Globo afasta William Waack depois de comentário racista; vídeo viraliza nas redes

Do Congresso em Foco

A Rede Globo divulgou nota há pouco comunicando o afastamento do jornalista William Waack, âncora do Jornal da Globo, depois do vazamento de um vídeo em que ele faz piadas de cunho racista (assista ao episódio abaixo). A também apresentadora Renata Lo Prete (Globonews), que substitui o colega com alguma frequência, estará à frente do telejornal na noite da quarta-feira (8).

“A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante”, diz a emissora em trecho do comunicado (leia íntegra abaixo). Ainda segundo a nota, que elogia William e ressalta seu “extenso currículo de serviços ao jornalismo”, nesta quinta-feira (9) haverá reunião com o apresentador “para decidir como se desenrolarão os próximos passos”.

“Waack afirma não se lembrar do que disse, já que o áudio não tem clareza, mas pede sinceras desculpas àqueles que se sentiram ultrajados pela situação”, acrescenta a nota.

No vídeo, William se prepara para entrar ao vivo no telejornal e, em conversa ainda fora do ar, dirige-se ao também jornalista e diretor do Wilson Center, nos Estados Unidos, Paulo Sotero, depois de reclamar do barulho no trânsito. Na ocasião, o âncora participava da cobertura sobre a vitória do presidente norte-americano Donald Trump, na eleição do ano passado, direto de Washington (EUA).

Em determinado momento dos comentários, William xinga motoristas que passam buzinando. “Está buzinando por quê, seu merda do cacete. […] Deve ser um… com certeza. Não vou nem falar de quem… eu sei quem é… sabe o que é?”, dispara o jornalista, diante de um entrevistado ainda sem entender muito bem o que se passava.

“Preto, né? Isso é coisa de preto, com certeza!”, acrescenta o jornalista, agora arrancando risadas do interlocutor.

Viral

O vídeo viralizou nas redes, principalmente no Twitter. Durante boa parte do dia, o assunto ficou entre os trending topics em nível mundial, como o microblog define o que mais se discutiu, em determinado momento, em todo o país ou em regiões específicas do globo. No momento em que esta reportagem estava em elaboração, o tema registrava mais de 60 mil tuítes e figurava como o quarto mais compartilhado em todo o mundo.

O assunto foi intensamente comentado nas redes, e inclui parlamentares entre os debatedores. “Levando em conta a linha editorial do jornal do qual William Waack é âncora – e todas as suas posições classistas, seu desapreço à democracia e sua desonestidade intelectual na abordagem da corrupção –, não me espanta que ele possa praticar racismo por debaixo dos panos”, escreveu o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) em sua conta no Twitter – que, aliás, desde ontem (terça, 7) dobrou o número de caracteres permitidos por postagem, de 140 para 280.

“O comentário racista de William Waack é repugnante. Ele ainda dá risada! Racismo não é piada, racismo é crime! Uma vergonha que a Globo tenha apenas suspendido William Waack de suas funções, ele precisa ser demitido já e responder pelo crime que cometeu!”, registrou Luciana Genro, ex-deputada gaúcha e cofundadora do Psol, também no Twitter.

No Facebook, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), jornalista por formação, escreveu, em letras garrafais: “Um fascista a menos – Rede Golpe não suporta pressão e afasta Waack. O episódio foi o mais comentado do mundo nas redes sociais e mostra que o racismo, crime inafiançável no Brasil, não pode ser tolerado em hipótese alguma”.

Recentemente, os próprios profissionais da emissora foram vítimas de racismo, como a moça do tempo Maria Júlia Coutinho e as atrizes Sheron Menezzes e Taís Araújo. Até o repórter especial Heraldo Pereira, comentarista político da emissora e, já foi vítima de injúria racial e processou o também jornalista Paulo Henrique Amorim (TV Record/Conversa Afiada), que foi condenado a indenizá-lo por comentário de cunho racista. Heraldo já dividiu a bancada do Jornal Nacional por diversas vezes com William Waack.

