ARTIGO — Dispositivos e aparelhos ajudam a manter a segurança em residências

Por Amilton Saraiva

Infelizmente, ainda nos tempos atuais, a sociedade vive à mercê de assaltos, roubos e arrastões. A preocupação com a segurança do bairro vem crescendo ano após ano devido à onda de violência muito bem planejada que invade casas e condomínios, podendo levar até mesmo o animal de estimação. Cansamos de ver nos últimos anos, a insegurança e os planejamentos da população para evitar certos tipos de ações.

Os criminosos estão esquematizando ações e é necessário ter o mesmo procedimento da parte da população, que precisa se precaver. A instalação de sistemas de segurança é eficaz e imprescindível. O circuito interno de câmeras pode inibir ações maldosas e, em caso de tentativa de roubo ou assalto, alarmes e botões de pânico podem fazer com que a ajuda chegue mais rápido. Além disso, sensores e cercas elétricas na parte externa podem repelir, em primeiro momento, qualquer pessoa mal-intencionada.

É recomendável que a implantação e o monitoramento desses aparelhos sejam feitos por pessoas treinadas e especializadas por empresas terceirizadas, que conhecem as normas de segurança e sabem sobre toda a rotina e medidas de segurança que devem ser tomadas, a fim de prevenir incidentes e garantir segurança aos moradores e transeuntes de um condomínio. Terceirizar significa transferir o gerenciamento da mão de obra do local de moradia para uma empresa especializada na gestão de serviços, assim modernizando a sua estrutura, ganhando agilidade, segurança, profissionalismo e gerando soluções.

O local onde o porteiro fica também deve ser bem equipado. A guarita deve ser cega para quem observa do lado de fora, mas de visibilidade total na parte interior, para que o porteiro possa ter visão 100% dos arredores. O lugar também deve ser bem arejado, oferecer conforto e equipamentos necessários ao funcionário, para que ele possa desempenhar o seu papel de forma eficiente. Manter o profissional informado também é uma forma de precaver infortúnios.

É preciso levar em consideração que a guarita é o centro de trabalho estratégico na segurança de um condomínio, o principal ponto na estrutura de segurança, pois é a partir de sua total rendição que se desencadeiam as ações criminosas. Se a portaria ainda não foi planejada ou não possui nenhum destes itens descritos, os moradores precisam se reunir e mobilizar para estimular a adequação a estes padrões de segurança, para garantir o conforto dos moradores.

ARTIGO — Governo já não consegue mais vestir a saia justa

Por Reginaldo Gonçalves

A falta de transparência e a possibilidade de driblar a LDO – Lei de Responsabilidade Fiscal é latente. A frustração na arrecadação nada mais é, do que a falta de visão e a nova manobra orçamentária na proposta aprovada pelo Congresso, de fixar gastos sobre algo que já era identificado no momento do fechamento do Orçamento Público, que funciona bem, mas, quando não utilizado de forma devida cria futuras justificativas de impossibilidade de arrecadação em virtude de uma piora do quadro econômico que começará a funcionar bem, agora passado o período de Carnaval. O governo quer prorrogar qualquer tomada de decisão no corte dos gastos buscando alternativas para o aumento dos tributos que já foram flexibilizados para cima, como cigarros, bebidas, sorvetes e artigos de toucador. Sabendo que na Páscoa o consumo de chocolates aumenta espantosamente, o governo já deu seu jeito de aumentar a arrecadação de impostos, fazendo com que a data seja “magra,” e que o ovos sejam substituídos por “bombons”.

Em decorrência da pressão por resultados positivos, antecipou-se a proposta de corte do gasto público em R$ 25 bi, em virtude de algumas situações pontuais, como o rebaixamento da nota de crédito pela Standard and Poor’s (S&P) de BB+ para BB, convalidando que o perfil do crédito do Brasil se debilitou.

A inércia na busca de alternativas para estimular a melhora da capacidade produtiva das indústrias de forma geral, não somente alguns setores, devem ser vistos com medidas emergenciais, mas, parece que a busca pela aprovação da CPMF, faz parte de um dos dez mandamentos de Moisés, para dar a terra prometida, ou seja, busca-se de todas as formas planejar alternativas que não tirem os benefícios sociais disponibilizados as pessoas carentes, nem que para isso o governo tenha que comprometer o FGTS, por meio de garantias de financiamento.

