquer favorecimento. A Multisolution foi a única entre as qualificadas que não teve a liderança na disputa ameaçada. De acordo com a Folha, a agência alcançou 91,58 pontos, de um total de 100. Esse tipo de licitação, chamada de “melhor técnica”, ocorre em fases – já na segunda etapa a empresa tinha margem segura para garantir que estaria entre as contratadas.

Ao final, a Multisolution ficou cerca de seis pontos à frente das demais classificadas. A distância entre as outras duas agências que venceram o certame foi de pouco mais de um ponto: 84,25 (Nova/sb) e 85,26 (Z+). Ao todo, 14 empresas participaram da disputa.

Conforme a reportagem, essa modalidade de licitação exige das concorrentes o preenchimento de uma série de requisitos para que sejam habilitadas a participar da concorrência. Nesse caso, além de propor o menor preço, as empresas enviaram ao Banco do Brasil planos de comunicação e capacidade de atendimento. Segundo Pedro Queirolo, presidente da Multisolution, a vitória “veio para coroar os 20 anos de trabalho da agência, que é reconhecida por grandes cases no setor privado”.

Projeto que coíbe uso de loterias na lavagem de dinheiro vai à Câmara

Do Congresso em Foco

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (25), em turno suplementar, projeto que amplia medidas destinadas a coibir o uso de loterias para lavagem de dinheiro. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 62/2007, do senador Alvaro Dias (PV-PR), foi aprovado no dia 18, mas, por ter sido acolhido substitutivo do relator, senador José Pimentel (PT-CE), foi necessária a votação em turno suplementar. Se não houver recurso para votação em Plenário, será enviado diretamente à Câmara dos Deputados.

Conforme o texto, a Caixa Econômica Federal ou qualquer outra pessoa jurídica autorizada a explorar loterias deve manter, por no mínimo cinco anos, o registro de informações sobre as edições dos concursos e sobre os ganhadores. A obrigação também alcança casas lotéricas revendedoras e permissionárias.

Ainda de acordo com a proposta, deverá ser mantido registro do tipo ou modalidade de loteria ou sorteio, o número e data do concurso, a data do pagamento do prêmio, o valor do prêmio, a descrição do prêmio, se em dinheiro ou em bens, e a forma do pagamento.

Também será preciso registrar o nome completo do ganhador, o número de documento de identificação e o de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas da Secretaria da Receita Federal (CPF). O projeto prevê ainda o registro dos dados das casas lotéricas, identificação dos responsáveis legais e endereço das unidades responsáveis por receber as apostas e do estabelecimento pagador.

O objetivo de Alvaro Dias é evitar casos como o citado por ele na justificação da proposta, em que uma única pessoa descontou 107 prêmios no mesmo dia, em sete modalidades de loteria.

Como observa José Pimentel, o caso citado é um exemplo de como os criminosos buscam “dar aparência legal a recursos financeiros que têm origem ilegal, recursos muitas vezes advindos de crimes de impacto econômico e social bastante negativo, tais como corrupção, sonegação de impostos, tráfico de drogas e de armas”.

Senado aprova projeto que destina à educação dinheiro recuperado da corrupção

Karine Melo – Repórter da Agência Brasil

Está pronta para ir à Câmara dos Deputados a proposta que destina prioritariamente à educação recursos públicos recuperados em ações de combate à corrupção. De autoria do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 291/2014 foi aprovado hoje (25), em decisão terminativa, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O texto de Cristovam Buarque estabelece que esses recursos sejam destinados ao fundo criado em 2010 para receber recursos da exploração do pré-sal. Esse fundo garante recursos para o desenvolvimento social e regional, nas áreas de educação, cultura, esporte, saúde pública, ciência e tecnologia, meio ambiente e adaptação às mudanças climáticas. A lei determina que 75% da metade dos recursos sejam destinados à educação e 15%, à saúde.

Tráfico de drogas lidera número de habeas corpus no STJ no primeiro semestre

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

Apenas no primeiro semestre deste ano, dos 12.331 habeas corpus e recursos recebidos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), 3.506 são referentes a tráfico de drogas, ou seja, 30% do total. A informação é da presidente do órgão, ministra Laurita Vaz, ao ilustrar problemas na política de drogas no país. “O tráfico e o uso de drogas são males que têm afligido a sociedade de forma crescente nos últimos anos, que nos assusta e trazem por arrasto consequências maléficas”, disse.

A Lei nº 11.343/2006, a chamada Lei de Drogas, completa 10 anos em 2017 e para fazer um balanço da situação, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) está promovendo, hoje (25) e amanhã (26), o seminário “10 Anos da Lei de Drogas – Resultados e perspectivas em uma visão multidisciplinar”. O evento tem apoio do STJ e da Associação dos Juízes Federais do Brasil.

Ao participar do encontro, a ministra da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, disse que, do ponto de vista da segurança pública, os dados são “estarrecedores”. Ela citou dados do Departamento Penitenciário Nacional, que apontam que um terço dos encarcerados do país tiveram envolvimento com drogas. Dados do Conselho Nacional de Justiça revelam que em torno de 75% dos jovens infratores são usuários de drogas.

