Opinião: Desonestidade coletiva

Por Tiê Felix

As crises manifestam o verdadeiro funcionamento de uma sociedade. Victor Hugo, o gênio romântico francês, dizia que existe uma cumplicidade vergonhosa entre o governo que faz o mal e o povo que consente, ou seja, um governo corrupto que se mantém tem uma intima relação cultural com o seu povo. O olhar cientifico não quer ver que somos realmente um povo embusteiro. Em quase tudo o que se faz no Brasil está incluído um dedinho de má vontade, ou de vontade de transformar o certo em duvidoso. Isso não é algo exclusivo das classes mais pobres que vivem do imprevisível e no imprevisto com um salário de 780,00 R$ numa inflação que o consome quase todo.

Estes fazem as coisas de forma atada, ou seja, trabalha com o que tem porque é o que tem. O pior são os magnatas, os doutores, os sabichões que só sabem se aproveitam de um analfabetismo crônico que não condiz com democracia.Estes recebem salarios da ordem de 10,000 para cima e são aqueles que escrevem sobre a realidade nacional e explicam o que é o Brasil.O que será que eles tem a dizer?

Como é possível em plena crise de representação os representantes do povo votarem para que seus partidos recebam mais dinheiro? Talvez estejam já prevendo eles a inclusão de limites em investimentos partidários na reforma politica? Não se sabe o que se passa numa mente ignorante cheia de excrementos.

Definitivamente a politica nacional é uma piada de mal gosto, o que todo mundo sabe. Num país como o nosso critica politica é falar do funcionamento natural da sociedade. Os maiores críticos sociais são as pessoas no meio da rua falando aquilo que nenhuma teoria dá conta porque teorias são fundamentos de mentes ociosas e ricas. Somente aqueles que estão satisfeitos com o status quo é que acham lindo debater quem é direita ou esquerda, quem é golpista ou não.

Quero vos lembrar que golpe também é o nome dado a assaltos e coisas do gênero. Portanto estamos dentro de um golpe: o da espoliação de tudo aquilo que é composto por uma carga tributária de 45% em alimentos, por exemplo.

E ai brasileiro?

Tiê Felix é professor

Opinião: No lugar de atacar o doente, é preciso tratar a doença!

Por Daniel Finizola

Ao estudar a história do Brasil percebemos que a corrupção sempre fez parte dos bastidores da política e do nosso cotidiano. Muitos incutiram a ideia de que o Brasil é um país que não tem jeito, que está tudo perdido, que “não adianta reclamar, pois nada vai mudar”. No imaginário coletivo, políticos e política são vistos como algo sujo e ilegal. Associada a esse tipo de ideia vem a degradação das instituições democráticas e da própria Democracia, regime político que promove o convívio e o respeito às diferenças, seja de ordem partidária, de gênero, classe ou etnia.

Nas eleições do ano passado vimos absurdos nas ruas e nos espaços virtuais. As redes sociais passaram a ser o espelho amplificado da atual sociedade. O ódio, a arrogância, o desrespeito às diferenças viraram os principais elementos da disputa política. Vivemos um tempo onde o mal é propagado gratuitamente e é justificado com a frase “foi só uma brincadeirinha”. A cada brincadeira os preconceitos vão sendo reforçados e o diálogo vai dando espaço à intolerância que espancou um adolescente de quatorze anos no interior de São Paulo, por ter pais homossexuais.

O ódio propagado por muitos, nesse caso, tirou a vida de um adolescente e acabou com os sonhos de uma família. Todo meu amor aos pais desse adolescente. Essa é uma das consequências da disseminação dos discursos de religiosos e do ascenso de políticos fundamentalistas.