O mercado já não leva a sério o governo e suas promessas vazias. Aumentar tributos sem contrapartida somente para manter os gastos ou manter inchada a administração pública sem investimentos de grande envergadura não vão reduzir os custos das fábricas que sofrem com as condições das estradas e altos custos de energia elétrica e combustíveis, o que de certa forma, acaba refletindo no preço de venda dos produtos. É fato, que a chuva e os temporais estão contribuindo para recuperação das bacias hidrográficas, e que justificar a adoção da bandeira das sete cores do arco-íris para penalizar os usuários de energia já não devem existir mais, no entanto, tudo isso existe para reforçar o caixa das empresas geradoras de energia elétrica, que não fizeram investimentos estruturais nos últimos dez anos potencializando o aumento e prejudicando todos os consumidores, pois, parte dos custos se deve a má gestão do caixa.

Outra situação que é fato, é a recomposição do caixa da Petrobras, que foi usurpado por má gestão do Conselho de Administração, onde o governo impunha as regras no preço dos combustíveis, dilapidando-se do que pode, não repassando os aumentos dos preços e fazendo com que uma empresa fosse responsável por segurar os índices inflacionários, as metas estabelecidas pela equipe econômica para equilíbrio da economia e estímulo do emprego.

Atualmente a Petrobras, não é autosuficiente na produção e distribuição do petróleo brasileiro e precisa importar uma parte desse produto do exterior e mesmo com a queda significativa do barril, chegando abaixo de US$ 30,00, quando o preço já foi superior a casa de US$ 110,00, o preço do combustível continua subindo e criando um gatilho do aumento dos preços de toda a cadeia produtiva.

A meta atual da equipe econômica, de 0,5% do PIB para 2016 de superávit primário, necessária para não haver uma aceleração do endividamento público interno já não é realidade. Prevendo que não haverá a arrecadação projetada para o orçamento e criando uma banda de flutuação para o superávit, o governo pretende utilizá-lo como meio de justificar o aumento dos gastos públicos, mesmo com a pressão de cortar R$ 30 bi em gastos, mas, como observa-se não deve passar dos R$ 25 bi.

Na fixação das receitas orçamentárias, antes mesmo da aprovação, o governo já tinha definido que na receita seria aprovada a CPMF, para que fosse possível a fixação dos gastos, o que com certeza se não aprovado irá gerar uma crise ainda maior prejudicando a governabilidade, que já não tem crédito. Para se blindar no G20 o governo corre contra o tempo, por isso a antecipação dos cortes, para que seja possível que haja uma economia no PIB de 0,5% ou R$ 30,5 bi. A desconfiança está na banda larga cuja proposta da meta fiscal é de que haja uma flexibilização entre 1% a 1,5% do PIB, o que poderá deixar de ter um superávit primário de 0,5% para atingir um déficit primário de até 1,0%.

Haja no guarda-roupa do governo saias-justas para fazer a troca! Chegará uma hora que será difícil acreditar nas propostas de mudanças. Aumentar tributos gera mais sonegação, fazendo com que o remédio se torne ainda mais amargo.

*Reginaldo Gonçalves, é mestre em Ciências Contábeis pela PUC-SP e coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM).

ARTIGO — Quanto custa uma experiência negativa para o seu cliente?

Por José Ricardo Noronha

O episódio narrado a seguir é real e fatídico. Outro dia, em um voo que trazia minha família de volta da linda Natal para São Paulo, não consegui ouvir a informação sobre o que seria servido aos passageiros. Eis que pergunto à comissária sobre qual era o lanche e, para minha total perplexidade, ela sem carinho algum responde:

– Ai, moço! Que pergunta difícil!

Para completar a experiência incrivelmente negativa, ela pega um lanche, que era a propósito a única opção para todos os passageiros, e o abre sem qualquer cuidado para checar o recheio. Feito isso, a comissária o joga fora, no lixo, e enfim me entrega o dito lanche do dia (cada vez mais sem graça, diga-se de passagem). Inacreditável!