Leia a nota da Globo:

A Globo é visceralmente contra o racismo em todas as suas formas e manifestações. Nenhuma circunstância pode servir de atenuante. Diante disso, a Globo está afastando o apresentador William Waack de suas funções em decorrência do vídeo que passou hoje a circular na internet, até que a situação esteja esclarecida.

Nele, minutos antes de ir ao ar num vivo durante a cobertura das eleições americanas do ano passado, alguém na rua dispara a buzina e, Waack, contrariado, faz comentários, ao que tudo indica, de cunho racista. Waack afirma não se lembrar do que disse, já que o áudio não tem clareza, mas pede sinceras desculpas àqueles que se sentiram ultrajados pela situação.

William Waack é um dos mais respeitados profissionais brasileiros, com um extenso currículo de serviços ao jornalismo. A Globo, a partir de amanhã, iniciará conversas com ele para decidir como se desenrolarão os próximos passos.

Mantega e ex-presidente do Carf são denunciados na Operação Zelotes

Folhapress

A Procuradoria da República no Distrito Federal denunciou na quarta-feira (8) o ex-ministro Fazenda Guido Mantega e o ex-presidente do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) Otacílio Cartaxo, acusados de advocacia administrativa, no âmbito da Operação Zelotes.

A denúncia resulta de investigação sobre manipulação da composição e do funcionamento do Conselho Superior de Recursos Fiscais, órgão do Carf ligado à Fazenda, para favorecer a empresa Cimento Penha.

O dono da Cimento Penha, Victor Sandri, também foi denunciado, sob acusação de corrupção ativa e advocacia administrativa (partícipe), além de outras 11 pessoas.
O Carf é uma espécie de tribunal administrativo ao qual empresas recorrem de multas aplicadas pela Receita. O caso investigado envolvia uma autuação contra a Cimento Penha no valor de R$ 57,7 milhões.

Segundo o Ministério Público, em 2007 a empresa recorreu do débito e foi derrotada numa instância inferior. Em 2010, apresentou novo recurso a uma instância superior. O êxito dependia da indicação de nomes para posições estratégicas no Carf.

Segundo a denúncia, Mantega e Cartaxo patrocinaram, direta e indiretamente, interesses privados da empresa perante a administração fazendária (advocacia administrativa), ao respaldarem dois nomes indicados para o conselho.

A denúncia apresenta trocas de e-mails entre os integrantes do suposto esquema com linguagem cifrada sobre as indicações para os cargos estratégicos. Ainda segundo a acusação, houve manipulação na distribuição do processo no Carf, feito manualmente pela presidência, sem qualquer controle, conforme delação premiada do ex-conselheiro Paulo Cortez.

De acordo com a investigação, o processo administrativo tramitou em todas as instâncias do Carf e o débito acabou sendo anulado no julgamento do recurso especial no Conselho Superior de Recursos Fiscais.

A acusação afirmou ter identificado ainda pagamentos de vantagens realizados pela Cimento Penha a conselheiros do Carf e a um escritório de advocacia que a representou, após a vitória da empresa no órgão. Além da condenação dos denunciados, a Procuradoria pede que eles paguem conjuntamente à União, a título de reparação, os R$ 57,7 milhões.

Outro lado
O advogado de Mantega, José Roberto Batochio, disse que ele foi denunciado “simplesmente por ter sido ministro da Fazenda, por ser do encargo do ministro as nomeações”.

Segundo Batochio, as nomeações para o conselho passaram por inúmeras instâncias, cabendo ao então ministro apenas ultimá-las. As defesas de Cartaxo, do empresário Sandri e dos outros 11 denunciados não foram localizadas.

Carroceiros participaram da primeira aula do curso de atendimento ao cliente do Parque 18 de Maio

Os carroceiros do Parque 18 de Maio começaram, na quarta-feira (8), o curso de atendimento ao cliente, oferecido pelo Sebrae em parceria com a Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria Extraordinária da Feira. A oficina está sendo realizada na Fafica (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru). São seis turmas, com aproximadamente 100 alunos cada, e acontece entre os dias oito e dez de novembro.

