Espetáculo realizado pelo Sesc aborda situação da água em Surubim

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O Sesc Ler Surubim realiza nos dias 16 e 17 de dezembro a peça “Ópera D’ Água”, promovendo a conscientização social sobre o papel de cada indivíduo dentro do território. A proposta surgiu a partir do colapso da barragem de Jucazinho, que abastece a localidade, e do convívio da população com o racionamento de água a partir disso. O comércio informal de água também é uma realidade no município e tem resultado na retirada dos recursos hídricos de poços, fontes e rios.

Ópera D’água é a última peça da trilogia intitulada: “Saga Cantada de Ar, Terra e Água – Trilogia Dramática para o Homem e o Espaço”, que busca discutir a relação do homem com três espaços de sua natureza vital: ar, terra e água. A peça será encenada pelo Grupo Proscênio do Sesc Ler Surubim, que este ano completa 10 anos de atuação e resistência. O trabalho artístico/pedagógico, criativo e colaborativo do grupo neste sentido consiste no exercício dos atores e alunos das próprias experiências cotidianas de relação com a água e a falta dela.

Para realizar a peça, o Grupo Proscênio percorreu, literalmente, o caminho da água, registrando a realidade hídrica de diversas cidades, mas com foco sobre a escassez de água da cidade de Surubim. A entrada para o público é levar 250 ml de água limpa.

Serviço – Ópera D’Água
Data: 16 e 17 de dezembro de 2017
Local: salão próximo ao Sesc Ler Surubim– Rua Frei Ibiapina, nº 215, São José
Horário: 20h
Entrada: 250 ml de água (levar na hora do espetáculo)
Informações: (81) 3634-5280

Ministério da Saúde garante abastecimento de imunossupressores aos estados

Todos os estados brasileiros estão abastecidos dos imunossupressores Tacrolimo (1mg e 5mg) e Micofenolato de Sódio (180mg e 360mg). O Ministério da Saúde vem enviando, desde o mês de novembro, às Secretarias Estaduais de Saúde (SES), os medicamentos, que são utilizados contra rejeição de órgãos em pacientes transplantados. É importante destacar que a distribuição desses insumos aos municípios é de responsabilidade das SES de cada Unidade da Federação.

O Ministério da Saúde tem enfrentado os interesses do mercado farmacêutico, com uma gestão austera e com busca do melhor eficiência para o gasto público. As duas últimas aquisições dos imunossupressores Tacrolimo e Micofenolato de sódio, por exemplo, geraram uma economia anual de R$ 176 milhões. Ao comprar mais barato, o objetivo da pasta é utilizar os recursos para ampliar o acesso dos brasileiros aos medicamentos e serviços do SUS. É evidente que o posicionamento da pasta contraria interesses que buscam criar a falsa sensação de desabastecimento do mercado para manter o velho modelo de venda para o poder público.

A aquisição do Micofenolato de Sódio, por exemplo, representou economia anual de R$ 54,4 milhões em relação à última compra, uma redução de 45% no custo. No caso do Tacrolimo, houve uma decisão judicial encerrando a Parceria de Desenvolvimento Produtivo que produzia e fornecia o medicamento ao Ministério. Para garantir a sua oferta, foi feito um novo processo de compra e as entregas já estão ocorrendo em todo o país. Com a nova negociação, a empresa vencedora ofereceu 80% de desconto em relação ao preço anterior do medicamento, uma redução anual de R$ 122 milhões no custo para o SUS.

Petrolina (PE) terá R$ 1,9 milhões para reforçar atenção básica

O Ministro da Saúde Ricardo Barros anunciou, em Petrolina (PE), a liberação de R$ 1,9 milhões para reforçar a atenção básica do município. São R$ 1,4 milhão para a construção de duas novas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), e R$ 493,6 mil para ampliação de outras duas unidades. Em Pernambuco, existem 1.409 UBSs funcionando com custeio federal R$ 165,5 milhões anuais.