Compartilho essa história com você pois esta companhia aérea já teve a minha fidelidade por muito tempo, mas, pela falta de carinho e cuidado, me “perdeu” para uma concorrente, que tem se destacado exatamente pelo foco à “experiência do cliente”. E isso se traduz em comissários e profissionais das mais diversas áreas extremamente gentis, por pequenos cuidados que fazem a diferença, como “snacks” diversos ao longo de todos os voos e por uma série de serviços extras, todos pensados em incrementar e majorar cada uma das minhas interações com eles.

Como evangelista das vendas e do fascinante tema “experiência do cliente”, tenho estudado profundamente o impacto que cada uma das interações com os nossos clientes tem na construção de um relacionamento mais sólido e perene, além da percepção de cada um dos nossos clientes sobre o quanto realmente somos genuinamente interessados em fazer a diferença positiva na vida e nos negócios deles.

E preciso confessar que um dado recente que tive acesso me provocou perplexidade e me fez imediatamente lembrar a minha triste experiência no voo de Natal para São Paulo.

Uma pesquisa realizada nos EUA comprova que são necessárias 12 novas experiências positivas para reparar o(s) dano(s) causado(s) por uma experiência negativa.

Repito: são necessárias 12 experiências positivas para reparar o dano causado por uma única experiência negativa, que, não custa lembrar, pode ser a última vivida pelo seu cliente com você e sua empresa. Wow!

Os clientes mudaram e, com eles, surgiram novas demandas e expectativas. E neste mundo extremamente competitivo em que todos vivemos, as empresas e os profissionais não podem mais se descuidar da sua base de clientes já existentes. Além disso, todos nós também não podemos parar de pensar na criação de estratégias inteligentes para atrair novos clientes.

E quando se fala em estratégias inteligentes em tempos de crise, é preciso reforçar que um dos mais eficazes e comprovadamente econômicos métodos para atrair novos clientes é o de oferecer aos clientes já existentes experiências realmente memoráveis. Tudo isso sempre com foco absoluto em transformar estes clientes encantados em recorrentes e em verdadeiros embaixadores das nossas empresas.

É bem possível que a empresa aérea do lanche insosso vá precisar me encantar (e muito!) nas suas próximas 12 ou mais interações comigo, para minimamente contar novamente com o meu apreço e consideração com cotá-los para os inúmeros voos que uso regularmente pelo Brasil e mundo afora.

Pense nisso e foque todos os seus melhores esforços na construção de um negócio visceralmente focado em criar as mais incríveis experiências aos seus clientes, pois custa muito caro mesmo recuperar e encantar um cliente que viveu uma experiência negativa.

Boas vendas e ótimas experiências para você!

ARTIGO — Inflação

Por Maurício Assuero

Os livros de economia definem inflação como a alta continuada dos preços e, em macroeconomia, estuda-se as relações entre a taxa de juros e a inflação. Por exemplo: se houver aumento na oferta de moeda, então a taxa de juros cai e os preços irão subir, porque, com taxa de juros baixa, as pessoas não terão interesse em comprar títulos e irão optar por consumo. Com isso, os preços tenderão a subir. É interessante observar que nossa taxa de juros está em 14,25% ao ano e tivemos uma inflação de 10,67% ao ano. Por que os preços aumentam? Vamos colocar duas situações.

Dá-se o nome de inflação de demanda aquela alta de preços decorrente do excesso de demanda. Ou seja, num determinado momento, a demanda pelos produtos cresceu muito e o produtor, vendo a oportunidade de ganhar dinheiro, não vai aumentar a oferta, vai aumentar o preço do produto. Aumentar oferta significa incorrer em custos adicionais como aquisição de novas máquinas, de matéria-prima, pagamento de hora extra, dentre outros, e tudo não traria resultados imediato. Uma nova máquina precisa ser instalada, o pessoal precisa de treinamento, ela não vai começar a operar com sua capacidade plena etc. Com isso, aumentar preços traz um retorno imediato.