Hoje e no domingo teremos manifestações em todo Brasil. As de hoje têm como pautas a defesa da Democracia e do Plebiscito Oficial da Reforma Política. Vários movimentos sociais se articulam, pois entendem que a mudança do sistema político é fundamental e urgente para fortalecer a Democracia e ampliar a participação popular na vida política do país. A principal reivindicação dos que defendem a Reforma Politica é o fim do financiamento privado de campanha, afinal de contas, empresa não vota! Se a Democracia tem por base o conceito de “uma pessoa, um voto”, não se pode tolerar influências que desequilibrem o jogo. Sem dúvidas, esse é o maior câncer do nosso sistema. Em Caruaru, o ato em favor da reforma vai se concentrar em frente ao Grande Hotel, às quinze horas de hoje.

No domingo será a vez dos que têm como pauta o impeachment da Presidenta Dilma e o fim da corrupção. Dos que chamam a Presidenta de vaca e puta, alimentam o ódio ao PT e às conquistas sociais intermediadas pelo Estado (sim, intermediadas, pois sem luta, não há conquistas, mesmo quando o governo é progressista). Muitos dos que vão às ruas no domingo não têm como pauta as reformas (Tributaria, Política ou das Comunicações). Reafirmando que o objetivo maior da manifestação é retirar do poder uma Presidenta que foi eleita democraticamente e não de mudar as estruturas políticas, sociais e econômicas que acentuam e perpetuam as diferenças sociais no país.

O outro mote da manifestação é a corrupção, e nos últimos dias o panelaço virou símbolo da luta contra os corruptos. Mas eu não ouvi falar em panelaço quando saiu a lista do HSBC, nem tão pouco quando o Presidente do Câmara e do Senado foram citados na tal lista da Operação Lava Jato. Não ouvi panelaço quando saiu a lista das empreiteiras que participaram do esquema de corrupção na Petrobrás, nem quando se descobriu a sonegação de R$ 615.099.975,16 em impostos não pagos pela Rede Globo. Mas o que leva a essa seletividade da hora de manifestar-se contra a corrupção?

A operação Lava Jato deixou evidente que o sistema político brasileiro já entrou em colapso há tempos, infelizmente o que vemos nos meios de comunicação de massa não é um debate sobre a necessidade urgente da Reforma Política, mas a propagação do senso comum, onde um governo e um partido viraram sinônimos de corrupção. Bem, então quer dizer que sem o PT do governo não haverá mais corrupção? Óbvio que haverá! Houve antes, por que não, depois? O problema não é um partido ou pessoa, mas esse sistema, que alimenta e abre portas para a corrupção, independente da agremiação partidária no poder.

Não há como negar que por trás de todo esse discurso de ódio há também uma questão de classe e isso não é algo exclusivo do Brasil, mas da configuração do mundo que vem se constituindo desde dos tempos da Revolução Industrial. O genocídio da juventude negra, a discriminação cultural, de gênero, étnica e religiosa são algumas das consequências de uma sociedade que dita os valores morais, de mercado e de comportamento pela ótica de quem detém o poder econômico.

Disputar e expressar sua cor, seu jeito, sua música em determinados espaços, é sinal de subversão, foge à ordem. Há os que negam a sua categoria, classe, cultura e identidade em nome de uma pseudo inclusão. Outros resistem, ocupam as mídias alternativas, produzem estudos e ações que contrariam os interesses do mercado, mas que ampliam as possibilidades de um mundo com mais justiça social e respeito às diferenças.

Seja hoje ou domingo, todos têm o direito de expressar sua opinião satisfação ou insatisfação em relação a governos e ao Brasil. Acreditamos que todas as manifestações vão correr dentro na legalidade, respeitando o espírito e os valores democráticos. Sendo assim, a oposição já pode aproveitar a energia das manifestações pra organizar uma plataforma de governo, pois daqui há três anos e alguns meses, teremos eleição pra Presidente. O Brasil já deu seu voto. O momento é de cobrar que os remédios sejam ministrados. No lugar de atacar o doente, é preciso tratar a doença!

Reforma Política, quando? Já!

Daniel Finizola – Educador, artista e Vice-Presidente do PT – Caruaru.

Opinião: Para o PT

Tiê Felix

Trabalhador é aquele que paga impostos, altos inclusive.

Trabalhador é aquele que vai ao SUS quando precisa de médico e se depara com aproveitadores.