Na aula inaugural, com a sala lotada, o Secretário Extraordinário da Feira de Caruaru, José Pereira, deu as boas-vindas e desejou sucesso aos participantes. “Vocês não sabem a alegria que eu estou, vendo vocês aqui”, disse o secretário “Escuto muito alguns de vocês dizerem: nunca ninguém se lembrou da gente. Pois eu estou agora do lado de vocês. .A prefeita pediu para eu cuidar da feira e eu vou cuidar de coração, com o maior orgulho, com a maior dedicação, porque vocês merecem a atenção da gente”, enfatizou.

Pereira lembrou, ainda, de outro compromisso que tem com os carroceiros. “Passado o curso, vou ver a melhor data para a prefeita Raquel Lyra e eu entregarmos a vocês os 591 fardamentos com crachás, bonés, coletes e plaquinhas de identificação para as carroças. Vamos deixar vocês totalmente organizados”, ressaltou o secretário.

Melhor atendimento ao cliente

A oficina, oferecida pelo Sebrae e com direito a certificado de capacitação, é gratuita e tem o objetivo de preparar o carroceiro para atender melhor o cliente do Parque 18 de Maio. Irão participar, até a próxima sexta-feira (10), os 591 fretistas que foram previamente cadastrados. O carroceiro que não participar da capacitação terá seu cadastro cancelado.

Presidente da Acic é homenageado pela Câmara

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Como reconhecimento público ao trabalho social e econômico desempenhado em Caruaru, o presidente da Acic, Pedro Miranda, recebeu no dia seis de novembro, na Câmara de Vereadores de Caruaru, a medalha Honra ao Mérito Armando da Fonte. A propositura foi do vereador Alberes Lopes que fez a entrega da principal honraria oferecida aos expoentes da indústria e do comércio do município ao presidente da Associação para o biênio 2017/2018.

“Pedro Miranda é presidente uma das associações mais pujantes do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, a Acic. Sempre participou, como membro da Acic e também como cidadão, das decisões importantes que envolvem os setores do comércio e da indústria aqui no nosso município. O sucesso de tudo na nossa vida está no amor que colocamos naquilo que acreditamos fazer bem. Pedro tem amor ao que faz e dedicação não só a entidade que representa, mas a toda a sociedade caruaruense”, defendeu Alberes Lopes.

Pedro Miranda dividiu este importante momento com conselheiros, diretores, coordenadores e colaboradores da Acic e com amigos e familiares. “Agradeço a oportunidade de contribuir com meu trabalho para uma instituição importante como é a Acic. Sei da minha responsabilidade em representar esta Entidade que tem quase 100 anos de história. Mas, sinto-me imensamente honrado por fazer parte desta caminhada. Um reconhecimento como este me traz uma motivação ainda maior para continuar me dedicando ao associativismo e ao desenvolvimento da minha cidade”.

Turista conectado é a nova realidade nos destinos de viagem

Inovação é a palavra-chave para o desenvolvimento de serviços inteligentes que atraiam consumidores interessados em experiências sensoriais e inesperadas. No setor de turismo, essa estratégia é praticamente uma exigência. Para orientar os pequenos negócios do segmento, especialmente as agências de viagem, o Sebrae lança uma cartilha com dicas práticas sobre como melhorar a prestação de serviços, investindo em inovação. O lançamento será no dia 10 de novembro, em Gramado (RS), durante a Feira Internacional de Turismo (Festuris), um dos maiores eventos do setor no país.