Outra forma de inflação é a que chamamos de inflação de custos. Ela ocorre quando os custos de produção aumentam e como lucro é igual a receita menos custo total, aumento nos custos implica redução de lucros, exceto se o empresário conseguir aumentar sua receita. Vamos simplificar e imaginar que uma empresa vende um único produto. A receita dela seria o preço do produto pela quantidade vendida (se tiver mais de um produto, a receita é a soma das multiplicações entre preço e quantidade vendida de cada produto). Observe que aumentar a receita aumentando a quantidade vendida significa modificar o mercado, isto é, a empresa estaria abocanhando uma fatia maior do mercado e isso nem sempre é possível. Então a forma de compensar o aumento dos custos é aumentando preços. Imagine, por exemplo, empresas que usam matéria-prima importada com o preço do dólar a R$ 4. Tome como exemplo o pãozinho: 80% do trigo consumido no Brasil vem da Argentina. Então, o custo de produzir pão aumenta e, com isso, o preço. As pessoas de baixa renda acabam sendo penalizadas mais intensamente porque a variabilidade do seu consumo é infinitamente menor do que a variabilidade do consumo das classes mais favorecidas. Assim, o efeito da inflação é acabar com o poder de compra da moeda. Xô, satanás!

4 passos para superar o medo de recomeçar

Por Bibianna Teodori

Você já passou pela situação de “cair”, errar, falir e ter medo de recomeçar? E, mesmo assim, levantar-se e seguir adiante? Comigo já aconteceu várias vezes, inclusive recentemente.

Nesses momentos, você não sabe como direcionar os pensamentos: eles se concentram nos erros, nos prejuízos. O resultado é uma espécie de paralisia que não te permite nem ir para frente nem para trás. Você acha que tudo que fez foi errado. Começa a sentir que o nervosismo e a ansiedade aumentam.

Sou uma coach, portanto, ajudo pessoas a saírem de momentos difíceis. Quando eu tenho um momento de vulnerabilidade, quando sinto na minha pele aquele medo de recomeçar, não achando coragem e energia para ir adiante, me olham e dizem: “Como? Você? Você que é tão forte, ajuda sempre os outros a sair da crise, a transformar problemas em oportunidades!”.

Sim, eu mesma, porque somente passando pelas experiências, aprendendo e reaprendendo, posso ajudar os outros. Se não fosse assim, seria mais uma pessoa que fala de teoria ou uma espécie de professorinha com uma caneta vermelha, que tem a receita pra tudo.

Em vez disso, sou apaixonada pelo meu trabalho de coach porque me permite fazer as mudanças necessárias, antes de tudo, na minha vida. Minha profissão me possibilita aceitar os erros e aprender a partir deles, treinar, melhorar sempre e, depois, transmitir às pessoas somente aquilo que eu aprendi, com o estudo, a pesquisa e a experiência. E, assim, ajudá-las a aplicar em suas vidas.

Observei que existem esquemas recorrentes para superar o medo de recomeçar. Trata-se de uma estratégia feita de passos precisos:

1) Pare, pare e respire! Relaxe. Isto irá te ajudar a se conectar com o seu centro.

2) Coloque-se em outra posição: olhe tudo de um outro ponto de vista e reflita sobre o que tem funcionado bem, o que não tem funcionado, sem crítica. Pergunte-se o que está aprendendo, porque esses momentos transmitem sempre uma lição importante, que poderá te ajudar em outros momentos.

3) Imagine cenários diferentes e alternativos: verifique o que pode corrigir e faça um plano de ações, congruente e sustentável para você.

4) Aja: faça o primeiro passo e parta para a primeira ação do seu plano. Esse será o seu primeiro resultado. Significará que você se levantou e superou o medo de recomeçar, transformando o medo em coragem.

Acredite em você, pois eu acredito!

ARTIGO — Desafios cada vez mais difíceis na economia

Por Reginaldo Gonçalves

A situação econômica brasileira aponta, neste início de ano, que em 2016, infelizmente, teremos várias dificuldades para alcançarmos a recuperação. A falta de credibilidade e transparência do governo provocou o agravamento da crise de 2015 no ano passado e sentimos agora o reflexo deste processo.

