Senar implanta primeiro Curso Técnico em Agronegócio no Estado

Cerca de 40 alunos, aprovados no primeiro processo seletivo do Curso Técnico em Agronegócio do Senar – PE vislumbram um novo cenário de oportunidades para empreender no setor. A capacitação gratuita, oferecida em parceria com o Ministério da Educação (MEC), trata-se de uma iniciativa pioneira no Estado, que visa formar gestores rurais para tornar o segmento agropecuário brasileiro mais eficiente e competitivo.

Além de gratuito, o curso tem também o diferencial de ser em grande parte a distância. Oitenta por cento das aulas ficam disponíveis no portal http://etec.senar.org.br/. Os vinte por cento de aulas presenciais, assim como as provas, acontecem nos polos de apoio da rede. Realizado em quatro semestres, a primeira edição do curso em Pernambuco, é sediada no Polo de Bezerros, localizado no Sindicato Rural do município.

Segundo a coordenadora de Treinamentos do Senar – PE, Mônica Pimentel, é crescente a procura por esse treinamento, no Estado, devido ao leque de oportunidades que o agronegócio dispõe em setores produtivos como a cana-de-açúcar, avicultura e fruticultura. “Esse fator, somado ao desafio de produzir diante das intempéries climáticas e a carência por treinamentos destinados ao agronegócio, fizeram a procura pelo curso despontar. Hoje, temos alunos desde a Região Metropolitana do Recife, do Agreste, Sertão até de Alagoas”, completou Mônica.

A instrutora Sandra Costa ressalta a importância qualificação devido ao papel que o agronegócio exerce perante a economia brasileira. Isso porque, o setor contribui significativamente para o crescimento interno do país, além de promover o Brasil à condição de importante fornecedor de alimentos no mercado mundial. Dados do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pela CNA, apontam que as exportações do agronegócio responderam por 33,1% do total embarcado pelo Brasil no primeiro trimestre de 2016.

Ao todo, foram US$ 13, 4 bilhões referentes a oito produtos do agronegócio, responsável pela maioria entre os dez principais itens exportados entre janeiro e março. “Atualmente, executar uma lavoura ou um ciclo pecuário requer planejamento e a adoção de medidas que tornaram a atividade agropecuária desafiadora, mas que ao mesmo tempo ampliaram o leque de vertentes e oportunidades”, explicou a instrutora.

Consultora empresarial especializada em Turismo e Hotelaria, Manuela Gomes (29), se prepara para dar uma guinada na carreira. Graças a capacitação, hoje, ela vê no agronegócio novas possibilidades de atuação através das pluriatividades associadas ao Turismo Rural, com a proliferação de hotéis-fazenda, spas, pousadas e casas de segunda residência, no Agreste pernambucano.  “O curso é inovador, me fez descobrir no empreendedorismo um campo de atuação vasto e moderno. Além disso, a flexibilidade de horários e a credibilidade dos tutores do Senar fazem esse curso primordial para minha evolução profissional”, ressaltou Manuela.

Paulo Câmara debate os rumos do agronegócio com ex-ministro

O governador Paulo Câmara recebeu, ontem, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, no Palácio do Campo das Princesas, para conversar sobre a implementação de ações que contribuem para o desenvolvimento do agronegócio em Pernambuco. O encontro cumpre mais uma etapa do processo da discussão proposto pelo Governo do Estado para ampliar a produtividade, a competitividade e o uso da tecnologia nas atividades ligadas ao mundo rural.

“O ex-ministro trouxe uma visão importante do que está acontecendo em nosso país, na América do Sul e no mundo. Além de uma visão muito clara de que é preciso ser mais produtivo, utilizarmos o espaço que nós temos e aproveitá-lo melhor”, comentou o governador. Rodrigues foi ministro da Agricultura entre 2003 e 2006.

Ao destacar a importância da iniciativa para os produtores, Paulo frisou que o desenvolvimento do agronegócio é fundamental para o Estado e, principalmente, para as famílias que vivem do setor. O governador pontuou que há uma série de questões da área que precisam ser otimizadas com a ajuda da tecnologia. “São discussões como essa que a gente quer trazer para Pernambuco. Hoje, tivemos uma boa visão de um especialista, uma pessoa que conhece e que tem muito a contribuir para o Brasil”, avaliou.

