Brasil tem 70 mil novos casos de tuberculose por ano

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O próximo sábado, dia 24 de março, será marcado pelo Dia Mundial da Tuberculose, data escolhida para alertar a população mundial sobre a doença e seus sintomas. Para o Brasil, a tuberculose é um grave problema de saúde pública. Segundo números do Ministério da Saúde, são notificados anualmente 70 mil novos casos e mais de 4 mil mortes em decorrência da doença.

No cenário global, são mais de 10 milhões de novos casos e 1 milhão de mortes todos os anos. De acordo com o Ministério da Saúde, o surgimento da AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravaram ainda mais o cenário. O médico e coordenador da equipe médica do Docway, Dr. Aier Adriano Costa, explica que o principal sintoma da doença é a tosse seca ou produtiva.

“O principal sintoma da tuberculose é a tosse seca ou produtiva. É recomendado que as pessoas que estejam com tosse há três semanas ou mais procurem um médico para que o caso possa ser investigado e a suspeita da doença afastada. Em casos positivos, a doença pode ser tratada corretamente”, comenta. Existem ainda outros sintomas que podem aparecer além da tosse, como a febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga.

A tuberculose é transmitida por vias aéreas, a partir da inalação de aerossóis. Ao falar, espirrar e tossir, pessoas contaminadas lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contém bacilos. Calcula-se que em um ano, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Esses bacilos podem se depositar em roupas, lençóis, copos e outros objetos.

O médico explica ainda que a transmissão só ocorre de forma plena enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos. Com o início do tratamento adequado a transmissão tende a diminuir gradativamente, e após 15 dias de tratamento, chega a níveis baixíssimos, quase insignificantes. Quanto a prevenção, no caso das crianças, existe uma vacina chamada BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Outra maneira de prevenção é identificar o que chamamos de ‘infecção latente de tuberculose’, que geralmente acontece quando uma pessoa convive com alguém que tem a doença. Se esse for o caso, o recomentado é procurar um médico para que ele possa prescrever o tratamento e prevenir que a pessoa adoeça”, finaliza Dr. Aier Adriano Costa.

Polícia Federal faz operação contra tráfico de pessoas

A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta terça-feira (20) cinco mandados de busca e apreensão como parte de uma operação contra o tráfico de pessoas. Foram realizadas três buscas em Guarulhos, na Grande São Paulo, uma na capital paulista e outra no Distrito Federal. A investigação tem a cooperação de autoridades dos Estados Unidos e do México.

Segundo a PF, os criminosos prometiam trabalho para imigrantes no Brasil e nos Estados Unidos. A apuração começou após a tentativa, em 2015, de entrada de um grupo de estrangeiros da Índia e Bangladesh, com documentos falsos, pela fronteira do Paraguai. Eles chegaram a solicitar vistos de entrada na embaixada brasileira em Assunção.

Os criminosos também atuavam, de acordo com a investigação, dentro do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com a colaboração de funcionários de companhias aéreas ou terceirizados do terminal. Assim, eles conseguiam repassar documentos falsos para os imigrantes dentro das áreas restritas de conexão.

As pessoas que utilizam o esquema tinham passagens com destino final para Cuba, mas com conexão no México. Ao chegarem lá, em vez de prosseguir viagem, tentavam ingressar nos Estados Unidos pela fronteira terrestre. Há registros, segundo a PF, de que brasileiros atravessaram a fronteira norte-americana desta forma.

Os investigados podem responder por tráfico de pessoas, aliciamento com fins de imigração e falsificação de documento público.

Presos passageiros que levariam cocaína ao exterior

Na manhã desta terça-feira (20), a Polícia Federal prendeu, no Aeroporto de Guarulhos, dois passageiros que embarcariam para a Etiópia com cocaína. Uma mulher de 25 anos, nacional de São Tomé e Príncipe, tinha, segundo a polícia, dois quilos da droga no fundo falso da mala.

Em outro voo, também com destino à capital etíope, Adis Abeba, um nigeriano tentava levar mais de quatro quilos de cocaína em 34 rolos de removedores de pelos. Com 39 anos, ele já cumpriu pena de seis anos de prisão por tráfico de drogas no Brasil.