O maior rombo da história das contas públicas chegou a R$ 111 bilhões – considerado um recorde no cenário da economia brasileira. Com o pagamento dos juros, o déficit chegou a 10% do PIB e atingiu R$ 613 bilhões, resultado de uma gestão empobrecida, com manutenção dos gastos públicos e demonstração da utilização de pedaladas fiscais, com o uso dos recursos dos bancos públicos, até então proibidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

A busca de um culpado é marca do governo que não assumiu as responsabilidades e utilizou a máquina pública para se reeleger em 2014 – com manutenção e implantação de metas. Esses pontos já se mostravam fragilizados em decorrência de uma economia internacional também em queda. A sobrevivência dos resultados em commodities evidenciou que o País que vive de produtos elementares para ter uma balança comercial favorável acabou por ruir. O mercado brasileiro depende em grande parte dos negócios relacionados à exportação de produtos primários e muito pouco das vendas externas dos industrializados.

A revisão da meta fiscal em 2016 estabelece uma economia, para pagar juros, da ordem de R$ 30,5 bilhões, montante que representa 0,5% do PIB. Isso aponta para um cenário negativo, de retração de 1%. O mercado já espera uma perda maior de massa muscular, atingindo os 3,01%. Mas ainda podem ser registradas modificações no period, já que a taxa selic foi mantida em 14,25% ao ano. Isso causou estranheza ao mercado com relação à autonomia do Banco Central – que já vem sendo questionada por divulgações anteriores de aumento até 0,5% feitas antes do encerramento da reunião.

Com juros altos, a dívida pública bruta aumentou significativamente e chegou, em dezembro do ano passado, a R$ 3,92 trilhões, o que repersenta 66,2% do PIB, com a possibilidade de maior aumento. A perspectiva de superávit primário é muito baixa – 0,5% do PIB.

A meta traçada de inflação, de 4,5% ao ano, com viés de 2% para cima ou para baixo, é inviável. A indústria registrou retração, o faturamento foi reduzido e a arrecadação, frustrada, o que causou impacto na busca de receita por meio do aumento da carga tributária com modificações no sistema de desoneração da folha de pagamento e na pressão incansável do governo para conseguir o retorno da cobrança da CPMF.

A previsão da inflação para 2016 é de 7,26% – acima, portanto, da meta fiscal no seu teto máximo de 6,5%, sinalizando que poderá haver um aumento maior da taxa selic. Isso prejudicará significativamente as indústrias e o consume. Mas o Banco Central tem como missão manter a inflação baixa.

A inicitiva do governo, de lançar ações com o objetivo de injetar R$ 83 bilhões na economia, não foi bem recebida. Trata-se de uma medida paliativa – grande parte da população não tem segurança para fazer dívidas e outros já estão endividados, com dificuldades para honrar os compromissos.

A balança comercial superavitária, da ordem de US$ 923 milhões, é um resultado positivo e projeta as exportações em 2016. O montante pode atingir este ano o total de US$ 35 bilhões. Alguns dos estímulos decorrem da desvalorização do real frente ao dólar, que está oscilando entre R$ 3,98 e R$ 4,15.

De acordo com a análise do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, houve uma queda nas importações, o que colaborou para que o resultado da balança comercial fosse melhor. Mas a queda acentuada do barril de petróleo beneficiou o mercado doméstico, mesmo com a desvalorização do real.

A melhora da balança comercial não representa recuperação do parque industrial brasileiro, que vem registrando sucessivas quedas. Isso demonstra a dilapidação do parque fabril e pode apontar um cenário perigoso, com maior dependência de produtos manufaturados do exterior.

A inflação medida pelo IGP-M, de 1,14% em janeiro deste ano, mostra que a inflação no ano poderá novamente atingir ou dois dígitos, mesmo com desestímulo do consumo. Impossível não pensar que isso representa uma contradição, se levarmos em conta a ideia do governo, de injetar recursos dos bancos na economia. A bolsa de valores continua com cenário negativo, o que demonstra que muitas empresas começam a ficar “baratas”. Mas não há por parte do investidor interesse nessa modalidade de negócios, por conta da insegurança. Lamentável, já que a busca por recursos no Mercado de capitais é mais barata e estimula a economia.

