Senado aprova PEC que torna estupro crime imprescritível

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O plenário do Senado aprovou na quarta-feira (9), em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição que torna imprescritíveis os crimes de estupro. O texto, do senador Jorge Viana (PT-AC), foi aprovado por 61 votos favoráveis e nenhum contrário e segue agora para a Câmara dos Deputados.

Com isso, não haverá mais tempo mínimo para que as vítimas desse tipo de crime façam a denúncia à Justiça. Hoje, esse prazo é de 20 anos, após o qual, mesmo que a vítima denuncie, o autor do crime não pode mais responder por ele. A lei atual estabelece que o estupro é crime inafiançável e hediondo, o que agrava a pena e reduz o acesso a benefícios relacionados à execução penal.

Apesar das punições já mais duras, a relatora da matéria, senadora Simone Tebet (PMDB-MS), acredita que a retirada da prescrição será importante especialmente nos casos em que a vítima é criança e só tem condições de denunciar depois de adulta.

Além dos casos de menoes de idade e de situações em que o abuso ocorre dentro do ambiente familiar, há ainda casos em que as vítimas têm vergonha de denunciar porque sofrem preconceito a respeito do local em que estavam ou da roupa que estavam usando, na opinião da senadora.

“É esse lapso de tempo que fertiliza a impunidade, e é essa impunidade que se pretende combater, ao tornar o estupro, como o racismo, um crime imprescritível”, afirmou a relatora.

Para o autor da proposta, a mudança vai ajudar a revelar casos mesmo após muitos anos. “Esta Proposta de Emenda a Constituição é uma resposta, é uma voz que vai se sobrepor ao silêncio que temos hoje desse quase meio milhão de crimes de estupro [por ano] que o Brasil vive e silencia”, afirmou Jorge Viana.

Para o senador, a mudança constitucional “manda um recado duro para os estupradores que fazem do Brasil um país campeão de estupros, dizendo: ‘olha, se você cometer um estupro, a qualquer momento você pagará por ele’”.

Criação de 35,9 mil vagas em julho indica recuperação geral da economia, afirma ministro

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do mês de julho mostram que a economia brasileira está dando sinais gerais de recuperação. A opinião é do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que divulgou os dados na quarta-feira (09), na sede do Ministério do Trabalho, em Brasília. O Brasil teve crescimento do número de empregos pelo quarto mês consecutivo, com a abertura de 35,9 mil novas vagas formais, resultantes de 1.167.770 admissões e 1.131.870 desligamentos. No acumulado do ano, os número apontam a criação de 103.258 postos de trabalho. “O conjunto da economia dá sinais de recuperação”, comentou o ministro, prevendo que mês que vem os números podem ser ainda melhores.

Segundo Ronaldo Nogueira, o resultado do Caged em julho foi influenciado pela volta do poder de compra da população. Ele destacou os números positivos da Indústria da Transformação, que “decolou” com a abertura de 12.594 vagas, e a Construção Civil, que voltou a gerar empregos (+724 vagas) depois de 33 meses de saldo negativo. “O último dado positivo da Construção Civil havia sido em setembro de 2014. Os números de julho ainda são pequenos, mas depois de 33 meses negativos, é um dado animador”, observou.

Também se destacaram, segundo o ministro, a Indústria de Produtos Alimentícios, com 7.995 postos, e a Indústria do Material de Transporte, que criou 2.282 postos. Nesse subsetor, chama a atenção a Indústria Automobilística. “Esses setores são fortemente associados a financiamentos. Isso indica a volta da capacidade de compra e da demanda por crédito pela população”, disse o ministro, ao detalhar os números da Construção Civil e da Indústria Automobilística, que envolvem bens duráveis e de valor elevado.

Medidas – Na avaliação de Ronaldo Nogueira, o saldo positivo já reflete de maneira mais consistente medidas como a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), à medida que parte desses recursos foi usada para saldar dívidas. “Quem pagou as dívidas tem a possibilidade de obter novo crédito. Isso acaba gerando mais compras e, consequentemente, a abertura de novas vagas”, analisou.

A expectativa é de que os números continuem positivos no restante do ano, pelo menos até novembro, com a possibilidade de um ajuste no mês de dezembro. Mesmo considerando que “ainda há muito a recuperar”, Ronaldo Nogueira acredita que a tendência de crescimento e retomada do emprego está consolidada.