Plano de Trump para combater drogas inclui pena de morte para traficantes

Donald Trump anuncia mudança da embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém
A epidemia de opiodes é responsável pela morte de cerca de 175 pessoas por dia no país, disse Donald Trump  Jim Lo Scalzo/Agência EFE

O presidente americano Donald Trump anunciou nessa segunda-feira (19) um plano nacional para combater as drogas nos Estados Unidos, para frear sobretudo o consumo de opioides – cujo índices  se tornaram uma epidemia no país, com mais de 60 mil mortes por ano. A proposta apresentada por Trump, durante um evento em New Hampshire, inclui medidas para restrigir a venda de remédios derivados do ópio, custeio de tratamento para dependentes e a ideia de implementar a pena de morte para traficantes.

Trump disse que o projeto do muro na fronteira com o México será parte do plano para “cortar o fluxo de drogas que entram pela vasta fronteira entre os dois países.

Para defender a proposta de pena de morte para traficantes, Trump afirmou que “eles matam mihares de cidadãos a cada ano”. E completou: “Por causa disso, o Departamento de Justiça buscará penalidades mais duras do que as que já tivemos”, citando ainda como argumento que alguns países já usam penas de morte para o tráfico de drogas.

Segundo dados do governo norte-americano, a epidemia de opiodes é responsável pela morte de cerca de 175 pessoas por dia no país. A quantidade de dependentes químicos de substâncias derivadas do ópio está relacionada ao uso indiscriminado de analgésicos no país que possue ópio em sua fórmula.

Estes medicamentos para especialistas são uma porta de entrada para o vício em drogas como a Heroína

Gilmar Mendes nega habeas corpus coletivo contra prisão em 2ª instância

Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do TSE, Gilmar Mendes, durante lançamento do Documento Nacional de Identificação (digital e biométrico), no Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
“A pretensão de concessão de ordem genérica, tal como requerida pelos impetrantes, não é, nem nunca foi, compatível com a orientação deste Tribunal”, disse Gilmar MendesMarcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ontem (19) à noite um habeas corpus coletivo que havia sido impetrado por um grupo de advogados com o objetivo de libertar todas as pessoas presas após condenação em segunda instância da Justiça e também impedir novas prisões nesses casos.

Para basear o pedido, os impetrantes citaram julgamento recente da Segunda Turma do STF, que aceitou e julgou procedente, no mês passado, um habeas corpus coletivo para libertar todas as grávidas e mães com filhos pequenos.

Apesar de defender publicamente a revisão do entendimento atual do STF, que permite a prisão imediata de pessoas condenadas em segunda instância, Mendes não aceitou o argumento dos advogados e considerou que a mediada não poderia ser coletiva. “A pretensão de concessão de ordem genérica, tal como requerida pelos impetrantes, não é, nem nunca foi, compatível com a orientação deste Tribunal”, escreveu.

Mendes considerou impraticável a pretensão do habeas corpus. “Posta a questão nesses termos, vê-se que a pretensão dos impetrantes, assim genérica, é, em si mesma, jurídica e faticamente impossível, não podendo ser acolhida, haja vista a necessária análise da questão em cada caso concreto”, disse o ministro. “Seria temerária a concessão da ordem, uma vez que geraria uma potencial quebra de normalidade institucional.”

A decisão foi proferida em um momento no qual o STF vive um impasse em torno no tema, com a maior parte dos ministros manifestando-se publicamente a favor de uma nova apreciação do assunto. Mendes foi um dos votos vencedores no julgamento de 2016 que assentou a possibilidade de prisão após segunda instância, mas já anunciou que mudou seu entendimento.

Os ministros do STF devem se reunir nesta terça-feira (20) para discutir o assunto, que ganhou maior notoriedade desde que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva teve confirmada pela segunda instância da Justiça Federal sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex no Guarujá.

Governo quer liberar até 40% do ensino médio a distância

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Congresso em Foco

O governo Michel Temer quer liberar até 40% da carga horária do ensino médio e até 100% da jornada da educação de jovens e adultos para ser realizada a distância. A mudança está prevista em resolução que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, à qual a Folha de S.Paulo teve acesso. O texto já teve uma primeira discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE).