A publicação, intitulada “Destino Sebrae: A Jornada do Turista Conectado – Agências de Turismo”, explora bastante o uso de plataformas e aplicativos que facilitem a pesquisa de destinos, preços e o compartilhamento de informações, entre outros itens. A cartilha está dividida em três capítulos: pré-viagem, viagem e pós-viagem. Para cada uma dessas fases, o Sebrae apresenta os seguintes tópicos: perfil do turista conectado; o que ocorre com o turista; exemplos de facilitadores da experiência; dicas para os destinos turísticos; e dicas para as agências.

As orientações do Sebrae estão baseadas no conceito de Turismo Inteligente, baseado em quatro grandes eixos: Tecnologia, Governança, Experiências Turísticas e Sustentabilidade. “Ser inteligente significa usar a tecnologia como aliada e como facilitadora das experiências turísticas. Estamos falando de uma tecnologia que se torne imperceptível, por ela fazer com que tudo funcione bem e de forma integrada”, avalia a diretora técnica do Sebrae, Heloisa Menezes.

Por esses aspectos, o Sebrae considera essencial o investimento em inovação, para que a empresa sobreviva em um mercado tão competitivo e com variados players digitais. “Faz parte do negócio estudar esse mercado, ficar antenado a novas tendências e usar ferramentas contemporâneas e modernas, que simplificam processos e agradam turistas”, afirma Heloisa. Para ela, a questão central é entender como a inovação tecnológica pode favorecer os negócios, já que o uso de tecnologias digitais tornou-se uma rotina no mercado.

O setor de turismo é um dos mais importantes do Brasil. De acordo com o governo federal, o turismo é a atividade do setor terciário que mais cresce no Brasil. Em 2016, movimentou R$ R$ 530,5 bilhões, conforme os dados divulgados pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). O impacto do turismo na economia brasileira deverá alcançar R$ 739 bilhões, ou 9,1% do PIB, em 2027 – e empregar 8,91 milhões de pessoas no país.

Experiências – Diversos setores tradicionais estão sendo forçados a repensar os modelos de negócios em função dos avanços tecnológicos. E as agências de viagens são fortemente impactadas por essa tendência. “Mais do que vender viagens, elas precisam vender sonhos, experiências. E acompanhar como esses sonhos e experiências são vividos, compartilhados, lembrados e, principalmente, se são recomendados e se servem para inspirar potenciais clientes. Por isso, as agências precisam conhecer e atuar em toda a jornada do turista, ou seja, antes, durante e na pós-viagem”, conclui Heloisa.

SEBRAE 45 ANOS
O Sebrae comemora este ano quatro décadas e meia de atuação em defesa dos pequenos negócios. As micro e pequenas empresas representam 98,5% do total de empreendedores no Brasil, respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e geram mais da metade dos empregos no país. Formalização, inovação, redução da burocracia, ampliação do acesso ao crédito e melhoria do ambiente legal fazem parte do compromisso do Sebrae com os pequenos negócios. Conheça no portal Sebrae os números e a história do empreendedorismo no Brasil:
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae.

Negros enfrentam mais dificuldades que brancos no mercado de trabalho, diz MPT

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
I apari (Peru) Haitinanos vivem em condiçoes precarias, falta agua, energia eletrica, pessimas condiçoes de higiene, dormem em alojamentos amontoados,eles nao estao em condiçoes legais, ajuda vem de alguns moradore
Negros sofrem três tipos de discriminação no mercado de trabalho: ocupacional, salarial e pela imagem, diz Cleber Santos Vieira, membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros Marcello Casal Jr/Arquivo/Agência Brasil

Os negros enfrentam dificuldade na progressão de carreira, na igualdade de salários e são os mais vulneráveis ao assédio moral no ambiente de trabalho, apesar da proteção constitucional contra o racismo e a discriminação. A avaliação é do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Segundo a coordenadora da Coordigualdade do MPT e procuradora do trabalho Valdirene Silva de Assis, por causa do preconceito, os negros têm também dificuldade de ocupar cargos de maior exposição, como relações públicas, caixa bancário, secretários e recepcionistas.