Trabalhador é aquele que precisa de justiça e quando faz uso dela somente enxerga um túnel sem fim.

Trabalhador de verdade é aquele que acorda cedo, porque sua função é realmente importante e não se limita a alguns dias da semana. Ele é quem sustenta tudo inclusive os beneficiários e programas sociais.

Na verdade o trabalhador mesmo não está nem um pouco preocupado com a política. Ela não foi feita para ele e não o escuta, porque aquilo que o trabalhador quer é por demais revolucionário.

Trabalhador não tem tempo de pensar muito. Nem sequer pode estudar obviamente. Seu corpo foi feito para o trabalho. Talvez não tenha condições de se limitar a questionar o mundo corrupto que o cerca e de zelar por uma doutrina.

Infelizmente o PT e todos os outros partidos fazem de conta que sabem disso, mas somente cria beneficiários e aproveitadores.

Hoje o Brasil não valoriza o trabalhador, simplesmente porque o que ele tem a dizer é por demais perigoso e é melhor cultivar beneficiários.

São beneficiários tanto aqueles que vivem da coisa pública quanto aqueles que recebem uma mísera quantia pra se manter vivo na ferocidade desse país.

O PT e todos os outros partidos são apenas aproveitadores ocos que se fazem de representantes. Não sabem de nada porque governam por teorias ou por eles mesmos, não por um país.

Tiê Felix é professor

Opinião: Para além das flores e chocolates

Por Daniel Finizola

Quando chega o 8 de Março é comum a gente ver mulheres recebendo flores e chocolates. O gesto pode até ser bonito, mas a leveza das flores e a doçura do chocolate não condiz com a luta que todos os dias e travada pela mulheres em todo Brasil e no mundo. O Patriarcado resiste e invade nossa sociedade com piadas e gestos machistas que inferioriza, coisificando a imagem e o papel social da mulher. Vários estudos já comprovaram estatisticamente que a mulher ganha cerca de 30% menos que o homem, desempenhando atividades e funções idênticas. Essa distinção vem da gêneses da revolução industrial, onde era preferível contratar mulheres e crianças, já que se pagava menos, justificado pela  fragilidade de direitos que ainda permeia o nosso cotidiano. É assim que, historicamente, vai se forjando a imagem da mulher.

Sua participação, na maioria das vezes, foi negligenciada por aqueles que fazem a historiografia, como demonstram boa parte dos livros de história do ensino médio. Esses mesmos que ajudam a orientar nossos/as adolescentes,  evidenciam a ausência narrativas da contribuição das mulheres na organização política e seu protagonismo, como por exemplo, a Comuna de Paris e a Revolução Francesa. Na contramão desse estereótipo, a mulher ao longo da história desenvolveu diversas estratégias, a exemplo da arte e literatura, para contar seu protagonismo nos grandes acontecimentos no mundo.

A organização do Movimento Feministas a nível global, mais especificamente a partir dos anos 70, redimensionar a luta das mulheres no mundo. Importante afirmar que o feminismo não luta pela superioridade das mulheres frente aos homens, mas pela igualdade de direitos e contra a violência física e simbólica que se estabelece contra a mulher, sistematicamente. Basta analisar peças publicitárias, filmes, músicas e a própria língua para identificar como o sexismo é um marcador das relações sociais, assim como o próprio Estado.

Quando Dilma assumiu a presidência, surgiu todo um debate quanto ao termo “Presidenta”. Apareceu quem achasse o termo um absurdo, algo descabido para língua. É preciso entender que a língua reproduz padrões que obedecem a lógica das estruturas de poder de uma sociedade e frente a isso, deve ser dinâmica e estabelecer a comunicação de acordo as demandas apresentadas pela sociedade. Quem não aceita a forma feminina dessas palavras, indiretamente,  reafirma o patriarcado, o sexismo existente na construção dessas expressões. Há trabalhadoras e trabalhadores, secretário e secretária, ministros e ministras, deputados e deputadas e presidentes e presidentas. Não é simplesmente uma estrutura linguística e/ou gramatical, é lugar de disputa. Não há problemas nisso! Às vezes fico me perguntando qual o medo que permeia a imaginação das pessoas frente a construção de um termo feminino de uma função que está sendo exercido por uma mulher. Isso tem a ver com a sociologia da língua e com as pequenas revoluções que a luta das mulheres têm provocado ao longo do tempo.