No caso do ensino médio, se as novas regras forem implementadas, os alunos poderão ter dois dias de aulas por semana fora da escola. A proposta causa polêmica. Para os defensores da medida, o ensino online permite a experimentação de novos recursos na educação. Já os críticos temem pela precarização do ensino nas redes públicas, que concentram 88% das matrículas da etapa.

Segundo a Folha, o Brasil tem 6,9 milhões de matrículas no ensino médio público. Em torno de 1,5 milhão dos jovens de 15 a 17 anos (14,6% do total) já abandonaram os estudos.

O aval para até 40% da carga a distância abriria margem também para atender situações de falta de professores, ressalta a reportagem. A minuta das novas diretrizes curriculares foi apresentada no CNE no dia 6 pelo presidente do conselho, Eduardo Deschamps, e pelo diretor do Senai, Rafael Lucchesi, relator da proposta.

“Na minha opinião, não estamos falando de ensino fundamental, mas do médio. Se não criarmos mecanismos, vamos continuar com problemas de atendimento e perder oportunidades de uso”, disse Deschamps à Folha.

Cesar Callegari, também do CNE, critica a adoção da medida e cobra uma discussão aprofundada sobre o assunto com docentes e estudantes. “Recursos a distância devem servir como complemento, jamais em substituição de professores e da escola como local de vivência presencial”.

Caixa vai reduzir juros de financiamento com recursos da poupança

Correio Braziliense

A Caixa Econômica Federal irá reduzir as taxas de juros de financiamento imobiliário com recursos da poupança. O presidente da instituição, Gilberto Occhi, afirmou, na segunda-feira (19/3), em um evento no Rio de Janeiro, que o conselho do banco está estudando a movimentação do mercado e deve alinhar suas taxas. O balanço sairá até semana que vem.

Segundo o presidente, foi observada uma atração na demanda do mercado, à medida em que os bancos privados anunciaram a redução em suas taxas. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a Caixa perdeu liderança no financiamento imobiliário nas linhas de créditos com recursos da poupança e foi ultrapassada por concorrentes pelo terceiro mês seguido.

No entanto, Occhi revelou que o balanço da instituição será o melhor da história do banco e, pela primeira, vez será melhor do que o desempenho do Banco do Brasil. Segundo ele, os dados positivos foram resultados de ajustes, redução de custos e melhorias na eficiência do banco.

De acordo com o presidente da instituição, a Caixa tem um orçamento para 2018 de R$ 82,1 bilhões de investimentos habitacionais no país. Desse total, cerca de R$ 58,8 bilhões virão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), R$ 12,7 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e, o restante, de outras fontes.

Ele afirmou que a meta da Caixa é financiar cerca de 650 mil novas unidades habitacionais nos próximos anos, especialmente do programa governamental Minha Casa Minha Vida. Occhi disse que avalia com o governo a criação de um complemento à caderneta de poupança no financiamento do crédito imobiliário, a Letra Imobiliária Garantida (LIG).

Marielle Ministério muda versão de Raul Jungmann sobre roubo de munição usada na execução de Marielle

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O Ministério Extraordinário da Segurança Pública divulgou nota, na segunda-feira (19), mudando a versão dada pelo ministro da Justiça, Raul Jungmann, sobre a munição de propriedade da Polícia Federal encontrada na cena dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Segundo Jungmann, as balas, que pertenciam à Polícia Federal e vieram de lote que foi usado em chacinas, foram furtadas em uma agência dos Correios no estado da Paraíba, em julho do ano passado.

No texto, a pasta diz que “o ministro não associou diretamente o episódio da Paraíba com as cápsulas encontradas no local do crime que vitimou a vereadora e seu motorista”, e afirma que Jungmann apenas “explicou que a presença dessas cápsulas da PF no local pode ter origem em munição extraviada ou desviada” (nota abaixo na íntegra). A munição utilizada na execução de Marielle e do motorista pertence a um lote comprado pela Polícia Federal de Brasília em 2006.