Desde o ano passado, ao todo foram liberados para o estado R$ 336,8 milhões para custear serviços, obras e emendas parlamentares. Incluído nesse valor, está o repasse de R$ 104,1 milhões para habilitar 291 serviços e 455 leitos que beneficiarão 157 municípios. Os recursos são direcionados à ampliação do Teto da Média e Alta Complexidade (MAC) e habilitação de serviços como SAMU, leitos de UTI adulto e pediátrica, oncologia, Rede Cegonha, laboratório de prótese dentária, traumatologia e ortopedia, entre outros. Foram autorizados ainda em 2016 e 2017, R$ 183,1 milhões em emendas parlamentares para o estado.

Ao falar no evento, o ministro ressaltou que a saúde é um grande desafio e que é preciso a colaboração de todos os gestores para avançar em qualidade e ampliação da oferta. “Tenho certeza que a transparência, a informatização e biometria vão nos mostrar um novo caminho da saúde. Cada um saberá o seu lugar na fila do exame, consulta, cirurgia, acompanhará o andamento desta fila e com controle de qualidade que o brasileiro merece”, enfatizou o ministro.

Ainda foram garantidos R$ 46,4 milhões para 99 municípios incrementar a assistência na atenção básica. Ao todo serão custeados 368 novos de Agentes Comunitários de Saúde, 224 novas Equipes de Saúde da Família, 259 novas Equipes de Saúde Bucal, 31 novos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Como parcela única, o Ministério também liberou R$ 11,9 milhões para expansão da oferta em média e alta complexidade e implantação da Estratégia Rede Cegonha. No que se refere à urgência e emergência, o SAMU 192 de Pernambuco recebeu do Ministério da Saúde 06 ambulâncias para renovação da frota e 03 novas UPAs habilitadas com custeio de R$ 2,8 milhões/ano.

Ainda para beneficiar a saúde do estado, o Ministério da Saúde destinou R$ 163,9 milhões para compra de medicamentos. E, para melhorar o saneamento básico, foram destinados R$ 17,6 milhões para 38 projetos de obra da Funasa. Pernambuco possui ainda outras 439 obras em execução com empenho de R$ 121,3 milhões. São academias da saúde, unidades básicas de saúde e centros especializados e reabilitação entre outros.

NOVOS LEITOS – Ainda em Petrolina (PE), o ministro visitou o hospital Dom Tomás em Petrolina, que faz parte da Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (APAMI). A unidade terá ampliação de 12 novos leitos de retaguarda de enfermaria, no hospital, no valor de R$ 1,11 milhão, custeados pelo Ministério. Atualmente, a instituição Dom Tomás atende no ambulatório 1.500 pacientes/mês e a internação ainda atende poucos pacientes.

IV Encontro da Astur-PE reúne quase 40 municípios com programação voltada ao desenvolvimento do turismo

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Nos dias 5 e 6, de dezembro, Olinda sediou o IV Encontro de Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo de Pernambuco. O evento, que reuniu 38 municípios do Estado, marcou o encerramento das atividades do ano de 2017 da ASTUR/PE, com palestras, visita técnica, mostra gastronômica, intercâmbio de turismólogos e a entrega do prêmio Othon Bezerra de Melo.

Diversas autoridades e profissionais que atuam na área do turismo estiveram compondo a mesa diretora na abertura oficial do evento, realizado na Prefeitura de Olinda. Entre eles o presidente da Astur-PE, Josenildo santos, o prefeito de Olinda, Lupércio Carlos, o vice-prefeito, Márcio Monteiro, o diretora de estruturação turística da Empetur, Carolina Marques, o secretário de Turismo de Olinda, João Luiz, o prefeito de Itapissuma, José Tenório, e Adailton Feitosa da Empetur, representando o secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras.

As palestras; “Captação de Recursos”, com Vírginia Lacerda, e “Preservação do Patrimônio”, com o professor, arquiteto, e funcionário da Secretaria de Patrimônio e Cultura de Olinda, Clodomir Barros, foram o mote do evento, que buscou discutir acerca da importância dos municípios desenvolverem projetos para captação de recursos, além de promover a preservação do patrimônio para manter viva a memória de um lugar. “Quando a gente preserva uma parte da história a gente preserva a história de um país, essa é uma forma de manter a cidade organizada para receber o turista”, disse Clodomir Barros.

