O caminho dos tucanos

Do Blog de Cristina Lôbo

Nem tão depressa que possa ser acusado de “namorar com o golpismo”, nem tão devagar que possa correr o risco de se desconectar da militância e de seus eleitores. Neste estreito caminho, os oradores se revezaram na convenção nacional do partido que, como era esperado, reelegeu Aécio Neves para mais dois anos como presidente do partido.

De início, ficava clara a distinção dos discursos: os deputados e a militância muito mais aguerridos, falando claramente em tocar adiante processos que possam levar ao afastamento da presidente Dilma. Já os principais líderes, num tom abaixo, recorriam a uma linguagem cifrada, como fez Fernando Henrique Cardoso: “estamos prontos para o que vier pela frente”.

“O desfecho dessa crise não depende do PSDB, mas o partido está pronto para assumir sua responsabilidade”, disse Aécio, o que mais claramente se equilibra entre a cobrança especialmente da bancada na Câmara e a recomendação de prudência feita pelos líderes mais antigos. A todo momento, Aécio falava no fim do governo Dilma, “que não se sabe quando ocorrerá”; em outro momento, disse que o PSDB vai chegar ao poder “mais cedo do que alguns imaginam”.

Por trás da unidade do discurso crítico ao governo e ao PT, estava nítida, também, a disputa interna para escolher quem será o candidato à presidência em 2018. Geraldo Alckmin se dispôs a dar entrevista, o que empurrou Aécio a fazer o mesmo. O governador de São Paulo centrou suas críticas ao PT. “O PT está no fundo do poço e precisamos não permitir que eles afundem o Brasil junto”, disse, deixando sua frase de efeito no dia. “O PT não gosta de pobre, gosta do poder”.

José Serra também preparou seu discurso, este mais centrado na economia. Disse que a crise é grande e que até o fim do ano o desemprego pode chegar a 9%. Mas também deu um recado interno ao falar que não se pode votar no Congresso medidas que tenham consequências fiscais permanentes – um recado ao próprio partido, que votou pelo fim do fator previdenciário e aumento do Judiciário.

Marconi Perillo teve comportamento de quem queria se mostrar ao partido. Chegou atrasado e, visto, foi aplaudido por sua claque. Fez um discurso para a militância, carregado de críticas e se mostrando como gestor competente.

Os representantes de partidos aliados foram bem mais críticos ao governo e, ao falar da crise do país, que combina dificuldade econômica com política. Roberto Freire (PPS) fez questão de fazer comparação com o período que precedeu o impeachment de Collor. Esta palavra não foi pronunciada pelos dirigentes tucanos, com exceção de Carlos Sampaio, líder do partido na Câmara.

O encontro do PSDB foi realizado num hotel em Brasília, a poucos metros do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente – e por onde ela tem passado diariamente nos passeios de bicicleta. Havia tantos carros e ônibus levando tucanos que muitos se valeram do estacionamento do Palácio da Alvorada.

Aécio é reeleito para presidir PSDB

Do G1

Oito meses após ser derrotado na corrida pelo Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (MG) foi reeleito, hoje, por integrantes do PSDB para mais um mandato no comando do principal partido de oposição do país. Candidato único na eleição interna, o parlamentar tucano foi aclamado pelos colegas de sigla durante convenção nacional realizada em um hotel de Brasília.

Expoentes do PSDB, como o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os senadores José Serra (SP) e Aloysio Nunes (SP), prestigiaram o evento partidário. Além deles, centenas de militantes, parlamentares e dirigentes tucanos de todo o país lotaram o centro de convenções do hotel Royal Tulip, localizado a cerca de 500 metros de distância do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.

Aécio ingressou no auditório do centro de convenções, por volta das 11h30, acompanhado por FHC. No percurso até o palco, o presidente reeleito do PSDB foi assediado por militantes tucanos, que tentavam se aproximar dele para tirar selfies. Em coro, integrantes da ala jovem do PSDB saudaram o senador mineiro com palavras de ordem, como “A juventude já decidiu, Aécio Neves presidente do Brasil”.