A internet vem se constituindo como um espaço que amplia o direito à comunicação das minorias. Uma mídias onde os movimentos sociais encontram um lugar para fazer a disputa de ideias, e nesse contexto é sempre bom ver as feministas fazendo um debate qualificada que vai muito além da discussão sexista da linguagens. Blogueiras Feministas – De olho na Web e no Mundo – é um dos blogs que recomento a leitura. Lá você encontra textos que discutem a autonomia da mulher, violência contra a mulher, representação política entre outros temas.

No âmbito local quero destacar a colunista Bárbara Vasconcelos. Sempre atenta as movimentações do universo feminista, estabelecendo questionamentos sobre a sociedade contemporânea e a reprodução do patriarcado. Vale muito a pena acompanhar as reflexões dessa menina que faz a diferenças.

É importante que possamos cada vez mais refletir e debater sobre o sexismo, o patriarcado e o machismo. Que a voz da mulher não seja apenas amplifica no dia 8 de marços, porque todo dia é dia da mulher, é dia de ampliar seu espaço, de protagonizar grandes transformações sociais no Brasil e no mundo.

Daniel Finizola é Educador, artista e vice-Presidente do PT – Caruaru.

Artigo: Como emagrecer comendo? Confira os segredos da alimentação que ninguém divulga

Por Vinícius Possebon

O que a mídia divulga em peso é que, se você quer emagrecer, precisa ingerir menos calorias do que gasta. A princípio, isso faz muito sentido, pois se você ingere menos alimento do que seu corpo precisa, ele usaria a reserva de gordura para gerar energia e continuar funcionando normalmente.

Porém, nosso corpo não é uma máquina e existe uma infinidade de coisas que são mais importantes do que a queima de calorias. Ele nos avisa quando estamos com fome e qual é a hora de parar de comer. O problema é que hoje em dia temos uma infinidade de alimentos industrializados, processados e com sabores muito acentuados, que estragaram o mecanismo automático que nos mantém no peso ideal. Como ele foi alterado, surgiram essas dietas malucas de 1.200 kcal que vemos por aí.

Isso que dizer que, se você tem uma alimentação ruim, é melhor que você coma menos dessa comida pouco nutritiva para que o impacto seja menor. Ou seja, se você come veneno todo dia, o melhor é diminuir essa quantidade de veneno para que ele não seja tão nocivo.

Você percebe o quanto isso é ridículo? O sistema de 1.200 kcal até faz com que as pessoas percam peso, porém, o preço pago por isso é muito alto: elas sofrem, passam fome e ficam o dia todo pensando em comida. Além disso, esse tipo de dieta não resolve o problema do emagrecimento para sempre.

Contar calorias não fará com que você emagreça definitivamente

Isso ocorre porque este tipo de sistema é muito cansativo, nem um pouco prazeroso e estressa bastante as pessoas.

O segredo é focar na qualidade

Quando se foca na qualidade e a quantidade é deixada de lado, começamos a restabelecer o sistema automático do corpo de se manter no peso ideal. Isso que dizer que, quando nos focamos em ingerir os alimentos certos, aqueles que são naturais, nutritivos de verdade, nosso corpo cuida das calorias por conta própria, mesmo que você coma além da conta. Desta forma, você se mantém sempre no peso ideal.

O que impede as pessoas de emagrecer?

Eu fiz essa pergunta para meus alunos e sabe o que a maioria respondeu? Que um dos maiores empecilhos para se chegar ao peso ideal era a compulsão por doces. Isso estava atrapalhando as pessoas, mesmo que elas estivessem fazendo os treinos corretamente.