“Observamos que nosso texto constitucional traz proteção – nós temos vários dispositivos, alguns específicos sobre a questão trabalhista, que versam sobre os direitos sociais e que mencionam expressamente a vedação de toda e qualquer forma de discriminação, de diferenciação de salário, e o crime de racismo também é tipificado pela Constituição Federal. Apesar disso, a sociedade nos mostra que essa estrutura legal não consegue fazer com que se caminhe em uma situação diversa [da discriminação e da exclusão racial]”, disse Valdirene na tarde desta quarta-feira (8), ao participar do Seminário Racismo no Mundo do Trabalho, na sede do MPT em São Paulo.

A procuradora destacou que o percentual de negros na população brasileira é superior a 50%, embora o índice não se reflita em uma representação no ambiente de trabalho.

O professor Cleber Santos Vieira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que é membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros, apontou três tipos de discriminação frequentes no ambiente de trabalho: a primeira é a ocupacional, que questiona a capacidade do negro de desempenhar tarefas mais complexas, mesmo que este profissional seja capacitado para tais funções.

A segunda é a discriminação salarial, com o desrespeito à equiparação na remuneração de brancos e negros, sugerindo que o trabalho feito pelo negro tem menor valor. E a terceira é a discriminação pela imagem, na qual a pele escura e os cabelos crespos são alvo de preconceito e deixam os negros de fora de diversas oportunidades de trabalho.

Problema histórico

“O trabalho foi inicialmente usado no país como ferramenta de opressão e aprisionamento da população negra. A invisibilidade dos trabalhadores negros resulta diretamente da forma como a divisão social do trabalho foi constituída entre nós”, afirmou Cleber Vieira. Segundo o professor, o sistema escravista “racializou” toda a estrutura da sociedade brasileira, e a permanência do racismo é um traço estruturante fundamental.

“No Brasil escravista, os papéis dados aos indivíduos eram determinados pela cor da pele. Enquanto o trabalho na administração pública, política, justiça, nas atividades comerciais, era reservado à população branca, o trabalho manual das matas, fazendas e minas era realizado por por negros”, disse Vieira. Ele acrescentou que os trabalhos mais qualificados, considerados nobres, eram exercidos por uma minoria branca. Já o trabalho braçal e mal remunerados cabia aos negros, primeiramente os escravos e os negros chamados livres após a abolição da escravidão no papel, enfatizou.

A representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no evento, Thaís Faria, apresentou dados que mostram a continuidade desse modelo de discriminação e racismo. “Quando olhamos os dados sobre salários e sobre informalidade, vemos como a situação é extremamente real e cruel. A média de salário do homem branco é R$ 2.507; a da mulher branca, R$ 1.810; a do homem negro, R$ 1.458; e a da mulher negra, R$ 1.071”, disse Thaís, que é  oficial técnica em princípios e direitos fundamentais no trabalho da OIT.

Quando o recorte é o trabalho informal, a mulher negra tem a maior taxa de informalidade no mercado de trabalho no Brasil. “Vemos, por exemplo, que, na categoria das trabalhadoras domésticas, quase 90% são mulheres negras”, ressaltou a representante da OIT. Ela acrescentou que grande dessas mulheres é chefe de família e que a categoria das domésticas é uma das que mais sofrem de depressão, inclusive pela instabilidade no trabalho.

“Porque, se ela é chefe de família, tem filhos para criar e está na informalidade, se adoecer, não recebe dinheiro. Como é que cria sua própria família? Qualquer crise que a pessoa tenha e perca o emprego, como é que vai criar a família? São pessoas que têm um número muito grande acidentes de trabalho e que também estão envolvidas em casos de assédio sexual e outros tipos de violência”, disse Thaís.

A representante da OIT destacou que não existe desenvolvimento econômico sem justiça social. “[É preciso] promover a justiça social e a diminuição da pobreza. Não se diminui a pobreza sem dar condições iguais a  todas as pessoas, para que possam produzir, ter um trabalho decente, um trabalho digno. Por fim, é um tema de desenvolvimento social e econômico, porque estamos falando de força de trabalho de igual valor. E quando excluímos essa juventude [negra] de participar da força de trabalho e produtividade do Brasil, perdemos dinheiro, perdemos na economia, perdemos no desenvolvimento econômico, perdemos na promoção da justiça social.”