Mesmo depois da derrota nas urnas para a presidente Dilma Rousseff em 2014, Aécio se fortaleceu internamente no PSDB nos últimos meses diante da crise política e econômica enfrentada pelo governo da petista. Ele é um dos potenciais candidatos do partido oposicionista para disputar a sucessão de Dilma em 2018. Outros nomes lembrados pelos tucanos para a próxima disputa presidencial são os de Geraldo Alckmin e José Serra, que também já concorreram à Presidência.

Aécio assumiu o comando do PSDB em maio de 2013, antes de ele oficializar sua candidatura à Presidência da República nas eleições do ano passado. Na ocasião, o tucano foi eleito para a presidência da legenda com 97,3% dos votos dos integrantes do PSDB.

CRÍTICAS AO GOVERNO DILMA

Ao longo da convenção, os oradores do PSDB centraram seus discursos em críticas e acusações à presidente da República e ao PT.

Candidato derrotado à Presidência em 2002 e 2010, José Serra declarou, durante discurso de cerca de 20 minutos, que o Brasil está enfrentando, neste momento, a pior crise que ele já viu desde que se conhece por gente. Conforme o senador tucano, o país registra desemprego elevado, além de queda do consumo e da renda.

Serra disse que o Brasil só voltará a apresentar crescimento consistente do emprego e da renda se ocorrer uma “reindustrialização”. “Será uma missão muito dificil [sair da crise], por conta do estrago feito pela era petista, que foi e é gigantesco. […] Se Deus quiser, o Brasil terá melhores governos”, opinou.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), convocou os integrantes da sigla a irem às ruas para “salvar o país”. Em tom irônico, ele disse que o partido não defende golpe.

“Golpe foi o que eles praticaram contra o povo brasileiro”, ressaltou o senador tucano, em referência ao governo petista.

Cunha Lima declarou ainda que, durante anos, o PT tentou dividir o Brasil. “O Brasil hoje está dividido. Do lado de lá, governo corrupto do PT, do lado de cá, o povo brasileiro que vai às ruas.”

O líder do partido na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), atribuiu ao governo do PT a responsabilidade por problemas registrados na saúde pública.

OPOSIÇÃO

Dirigentes e parlamentares de outros partidos, incluindo um senador de uma legenda que integra a base aliada da presidente Dilma Rousseff, também discursaram na convenção nacional do PSDB. Diante da militância tucana, eles teceram duras críticas à gestão petista.

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), defendeu uma “intervenção das forças democráticas” do país para fazer frente à gestão de Dilma. Para ele, o clímax da crise econômica ainda não foi atingido no Brasil. “[A crise econômica] vai se aprofundar, piores consequências teremos”, enfatizou.

Presidente do DEM, o senador Agripino Maia (RN) chegou a falar em “antecipar eleições”, em razão de suspeitas de abuso de poder econômico por parte do PT na eleição de 2014. Na visão de Agripino, Dilma “terceirizou o país” e não controla todas as áreas do governo. “O Brasil quer um presidente que manda”, observou o presidente do DEM.

Já o senador do PR Magno Malta (ES) disse que, apesar de o partido dele fazer parte da base governista, ele se considera “da base do povo”. O parlamentar do PR arrancou aplausos da militância tucana ao afirmar que os parlamentares não devem “dar refresco” aos pacotes que são enviados pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional.

Em meio ao evento, o locutor leu uma carta enviada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que não compareceu à convenção. No texto, o dirigente do PSB, partido que apoiou Aécio no segundo turno da eleição presidencial do ano passado, falou em superar a situação atual do país.

“Expresso minha esperança de que forças políticas e democráticas possam criar condições necessárias para superar as dificuldades vividas pelos brasileiros”, disse Siqueira no comunicado.

EXECUTIVA NACIONAL

Em meio ao evento, além de elegerem Aécio para presidência da legenda, os 528 delegados do PSDB também definiram os novos integrantes da Executiva Nacional e do Diretório Nacional. Na votação, Fernando Henrique foi mantido como presidente de honra da sigla.

Foram escolhidos ainda para a Executiva Nacional sete vice-presidentes, um vice-presidente jurídico, secretários e tesoureiros (veja a lista completa ao final desta reportagem).