De fato, se você gosta muito de doces, é bastante estressante ter que abdicar de todo e qualquer doce para conseguir o corpo desejado. Porém, a dieta focada na qualidade dos alimentos não impede você de comer os doces que gosta, ou de tomar uma cerveja no fim de semana, por exemplo. O estilo de vida alimentar perfeito precisar proporcionar também liberdade.

A mídia não mostra, mas o que a ciência divulga é que uma vez que seu sistema hormonal está funcionando corretamente, seu corpo começa a queimar o excesso de gordura naturalmente para que o peso ideal seja atingido. Isso porque o objetivo do organismo é manter o corpo saudável para que ele sobreviva.

Quando posso comer as coisas que gosto?

Como já foi dito antes, você não precisa abrir mão dos doces, da cerveja ou da pizza. O que importa é que a maior parte da sua alimentação seja composta por alimentos que equilibrem o seu sistema hormonal.

Isso quer dizer que, se você quer separar um dia da semana para comer as coisas que “engordam”, como brigadeiro, massas e sanduíches, tudo bem. Mas você também pode comer um pedacinho de doce todos os dias, desde que o restante da sua alimentação seja equilibrada.

Uma dica para comer chocolate sem culpa

Se você ama comer chocolate e não consegue largar o vício, lembre-se de que essa delícia pode ser uma comida saudável, desde que você coma o chocolate de verdade, não aquela “pasta de açúcar” do supermercado. Essa “pasta de açúcar” é aquele chocolate ao leite, que quase não tem manteiga de cacau e é uma verdadeira bomba de açúcar. Então, se você ama chocolate, prefira o de verdade, que seja, no mínimo, 70% cacau. Isso porque a manteiga do cacau é uma gordura saudável para o organismo e a presença do açúcar nesse tipo de chocolate é bem menor.

Seguindo um sistema de alimentação correto, sua vontade de comer esses doces carregados de açúcar desaparecerá gradualmente, pois você se acostumará ao sabor real da comida.

Esse é o sistema de alimentação que realmente emagrece. Ele não funciona apenas para perder peso naquele momento, mas sim, para a vida inteira, pois você não vive com restrições e reeduca seu organismo comendo os alimentos realmente nutritivos, sem se preocupar com quantidade.

Vinícius Possebon é personal trainer, palestrante e criador do Sistema de Emagrecimento Queima de 48 Horas. Facebook: https://www.facebook.com/queimade48horas

Opinião: A eleição é logo alí, mas ainda não é aqui!

Por Lino Portela

Nos últimos dias, a cidade foi tomada de fora a fora por discussões das mais diversas. Entrevistas, debates, reuniões, encontros e diálogos que trouxeram de forma antecipada e, na nossa  opinião, de forma precoce, a partida do processo eleitoral de 2016 em Caruaru.

Observamos o tom dos discursos e respostas, que, oscilaram, indo do construtivo ao messiânico, passando pelo personalismo, com retoques sutis de aplicação de estratégias já repetidas outras vezes de um tempo que já não existe mais.

O que não ouvimos em nenhum desses momentos foi a busca da sintonia com a opinião da sociedade. Para muitos dos que freqüentaram os microfones  locais e jornais, nos parece neste momento pouco importar o que o futuro eleitor tem pra dizer.

E uma frase tradicional ecoa novamente: “ ao povo a gente informa depois que decidir! “

Chamamos a atenção de que: com certeza a eleição é logo ali, mas ainda não é aqui!

Pois quem acredita que o que se diz atualmente é o que vai acontecer? E quem acredita no que se diz ?

Candidatos (as) postos, chapas prontas, mandatos antecipados, na leitura fria que olha pra você e diz: “ você é liderança, portanto seja candidato(a) ”.

E sem uma discussão responsável,  mais uma vez se repete o estratagema que forma a velha e conhecida “cauda eleitoral ”, que estará a mercê dos personalismos e divindades, muitos desses ressuscitados das cinzas para propor a salvação e a redenção da cidade, substituindo a discussão política das idéias pela simples paixão, ou coisas como um rosto bonito ou um cabelo bem cortado ou ainda uma voz eloqüente.