Setor bancário

A discriminação, como mostra a história do Brasil, ocorre em diversos setores, inclusive no bancário, destacou a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Santos. O sindicato realizou dois censos, em 2008 e 2014, para avaliar a discriminação de gênero e cor no setor bancário. “No topo da pirâmide [cargos mais altos] não tem mulheres, não tem negros nem mulher negra. De forma alguma. Porque não haverá ascensão enquanto não quebrarmos o preconceito e o racismo no setor financeiro”, afirmou a sindicalista.

Segundo as informações mais atualizadas, do censo de 2014, as mulheres no setor bancário ganham 77% da remuneração dos homens. “Melhoramos esse indicador desde 2008 em 1,5%. Conforme cálculo do Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos], se a cada seis anos conseguirmos melhorar 1,5%, vamos demorar 88 anos para ter salários iguais aos dos homens, se continuar neste ritmo.”

“Se olharmos o rendimento médio dos bancários por cor, a média mensal dos negros é 84% em relação ao dos brancos. No mesmo ritmo [considerado entre 2008 e 2014], nós demoraríamos 23 anos para ter equiparação salarial entre negros e brancos”, acrescentou Neiva.

Para a sindicalista, outra questão grave é que as mulheres negras recebem o equivalente a 68% do rendimento dos homens brancos. “Se você olhar o setor financeiro, é muito raro você ver uma gerente negra. Então os bancos, vão contratar [negras] para áreas invisíveis.”

No censo de 2008, os negros representavam em torno de 18% da categoria dos bancários. No último levantamento, em 2014, o percentual passou para 24,7% (21,3% pardos e 3,4% pretos), o que ainda não reflete o presença dos negros na sociedade brasileira. Apesar desse aumento na participação em cargos no setor bancário, Neiva afirmou que a ascensão na carreira continua difícil.

Raquel Dodge defende transferência de Cabral para presídio federal

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu hoje (8) no Supremo Tribunal Federal (STF) a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral para um presídio federal. Em parecer enviado à Corte, a procuradora afirma que Cabral “desempenhou função de liderança em organização criminosa” que atuou no Rio e cita suposto privilégios indevidos dentro do presídio em Benfica, onde o ex-governador está preso.

Segundo Dodge, Sério Cabral está recebendo tratamento privilegiado e faz ameaças ao juiz Marcelo Bretas, relator das ações penais a que o ex-governador responde na Justiça Federal do Rio.

“É por esta razão que, para evitar que o paciente exerça sua condição de líder de organização criminosa, com força política e poder de influência inegáveis no Estado do Rio de Janeiro, para obter e gozar de benefícios indevidos no cárcere e receber informações privilegiadas aptas a causar embaraços, intimidação e ameaçar ostensiva ou veladamente o magistrado competente para processar e julgar diversas ações penais que tramitam contra ele, é necessária sua transferência para um dos presídios federais.”, diz o parecer.

Há duas semanas, o ministro Gilmar Mendes rejeitou o mesmo pedido de transferência. Gilmar argumentou na decisão que a atividade profissional da família de Bretas havia sido divulgada pelo próprio juiz em uma reportagem publicada um mês antes da audiência na qual Cabral demonstrou conhecimento sobre ela, motivo pelo qual não se poderia inferir que o ex-governador estaria recebendo informações indevidas dentro da prisão.

Dieese: pagamento do décimo terceiro deve injetar R$ 200 bilhões na economia

O pagamento do décimo terceiro salário deve injetar cerca de R$ 200,5 bilhões na economia brasileira este ano, um crescimento de 4,7% na comparação ao ano passado. O valor previsto corresponde a cerca de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e foi divulgado hoje (8) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento não considera trabalhadores autônomos e assalariados sem carteira que devem receber algum tipo de abono de fim de ano.