Ele também voltou a prever a abertura de mais vagas, nos próximos dois anos, a partir da entrada em vigor da modernização da legislação trabalhista. “Com as novas modalidades de contratos e a segurança jurídica, a previsão é de que nos próximos dois anos sejam criados dois milhões de empregos no país”, disse.

Miguel Coelho reassume comando da Prefeitura de Petrolina nesta quinta

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Após se licenciar do cargo por quase 20 dias, o prefeito de Petrolina Miguel Coelho retorna ao trabalho nesta quinta-feira (10). No primeiro dia de volta ao mandato, o gestor se dedicará a reuniões na sede municipal com a vice-prefeita Luska Portela e secretários para retomar a situação dos projetos e ações do município.

Miguel licenciou-se do cargo de prefeito no dia 23 de julho para viagem em lua de mel com a primeira dama Lara Secchi Coelho. Nesse período, a gestão municipal foi comandada pela vice Luska Portela.

Paulo Câmara: “O PSB tem compromissos claros e projetos para o Brasil”

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Preocupado em diminuir as desigualdades sociais e construir uma história de justiça e liberdade, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), fundado em 1947, celebrou, no último dia 6 de agosto, 70 anos. Para marcar as comemorações e os últimos dez anos da legenda à frente do Governo de Pernambuco – desde a eleição do ex-governador Eduardo Campos, em 2007, até a atual gestão do governador Paulo Câmara – foi realizada, nesta quarta-feira (09.08), uma sessão solene na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Na ocasião, o chefe do Executivo estadual, que é vice-presidente nacional da sigla, destacou o compromisso do PSB de combater a desigualdade entre as diferentes regiões do País, frisando que “a injustiça social é intolerável”.

“O Partido Socialista Brasileiro não aceita que uns tenham muito enquanto outros nada têm. O PSB tem compromissos claros e projetos para o Brasil e nunca aceitou ou aceitará desigualdades. Não foi fácil chegar até aqui com os compromissos que carregamos, mas somos movidos pela crença de que a política é uma forma de lutar por um mundo melhor para todos, enfrentando e superando as dificuldades”, afirmou o governador Paulo Câmara. O gestor estadual também ressaltou o marco para a política brasileira que é a comemoração dos 70 anos do PSB e registrou que a história do partido demonstra a importância de seus ideais. “Não é todo dia que podemos festejar sete décadas de história de um partido político em um país como o nosso, com tão reduzida tradição na construção e manutenção de instituições partidárias”, pontuou.

O presidente do PSB de Pernambuco, Sileno Guedes, ressaltou as sete décadas de luta política e atuação nos movimentos mais importantes do País da legenda. Ele frisou que, enquanto não houver justiça social e libertária para o povo, o PSB será sempre uma esperança viva para os brasileiros. “Temos uma percepção própria, respeitando todas as outras sob o princípio democrático. O PSB nasceu desses valores: democracia, liberdade e justiça social. Por isso, ninguém e nenhuma força política têm condições de desconhecer o nosso papel político em defesa dos interesses de povo”, asseverou.

Além do governador Paulo Câmara e do presidente Sileno Guedes, compuseram e mesa de honra da solenidade o prefeito do Recife, Geraldo Julio, a ex-primeira-dama e integrante do PSB nacional Renata Campos, o chefe de Gabinete do Governo, João Campos, e o presidente da Alepe, Guilherme Uchoa. Centenas de militantes do partido ocuparam o Auditório Sérgio Guerra, que abrigou a cerimônia na sede do Legislativo Estadual.

Autora da proposta para a realização da sessão solene, a deputada estadual Laura Gomes ressaltou que os ideais do PSB marcaram os mandatos legislativos e executivos de Miguel Arraes, Eduardo Campos e, agora, se consolidam na administração de Paulo Câmara. “Sob a condução do governador, a gestão de Pernambuco confirma o modo socialista de governar: com equilíbrio, seriedade e competência, mesmo em meio a uma crise econômica, política e ética sem precedentes”, afirmou.

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi fundado no dia 6 de agosto de 1947, por João Mangabeira, com o ideal de unir socialismo e liberdade. Diante da defesa da democracia sob constante ameaça, o partido foi extinto pelo movimento militar em 1964 e se reergueu em 1985, quando esteve sob a liderança de Jamil Haddad, Roberto Amaral e de Miguel Arraes.