Durante os dois dias de conhecimento e troca de ideias ainda houve o I Encontro de Turismólogos do Estado, um espaço reservado para discutir a importância dos turismólogos e técnicos na promoção de um Turismo com responsabilidade, tendo em vista que este profissional contém uma lupa para enxergar e gerir toda a complexidade que envolve a atividade turística, que vai muito além de produção de eventos. Na ocasião também foi definido que o próximo município a receber o encontro será Bonito-PE. Para o prefeito de Itapissuma, José Tenório, a Astur realiza um trabalho responsável e de credibilidade, oportunizando que os municípios tracem suas habilidades e explorem suas potencialidades. “Turismo é mais do que lazer, é saúde psicológica, e a Astur luta por esses ideais”, disse.

Ainda no mesmo dia foi realizada a entrega do consagrado prêmio de atuação na atividade turística, Othon Bezerra de Melo, ao diretor presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova, Robson Pacheco, edição 2016, e ao vencedor deste ano, o turismólogo e gestor da Unidade de Destinos e Produtos Turísticos da Empetur, Gil Marinho. Ao final do evento houve uma “Mostra Gastronômica”, onde os municípios puderam apresentar sua gastronomia local, encerrando a noite com um jantar de confraternização e apresentações culturais, entre elas, Getúlio Cavalcante, um dos maiores compositores do Frevo da América do Sul. Na quarta-feira (6), Clodomir Barros conduziu os gestores numa visita técnica para conhecer o patrimônio histórico de Olinda e vivenciar na prática o conteúdo das palestras.

Foto: Jocelim Valdemar/Decom – PMA

MEC libera R$ 85,2 milhões para uso dos hospitais universitários

O Ministério da Educação liberou R$ 85,2 milhões em recursos financeiros para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada à pasta, para o custeio dos hospitais, a compra de materiais de consumo, como medicamentos, e aplicação no patrimônio. Desse valor, R$ 32 milhões fazem parte do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf).

“A liberação desse valor por parte do MEC, na reta final de fechamento do ano, foi fundamental para mantermos o mesmo volume de recursos do ano passado, abastecer os nossos hospitais e fazer investimentos em projetos que precisavam desses repasses extras”, explicou o diretor vice-presidente da Ebserh, Paulo Henrique Costa. “Dessa forma, estamos preparados para o fechamento do ano e para o novo ciclo de investimentos e custeio em 2018.”

As filiais da Ebserh estão localizadas em 20 estados do país, mais o Distrito Federal. Além delas, outras unidades não filiadas, de três estados, recebem recursos do Rehuf. São elas: Hospital de Clínicas de Uberlândia, em Minas Gerais, Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o complexo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que possui oito unidades.

Ao longo de 2017, o MEC liberou para a Ebserh R$ 317.190.902,00 para serem investidos no Rehuf; R$ 120.815.000,00 no Programa Mais Médicos; R$ 3.200.259.053,00 para o pagamento de pessoal, benefícios e sentenças judiciais; R$ 161.516.370,00 para recursos de custeio; e R$ 29.607.328,00 para recursos de investimento.

Programa – Os recursos do Rehuf são geridos pela Ebserh e são oriundos dos ministérios da Educação e da Saúde. O investimento é destinado à reestruturação e revitalização dos hospitais das universidades federais, integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O objetivo do programa é criar condições materiais e institucionais para que os hospitais universitários federais possam oferecer atendimento médico e hospitalar de qualidade à população, assim como proporcionar a formação qualificada de profissionais da área de saúde.

O programa também prevê o financiamento compartilhado das filiais entre as áreas da educação e saúde e contempla iniciativas de modernização da estrutura física e do parque tecnológico dos hospitais.

Secretaria de Educação anuncia ampliação das escolas em tempo integral

Hoje (11) a Secretaria de Educação de Pernambuco anuncia ampliação do número de escolas em tempo integral para 2018. Os detalhes serão informados em coletiva de imprensa, às 10h, na sala de reunião do gabinete da Secretaria de Educação do Estado.