Cerca de 83,3 milhões de brasileiros devem receber o décimo terceiro salário, benefício que é pago aos trabalhadores com carteira assinada, beneficiários da Previdência Social e aposentados e pensionistas da União, dos estados e dos municípios. Em média, cada trabalhador receberá cerca de R$ 2,25 mil.

Do total a ser pago, R$ 132,7 bilhões (66,2%) são destinados a trabalhadores formais. O restante, cerca de R$ 67,7 bilhões (33,8%), será pago a aposentados e pensionistas.

Praticamente a metade do montante (49,4% do total) será destinada a trabalhadores nos estados da Região Sudeste, seguido pela Região Sul (16,2%), Nordeste (15,9%), Centro-Oeste (9%) e Norte (4,7%). Os beneficiários do regime próprio da União vão receber 4,9% da quantia.

O maior benefício médio deverá ser pago no Distrito Federal, onde os trabalhadores ou aposentados receberão cerca R$ 4,2 mil. O menor valor deverá ser pago no Maranhão e no Piauí, onde a média é de cerca de R$ 1,5 mil. Os valores médios desconsideram os aposentados por regime próprio dos estados e dos municípios.

No estado de São Paulo, cerca de R$ 58,2 bilhões deverão ser injetados até o final deste ano com o décimo-terceiro salário, o que corresponde a 29% do total.

Produção de veículos tem aumento de 5,3% no país

Ludmilla Souza – Repórter da Agência Brasil
EBC
A previsão é de alta de vendas até outubroAgência Brasil/EBC

A produção de veículos no Brasil subiu 5,3%, em outubro, na comparação com setembro. No mês passado, foram produzidos 249,9 milhões de automóveis. No acumulado de janeiro a outubro, foram produzidas 2.236.890 unidades, 28,5% a mais do que no mesmo período de 2016. Os dados foram divulgados hoje (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Já as vendas de carros subiram 1,8% em outubro em comparação com setembro. No mês passado, foram vendidas 202.900 unidades contra as 199.200 de setembro de 2017. Na comparação com outubro de 2016, houve aumento de 27,6%. No acumulado do ano, foram licenciadas 1.822.860 unidades, o que representa alta de 9,3% ante as 1.667.830 do mesmo período do ano passado.

“Foi um crescimento pequeno, mas substancial, o segundo melhor mês do ano, o melhor mês desde outubro de 2014 e com uma média diária de emplacamento interessante, que já passou de 9.500. Se tudo der certo, estaremos a caminho dos 10 mil”, disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale.

Megale destacou a alta de vendas até outubro. “No acumulado de janeiro a outubro, o crescimento de 9,3% foi um crescimento de 2 pontos percentuais acima da nossa previsão. Torcemos para que continue crescendo e que o mercado seja ainda melhor do que isso”, ressaltou.

Quanto às exportações, o mês de outubro registrou alta de 2,5% ao passar de 60 mil carros para 61.600. Na comparação com outubro do ano passado, as vendas para comércio externo registraram aumento de 66,6% e de 56,7%, no acumulado do ano, ao passar de 400.600 unidades vendidas entre janeiro e outubro de 2016 para 627.800 no mesmo período deste ano.

As exportações de máquinas agrícolas e rodoviárias também registraram alta. Em comparação a setembro a alta foi de 3% e no acumulado do ano o crescimento foi de 44,5%.

“Os mercados estão crescendo, com destaque para a Argentina. Desta forma, acreditamos que podemos chegar na nossa previsão, que é de 745 mil [unidades exportadas no ano]”, afirmou o presidente da Anfavea.

Em valores, as exportações alcançaram US$ 1,460 bilhão em outubro, 5,4% a mais do que setembro e 52,9% se comparado ao mesmo mês de 2016. “É o efeito do câmbio que nos permite suportar um nível de competitividade”, disse.