Rodrigues, que atualmente coordena o Centro de Agronegócio da FGV/EESP e preside o Conselho de Agronegócio da Fiesp, destacou a importância da troca de experiências. “Eu vim aqui aprender e aprendi. Estou levando uma experiência nova, e isso foi muito importante para o debate”, disse ex-ministro, pontuando que a reunião tratou dos temas gerais que cercam a produção agropecuária.

Participaram do encontro o vice-governador Raul Henry, além dos secretários Lúcia Melo (Ciência, Tecnologia e Inovação), Antônio Figueira (Casa Civil), Thiago Norões (Desenvolvimento Econômico), Sérgio Xavier (Meio Ambiente), Márcio Stefanni (Fazenda), Nilton Mota (Agricultura), Danilo Cabral (Planejamento e Gestão) e José Neto (Assessoria Especial).

Agronegócio brasileiro exportou US$ 6,77 bilhões em dezembro

As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram a cifra de US$ 6,77 bilhões em dezembro de 2014, o que representou um aumento de 5,9%, em relação ao mesmo mês de 2013, quando foram registradas exportações de US$ 6,39 bilhões. De acordo com nota da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa), os produtos de origem vegetal foram os que mais contribuíram para o crescimento do resultado do mês, além de terem representado 71,2% da pauta exportadora.

Em dezembro do ano passado, as vendas externas foram lideradas pelo setor de carnes, que atingiram o montante de US$ 1,46 bilhão, aumento de 3,8% no valor exportado. A carne de frango foi o item mais exportado, com US$ 653 milhões, crescimento de 5,9%. Em segundo lugar está a carne bovina, com exportações que somaram US$ 636 milhões, aumento de 2,9%. Já a carne suína foi o terceiro item do setor e teve crescimento de 5,3%, com receita de US$ 105 milhões.

O complexo sucroalcooleiro ficou em segundo no ranking das exportações do agronegócio de dezembro, sendo que o açúcar fechou o mês com US$ 821 milhões. Já para o álcool, a cotação média da tonelada ficou em US$ 710, valor 6,4% menor do que de dezembro de 2013. Apesar disso, a quantidade exportada do produto avançou 38%, fechando em 106 mil toneladas, o que resultou em uma receita de US$ 76 milhões, aumento de 29,2%.

Em terceiro lugar no ranking estão os produtos florestais. O aumento de 12,3% na quantidade exportada pelo setor impediu a queda da receita, que foi de US$ 873 milhões, aumento de 0,3% em comparação ao mesmo período de 2013. No setor, papel e celulose fecharam o mês com US$ 610 milhões e madeiras com US$ 263 milhões.

Cereais, farinhas e preparações ficaram na quarta posição do ranking de exportações de dezembro, somando US$ 768 milhões, o que representou crescimento de 12,2% em relação ao mesmo período de 2013. No setor, o produto mais representativo foi o milho, com vendas externas de US$ 621 milhões e incremento de 2,2%.

O café complementou o rol dos cinco setores mais relevantes para as exportações de dezembro. Com crescimento de 67,9%, as exportações do setor somaram US$ 681 milhões. O café em grãos foi o destaque, com um aumento de 79,8% em relação a dezembro de 2013, com montante que alcançou US$623 milhões.

Janeiro a dezembro de 2014

Entre janeiro e dezembro de 2014, as exportações dos produtos do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 96,75 bilhões e as importações somaram US$ 16,61 bilhões. Dessa forma, o saldo da balança comercial do agronegócio brasileiro foi superavitário em US$ 80,13 bilhões.

No período, o setor que mais exportou foi o complexo soja, com US$ 31,40 bilhões, incremento de 1,4%. Em segundo, está o setor de carnes, com US$ 17,43 bilhões em vendas externas, aumento de 3,7%. Já o complexo sucroalcooleiro ficou em terceiro, com US$ 10,37 bilhões; os produtos florestais em quarto, com US$ 9,95 bilhões e em seguida o setor cafeeiro, com US$ 6,66 bilhões.