Estudantes de Arcoverde debatem literatura com autores de renome nacional

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O projeto Arte da Palavra chega a Arcoverde na próxima segunda-feira (14/08) com o Circuito de Autores. Nesta edição, as ações serão realizadas em duas instituições de ensino da cidade: na Escola de Referência em Ensino Médio Senador Vitorino Freire e na Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde (Aesa/Cesa). Os convidados são os autores Henrique de Medeiros, do Mato Grosso do Sul, e Antônio Moura, do Pará. O projeto é uma realização do Departamento Nacional do Sesc e a produção na cidade é do Laboratório de Autoria Literária José Rabelo de Vasconcelos do Sesc Arcoverde.

O Circuito de Autores tem como objetivo a divulgação do trabalho de escritores nacionais e a valorização e divulgação desses autores nas diversas comunidades literárias. A primeira sessão será na Erem Senador Vitorino Freire, às 15h, e a segunda na Aesa/Cesa, às 20h. Ambas as atividades serão mediadas pelo professor, escritor e poeta Carlos Alberto de Assis Cavalcante, de Arcoverde. As sessões são gratuitas e abertas ao público.

“É um projeto de grande importância para agregar as demandas dos Laboratórios de Autorias em Pernambuco. Estamos com uma ótima expectativa sobre esse Circuito de Autores de ter, mais uma vez, um resultado bem positivo na sua realização”, afirma Carla Torres, responsável pelo Laboratório de Autoria Literária do Sesc Arcoverde.

Arte da Palavra – considerado um dos maiores projetos literários do país, o Arte da Palavra desenvolvido pelo Departamento Nacional do Sesc tem como objetivo oferecer ações que atuem em toda a cadeia da literatura, desde a formação e divulgação de novos escritores, a valorização das obras e escritores brasileiros e as novas formas de produção e fruição literária possibilitadas pela emergência de discursos periféricos e a utilização de novas tecnologias. Com isso, o projeto contribui para a democratização do acesso à leitura, um dos pilares para o desenvolvimento social e cultural do país.

Dia dos Pais oferece oportunidade para fidelizar clientes

Datas comemorativas são uma ótima oportunidade para aumentar as vendas no comércio e serviços. E o Dia do Pais está entre as mais importantes no Brasil. Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em todas as capitais, mostra que 57% dos entrevistados têm intenção de presentear os pais neste ano. Diante de tamanho potencial, além de ampliar a comercialização de produtos, os empreendedores podem aproveitar a chance para fidelizar clientes. Para orientar o empreendedor sobre fidelização, o Sebrae lançou uma página com dicas para os donos de pequenos negócios ampliarem as vendas.

No Portal do Sebrae é possível acessar orientações sobre planejamento estratégico, importância da avaliação do público e casos de sucesso. A ideia principal da fidelização é encantar o cliente, melhorar a experiência de compra e torná-lo engajado com a proposta dos produtos e serviços adquiridos. Tudo para aumentar as chances de que ele retorne e consuma novamente.

“O empreendedor deve criar táticas para cativar o cliente e usar atrativos, como a concessão de descontos, que o farão querer voltar ao estabelecimento. Além disso, serviços eficientes e bom atendimento são essenciais, tanto em lojas físicas quanto nas virtuais”, destaca o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. Acesse aqui o conteúdo da pagina sobre Dia dos Pais e fidelização.

Parceria – Para alguns empreendedores, o Dia dos Pais é também uma data para comemorar parcerias, como na família de João Aloysio Carvalho Filho, hoje com 63 anos e mais de 30 anos de trabalho na área de alimentação. Foi ele a grande inspiração para os filhos Mariana Alves Carvalho David (32) e João Aloysio Carvalho Neto (33) empreenderem no ramo da gastronomia. Ambos cresceram acompanhando as atividades do pai, dono do restaurante Friburgo, inaugurado em 1985 e que manteve suas atividades até meados de 2005, em Brasília. Ainda hoje, João Filho se mantém no segmento de alimentação.

Com total apoio para empreender sem medo na área de gastronomia, hoje Mariana é proprietária do Piccolo Emporium, inaugurado em março de 2016, também em Brasília, junto com o pai, que foi parceiro no empreendimento. Formada em Turismo e pós-graduada em Gestão de Pessoas, ela confessa que sempre se sentiu atraída por esse tipo de atividade. “Sempre gostei da área. Quando fazia turismo, pensava em trancar e investir em gastronomia”, diz. Atualmente, já com o seu sonho realizado, Mariana diz que tem uma boa clientela fidelizada, mas que pode crescer. “Ainda tenho terreno para expandir e clientes para conquistar”, afirma. A empresária reconhece a importância do pai nessa trajetória: “Ele foi essencial para mim. Sem ele, não teria coragem de abrir o negócio. Ele é uma pesso a muito calma e dá apoio até hoje”.