Na ocasião, o secretário estadual de Educação, Fred Amancio, apresentará detalhes das três linhas de ampliação: as novas escolas em tempo integral, as escolas de Referência que serão transformadas em Escolas Técnicas e as escolas integrais com jornada dupla, essa última é a grande novidade do programa de educação integral.

Serviço:

Anúncio de ampliação das escolas em tempo integral
Data: 11.12.17 (segunda-feira)
Horário: 10h
Local: Sala de reunião do gabinete da Secretaria de Educação do Estado (Bloco D, 1° andar, Av. Afonso Olindense, 1513, Várzea)

O país exige uma reforma… dos privilégios!

Por Paulo José Cunha/Congresso em Foco

Nunca se falou tanto em “reforma”. Paradoxalmente, nunca se reformou tão pouco. A reforma política empacou e não deve andar até que se consiga fechar um acordo capaz de reformar o “modus operandi” da política sem mexer na zona de conforto em que se encontram os “operadores” dessa reforma, ou seja, os próprios políticos.

“Desse jeito nunca vai haver reforma porque ninguém joga contra o patrimônio, néaaaann?”, argumentará a loura falsa, jogando o cabelo pro outro lado. “Claro que não, miga. Uma reforma dessas só será aprovada com prazo de entrada em vigor num futuro bem distante, que não comprometa os planos imediatos dos políticos que venham a aprová-la”, completo eu. E segue o baile.

A reforma trabalhista, criticada por gregos, troiados, hunos e baianos, reformou bem pouca coisa. O pouco onde mexeu só ajudou o patronato e prejudicou relações trabalhistas estáveis e históricas. A Universidade Estácio de Sá, com base na nova legislação, acaba de demitir 1.200 professores para recontratá-los por um salário menor e sem obrigações trabalhistas.

Por sua vez, a reforma tributária subiu e se aboletou no telhado. Não sai de lá nem com reza forte. Para aprová-la em sua plenitude é necessária uma articulação com atores de todos os níveis e estratos políticos e econômicos. E considerar interesses nacionais, estaduais e municipais. É serviço pra gente grande, tarefa que exige política de alto coturno. Por isso tão cedo ela não vai descer do telhado. Se descer.

<< Pelo menos 124 deputados da base governista dizem votar contra reforma da Previdência, diz jornal Já a reforma previdenciária é alvo de artilharia pesada tanto de quem fala com propriedade quanto de quem só quer se aproveitar da onda pra fazer politicagem barata. Está mais desidratada do que nordestino na seca. Se for aprovada este ano, do que todas as torcidas duvidam, o que restará dela será um fiapo do projeto original. Quem concorda em abrir mão de um privilégio? Pouco se fala é da necessidade de uma reforma dos privilégios (na verdade, sua extinção), que deveria anteceder a todas as outras reformas. É muito difícil abrir mão de um privilégio. Quem, a não ser o Tiririca naquele discurso em que renunciou sem renunciar, está disposto a abrir mão do carro oficial? E do auxílio-moradia, mesmo tendo casa em Brasília? E do auxílio-creche? Será que aquele juiz do Mato Grosso abriria mão dos R$500 mil reais que embolsou num único mês? E as viagens oficiais? E os penduricalhos nos contracheques? Suas excelências topariam abrir mão do foro privilegiado, única proteção que restou aos gatunos de Pindorama? Os privilégios são de tal ordem que deixam o realismo mágico de Gabriel García Marquez num chinelo de dedo. Absurdos como punir o magistrado criminoso com a “pena” de aposentá-lo com salário integral. Parece gozação. Mas não é. Pindorama é extremamente criativa. Mesmo em países onde também há a “pena” da aposentadoria compulsória, como Portugal, também existe a hipótese de pura e simples demissão do magistrado do serviço público, “com a cessação de quaisquer vínculos com a função pública, inclusive de caráter remuneratório. Além disso, há a previsão de suspensão temporária do serviço público, também sem o recebimento dos vencimentos”, como lembra o deputado Wadih Damous, do PT, ex-presidente da seccional da OAB no Rio de Janeiro. Na saltitante Terra dos Papagaios, não. Magistrado condenado vai é pra casa, viver no bem-bom, com salário integral, sem nada pra fazer nada pelo resto da vida, em pleno gozo da “condenação” compulsória. Realismo mágico? Não: realismo safado. Privilégios imorais e… ilegais! Privilégios são requeridos mesmo quando não há provisão legal. Tal como aquela ministra tucana cara de pau que queria porque queria acumular – superando o teto constitucional – vencimentos de desembargadora aposentada com os de ministra de estado. Só recuou diante da indignação e de gozações de toda ordem. Sua excelência só queria um privilegiozinho: embolsar R$61 mil bagarotes por mês, superando o teto e a decência. Sabem o que aconteceu com ela? Nada. Continua ministra. Privilégios são resquícios do absolutismo, quando o rei podia tudo e a patuleia lambia as sobras, se as houvesse. Naturalizaram-se de tal forma que nem os prejudicados percebem. Uma vez, numa cidade do interior do Piauí, ouvi uma senhora comentar que, “agora sim, o fulano foi eleito, portanto vai mandar fazer uma estrada passando na fazenda dele”. “Mas ele não pode governar em causa própria”, contestei, ingenuamente. “Claro que pode”, respondeu. E acrescentou, definitiva: “Trabalhou pra se eleger e se elegeu. Se não pudesse usufruir do poder que conquistou, pra que iria se candidatar?” Lustosa da Costa, amigo saudoso, uma vez apontou para um figurão que descia de um carro oficial e comentou: “Aquele ali tem mais de 30 anos que não abre porta de carro”. Outro dia o jovem deputado Pedro Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, fez um discurso lapidar, em que defendeu uma reforma dos privilégios, lembrando que, em nosso país, as “necessidades” (aspas minhas) das excelências estão sempre à frente das necessidades do trabalhador, da dona de casa e da população mais pobre. O diabo é que só as excelências têm o poder de inverter a prioridade, aprovando leis que extingam os privilégios. E as excelências, cada vez mais, vêm se tornando indignas do título pelo qual são tratadas. Entre extinguir os privilégios e usufruir deles, coração, adivinha de que lado nossas excelências estão?