De acordo com a Anfavea, no mês de outubro houve leve crescimento do número de postos de trabalho no setor (0,3 %), com mais de 400 vagas. A Anfavea informou que, em setembro, 5.831 funcionários estavam em layoff e no Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e, em outubro, o número passou para com 3.528, uma redução de 2.303 funcionários. “Isso significa claramente uma tendência de ocupação da capacidade, lógico a produção aumenta, e queremos todo mundo produzindo para atender a demanda do mercado interno e externo.”

Caminhões e máquinas agrícolas

No mês passado, as vendas de caminhões cresceram 10,8% ante setembro, com a comercialização de 5 mil unidades. Já em relação a outubro do ano passado, houve crescimento de 46% e, no acumulado do ano, queda de 4,5%. “Foi o melhor mês desde dezembro 2015. Ainda temos uma queda de 4,5% com relação ao ano passado, mas bem menor do que começamos [o ano]”, destacou Megale.

Mesmo com a queda acumulada no ano, vice-presidente da Anfavea para a área de caminhões, Luís Carlos de Moraes, vê uma recuperação no setor. “Percebemos as empresas de transporte voltando a conversar e tivemos esse resultado em outubro. Acho que ainda que vamos terminar o ano perto dos níveis do ano passado, mas pelo menos o ambiente de negócios teve uma mudança. principalmente no segundo semestre.”

Segundo a Anfavea, a produção no setor de máquinas agrícolas e rodoviárias registraram alta em outubro de 11% com relação a setembro, entretanto houve queda de 23,7% ante outubro do ano passado. No acumulado do ano a produção cresceu 13,5%, chegando a 48,6 mil unidades produzidas ante 42,8 mil do mesmo período de 2016.

Previsão mantida

Para o dirigente da entidade, as previsões de vendas estão mantidas. Segundo os dados, a previsão é de 7,3% de crescimento nas vendas de automóveis, 43,3% nas exportações e 25,2% na produção. No setor de máquinas agrícolas espera-se aumento na produção de 10,4%, alta nas exportações de 34,6% e nas vendas internas a expectativa é fechar o ano com alta de 6,9%.

Para 2018, a entidade ainda não fechou as previsões. “Ainda não fechamos as projeções para ao ano que vem. Estamos aguardando um pouco mais a questão do encaminhamento da situação política do país e também para ver o fechamento do ano. Mas acreditamos que vamos ter um crescimento de dois dígitos, maior que este ano.”

“Somos todos Vira latas” contou com atenção e participação dos alunos da Escola Jesuína

Os alunos, da primeira unidade escolar a ser visitada assistiram com bastante atenção a palestra, que foi ministrada pelo protetor de animais e vereador Fagner Fernandes, sobre o verdadeiro significado da palavra vira-lata, enquanto condição de vida, fruto do abandono de animais.

A palestra que faz um comparativo entre a população brasileira, composta pelas mais diversas etnias e a mistura entre as diversas raças, que deram origem aos cães que não têm raça definida, chamados pela maioria de “vira latas”, os considerando dessa forma como sendo de raça inferior.

Na oportunidade, Fagner destacou a responsabilidade tanto do poder público, como também da sociedade, no que diz respeito aos animais que se encontram abandonados nas ruas. “Cada um se imagine num local com fome, frio, onde ninguém entende sua língua e o que você recebe dos outros são apenas agressões. Assim, é o dia a dia de milhares de animais de rua. Atualmente, pra cada cria de dez, o destino de nove deles são as vias públicas”, observou o protetor. O momento foi composto pela abordagem aos seguintes tópicos: abandono, compra de animais de raça, superpopulação animal e castração, além da exibição do antes e depois de cães que superaram as difíceis condições de saúde e abandono por qual passaram.

Durante o mês de novembro, mais três escolas da rede pública receberão o projeto. São elas: Colégio Municipal Professora Laura Florêncio, Professor Machadinho e Colégio Municipal Álvaro Lins.