O irmão, o empreendedor João Aluysio Carvalho Neto, que também enveredou pelos negócios gastronômicos, endossa as palavras de Mariana sobre o pai. “Ele é minha inspiração de vida! Sempre otimista, leve e saudável. Embora os negócios dependessem de fatores externos, ele sempre teve calma”, conta João, proprietário de uma franquia Yogoberry, em Brasília, desde 2009, e de um restaurante de culinária mexicana (¿Qué Quieres?), no bairro de Ipanema, Rio de Janeiro. Estimulado pelo pai, a casa de culinária mexicana foi aberta em março de 2015, um ano antes do empreendimento da irmã. João Neto explica que, além da influência paterna, a flexibilidade de horários, poder comandar uma equipe e empregar pessoas são algumas das vantagens que o atraíram a ter o próprio negócio.

Pesquisa – A parceria entre familiares é algo comum nos negócios. De acordo com pesquisa do Sebrae, 52% das micro e pequenas empresas brasileiras podem ser consideradas familiares, ou seja, possuem sócio ou empregado que são parentes. Quanto maior o porte, maior a participação familiar. O levantamento do Sebrae constatou que de cada dez empresas de pequeno porte, seis são familiares. Quando a análise é feita entre as micro empresas, esse número cai para cinco de cada dez.

Lei Maria da Penha: 11 anos de conquistas e desafios

Fabiana Dal’Mas Rocha Paes *
Amanda Carvalho viu o pai atear fogo na mãe, numa tentativa desesperada de tirá-lo de cima dela, acabou sendo atingida pela gasolina também. A mãe de Amanda faleceu e Amanda, com apenas 17 anos de idade, teve 57% do corpo queimado.

A história de vida de Amanda é a mesma de muitas mulheres brasileiras – uma história de violência, agressividade, dor e superação, semelhante também à Maria da Penha. A Lei Maria da Penha completa onze anos em 7 de agosto de 2017 e constitui um importante diploma legal para a proteção dos direitos humanos das mulheres, em especial a uma vida livre de violência na esfera doméstica. Nos termos da Lei Maria da Penha, entende-se por violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico, sexual ou patrimonial. As formas mais comuns que enfrentamos no Gevid (Grupo Especial de Violência Doméstica) são as ameaças, as lesões corporais, os crimes contra a honra e o feminicídio.

Nestes 11 anos temos muito a comemorar, pois sabemos que vidas foram salvas em razão da existência desta lei. Assim, por exemplo, dados do Ipea indicam que a LMP fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídio contra as mulheres dentro das residências. Essa diminuição, embora significativa, não foi suficiente para retirar o Brasil da vergonhosa posição do 5º país que mais mata mulheres no mundo. São 13 mulheres assassinadas por dia, uma a cada duas horas, em grande número constituído pela população economicamente desfavorecida e negra. Com efeito, para a plena efetivação da legislação, o caminho ainda é longo.

É importante frisar que as mulheres e meninas são mortas, com mais frequência, na esfera doméstica, normalmente por seus namorados, companheiros, ex-companheiros, maridos, ex-maridos, pais, avôs, etc, local em que deveriam estar mais protegidas. Diversamente, os homens estão mais sujeitos à violência na esfera pública.

A legislação nacional brasileira contempla a proteção da mulher quanto à prática de violência na esfera privada. A pergunta que fica no ar é a seguinte: se temos uma das melhores legislações de combate à violência doméstica do mundo, em especial porque foi construída coletivamente, pelo movimento de mulheres, academia e bancada feminina, o que justifica a continuidade dos elevados índices de morte de mulheres no Brasil?

A questão, muito além dos aspectos jurídico normativos, diz respeito a aspectos sócio culturais de uma sociedade patriarcal e de origem escravocrata. Enquanto não transformarmos a cultura, dificilmente diminuiremos a contento os altos índices de violência contra as mulheres. Nem tudo esta perdido, há uma fresta de esperança, houve algumas conquistas.

Entre estas conquistas podemos elencar algumas: a Lei Maria da Penha engloba importantes aspectos preventivos e repressivos; constitui um diploma legal muito divulgado e conhecido por parte significativa da população. Destacamos, ainda, que o agressor será sempre processado, se houver indícios de autoria e prova da materialidade, não sendo mais possível a transação penal ou suspensão do processo.