Que a sociedade também se apresente, para a margem do que está posto, trazer à luz sua opinião sobre o que quer e como quer o seu futuro, pois a margem de erro vai se aproximando de zero.

Que a sociedade utilize os espaços democráticos que serão disponibilizados ao longo do ano para discutir seu desenvolvimento, sua sustentabilidade, sua cultura, sua identidade e seu amanhã, participando, colaborando efetivamente e construindo um tempo que ainda há de vir, pois a cidade somos todos nós e não apenas alguns!.

Pra finalizar, opinamos que talvez não seja o novo o que a sociedade busque, mas com certeza deve ser algo mais inteligente, e que, tranquilamente pode ser ou não combinado com a novidade, pois, se pra cada tempo existe um povo, a atual geração de caruaruenses talvez não mais esteja disposta a acreditar nas histórias da carochinha, pois que, sem trabalho e responsabilidade social não há futuro nem pra você e nem pra Caruaru!

Lino Portela é Presidente do diretório municipal do PCdoB em Caruaru.

Coluna: 50 tons de sadismo

Por Menelau Júnior

As apaixonadas por Christian Grey dirão que estou morrendo de inveja, que este artigo é fruto de “recalque” e que os homens não entendem a alma feminina. Tudo bem, cada uma pode pensar o que bem entender – isso em nada muda minha opinião sobre o megassucesso 50 Tons de Cinza.

Vamos pelo começo: Jamie Dornan, o ator que interpreta o bilionário Christian Grey, é mesmo muito bonito. Grey seduz a virgem Anastasia Steele (a sexy-não-tão-bela Dakota Johnson) e a introduz no mundo do sadomasoquismo.

Pronto, a história é isso e nada mais. Baseado numa trilogia (essa é a primeira parte) que vendeu mais de 100 milhões de livros ao redor do mundo, 50 Tons de Cinza é, como se propõe a ser, uma adaptação bem fiel à obra original.

Os livros foram avidamente devorados por mulheres sedentas de algum ritual amoroso. Na falta de romantismo de verdade, passaram a acreditar que humilhação e pancadas são, sim, atitudes românticas. Pra quê chocolates e flores se você pode apanhar, não é mesmo? E, obviamente, a beleza de Grey e os prazeres que seu dinheiro pode oferecer acabaram por justificar a máxima de que “um tapinha não dói”.

Mas dói – e muito. Grey submete Anastasia a humilhações sem fim – sempre justificando que isso dará prazer a ela. A moça, inexperiente, deixa-se encantar pelo jovem podre de rico (mas a riqueza é só um “detalhe”, ok?) e, na tentativa de descobrir sua própria sexualidade, faz o papel de submissa nos moldes exigidos por Grey. Quando ela foge à regra, recebe um “castigo” – chicotadas e pancadas cujo som chega a lembrar o flagelo de Jesus em “A Paixão de Cristo”.

É claro que existem pessoas adeptas do sadomasoquismo. Não julgo preferências sexuais. Entretanto, na maioria dos casos, há uma espécie de reciprocidade nos rituais de algemas, correntes, chicotes e “palmadas”. No caso de 50 Tons, só existe uma moça totalmente manipulada que, em busca da descoberta do prazer, se deixa envolver por um jovem bonito e podre de rico (mas a riqueza, repito, é só um “detalhe”, ok?). Ganhar computador, TV, voo de helicóptero e um carrão novo não fazem nenhuma diferença.

Não sei se Christian Grey arrancaria tantos suspiros se fosse feio e pobre. Não sei se tanta gente o defenderia – apesar de seus traumas. Será que os rituais teriam o mesmo efeito quase hipnótico em mulheres sedentas de alguma coisa diferente? Não me cabe responder. A mim, Grey pareceu apenas um menino mimado, mal-amado, prepotente, arrogante e psicótico – e que tenta justificar tudo com base em seu “passado obscuro”.