“Essa munição foi roubada na sede dos Correios, pela informação que eu tenho, anos atrás, na Paraíba. E a Polícia Federal já abriu mais de 50 inquéritos por conta dessa munição desviada. […] Eu acredito que essas cápsulas que foram encontradas na cena do crime, este bárbaro crime, foram efetivamente roubadas. E, também, têm a ver com a chacina de Osasco [município da região metropolitana de São Paulo]. A Polícia Federal está fazendo todo seu rastreamento, levantando todos os dados, e vai apresentar muito em breve as conclusões às quais chegou”, declarou o ministro na última sexta-feira (16).

No mesmo dia em que Jungmann deu a declaração, o comando nacional dos Correios também se manifestou por meio de nota para contrariar as declarações do ministro. Segundo a instituição, as agências dos Correios não despacham munição e materiais similares por meio dos métodos tradicionais de envio de correspondência e cargas, exceto por imposição de legislação específica.

“O ministro não associou diretamente o episódio da Paraíba com as cápsulas encontradas no local do crime que vitimou a vereadora e seu motorista. O ministro citou os episódios da Paraíba e da superintendência do Rio, esta em 2006, como exemplos de munição extraviada que acabam em mãos de criminosos”, afirma o texto do Ministério.

A nota divulgada nesta segunda-feira, por sua vez, informa que houve um arrombamento na agência dos Correios de Serra Branca, na Paraíba, em 24 de julho de 2017, e que ali foram encontradas cápsulas do mesmo lote.

Leia o texto na íntegra:

“Sobre a declaração do ministro Raul Jungmann a respeito de munição de propriedade da Polícia Federal encontrada na cena dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o Ministério Extraordinário da Segurança Pública esclarece:

1. A Polícia Federal instaurou o inquérito policial 1909/2017 na delegacia de Campina Grande para apurar o arrombamento à Agência dos Correios de Serra Branca/PB ocorrido em 24/07/2017;

2. O arrombamento foi seguido de explosão do cofre de onde foram subtraídos objetos e valores. Na cena do crime a PF encontrou cápsulas de munições diversas, dentre elas do lote ora investigado;

3. O ministro não associou diretamente o episódio da Paraíba com as cápsulas encontradas no local do crime que vitimou a vereadora e seu motorista. Explicou que a presença dessas cápsulas da PF no local pode ter origem em munição extraviada ou desviada e informou que há outros registros de munição da Polícia Federal encontradas em outras cenas de crime sob investigação;

4. O ministro citou os episódios da Paraíba e da superintendência do Rio, esta em 2006, como exemplos de munição extraviada que acabam em mãos de criminosos;

5. A Polícia Federal prossegue no rastreamento de possíveis outros extravios“.

Psol vai denunciar Fraga por divulgar informações falsas sobre Marielle

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Correio Braziliense

O PSol prepara representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado federal (DEM-DF) Alberto Fraga por ter divulgado informações falsas sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada na última quarta-feira, no Rio de Janeiro. Na sexta-feira, em uma rede social, Fraga descreveu Marielle como o “novo mito da esquerda”. Em uma outra postagem, espalhava mentiras sobre gravidez, uso de drogas e aliança com o tráfico.

O PSol e parentes da vereadora morta iniciaram uma mobilização para coletar provas e denunciar pessoas que têm utilizado as redes sociais para difamação e compartilhamento de notícias falsas sobre Marielle. Até domingo, o grupo havia recebido mais de 11 mil denúncias. A assessoria de Fraga disse que ele caiu nas fake news, não checou a veracidade da informação, “reconheceu o erro”, retirou a postagem e vai continuar trabalhando em prol da sociedade. As contas em redes sociais do deputado foram retiradas temporariamente do ar, mas devem ser restabelecidas ainda nesta semana.

O PSol também entrará com representação contra a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), depois de a magistrada ter alegado que a vereadora Marielle Franco, morta na última quarta-feira, tinha laços com o crime organizado. Até o fechamento desta matéria, a reportagem não conseguiu contato com a desembargadora.