A lei contempla, ainda, as medidas protetivas de urgência, que são importantíssimas para prevenir crimes mais graves. Lembremos, também, que a lei determina o desenvolvimento de políticas públicas para o integral atendimento da vítima, inclusive, com o abrigamento, encaminhamento ao mercado de trabalho e atendimento psicossocial. Além disso, em razão da lei, Promotorias de Justiça especializadas em violência doméstica foram criadas, Varas e Defensorias especializadas.

Também foram criados grupos multissetoriais para o debate e a implementação da legislação com participação de diversas esferas do Ministério Público, Poder Judiciário e Poder Executivo. Por fim, foram desenvolvidos projetos de sensibilização da polícia, de agentes de saúde, de acolhimento de vítimas e ressocialização do agressor. Todos estes elementos de luz possuem uma grande sombra e muitos desafios.

Os desafios pendentes são inúmeros: presenciamos atônitos, quase sem reação, um momento muito triste no Brasil, onde a corrupção tomou conta de todas as esferas de poder, sendo que as mulheres detém uma participação insignificante no Congresso Nacional.

As legislações editadas pelos parlamentares são cada vez mais conservadoras, prejudicando muitas conquistas femininas, representando um verdadeiro retrocesso.

No âmbito dos Poderes Executivos, sob a desculpa de que inexiste orçamento suficiente pela crise financeira, verificamos um desmonte dos serviços de atendimento à mulher vítima de violência, com fechamento de serviços, desaparelhamento e falta de investimentos.

O compromisso com o combate à violência doméstica deve envolver toda a sociedade, mulheres e homens, o sistema de justiça e os poderes de Estado. As mortes e o sofrimento de muitas vítimas, como Amanda, poderiam ter sido evitados. Se não queremos mortes evitáveis no Brasil, para isso temos que não apenas desconstruir os estereótipos de gênero, mas também combater a tolerância social à violência doméstica, por meio da educação de gênero. Temos que seguir lutando contra todas as formas de violência contra a mulher, discriminação, em especial a doméstica, desenvolvendo políticas públicas sérias, pois as mulheres não se contentarão com uma simples “maquiagem”.

* Promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo e membro do Movimento do Ministério Público Democrático (MPD), é mestre em Direitos Humanos e Justiça Social pela UNSW (Sydney, Austrália) e doutoranda em Direito pela Universidade de Buenos Aires, além de vice-presidente da Associação Brasileira das Mulheres da Carreira Jurídica em São Paulo.

Marina quer estender Ficha Limpa a prefeituras

Folha de S.Paulo – Jelmir Tavares

“Contra a dualidade do vermelho e do azul”, a Rede iniciará uma série de campanhas com ênfase no discurso de fazer política na prática. A primeira meta é estender a prefeituras as regras da Lei da Ficha Limpa, que passariam a ser aplicadas na nomeação de cargos comissionados.

“É algo que atende ao clamor por moralidade e ética”, diz a ex-senadora Marina Silva, fundadora do partido, que lança a iniciativa nesta quinta-feira (10), em Brasília, ao lado do ex-juiz Márlon Reis.

Filiado à sigla e pré-candidato ao governo do Tocantins, ele ganhou fama justamente ao liderar o projeto de iniciativa popular que levou o Congresso em 2010 a banir os “fichas sujas” das eleições.

A bandeira faz parte de um projeto da Rede chamado Desafio Nacional. Na primeira mobilização, cidadãos serão chamados a pressionar vereadores e pedir que apresentem projetos de lei para proibir as administrações municipais de nomear pessoas que têm no currículo condenações judiciais por órgãos colegiados.

O partido vai cobrar que os 181 vereadores da legenda façam o mesmo. Cidades como Santos (SP), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Uberlândia (MG) já têm legislações assim.

‘DISCERNIMENTO’

A ex-senadora ainda faz mistério sobre a eleição de 2018. “Estou em fase de discernimento, conversando com aliados, apoiadores, amigos e minha família”, afirma.

Segundo ela, o Desafio Nacional é uma maneira de incentivar a participação política para além da “polarização improdutiva” entre PSDB e PT, que levou o país à atual crise e contribuiu para afastar grande parte dos eleitores.