Na convenção, também foram definidos os membros dos conselhos de ética, fiscal e político, além do presidente do Instituto Teotônio Vilela.

Veja a composição da nova executiva nacional do PSDB:

Presidente de honra

Fernando Henrique Cardoso (SP), ex-presidente da República

Presidente

Aécio Neves (MG), senador

Vice-presidentes

Aloysio Nunes Ferreira (SP), senador
Flexa Ribeiro (PA), senador
Tasso Jereissati (CE), senador
Bruno Araújo (PE), deputado federal
Giuseppe Vecci (GO), deputado federal
Mariana Carvalho (RO), deputada federal
Alberto Goldman, ex-vice-governador de São Paulo

Vice-presidente jurídico

Carlos Sampaio (SP), deputado federal

Secretário-geral

Silvio Torres (SP), deputado federal

1º Secretário

Antonio Imbassahy (BA), deputado federal

2º Secretário

Nilson Leitão (MT), deputado federal

Tesoureiro

Rodrigo de Castro (MG), deputado federal

Tesoureira-adjunta

Thelma de Oliveira

Vogais

Paulo Bauer (SC), senador
Jutahy Junior (BA), deputado federal
Eduardo Cury (SP), deputado federal
Daniel Coelho (PE), deputado federal
Arthur Bisneto (AM), deputado federal
Rita Camata (ES), ex-deputada federal
Yeda  Crusius, ex-governadora do Rio Grande do Sul
Firmino Filho, prefeito de Teresina (PI)
Andrea Matarazzo, vereador de São Paulo
Eduardo Jorge, ex-ministro da Secretaria-Geral

Suplentes

Alfredo Kaefer, deputado federal
Geovania de Sá, deputada federal
Moema São Thiago
Terezinha Nunes
Nancy Thame
Marcos Antonio
Fernandes
Luislinda Valois

*Post atualizado às 15h40

Aécio Neves deve intensificar viagens políticas pelo país

Do Blog da Folha

Depois de liderar uma comissão externa no Senado para viajar a Caracas, no dia 17, para verificar a situação dos opositores a Nicolás Maduro presos desde o ano passado, Aécio Neves (PSDB) também deve intensificar as viagens políticas pelo Brasil durante o recesso. O senador mineiro anunciou logo depois que perdeu a eleição presidencial, em 2014, que o faria, mas ainda não executou. A primeira delas será no dia 26, a Manaus e Parintins. As informações são da coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

A volta à ativa do senador e presidente nacional do PSDB coincide com o sinal verde dado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o outro postulante à candidatura presidencial pelo partido em 2018, a apoiadores para que montem uma agenda nacional para ele cumprir nos fins de semana.

VENEZUELA

Segundo a publicação, Aécio comunicou a ida a Caracas a Lilian Tintori, mulher de Leopoldo Lopez, que está em greve de fome. “Vamos suprir a omissão vergonhosa do governo da presidente Dilma diante da escalada autoritária na Venezuela”, afirma o tucano à coluna.

Ibope e Datafolha: Dilma lidera fora da margem de erro, mostram pesquisas

Da CartaCapital

Nova pesquisa Ibope mostra que a presidenta Dilma Rousseff (PT) abriu uma vantagem de oito pontos percentuais à frente do rival Aécio Neves (PSDB). Segundo consulta divulgada nesta quinta-feira 23, enquanto a presidenta aparece com 54% das intenções de voto, o tucano mantém 46%. Trata-se da primeira vez na pesquisa Ibope do segundo turno que Dilma aparece à frente de Aécio.

Em relação à pesquisa anterior, do dia 15, a presidenta foi de 49% para 54%, enquanto Aécio foi de 51% para 46%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Para a pesquisa encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Globo, o Ibope ouviu 3.010 eleitores em 203 municípios entre os dias 20 e 22 de outubro. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01168/2014.

A vantagem de Dilma fora da margem de erro também se confirmou na pesquisa Datafolha desta quinta-feira 23. Enquanto a petista aparece com 53% das intenções de voto, o tucano apresenta 47%. Trata-se da primeira vez, na pesquisa, que a candidata à reeleição aparece com vantagem fora da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.