Ah, claro, ele é mesmo lindo, charmoso e podre de rico. Mas todo o mundo sabe que isso nunca fez diferença, não é mesmo?

Menelau Júnior é professor

Artigo: Lembre-se, estamos numa democracia

Por Tiê Felix 

De vez em quando é bom lembrar que o Brasil é uma democracia, ainda que alguns a apontem como uma democracia nova e imatura. Em qualquer democracia todos aqueles que chegam ao poder são apontados, ainda que de forma medíocre, pelo próprio povo. Quer queiramos ou não, aqueles que lá chegam somente o conseguem por intermédio do voto popular. Todos são representantes através dos votos de muitos.

A questão é:porque mesmo sendo nós tão críticos no nosso cotidiano, ainda assim, votamos em canalhas e deixamos um sistema corrupto nos dominar de uma forma tão descarada como vemos? Talvez a dura resposta seja aquela de sempre.

Gostamos da corrupção, muitos vivem dela e tantos, vez ou outra, se beneficiam dela agradavelmente. O sistema de poder no Brasil é apodrecido pelas relações sociais marcadas por violência moral constante, em todos os âmbitos de nossa sociedade.

A subalternidade se mantém. Aquele mesmo que questiona antes, se cala na hora de falar por que teme a violência da imoralidade nacional. Estamos cheios de uma pretensa oposição, quando somos pouco democráticos e temos pouca capacidade de concessão de direitos e oportunidade.

Queremos tudo para o nosso privado, para os nossos colegas e particulares. Se cada cidadão pudesse colocaria somente aqueles seus que qualquer um por valor particular. Isso resulta do modo pelo qual vivemos as relações sociais cotidianas.

Sérgio Buarque em seu “Raízes do Brasil” faz a análise mais sucinta no que diz respeito a esse modo de viver à brasileira. A democracia é um mal entendido no Brasil porque somos personalistas e incapazes de instituir uma verdadeira burocracia nos termos de um Estado moderno. A burocracia só existe para aqueles que não conseguem acessar o aparelho do Estado em seu favor.

A democracia no Brasil diante mão não o é pelo seu próprio funcionamento interno; não existe democracia porque não existe uma sociedade democrática. O Brasil ainda vive tempos pré-históricos como democracia, simplesmente porque a grande maioria desconhece o que realmente constitui uma democracia, inclusive intelectuais.

Se quiser comprovar pergunte por ai.

 Tiê Felix é professor. 

Coluna: Agora que o Carnaval passou

Por Menelau Júnior

Dizem que no Brasil o ano só começa depois das festas de Momo. Se é assim, este será nosso primeiro fim de semana de 2015. E na próxima segunda, o primeiro dia de semana realmente útil.

E já que a folia passou, talvez fosse o momento de criarmos um pouco de vergonha na cara. Já não é hora de realmente nos indignarmos com o cinismo petista, que insiste em exaltar corruptos e negar seus crimes de lesa-pátria? Já não é hora de pararmos de fingir que somos um povo pacífico – mesmo sabendo que nos matamos à ordem de mais de 50 mil por ano?

Passado o carnaval, já não é hora de assumirmos o ônus do estelionato eleitoral a que muitos se curvaram – uma candidata que, agora se sabe, faltou com a verdade o tempo inteiro com o único objetivo de se reeleger? Não é  o momento de deixarmos de lado a gastança ensandecida e irresponsável dos últimos anos e economizarmos para os dias duros que estão por vir?

Também não é o momento de termos mais responsabilidade com o ambiente – o que significa economizar água e energia? E também não é  hora de refletirmos sobre o fanatismo religioso – que encontrou sua mais brutal expressão no grupo terrorista Estado Islâmico?

Passada a farra, é hora de exigir de nossos representantes medidas eficazes para acabar com a impunidade. O que fazer com os bandidos e assassinos travestidos de “menores”? O que fazer com o tráfico de drogas, que dizima parte de nossa juventude?