Pensionistas e aposentados representam 14,2% da população, aponta Ipea

Congresso em Foco

No momento em que a reforma da Previdência é um dos maiores debates do governo e do Congresso, que planeja aprovar o texto na Câmara ainda neste ano, no dia 18 de dezembro, um estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a participação de aposentados e pensionistas na população total cresceu 72,1% em 23 anos. De acordo com dados da Pesquisa por Amostragem de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1992 a 2015, a fatia de inativos passou de 8,2% para 14,2%.

O estudo divulgado nesta segunda-feira (11) pelo jornal O Globo mostra que em 1992 havia um beneficiário para cada 12 brasileiros. Já em 2015, essa proporção passou para um aposentado ou pensionista para cada sete brasileiros. De acordo com os dados, os idosos com mais de 80 anos passaram de 10,5% para 13%, entre 1992 e 2015. No período, no caso da idade média dos aposentados, o salto foi de 65,6 anos para 67,9 anos.

Na comparação entre estados, o Rio Grande do Sul foi a região onde houve um maior aumento na parcela de aposentados e pensionista na população. Saltou de 10,3% em 1992, para 20,4 em 2015. Santa Catarina aparece em segundo com salto de 8% para 18,4% e Rio de Janeiro em terceiro lugar, passando de 11,6% para 16,1% no mesmo período.

O estudo mostra ainda que 79% da renda das aposentadorias precoces são apropriadas pelos 30% mais ricos da população brasileira. O percentual cai para 63,2% quando se considera os aposentados acima dos 70 anos. As aposentadorias precoces, atualmente, são concedidas para mulheres entre 46 anos e 54 anos e homens entre os 51 e 59 anos.

Pelas regras atuais, não há idade mínima para aposentadoria no regime geral (INSS). Para conseguir o benefício é preciso ter 35 anos de contribuição no caso de homens e 30 anos no caso de mulheres. Neste caso, os trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho mais cedo acabam sendo privilegiados. Para grande parte dos trabalhadores, a aposentadoria costuma ocorrer por idade; homens aos 65 anos e mulheres aos 60, com o benefício de um salário mínimo.