Em comparação com a última pesquisa, divulgada no último dia 21, a presidenta cresceu um ponto percentual, enquanto o ex-governador de Minas Gerais caiu um ponto.

A consulta, encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela TV Globo, ouviu 9.910 eleitores em 399 municípios entre os dias 22 e 23 de outubro. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-01162/2014.

Marina anuncia apoio a Aécio

Do G1

Após uma semana de negociações com o PSDB, a candidata derrotada à Presidência pelo PSB, Marina Silva, anunciou neste domingo (12) que apoiará o candidato tucano Aécio Neves no segundo turno. A decisão foi divulgada, em São Paulo, um dia depois de o presidenciável do PSDB assumir, por meio de uma carta aberta, uma série de compromissos para a área social, entre os quais parte das condições impostas pela ex-senadora para apoiá-lo na reta final da corrida pelo Palácio do Planalto.

“Declaro meu voto e apoio a sua candidatura. Votarei em Aécio e o apoiarei”, disse Marina, ao final de um pronunciamento de cerca de meia hora.

Entre as promessas assumidas pelo tucano no sábado, em resposta às condições apresentadas pela ex-senadora, está, caso seja eleito, a adoção de uma política ambiental sustentável, a priorização do ensino integral no país e a criação de um fundo para tentar solucionar os conflitos entre índios e produtores rurais, além do compromisso de que irá trabalhar para que o Congresso Nacional aprove o fim da reeleição para cargos executivos.

Marina substituiu Eduardo Campos – que morreu em um acidente aéreo, em agosto, durante a campanha eleitoral -, na corrida presidencial. Ela se filiou ao PSB, em outubro de 2013, em razão de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter negado registro partidário à Rede Sustentabilidade, o grupo político da ex-senadora.

Em meio à disputa pela Presidência, Marina chegou a ser apontada pelas pesquisas eleitorais em empate técnico com a candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, deixando Aécio na terceira posição nas simulações.

No entanto, na votação do último domingo (5), Marina Silva obteve 22.176.619 votos (21,32%) e ficou em terceiro lugar, mesma colocação da eleição de 2010. A petista recebeu 43.267.668 votos (41,59%) e o tucano, 34.897.211 (33,55%).

Na quarta-feira (8), três dias depois do primeiro turno, a executiva nacional do PSB anunciou, em Brasília, apoio ao presidenciável tucano. Marina, entretanto, não participou da reunião e decidiu condicionar seu apoio à inclusão no programa de governo do PSDB de uma lista de pontos que ela considerava “fundamentais” que fossem adotados pelo candidato tucano para que ela abrisse o voto na candidatura dele.

Ela solicitou, por exemplo, que ele se comprometesse a acelerar a reforma agrária no país, manter os direitos dos trabalhadores, dar continuidade às demarcações de terras indígenas e de unidades de conservação, além de adotar uma política “progressista” em relação ao clima.

Marina também pediu que Aécio incluísse em seu programa de governo os compromissos de implantar escolas em tempo integral, oferecer passe livre a estudantes de escolas públicas e revisar a regra do fator previdenciário.

O texto divulgado pelo tucano no sábado, que ele disse que foi inspirado nas propostas divulgadas pela Rede – o grupo político da candidata derrotada do PSB –, contemplou parte das exigências de Marina. Não foram incluídas no programa tucano, por exemplo, as propostas envolvendo a gratuidade do transporte público e a reforma na regra previdenciária que inibe as aposentadorias precoces.

Ao final do evento na capital de Pernambuco, o deputado federal Beto Albuquerque (RS), que concorreu a vice na chapa de Marina, afirmou que o documento divulgado por Aécio contemplava as reivindicações apresentadas pela ex-senadora e abria caminho para ela declarar apoio ao tucano. “Esse documento responde as contribuições que o PSB, a Rede, eu, Marina e todos nós encaminhamos”, enfatizou.

Segundo o Blog do Camarotti, antes de fazer o pronunciamento deste sábado, o candidato do PSDB encaminhou os pontos de seus compromissos a integrantes da Rede, que aprovaram os termos programáticos do tucano para a área social.