Enfim, seria bom que deixássemos de ser tão “farristas” e fôssemos mais responsáveis com nosso futuro. Que fôssemos menos hipócritas e mais severos com aqueles que nos enganam. Menos partidários, menos militantes, menos fingidos. Enfim, mais honestos – independentemente dos cargos que nos oferecem para silenciar diante da corrupção deslavada.

É pedir muito, eu sei. É acreditar muito – inclusive naquilo em que nem se pode mais acreditar. Afinal, vivemos num país em que tudo é motivo para comemorar, em que “roubar” faz parte do jogo político e em que hipocrisia é regra. Por isso tanta gente gosta do carnaval. Se a gente pensar direitinho no país que aí está, a gente chora. E rir não é o melhor remédio?

Menelau Júnior é professor

OPINIÃO: Dilma desmonta a classe C

Por FERNANDO CANZIAN*

O início do segundo mandato de Dilma Rousseff caminha para dar cabo ao que a presidente começou em sua primeira gestão: o desmonte da chamada “nova classe C”. Um retrocesso que marcará o Brasil e a biografia da presidente. Recessão com inflação alta conspiram para fazer o serviço.

Entre empresários já se fala em queda de mais de 2% do PIB neste ano, com aumento do desemprego. E inflação acima de 8%.

PIB “zerado” do ano passado, paralisia nos investimentos das empresas, Petrobras, queda abrupta no consumo e provável racionamento de energia e água derrubarão a economia, por um lado.

De outro, é um clássico entre empresas no Brasil cortar custos (demitir e produzir menos) na crise e tentar manter margens de lucro, mesmo à custa de vender menos. A competição dos importados para impedir esse comportamento estará comprometida por conta do dólar mais caro, que encarece a compra de produtos similares vindos do exterior.

A inflação renitente veio para ficar por algum tempo, agora inflada com energia, combustível e outras tarifas mais caras. Para derrubá-la, haverá mais sacrifício em termos de crescimento.

A principal conquista das últimas décadas no Brasil, a ascensão de mais de 40 milhões à chamada “classe C” (hoje 54% da população), será a primeira grande vítima desse processo.

O último Datafolha dá uma pista: na média do país, a popularidade de Dilma despencou 19 pontos entre dezembro e fevereiro. Entre todas as regiões, foi no Nordeste, esteio eleitoral e de popularidade de Lula e Dilma, onde o tombo foi maior: 24 pontos.

O Nordeste foi a locomotiva da ascensão social nos dois governos Lula. A região cresceu em velocidade “chinesa” durante vários trimestres antes de Dilma, tirando milhões da miséria.

PAÍS POBRE

Mas, mesmo com todo o “boom” dos anos Lula, o Brasil segue um país pobre: 67% das famílias têm renda mensal até R$ 2.172,00. Qualquer corrosão no poder de compra via inflação (principalmente de alimentos, onde o grosso é gasto) destrói o orçamento de dois terços da população. É isso o que está em curso.

O inferno em que Dilma se meteu em termos de popularidade é o espelho do inferno em que ela meteu quem se acostumou a ascender ano a ano até meados de seu primeiro mandato. Isso acabou.

O Datafolha mostra pânico entre os entrevistados: 62% esperam mai d(eram 39% há dois meses) e 57% que o seu poder de compra caia (34% em dezembro).

Será devastador sobre o consumo o sentimento de que as coisas tendem a piorar, afetando produção, emprego e toda a capilaridade da economia.

Principalmente quando as coisas de fato estiverem piorando, como já estão. Diz muito o fato de, em janeiro, os saques líquidos (depósitos menos retiradas) das cadernetas de poupança terem sido os maiores desde 1995, em um total de R$ 5,5 bilhões. Está faltando dinheiro entre as famílias.

A conjuntura já seria ruim o bastante se não fosse o fato de Dilma ter arruinado também os “subterrâneos” da economia. Agora, a presidente precisa cortar e aumentar impostos para economizar cerca de R$ 66 bilhões em 2015 e, minimamente, readquirir alguma credibilidade.

Vai doer. Vale a pena rever uma das principais campanha do PT na eleição. Visionários.

*Texto extraído da Folha.com.