Os servidores públicos, alvo de ataque do governo para convencer parlamentares e a sociedade sobre a importância de aprovar o texto, dispõe de uma idade mínima menor que a dos trabalhadores da iniciativa privada: 60 anos para homem e 55 anos para mulheres.Neste ponto, o governo pretende aumentar para 25 anos o tempo mínimo de contribuição no caso de servidores públicos. Trabalhadores da iniciativa privada permaneceriam com 15 anos mínimos de contribuição.

‘Não tenho medo de ser preso’, diz Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF

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Folhapress

Presidente da CBF por duas décadas até 2012, Ricardo Teixeira foi acusado por delatores na Justiça dos Estados Unidos de ter recebido propina na venda de direitos comerciais da entidade.

Investigado em pelo menos quatro países (EUA, Espanha, Uruguai e na Suíça), o cartola de 70 anos se diz inocente e nega ter recebido dinheiro irregularmente. “Isso não existe. Se me deu comissão, mostra. Diz o banco. Diz a data. Manda o governo americano mostrar o papel”, afirma à reportagem.

Desde 2015, quando o FBI tornou público a investigação por corrupção no futebol, Ricardo Teixeira nunca mais deixou o Brasil. O ex-presidente da confederação disse que não voltou ao EUA para “não se aborrecer” e também por causa da sua saúde. Ele fez um transplante renal em 2013.

“Se der uma ziquizira lá, vou ter problema para resolver”, contou, no final da tarde de quarta-feira (6) num restaurante da zona sul do Rio. Em uma hora, Teixeira tomou um café e duas cervejas, que, segundo ele, servem como diurético.

O ex-comandante da CBF afirma que o empresário J.Hawilla, seu ex-amigo e principal delator nos EUA, está “descompensado”. Na Corte de Justiça do Brooklyn, nos EUA, o empresário disse, na segunda-feira (4), que pagou ao ex-presidente da entidade pelo menos US$ 10 milhões em propina.

“Ele está completamente descompensado e quer resolver o problema dele”, afirmou. Ele foi indiciado com outros 15 dirigentes pelo Departamento de Justiça dos EUA em 2015. Hawilla também acusa o cartola de receber propina pela venda da Copa do Brasil em 2013. Segundo o empresário, Teixeira, José Maria Marin, presidente da CBF na época, e Marco Polo Del Nero, atual comandante da entidade, dividiam R$ 1,5 milhão em propina por edição até 2022.

“Não consigo entender essa lógica. Eu rescindo o contrato e a Traffic continua me pagando comissão por ele”, afirmou Teixeira, referindo-se ao acordo anterior rompido com a empresa. Em 2012, a Klefer comprou os direitos do torneio e fechou uma parceria com a Traffic até 2022.

Hawilla apresentou áudios no julgamento de Marin em que negocia com o dono da Klefer, o ex-presidente do Flamengo Kleber Leite, supostas propinas para o ex-presidente da CBF.

Defensor da Globo
Teixeira defende o Grupo Globo, que foi acusado de pagar propina para Julio Grondona (1931-2014), ex-presidente da AFA e então membro do comitê financeiro da Fifa, na compra dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030.

A acusação foi feita pelo argentino Alejandro Burzaco, ex-homem forte da companhia de marketing argentina Torneos y Competencias, em depoimento em Nova York, em novembro. “Não acredito nisso. Isso é mais uma mentira. Não tenho procuração da Globo, mas isso não existe”, afirmou o ex-mandatário da CBF.

O Grupo Globo confirmou a compra dos direitos de transmissão das duas edições citadas da Copa do Mundo, mas se disse “surpreso” com as alegações feitas no julgamento e negou pagar propinas.

“O Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos”, disse em nota.

PERGUNTA – Hawilla disse que pagava propina ao senhor para a seleção disputar os torneios com o time titular.
RICARDO TEIXEIRA – Isso não existe. Tenho o contrato aqui [mostra os documentos]. Ele deve estar falando disso [mostrando o contrato da Copa América de 2004, disputada no Peru]. Aqui tem um aditivo, que mostra que a Traffic pagou a CBF uma cota suplementar de US$ 1,5 milhão para a seleção disputar “os jogos do evento com os melhores jogadores profissionais disponíveis”. No dia 28 de julho daquele ano, o dinheiro foi parar na conta da CBF no Banco Rural. Foi depositado R$ 4,527 milhões na conta da CBF. Naquele ano, a seleção ainda disputou o torneio com alguns reservas [Roberto Carlos e Cafu foram poupados por Parreira e Ronaldo cortado].