Integrantes do grupo político de Marina, informou o blog, compararam os compromissos sociais de Aécio à Carta ao Povo Brasileiro, apresentada pelo ex-presidente Lula, na campanha eleitoral de 2002, na qual ele afirmou que iria garantir a ortodoxia na condução da política econômica.

Viúva de Campos
No sábado, após divulgar a carta compromisso, Aécio Neves se reuniu com Renata Campos, viúva do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em agosto. No encontro, que tem peso simbólico para o presidenciável do PSDB, ele almoçou com a família de Campos e líderes do PSB e do PSDB de Pernambuco.

Renata não falou com a imprensa, mas divulgou uma carta na qual listou os motivos que a levaram a declarar apoio ao candidato do PSDB no segundo turno. O texto destaca a consternação de sua família com a morte trágica de Eduardo Campos e afirma que o governo federal se tornou “incapaz” de promover as mudanças idealizadas por seu marido.

A viúva também ressaltou na carta pontos em comum na trajetória política entre Aécio e Campos e disse que acredita na capacidade de “diálogo e gestão” do tucano.

Paulo Câmara: ‘Aécio tem compromisso com Pernambuco’

O governador eleito discursou em Sirinhaém ao lado do presidenciável tucano (Foto: Roberto Pereira) 

O governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), disse ontem, em discurso no município de Sirinhaém, que o candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), tem “compromisso com Pernambuco, com o Nordeste e com o legado de Eduardo Campos”.

Paulo, Aécio, o governador João Lyra (PSB), o senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o vice-governador eleito Raul Henry (PMDB) estiveram em Sirinhaém para agradecer a expressiva votação que a Frente Popular obteve no município e pedir o apoio para a disputa do segundo turno da eleição presidencial. A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, conquistou em Sirinhaém seu maior percentual de votos de todo o Brasil: 74,18%.

“Vamos estar juntos, ajudando o presidente Aécio, levando bons projetos para Pernambuco e também para o Nordeste”, afirmou Paulo Câmara, acrescentando: “Vamos pedir voto para o 45. O 45 que vai mudar o Brasil”.

Na sua fala, Aécio Neves destacou que este sábado foi, para ele, um dia muito especial, por receber, oficialmente, o apoio do PSB de Pernambuco. “Não foi só um dia de política. Foi um dia de emoções. A esperança que Eduardo trouxe continua viva no coração do povo de Pernambuco”.

O presidenciável disse que deixaria Pernambuco com uma responsabilidade ainda maior do que quando chegou, pois ele recebeu o apoio do Estado no qual, segundo sua opinião, se faz a melhor política praticada no Brasil.

“Quero ser lembrado como o melhor presidente para o Nordeste”, argumentou. Aécio Neves encerrou sua fala afirmando: “Viva Eduardo Campos! Não vamos desistir do Brasil”.

Candidato do PSDB, Aécio Neves reúne cinco mil apoiadores no Recife

Do Blog do Magno

Cerca de cinco mil pessoas, entre apoiadores e lideranças políticas, se reuniram, neste sábado (11/10), em Recife (PE), em ato de apoio à candidatura de Aécio Neves à Presidência da República. No ritmo do frevo, o candidato da Coligação Muda Brasil foi recebido com festa pelos pernambucanos e prometeu aos brasileiros que não vai desistir do país.

“Os brasileiros estão ávidos, sedentos e na expectativa de que alguém possa libertá-los do jugo desse governo, que não respeita a democracia, não respeita reputações, não respeita seus adversários. A eles digo aqui, de Pernambuco: estou pronto para vencê-los e para dar ao Brasil o governo que os brasileiros esperam. A partir desse instante, somos um só corpo, uma só alma e uma só responsabilidade para com o Brasil sonhado por todos os brasileiros. Não vamos hoje e nunca mais desistir do Brasil”, declarou.

Ao lado da filha, Gabriela Neves, e de familiares do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em agosto deste ano, – entre eles os filhos João, Pedro e Maria Eduarda, o irmão Antônio Campos, e a avó Magdalena Arraes, viúva do ex-governador Miguel Arraes – Aécio se emocionou com a calorosa recepção pernambucana e lembrou a trajetória do amigo, que também compartilhava do sonho de mudar o Brasil.

