Temer será alternativa de poder, avalia PMDB

Da Folha de S.Paulo

Prestes a deixar o comando da articulação política, Michel Temer (PMDB-SP) caminha para se consolidar como alternativa de poder ao governo, avalia seu partido, o PMDB.

Para alguns dos principais integrantes da legenda, o vice-presidente da República é o beneficiário direto da crise tanto na hipótese de um desfecho dramático, caso de uma interrupção do mandato de Dilma Rousseff, quanto na possibilidade de a petista seguir no cargo fragilizada até 2018, o que aumentaria a influência interna de Temer no papel de fiador político.

A única saída que não inclui o peemedebista está no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que analisa pedido da oposição para anular as eleições do ano passado. Um desfecho assim excluiria a ambos.

Dilma conseguiu respirar melhor nos últimos dias graças ao apoio de empresários contrários à tese do impeachment e à recuperação do diálogo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

As investidas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a favor de projetos com forte impacto fiscal sedimentaram entre os chamados barões do PIB (Produto Interno Bruto) o temor de que a guerra política exaurisse as chances de recuperação econômica no médio prazo.

Conforme esses relatos, Temer está mais fortalecido, mas ainda precisa mostrar ser capaz de controlar Eduardo Cunha, o que não ocorreu nas últimas semanas, e sinalizar que ele pode, de fato, reunificar o país, o que inclui o PT, caso a tarefa de administrar o país caia no seu colo.

Dois movimentos recentes de Temer ajudam a corroborar o sentimento de que, cuidadosamente, ele se afirma como alternativa de poder. Em palestra para investidores em Nova York, em julho, o vice-presidente surpreendeu ao dizer que, se fosse presidente, manteria Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.

Em agosto, Temer disse que o país precisa de “alguém [que] tenha a capacidade de reunificar a todos”.

Apesar das sinalizações, aliados afirmam que intenção de Michel Temer sempre foi ajudar a debelar a crise.

Energias alternativas são opção para fugir das altas tarifas

A bandeira vermelha anunciada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não se aplica apenas ao mês de junho, mas para todo o cenário energético do Brasil. Com as recentes crises hídricas, o consequente aumento das termoelétricas e os ajustes aplicados nas tarifas de energia, não é só o meio ambiente que pede socorro, mas o aspecto econômico também fala alto e pesa no orçamento.

Além de mudar hábitos e economizar, pensar em opções para driblar a conta alta no fim do mês é uma saída cada vez mais presente na casa dos brasileiros. Os painéis solares por exemplo, são opções mais viáveis e a sua utilização já extrapola os telhados de casas e indústrias e aproveita a área de lagos e reservatórios para captar os raios solares, a exemplo do que está sendo feito no Japão e na Índia. Esses países estão implantando usinas solares flutuantes para aproveitar áreas que, a princípio, não teriam uso e, ao mesmo tempo, liberam o espaço que seria usado em terra para outros fins, como agricultura e pecuária, por exemplo.

No Brasil, uma usina solar em miniatura pode ser vista no lago da Universidade Positivo (UP), em Curitiba (PR). Lá está instalado um protótipo de geração de energia fotovoltaica. O equipamento é composto por placas solares ligadas a um motor que, quando ativado, vai oxigenar a água da lagoa, beneficiando os seres vivos desse ecossistema. Fruto de uma parceria entre a UP e a Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas, a miniusina está em fase final de análise e os resultados são positivos. De acordo com o professor Luciano Carstens, coordenador do Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas da UP, a potência gerada equivale a de um chuveiro elétrico, com inúmeras vantagens: “Esse gerador é uma fonte de energia limpa, sustentável e sem impactos à natureza”.

Em grande escala, usinas solares podem ser instaladas em reservatórios de hidrelétricas e otimizar o uso da água. “Usinas hidrelétricas são ótimos lugares para usinas solares, pois já estão conectadas ao sistema de transmissão de energia e podem otimizar a área alagada, acumulando água nos reservatórios durante o dia com a produção da energia solar e utilizando a hidrelétrica à noite”, pondera o professor.

No âmbito residencial, o uso das placas solares também apresenta vantagens. Com o alto custo da energia elétrica e a popularização das placas, seu custo vem caindo progressivamente. “Antes, o custo da instalação de painéis solares se pagava entre oito ou dez anos. Atualmente, com o alto custo da energia elétrica, em menos de quatro anos as placas já estão se pagando e os moradores já notam reduções nas contas de energia elétrica”, comenta Luciano.

No que diz respeito à viabilidade de placas solares em locais com pouca exposição ao sol, Carstens é otimista. “Mesmo em uma cidade nublada como Curitiba, os painéis solares têm bom desempenho e valem a pena. É claro que, em cidades do Norte e Nordeste, a captação é maior, mas aqui o sol também brilha para as energias alternativas”, afirma.

João Fernando propõe audiência sobre energia alternativa

Debater a matriz energética do país e o desenvolvimento das fontes alternativas de energia. Esse é o objetivo da audiência pública que será realizada na Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal.

Autor da proposta, o deputado João Fernando Coutinho teve seu requerimento aprovado na última quarta-feira (18). Para a audiência, serão convidados representantes do Ministério de Minas e Energia, da Aneel e da Caixa Econômica Federal, além de entidades representativas do setor.

“Esse debate é de extrema importância nesse momento de crise energética. Hoje, 65% da nossa energia é produzida nas hidrelétricas – índice que já chegou a 80% – e estamos queimando muito óleo nas termelétricas, então, precisamos incentivar a utilização das energias renováveis como fonte real de energia produzida no nosso País”, explica João Fernando.

O deputado, inclusive, já debateu em Plenário sobre o planejamento da geração de energias alternativas, que é um de seus compromissos. Além de defender que seja criada uma linha de financiamento nos bancos públicos para incentivar a população a utilizar fontes alternativas, como as placas fotovoltaicas, em suas residências, João Fernando ainda aponta como primordial a implantação das linhas de transmissão dos parques eólicos já existentes.

“As chamadas energias limpas, além de ajudarem o enfrentamento da crise energética, ainda auxiliam o meio ambiente que já está tão degradado pelos homens”, conclui o deputado que também é autor do projeto de lei 127/2015. A proposta determina que os imóveis do Minha Casa Minha Vida já venham equipados com placas fotovoltaicas para a geração de energia elétrica a partir da energia solar.