P – Hawilla diz que o senhor era beneficiário de propina para a compra de direitos econômicos da Copa do Brasil e que continuou ganhando mesmo depois de sair da CBF.
RT – Isso começa na Copa América de 2011, quando a Traffic perde o contrato do torneio e decide entrar na Justiça contra todas as dez federações do continente. Quando eles fizeram isso, a Conmebol exigiu que todos as confederações rompessem com a Traffic. A empresa tinha com a CBF o contrato da Copa do Brasil e o televisionamento da seleção. Chamei o Kleber [Leite, dono da Klefer e ex-presidente do Flamengo], e ele me deu 20% acima do que a Traffic me pagava em dólar pela Copa do Brasil. Não consigo entender essa lógica. Eu rescindo o contrato e a Traffic continua me pagando comissão por contrato. Isso tem lógica?

P – A lógica dele é que o senhor manteve a estrutura de poder. Colocou o José Maria Marin no seu lugar [pelo estatuto da CBF, o vice mais velho assume o poder em caso de renúncia]. Tem também a gravação de conversa do Hawilla e do Kleber Leite discutindo o valor da propina ao senhor.
RT – Isso é o que ele justifica. Eu rescindi o contrato com ele e passei o negócio para a Klefer. Mais na frente, a Klefer acertou com a Traffic uma parceira no contrato. Não tenho nada com isso. Já estava fora da CBF desde 2012. Como vou romper o contrato e ganhar comissão? Isso não existe. É ridículo.

P – Como encara o depoimento da Hawilla, parceiro da CBF por anos, dizendo que o senhor recebeu milhões em propina?
RT – Ele está completamente descompensado e quer solucionar o problema dele. Olha a carta que a Traffic mandou para a Klefer em 2015 [após as prisões na Suíça]. Nela [mostrando o documento], a Traffic diz que o senhor J.Hawilla está fora da empresa. Fala que a empresa desconhece o teor da delação nos EUA e diz que quer retomar a parceria com a Klefer. A carta é assinada pelo filho dele, o Stefano de Menezes Hawilla.

P – O senhor é acusado por outros depoentes de receber. Quanto o senhor ganhou em propina?
RT – Nunca recebi propina.

P – A Justiça do Rio está apreciando um recurso do senhor contra o Banco do Brasil. O pedido é para que o banco aceite receber cerca de US$ 22 milhões que estavam na conta de um banco em Mônaco.
RT – Foi um dinheiro que fiz no Brasil, declarado no meu Imposto de Renda. Essa quantia foi transferida oficialmente para o exterior, quando fui morar fora [após renunciar em 2012]. Tenho a entrada dele também na CBF. Eu mandei esse dinheiro para [o banco em Mônaco] quando fui morar nos EUA. Estou de volta ao Brasil e quero de volta.

P – Por que o Banco do Brasil não quer receber?
RT – Não é isso. Eu já trouxe um monte [de dinheiro]e vou trazer mais esse restante. É minha única conta no exterior.

P – E a origem do dinheiro dessa conta?
RT – Era o dinheiro que ganhava aqui. Eu recebia também da Fifa no Brasil [o cartola foi presidente do Comitê Organizador da Copa e integrante do Comitê Executivo da Fifa]. Eu trazia esse dinheiro para o Brasil, colocava no Imposto de Renda e botava no caixa. Foi dinheiro também da venda de casa nos EUA.

P – O senhor já recebeu dinheiro da TV Globo para facilitar na venda dos direitos?
RT – Nunca. Não acredito nisso. Isso é mais uma mentira. Não tenho procuração da Globo, mas isso não existe.
Digo mais. Todas vez que participei de reuniões da Globo na Fifa, eles nunca nem me pagaram passagem. Ia com a passagem paga pela CBF.