“Já vivi muita coisa na minha vida, não comecei ontem a minha caminhada na política. Já passei por momentos de muita alegria e também por momentos de enorme dor e frustração, mas não me lembro de ter vivido um momento de tamanha emoção como o que vivo aqui hoje, em Pernambuco, no Recife de Eduardo, de dona Magdalena, de João, Pedro e Maria Eduarda”, afirmou.

“Aqui, a razão e a emoção se encontram. A razão daqueles que sabem que o Brasil não merece viver mais quatro anos sob esse governo que desprezou o compromisso com a ética, com os valores e abandonou um projeto de país”, afirmou Aécio. “E a emoção se dá quando pessoas não apenas de partidos diferentes, mas de regiões, de gerações, até mesmo de convicções diferentes, se unem em torno de algo maior”, acrescentou.

Força e responsabilidade
O candidato à Presidência da República assumiu compromissos que vão além dos já estabelecidos no primeiro turno das eleições, como a escola de tempo integral para todos os brasileiros, a aprovação do Saúde+10, projeto que obriga a União a destinar 10% de suas receitas para o setor, a priorização da sustentabilidade e a diminuição das “vergonhosas diferenças regionais que separam os brasileiros”. “Serei e tentarei ser como foi Juscelino [Kubitschek], há 60 anos, um outro mineiro que assumiu a Presidência da República: o presidente da integração e da diminuição das diferenças”, ressaltou

Aécio destacou ainda que deixará o Estado sentindo, em sua alma e seu coração, “a força dos exemplos de Pernambuco e de Eduardo Campos e a responsabilidade dos brasileiros que querem e vão fazer a mudança que precisamos viver”.

Filho de Eduardo Campos, João leu uma carta escrita por sua mãe, Renata Campos, expressando sua gratidão ao povo pernambucano. “Esse foi um ano duro. Perdemos o nosso Eduardo, nosso Dudu. Ele tinha o sonho de transformar o país. Hoje temos duas possibilidades, a de continuar como estamos ou a de seguir o caminho das mudanças. O atual governo é incapaz de realizar mudanças”, dizia trecho da carta. No documento, Renata ressaltou que Aécio e Eduardo Campos sempre tiveram os seus “caminhos cruzados”.

“Eles souberam se unir pelo bem do Brasil, para levar adiante os seus ideais. Somos nordestinos, somos brasileiros, e queremos juntos, com a garra e energia do nosso povo, construir a nova nação brasileira”, escreveu. O melhor futuro Vice na chapa de Marina Silva, Beto Albuquerque (PSB) parafraseou Eduardo Campos ao dizer que Pernambuco é a prova de que o Nordeste não é o problema do país, e sim a solução. “Eu e os companheiros do meu partido assumimos o compromisso de dizer não ao Brasil parado, estagnado, da corrupção. Por isso, dissemos sim a Aécio Neves, porque queríamos o melhor futuro para o nosso país”, destacou.

O prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), afirmou que Aécio personifica “o projeto de mudança do Brasil”. “Pernambuco não compactua com um governo que se diz popular, mas que governa de costas para o povo. Vamos ajudar a construir uma grande vitória brasileira. Política se faz de encontros, e nós estamos prontos”, conclamou.

Já o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), escolheu uma frase de Miguel Arraes para exemplificar o atual momento político. “Temos o caminho. Como dizia Miguel Arraes, ‘o possível a gente faz. O impossível, o povo nos ensina a fazer’. Pernambuco está com você, Aécio, vai te apoiar. Vamos fazer uma campanha limpa, de propostas e de ideias”.

Desenvolvimento regional
O ex-ministro Fernando Bezerra, do PSB, lembrou que o ex-presidente da República Juscelino Kubistschek foi quem “criou as bases para uma política de desenvolvimento regional” que deverá ser continuada e aprimorada por outro mineiro, Aécio Neves. “Não bastam os programas sociais. Queremos Aécio presidente para assumir um compromisso com o Nordeste que vá além do Bolsa Família. Precisamos de infraestrutura, ferrovias, hidrovias, qualificação, investimentos”, disse.