Líderes do PT na Câmara, os deputados Paulo Pimenta (RS) e Wadih Damous (PT-RJ) protocolaram ontem representação na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão contra Fraga.Os deputados afirmam na petição que não houve um pedido formal de desculpas de Fraga e pedem que o parlamentar seja obrigado a se retratar perante os eleitores de Marielle. “O discurso do ódio no Brasil tem não apenas ferido a honra e a dignidade de pessoas e grupos sociais, como produzido dor, sofrimento e levado à morte. Embora não seja um fenômeno recente na história é perceptível, infelizmente, o seu crescimento, notadamente estimulado pelo uso de instrumentos de comunicação de massa como as redes sociais”, argumentam os petistas.

Segurança

Está prevista para hoje a votação do pacote de segurança que cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). A proposta regula a forma de integração de dados e ações estratégicas entre os órgãos de segurança pública. O relator da matéria é Fraga. Para Rodrigo Garcia, líder do DEM, a polêmica envolvendo Fraga não atrapalhará a aprovação do pacote. “Não se pode misturar as coisas. O Susp é um tema importante para o Brasil e não deve ser impactado por esse assunto (fake news), que está encerrado.”

Polícia descarta envolvimento de dono de carro apreendido em morte de Marielle

Folhapress

O dono do veículo suspeito de ter sido usado por criminosos no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), no Rio de Janeiro, apreendido na cidade mineira de Ubá na madrugada do domingo (18), foi localizado e ouvido pela polícia. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, a princípio seu envolvimento no crime foi descartado. Só um laudo pericial confirmará, porém, se seu carro foi usado no assassinato de Marielle e do motorista Anderson Pedro Gomes.

O carro de Marielle foi atingido por nove tiros na noite de quarta (14), em ação que a polícia acredita ter sido premeditada. Ela levou quatro tiros e Anderson, três. Uma assessora que também estava no veículo não foi atingida. Imagens de câmeras de segurança divulgadas no sábado (17) mostram dois carros de cor prata seguindo o veículo de Marielle, que participava de um evento na Lapa. Assim que a vereadora partiu, um veículo que estava estacionado logo atrás começou a sair da vaga. Antes, deu seta e deixou outro carro, que pode ser o segundo envolvido, passar.

O veículo da vereadora seguiu por quatro quilômetros até o Estácio, na região central da cidade, até ser interceptado pelos criminosos por volta das 21h30.

Entenda o caso
A vereadora Marielle Franco (PSOL), 38, foi morta na noite de quarta (14) na zona norte do Rio. Ela e o motorista do carro em que estavam foram baleados e ambos morreram. Uma assessora que a acompanhava sobreviveu. Ela voltava do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, uma roda de conversa na Lapa (centro), quando foi interceptada pelos criminosos.

A vereadora era aliada de Marcelo Freixo, que ficou em segundo lugar na eleição para prefeito do Rio. Segundo ele, nem o partido nem a família de Marielle sabiam de ameaças contra ela. A morte ocorreu no momento em que a intervenção federal na segurança pública do Rio completa um mês. A medida, inédita, foi anunciada pelo presidente Michel Temer (MDB) em 16 de fevereiro, com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB.

Temer nomeou como interventor o general do Exército Walter Braga Netto. Ele, na prática, é o chefe dos forças de segurança do estado, como se acumulasse a Secretaria da Segurança Pública e a de Administração Penitenciária, com PM, Civil, bombeiros e agentes carcerários sob o seu comando.

O Rio de Janeiro passa por uma grave crise política e econômica, com reflexos diretos na segurança pública. Desde junho de 2016, o estado está em situação de calamidade pública e conta com o auxílio das Forças Armadas desde setembro do ano passado. Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem combustível para o carro das corporações. Faltam equipamentos como coletes e munição.

A falta de estrutura atinge em cheio o moral da tropa policial e torna os agentes vítimas da criminalidade. Somente no ano passado 134 policiais militares foram assassinados no estado.

Policiais, porém, também estão matando mais. Após uma queda de 2007 a 2013, o número de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial está de volta a patamares anteriores à gestão de José Mariano Beltrame na Secretaria de Segurança (2007-2016). Em 2017, 1.124 pessoas foram mortas pela polícia. Em meio à crise, a política de Unidades de Polícia Pacificadora ruiu -estudo da PM cita 13 confrontos em áreas com UPP em 2011, contra 1.555 em 2016. Nesse vácuo, o número de confrontos entre grupos criminosos aumentou.