P – Del Nero diz que nunca recebeu propina e alega que os contratos suspeitos foram assinados pelo senhor ou pelo Marin.
RT – Esses contratos foram realmente feitos na minha gestão e foram reformados por ele. Não sei como foi feito, nunca voltei à sede da CBF.

P – Vários dirigentes do continente admitiram que receberam propina. Apenas o senhor, o Del Nero e o Marin seguem negando.
RT – Chega um momento que você se cansa de falar as coisas. Teve um argentino [Alejandro Buzarco, da Torneos y Competencias] que disse que me pagava propina. Nunca vi esse cara. Isso não existe. E depois tem outra. Me deu a comissão? Mostra. Diz o banco. Diz a data. Manda o governo americano mostrar o papel. Agora, o Hawilla disse que mandou dinheiro em meu nome para contas bancárias em Hong Kong e Jerusalém. Nunca tive nada nesses países. Me mostre esse dinheiro.

P – O senhor pensa em fazer uma delação nos EUA?
RT – Delação de que?

P – Mas não pretende nem esclarecer essa situação com os promotores? O senhor nunca mais deixou o Brasil, assim como Marco Polo Del Nero, presidente da CBF.
RT – O meu caso é um pouco diferente. Se der um ziquizira com o meu transplante [renal], vou ter problema para resolver. Por isso, prefiro ficar aqui. E também não quero me aborrecer [nos EUA]. Mas não vejo problema, tenho duas filhas que moram nos EUA.

P – Em junho, o senhor disse que tudo que o “acusam no exterior não é crime no Brasil”. Qual crime o senhor acredita que cometeu?
RT – Me expressei mal. Eu digo que comissão privada não é crime. Pergunta a qualquer advogado brasileiro.

P – Mas o senhor recebeu?
RT – Não. Isso é irrelevante.

P – O Sandro Rosell está preso há mais de seis meses. Os promotores espanhóis acusam ele, o senhor e mais três pessoas de integrarem uma “organização criminal transnacional” e de “lavar dinheiro proveniente de comissões ilícitas” da “venda dos direitos sobre a seleção”.
RT – Não recebi nada. É uma pena que está acontecendo com o Sandro, que fez um belo trabalho no Barcelona, na Nike e na ISL [antiga agência de marketing da Fifa].

P – Os espanhóis pediram ao Brasil a prisão do senhor. E também enviaram ao Brasil o processo. O senhor não teme ser preso?
RT – Não temo [ser preso]. Eu já fui investigado centenas de vezes.

Reforma da Previdência vai muito bem, diz Temer na OMC

O presidente Michel Temer disse neste domingo (10), em Buenos Aires, ao final da cerimônia de abertura da 11º reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) que “a reforma da Previdência vai muito bem”.

Acrescentou que a discussão terá início na próxima quarta-feira (13) e deve seguir até a terça-feira (19) “e quem sabe na terça-feira nós conseguimos fechar”.

O presidente disse que fecharam a questão o PMDB, o PTB e o PPS. “Hoje pela manhã falei com os presidentes do PSD e do PRB e estão todos entusiasmados para o eventual fechamento da questão”.

No caso de não ser possível cumprir esse prazo, Temer disse que a “matéria da Previdência não vai parar. Se não for neste ano será no início do ano que vem.”

Temer comentou que, ao se deslocar até o aeroporto para vir a Buenos Aires, viu um cartaz que dizia: “Temer quer que você trabalhe até morrer”.

E disse: “isso é falso, é mentiroso, sou obrigado a dizer isso porque vocês sabem que hoje as pessoas se aposentam com 55 anos, homem, e 53, mulher, ninguém morreu até essa data. E evidentemente, para você chegar até os 65 anos, homem, e 63 anos mulheres, vai levar 20 anos, também ninguém morre antes desse período.”

União Europeia

Temer disse, ainda, que os ministros dos países do Mercosul e os da União Europeia ficarão em Buenos Aires discutindo detalhes do acordo e espera que algo possa ser anunciado ao final. “Existem algumas questões técnicas e quem sabe até quarta-feira eles conseguem superar essas questões.”