Para o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), a presidente Dilma Rousseff está “sitiada pela corrupção, convive com ela”. “Ela não pode dar lição de moral em ninguém, com toda a cúpula petista em uma penitenciária de Brasília, a Papuda”, salientou, em alusão ao escândalo do mensalão. “Precisamos garantir a Aécio uma boa votação aqui em Pernambuco, para compensar esse desnível que vemos hoje no Brasil”.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou que “o projeto de Aécio é o que tem mais proximidade” com as políticas defendidas pelo seu partido. Já o governador pernambucano, João Lyra Neto (PSB), acrescentou que não se faz “política sem história”. Ele comparou as trajetórias de Aécio e Eduardo Campos com as de Tancredo Neves e Miguel Arraes. “Chegou a hora de uma nova fase, um novo modelo político. Assim, a dona fadiga entra em desespero”, completou.

Confira a carta de Renata Campos ao presidenciável Aécio Neves

aecio e renata

Leia a íntegra da carta de Renata Campos para Aécio Neves:

“Bom dia a todas e a todos,

Nossas primeiras palavras são de gratidão ao povo pernambucano, pela confiança, pela bela vitória no dia 5 de outubro. Expressamos nossos sentimentos nas urnas e reconhecemos um caminho. Não desistimos do Brasil. Nosso muito obrigado ao povo Pernambucano!

Para nós, esse foi um ano muito duro. Perdemos nosso Eduardo, nosso Dudu, nosso pai, nosso líder, nosso guia. Ele tinha um grande sonho: tornar o Brasil um pais mais justo, mais humano, mais equilibrado, onde as pessoas estivessem em primeiro lugar. Dedicou sua vida à construção desse sonho. Ele sabia que, para chegar nesse novo Brasil, era preciso um novo caminho.

Infelizmente, quis o destino que o caminho que sonhávamos não se tornasse possível.

Hoje, temos duas possibilidades: continuar como estamos ou trilhar um caminho de mudança. O Brasil pede mudanças. O governo que ai está tornou-se incapaz de realizá-las. Continuamos acreditando nos mesmos valores, continuamos com os mesmos sonhos. Só será possível mudar o Brasil se tivermos capacidade de unir e dialogar, respeitando as diferenças. É preciso reconhecer os avanços que tivemos, as contribuições de todos, mas é fundamental organizar a casa, arejar.

Aécio, acredito na sua capacidade de dialogo e gestão. Sei que não é a primeira vez que seu caminho cruza com o de Eduardo. Lembro que, lá trás, em momentos importantes da história, o caminho do seu avô Tancredo cruzou com o de Dr. Arraes. Sei que também eram diferentes, mas souberam se unir pelo bem do Brasil. Em vários momentos, quando era necessário, você e Eduardo sabiam sentar e dialogar, encontrar caminhos.

Eduardo tinha bandeiras muito claras, e se quisermos mudar o Brasil é preciso levar adiante seus ideais: as reformas pelas quais ele tanto lutou, o pacto federativo, saúde mais 10, o Pacto pela Vida, uma educação de qualidade com escolas em tempo integral, passe livre, um desenvolvimento com sustentabilidade, entre outras.

Penso, Aécio, que hoje é um dia muito importante na sua caminhada, aqui no Nordeste, em Pernambuco, estado que sempre foi palco de lutas libertárias, que tem um povo generoso, com força e coragem. Estado que tem a cara de Eduardo e Arraes. Daqui você vai levar a garra e a energia desse povo, que serão fundamentais e essenciais para construção de um novo Brasil. Um Brasil que se respeite, reconheça suas diferenças, que saiba combater as desigualdades, criando oportunidades para todos. Só assim seremos capazes de construir uma nação justa, soberana, livre, fraterna e equilibrada, como Eduardo tanto sonhou.

Somos nordestinos, pernambucanos, e queremos juntos, construir a nação brasileira!

Siga em frente, Aécio! Boa sorte! Que Deus nos proteja! Obrigada.

Renata Campos”

Aécio inicia visita ao Estado recebendo propostas de movimentos sociais

O candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), inicia sua visita a Pernambuco, neste sábado (11), participando de uma reunião com representantes de movimentos sociais, no Recife Praia Hotel, às 9h30.

