Mulher de Cunha acusada em esquema criminoso

O Ministério Público Federal ligou a mulher do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao ‘esquema criminoso’ instalado na Petrobrás. Em manifestação ao juiz federal Sérgio Moro, procuradores da República da força-tarefa da Operação Lava Jato refutaram a alegação de Cláudia Cruz, de ‘inexistência’ de conexão entre os crimes a ela atribuídos com os fatos apurados no escândalo de corrupção, cartel e propinas na estatal.

Por meio da exceção de incompetência, a defesa de Cláudia pretendia tirar das mãos de Moro o processo em que ela é acusada da de evasão de divisas – por manutenção de não declarada de depósitos no exterior – e de lavagem de dinheiro.

“Ora, em se tratando do mesmo esquema criminoso, da mesma sociedade de economia mista vitimada, do mesmo diretor Internacional corrompido, do mesmo operador de propinas, de um deputado federal pertencente a um dos partidos políticos beneficiados pelo esquema e dos mesmos valores provenientes da Petrobrás que abasteceram a conta titularizada pela esposa do deputado, não é preciso muito esforço cognitivo e argumentativo para concluir que os casos são conexos e devem ser julgados pelo mesmo Juízo, já que assim têm-se um conhecimento integral dos fatos”, assinalou a Procuradoria da República. O relato foi publicado no blog do Fausto Macedo.

De acordo com as investigações, a mulher do ex-presidente da Câmara gastou no cartão de crédito mais de US$ 1 milhão em roupas de grife e restaurantes sofisticados na Europa. A ‘Lava Jato’ apontou que dinheiro usado por Cláudia era parte de propina que Eduardo Cunha teria recebido em 2011 na operação de compra pela Petrobrás de um campo petrolífero em Benin, na África.

Filho de presidente do TCU atuava com discrição

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Advogado Tiago Cedraz, acusado pela Operação Lava Jato de traficar influência na corte que o pai, Aroldo Cedraz, preside, fazia questão de não registrar as suas idas à empreiteira UTC, do delator Ricardo Pessoa

Do Brasil 247

Acusado pelos investigadores da Operação Lava Jato e receber R$ 1 milhão do delator Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC, para ajudar na liberação do processo licitatório de Angra 3, obra que estava sendo analisada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da corte de Contas, Aroldo Cedraz (ex-PFL/DEM), tinha atuação discreta. O jovem causídico, de 33 anos, se preocupava em não registrar suas entradas no prédio da UTC. Também retirava as baterias do celular durante conversas. Pensava que assim, tal como nos filmes de Hollywood, impediria que um eventual investigador acompanhasse suas conversas com algum tipo de dispositivo espião instalado em seu aparelho.

O problema de Tiago foi a extrema organização de Pessoa. No acordo de delação premiada, o empresário entregou à Justiça uma cópia de sua agenda mostrando todos os encontros com Tiago. Pessoa também revelou que fazia repasses mensais de R$ 50 mil para o advogado. As entregas, disse, eram feitas para um sócio de Tiago. Ele nega todas as acusações.

Novos indícios apontam que o filho do presidente do TCU pode ainda ter tentado influenciar ações do tribunal na Operação Voucher da Polícia Federal, que investigou um suposto esquema de desvio de verbas repassadas por convênios do Ministério do Turismo.

Há ainda relatos que apontam que o doleiro Alberto Youssef teria mandado um emissário fazer duas entregas de dinheiro no escritório de Tiago. A eventual participação de ministros do TCU no esquema de corrupção ainda está sendo analisada. Investigadores avaliam se Aroldo Cedraz repassou informações do caso ao filho.

Os ministros do TCU vão julgar as contas de 2014 do governo Dilma, ato que, dependendo do resultado, poderá fortalecer os movimentos pelo impeachment.

Documentos de consultor reforçam acusação contra cartel na Lava Jato

Do Blog da Folha

A Operação Lava Jato encontrou contratos e notas fiscais de consultoria que envolvem sete empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobras firmados com a Riomarine Oil e Gas, que pertence a Mário Frederico de Mendonça Góes. Preso desde o dia 8. ele é acusado de ser um dos 11 operadores de propina na Diretoria de Serviços da estatal e carregador de malas de dinheiro para o ex-diretor da estatal Renato Duque.

Os documentos reforçam a acusação contra as empreiteiras citadas na operação, na visão dos investigadores. A força-tarefa da Lava Jato encontrou 31 notas fiscais da Riomarine emitidas para a Andrade Gutierrez que totalizam R$ 5,3 milhões, e 14 notas para a UTC no total de R$ 9,7 milhões referentes a seis contratos – um deles uma parceria com a Odebrecht no valor de R$ 1,5 milhão.

Há ainda seis notas para a OAS, no valor total de R$ 10,2 milhões; dez notas para a MPE (R$ 9,3 milhões) e outras 22 notas que totalizam R$ 5,1 milhões para o Consórcio Mendes Junior/MPE/Setal. As notas encontradas somam R$ 39,7 milhões.

Mário Góes, como é conhecido, foi um dos principais alvos da nona fase da Lava Jato, chamada de My Way. Único a ter prisão preventiva decretada na ocasião, há fortes indícios de que ele continuou atuando até novembro de 2014, segundo os investigadores, mesmo após deflagrada a operação. O fato foi considerado “perturbador” pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos do caso.

A suspeita dos investigadores é de que foram firmados contratos fictícios de consultoria para encobrir o pagamento de propina. De acordo com o juiz, faltam detalhes do trabalho feito e a contratação de funcionários para realizá-lo.

A ação de Góes no esquema de corrupção da Petrobras teria sido similar a do doleiro Alberto Youssef, que entregava dinheiro e cuidava da movimentação dos valores em contas no exterior. Seu papel seria o de “um intermediador profissional do pagamento de propinas por empresas privadas a dirigentes ou empregados da Petrobras”, segundo o despacho.

Segundo os investigadores, o consultor era representante de empreiteiras no esquema montado na Diretoria de Serviços e na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras no setor de postos. Seu nome surgiu a partir do depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que fez acordo de delação premiada.

Mário Góes, em seu depoimento à polícia, manteve-se calado diante da maior parte das perguntas dos delegados. As empreiteiras que aparecem nos documentos apreendidos têm negado envolvimento com as irregularidades e afirmaram que não iriam se manifestar sobre a investigação em andamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vereador Jajá pode se livrar de acusação de falsidade ideológica

O Ministério Público de Pernambuco entendeu, nesta segunda-feira (12), que o vereador Jajá (PPS) não pode mais ser punido pelo crime de falsidade ideológica. Segundo o promotor Sérgio Tenório, o processo, iniciado em 2005, prescreveu. A expectativa, agora, é para a manifestação da Justiça.

De acordo com Tenório, a ação perdeu a validade porque, na época do suposto delito, Jajá tinha 19 anos – a lei reduz de 12 para seis anos a prescrição para menores de 21.

Dono de um histórico de problemas com a Justiça, o vereador chegou a ser preso no dia 22 de julho deste ano sob acusação de receptação de veículo roubado.