 

Senado aprova PEC que torna estupro crime imprescritíve

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (09), em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição que torna imprescritíveis os crimes de estupro. O texto, do senador Jorge Viana (PT-AC), foi aprovado por 61 votos favoráveis e nenhum contrário e segue agora para a Câmara dos Deputados.

Com isso, não haverá mais tempo mínimo para que as vítimas desse tipo de crime façam a denúncia à Justiça. Hoje, esse prazo é de 20 anos, após o qual, mesmo que a vítima denuncie, o autor do crime não pode mais responder por ele. A lei atual estabelece que o estupro é crime inafiançável e hediondo, o que agrava a pena e reduz o acesso a benefícios relacionados à execução penal.

Apesar das punições já mais duras, a relatora da matéria, senadora Simone Tebet (PMDB-MS), acredita que a retirada da prescrição será importante especialmente nos casos em que a vítima é criança e só tem condições de denunciar depois de adulta.

Além dos casos de menoes de idade e de situações em que o abuso ocorre dentro do ambiente familiar, há ainda casos em que as vítimas têm vergonha de denunciar porque sofrem preconceito a respeito do local em que estavam ou da roupa que estavam usando, na opinião da senadora.

“É esse lapso de tempo que fertiliza a impunidade, e é essa impunidade que se pretende combater, ao tornar o estupro, como o racismo, um crime imprescritível”, afirmou a relatora.

Para o autor da proposta, a mudança vai ajudar a revelar casos mesmo após muitos anos. “Esta Proposta de Emenda a Constituição é uma resposta, é uma voz que vai se sobrepor ao silêncio que temos hoje desse quase meio milhão de crimes de estupro [por ano] que o Brasil vive e silencia”, afirmou Jorge Viana.

Para o senador, a mudança constitucional “manda um recado duro para os estupradores que fazem do Brasil um país campeão de estupros, dizendo: ‘olha, se você cometer um estupro, a qualquer momento você pagará por ele’”.

Grêmio avança, mas Palmeiras e Atlético-MG caem na Libertadores

O Grêmio venceu o Godoy Cruz, da Argentina, por 2×1, na noite dessa quarta-feira (9), em Porto Alegre, e está classificado para as quartas de final da Copa Libertadores da América. Na próxima fase, o time gaúcho enfrentará o vencedor de Botafogo e Nacional do Uruguai, que jogam nesta quinta-feira (10), no Rio.

O Grêmio só precisava de um empate, por ter vencido o primeiro jogo, na Argentina, e começou perdendo em seu campo, mas virou o placar com dois gols de Pedro Rocha. Enquanto isso, Palmeiras e Atlético Mineiro foram eliminados, respectivamente, por Barcelona de Guaiaquil (EQU) e Jorge Wilstermann (BOL)

Em Belo Horizonte, o Atlético Mineiro enfrentou o Jorge Wilstermann, da Bolívia, para quem perdeu o jogo de ida, na Bolívia, por 1×0, e não conseguiu a vaga nas quartas de final, ao empatar por 0x0. O time boliviano avançou à próxima fase da Libertadores.

Ainda pela Libertadores, em São Paulo, o Palmeiras venceu o Barcelona de Guaiaquil por 1×0 e teve que decidir a vaga nos pênaltis, pois perdeu o primeiro jogo, no Equador, por 1×0. O time paulista perdeu a disputa por pênaltis, nas cobranças alternadas, depois de 4×4 na primeira série, e saiu da competição.

Nesta quinta-feira (10), no Rio, o Botafogo enfrenta o Nacional do Uruguai e, em Santos, o Santos terá o Atlético Paranaense como adversário. Por terem vencido os jogos de ida, Botafogo (1×0) e Santos (3×2) tem a vantagem do empate. Na Argentina, o San Lourenço enfrentará o Emelec do Equador.

Sul-Americana e Brasileirão

No Rio, o Flamengo avançou à próxima fase da Copa Sul-Americana, jogando contra o Palestino, do Chile, ao vencer por 5×0. No primeiro confronto, no Chile, o Flamengo também goleou por 5×2 e precisava apenas de um empate para se classificar. O próximo adversário do Flamengo, nas oitavas de final, será a Chapecoense.

Pelo Campeonato Brasileiro, Série A, em jogo adiado da 17ª Rodada, Ponte Preta e Fluminense empataram em 0x0. O Fluminense segue em 10º lugar, com 25 pontos ganhos e Ponte Preta em 15º, com 22. O líder é o Corinthians, com 47 pontos