A resolução, segundo a ministra, exige abordagem interdisciplinar, que envolve Judiciário, saúde, ciência política e sociologia. “É importante tratar o tema na perspectiva de assistência aos dependentes, que envolve a reinserção dessa pessoa na sociedade, para que tenha qualidade de vida”, acrescentou, ressaltando que, além da reflexão, o seminário pode levantar propostas qualificadas que gerem resultados mais rápidos para a sociedade sobre a questão das drogas.

Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a questão das drogas é dinâmica e devem ser repensados os “enfrentamentos, os efeitos, os resultados obtidos e não obtidos com a política”. Segundo Janot, há pontos prioritários a serem revistos e debatidos, como as políticas de prevenção e reinserção; a destinação de bens apreendidos para o uso no enfrentamento às drogas; a diferenciação e tratamento correto de usuários e traficantes; e o reflexo da política criminal de combate às drogas no “combalido e falido” sistema penitenciário brasileiro.

Para a presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, a liberação do uso de drogas não é solução para os problemas que gera, pois não são consequências apenas individuais. “No Brasil, país de dimensões continentais, com grande parte da população alijada de uma educação básica de qualidade, com uma polícia cada vez mais sucateada, com órgãos de saúde pública funcionando na fronteira do caos, essa proposta me parece temerária”, disse, na abertura do seminário.

Na opinião de Laurita, é preciso pensar na realidade de forma mais ampla, buscando identificar sua verdadeira origem e trabalhar na prevenção. A educação de base, a formação para a cidadania, a promoção de atividades escolares, esportivas e lúdicas, a profissionalização e o emprego são algumas medidas que o Estado brasileiro tem deixado de empreender. “Em meio a tanta sangria dos cofres públicos, fica fácil imaginar porque o Brasil carece de investimentos em áreas essenciais; não por falta de dinheiro, mas por pura malversação do dinheiro público”, afirmou.

Além de debater a política de drogas que vem sendo adotada no país, o seminário analisa expectativas para nova abordagem do tema, como as políticas públicas voltadas à assistência de dependentes químicos, o uso medicinal de substâncias proscritas, as questões relacionadas a encarceramento e gênero, bem como aspectos penais e processuais na judicialização dos crimes previstos na Lei de Drogas.

Temer se reúne em Brasília com ministros, parlamentares e governadores

Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil

O presidente Michel Temer está reunido para um almoço com governadores, ministros e parlamentares da base aliada na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, na Península dos Ministros, em Brasília. Na pauta, além da renegociação da dívida dos estados, estão as discussões sobre as reformas trabalhistas e da Previdência.

De acordo com a presidência da Câmara, além do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participam da reunião os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; da Casa Civil, Eliseu Padilha; e os governadores do Amazonas, José Melo; de Alagoas, Jackson Barreto; do Amapá, Waldez Góes; do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg; de Goiás, Marconi Perillo; de Minas Gerais, Fernando Pimentel; de Mato Grosso, Pedro Taques; Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azembuja; do Pará, Simão Jatene; de Pernambuco, Paulo Henrique Câmara; do Piauí, Wellinton Dias; do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori; do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão; de Roraima, Suely Campos; de Santa Catarina, Raimundo Colombo; de Sergipe, Jackson Barreto e de Tocantins, Marcelo Miranda.

Na Câmara dos Deputados tramita um projeto de recuperação da dívida dos estados. Na semana passada, foi aprovado o texto-base da proposta, que prevê a suspensão do pagamento da dívida dos estados à União por três anos a partir da adoção de um plano de contrapartidas.

Gastos de brasileiros no exterior sobem 50% no primeiro trimestre

Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil

Os gastos de brasileiros no exterior ficaram em US$ 1,530 bilhão em março deste ano, informou hoje (25) o Banco Central (BC). O resultado é 18,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando os brasileiros gastaram US$ 1,291 bilhão. No primeiro trimestre, as despesas ficaram em US$ 4,469 bilhões, 50,4% acima dos gastos registrados de janeiro a março de 2016 (US$ 2,972 bilhão).

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o crescimento das despesas de brasileiros no exterior deve-se a um “câmbio mais favorável” e à melhora na confiança dos consumidores. “Temos visto nos últimos meses uma recuperação gradual da confiança. Isso constitui um estímulo para consumo”, disse.

As receitas de estrangeiros no Brasil ficaram em US$ 650 milhões, em março, e em US$ 1,846 bilhão nos três meses do ano. Como as despesas de brasileiros no exterior são maiores do que as receitas de estrangeiros, a conta de viagens internacionais ficou negativa em US$ 880 milhões, no mês passado, e em US$ 2,623 bilhões, no primeiro trimestre.

Os dados parciais deste mês indicam que os brasileiros continuam gastando mais com viagens ao exterior. Em abril, até o último dia 20, as despesas ficaram em US$ 1,023 bilhão, enquanto as receitas chegaram a US$ 313 milhões. Se esse ritmo for mantido até o final do mês, as despesas vão registrar crescimento de 32% em abril, comparado do igual mês de 2016.