Apesar da escalada de violência no Rio, que atingiu uma taxa de mortes violentas de 40 por 100 mil habitantes no ano passado, há outros estados com patamares ainda piores. No Atlas da Violência 2017, com dados até 2015, Rio tinha taxa de 30,6 homicídios para cada 100 mil habitantes, contra 58,1 de Sergipe, 52,3 de Alagoas e 46,7 do Ceará, por exemplo.

Novo Protocolo garante tratamento de hepatite C

Todos as pessoas diagnosticados com Hepatite C contarão com tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS), independentemente do dano no fígado. A atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas das Hepatites Virais foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (15/3). A ampliação da assistência faz parte da estratégia do Ministério da Saúde que visa atingir a meta de eliminar a enfermidade até 2030.

A universalização do tratamento foi anunciada ano passado pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a abertura da Cúpula Mundial de Hepatites 2017 – World Hepatitis Summit. O evento reuniu Ministros da Saúde, especialistas em saúde pública e ONGs para discutir a eliminação das hepatites virais em todo o mundo.

“Este é mais um passo que o Brasil dá para garantir amplo acesso ao tratamento de hepatites, compromisso assumido por esta gestão” enfatizou o ministro Ricardo Barros. A expectativa é tratar 657 mil pessoas nos próximos anos para hepatites virais. No caso da hepatite C, a expectativa é ofertar tratamento para mais 50 mil pessoas neste ano.

O novo documento atualiza a ampliação do tratamento, diminuindo o tempo e melhorando a qualidade da assistência, na medida em que proporciona menos efeitos colaterais. Com o novo protocolo, o Ministério amplia o tratamento a todos os pacientes, permitindo inclusive alternativas para aqueles que não tiverem obtido a resposta virológica em tratamentos anteriores.

O protocolo também traz novas indicações de tratamento, como nos casos de coinfecção hepatite B e C que serão priorizados, independente do grau de fibrose; ampliação do acesso aos pacientes com Hemoglobinopatias e outras anemias hemolíticas, hemofilia e outras coagulopatias hereditárias que acentuam a evolução da lesão hepática.

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NOVOS MEDICAMENTOS
Também foi publicada hoje no Diário Oficial, a incorporação de novas de terapias para Hepatite C com genótipo 1 e 4, que inclui os medicamentos elbasvir + grazoprevir e ledispavir + sofosbuvir. Além de serem drogas com a mesma eficácia, são mais modernas e provocam menos efeitos colaterais. A incorporação também impacta na ampliação da oferta, já que, de acordo com as avaliações realizadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), esses medicamentos possuem custo menor.

Também foram incorporados métodos não invasivos para avaliar fibrose e indicação de tratamento imediato: APRI e FIB4 como primeira escolha. Antes era necessário biópsia hepática ou elastografia que comprovassem o grau de fibrose F3 ou F4 ou F2 há mais de 3 anos.

O novo protocolo possibilita também o tratamento para casos recém-diagnosticados com doença hepática avançada. Antes era necessário que o paciente apresentasse duas cargas virais com intervalo de 6 meses para que comprovasse a hepatite crônica , independente do grau de fibrose. Outra novidade é a extensão do tratamento de 12 para 24 semanas para os casos de Genótipo 3 com cirrose. Isso se deu devido aos resultados insatisfatórios do tratamento de 12 semanas.

Também são indicados ao tratamento, pacientes F2 diagnosticado por elastografia há mais de 3 anos. Antes, o paciente portador de lesão hepática fibrose F2 tinha acesso ao tratamento caso apresentasse biópsia há mais de 3 anos. Atualmente o paciente que tiver o diagnóstico de F2 através da elastografia também terá acesso ao tratamento. Outra indicação contemplada no novo protocolo são os portadores de genótipo 5 e 6. Não havia até 2015 – data do último protocolo – casos identificados do genótipo 5 e 6 no nosso Sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial (GAL).