A programação posterior foi mantida, com coletiva e encontro político com as lideranças da Frente Popular de Pernambuco, no Clube Internacional do Recife, almoço na residência de Renata Campos e caminhada seguida de comício em Sirinhaém, município da Zona da Mata Sul.

Agenda de Aécio Neves em Pernambuco:

9h30 – Reunião com representantes de movimentos sociais
Local: Recife Praia Hotel

10h – Coletiva à imprensa
Local: Clube Internacional do Recife

11h – Encontro com lideranças políticas da Frente Popular de Pernambuco
Local: Clube Internacional do Recife

13h – Visita a Renata Campos

16h – Caminhada seguida de comício em Sirinhaém

No Facebook, Marina Silva sinaliza apoio a tucano

Marina Silva (PSB) fez um desabafo na sua página no Facebook sinalizando que tende a assumir a candidatura de Aécio Neves à Presidência da República na disputa final de segundo turno. Ela manifesta o desejo de mudança, mas diz que aguarda que cada partido da Coligação Unidos pelo Brasil se defina para, posteriormente, manifestar a sua posição. Veja abaixo:

‘Companheiros,
Partidos são expressão de sonhos. Sonhos de sociedade, de futuro, de razões pelas quais lutar e dedicar a vida. E cada um desses sonhos segue seu próprio caminho no grande universo da política.
Mas a busca de todos é o encontro com parceiros com os quais possam fazer sínteses que ampliem as chances de chegar aos seus objetivos com mais legitimidade, a legitimidade que vem da aprovação e da identificação por parte da sociedade.
Nós vivemos intensamente essa experiência nos últimos quarenta dias e ainda a estamos vivendo. Então, minha primeira palavra é de saudação e agradecimento a cada partido aqui presente – o PSB, a Rede Sustentabilidade, o PPS, o PPL, o PRP, o PHS e o PSL – por estarmos juntos, em nome de nossos sonhos, sob a inspiração da liderança de Eduardo Campos, cuja memória aqui homenageio e reverencio.
Conseguimos fazer algo inédito na política brasileira e só isso já pode ser considerada uma vitória: nos unimos em torno de um programa, de ideias, da coragem para mudar o Brasil.
Vivemos 40 dias enfrentando uma das campanhas de destruição mais sórdidas e mentirosas já feitas na história do país e estamos fortes, inteiros para continuar nossos caminhos, agora mais qualificados, mais consistentes, mais refletidos, mais desafiados.
Pelo reconhecimento das conquistas alheias, pelo esforço de convergência na diversidade, pela insistência na centralidade do programa e no debate de temas relevantes, recusando a guerra suja da destruição, já somos a semente de uma nova política.
Desejo que todos nós possamos seguir em frente com a determinação de cultivá-la e fazê-la crescer íntegra, pujante, generosa, em nome do Brasil, do avanço da democracia e de uma sociedade que merece que lhe entreguemos o melhor de nós, de nossos talentos, de nossas crenças, de nossas capacidades.
Reafirmo que temos o dever de fazer da política a alavanca para preparar o Brasil para um modelo de desenvolvimento que tenha em sua lógica, a um só tempo, avanços democráticos, a justiça social, a sustentabilidade ambiental e a qualidade de vida para todos como guia da dinâmica econômica.
Espero estar expressando aqui o sentimento comum de que a participação de cada um de nossos partidos no segundo turno das eleições reflita este legado, reafirme a necessidade de mudanças, não abra mão de compromissos explícitos e objetivos, exija o debate programático de alto nível.
Repudie também a violência dos ataques pessoais, a mentira e a calúnia como táticas políticas, denuncie e repudie o continuísmo que fragiliza a democracia, ameaça seus fundamentos e sufoca o surgimento do novo.
Aguardo com tranquilidade e confiança a manifestação individual ou coletiva dos partidos sobre os compromissos que precisam ser assumidos pela candidatura identificada com o sentimento de mudança, de modo que eles se expressem em atitudes, políticas, ações e modelo de governança que de fato materializem novos tempos para o Brasil.
Essa manifestação e a resposta que ela obtiver serão fundamentais para minha manifestação individual, que será feita oportunamente neste segundo turno.

Um abraço fraterno a todos,
Marina Silva