ARTIGO — Credibilidade inabalável

Por Luiz Augusto de Almeida

Mesmo em meio a uma das mais graves crises da economia nacional, o brasileiro não perde a sua tradicional credibilidade nos imóveis como investimento seguro, rentável e confiável a longo prazo. Num contexto em que o cenário recessivo, as dificuldades de crédito e as altas taxas de juros conspiram contra a aquisição direta de unidades novas, que tem caído em relação a 2014, as pessoas encontram alternativas para manter aceso o sonho da casa própria.

É o que revelam as estatísticas que acabam de ser divulgadas pela Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios): as vendas de novas cotas relativas a imóveis, com 179,6 mil ingressos, cresceram 47% no acumulado de janeiro a setembro, na comparação com o mesmo período de 2014, quando o número foi de 122,2 mil.

Considerando todos os indicadores e o aprofundamento do cenário recessivo, é realmente notável, na presente conjuntura político-econômica do Brasil, o crescimento de 47% nas vendas de novas cotas de consórcios de imóveis. Fica evidente que o desejo dos brasileiros de comprar uma casa ou apartamento para residência ou como investimento é mais forte do que a crise. Temeroso ante as taxas de juros e as entradas necessárias no financiamento de um imóvel para aquisição direta, o comprador busca a alternativa do consórcio para ratificar sua crença na solidez do tijolo e do concreto como garantia para seu patrimônio.

O consórcio imobiliário tem suas vantagens e desvantagens. Se o interessado em comprar um imóvel tiver alguma capitalização, o consórcio pode ser uma boa opção. Com um bom lance, pode-se obter a carta de crédito rapidamente, adquirir o imóvel e passar a pagar o saldo, sem a incidência dos juros escorchantes que vemos hoje no mercado. Além disso, com o dinheiro na mão, diante dos altos estoques do mercado imobiliário, o consorciado tem grandes chances de fazer bons negócios.

Como desvantagens, podemos citar as oscilações de preços. Se o valor subir muito mais do que o INCC, índice que corrige as prestações, a carta de crédito não alcançará o montante do imóvel pretendido e o interessado poderá ver frustrado seu objetivo. Além disso, o consorciado não terá, durante o prazo dos pagamentos que fizer no consórcio, remuneração do dinheiro que estará poupando. Ou seja, seu dinheiro não será remunerado, com juros, como se tivesse aplicado em um CDB de algum banco. Por fim, se não tiver capital para fazer um lance e contar apenas com a sorte, o consorciado poderá demorar para ser sorteado e ter o imóvel.

Independentemente se o consórcio é ou não a melhor solução para se adquirir um imóvel, seu crescimento num contexto econômico incerto revela uma única certeza: o nosso desejo de conquistar o sonho da casa própria. Faz-nos perceber que, no inconsciente coletivo do brasileiro, o imóvel está representado pelo símbolo da segurança.

A situação do crescimento dos consórcios imobiliários nos leva a associar o imóvel a outras instituições nacionais no ranking da credibilidade. Quase simultaneamente à apresentação do citado estudo sobre os consórcios, que mostrou a confiança nas casas e apartamentos como um seguro de longo prazo, pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas apontou que as Forças Armadas, a Igreja Católica e o Ministério Público, nessa ordem, são as organizações mais confiáveis do País.

Os três últimos colocados no estudo são o Governo Federal, o Congresso Nacional e os partidos políticos. Isso é péssimo, pois se a confiança da população nas instituições democráticas e republicanas fosse mais elevada, certamente teríamos um quadro econômico muito mais favorável, não só para o ramo imobiliário, como para todos os setores produtivos do País.

ARTIGO — Crise? Desânimo? Medo? Reinvente-se para encarar 2016!

Por José Ricardo Noronha

Preciso confessar que tenho me espantado com o desânimo que vem tomando conta de inúmeros profissionais, líderes e até de muitas empresas. Diante desta severa crise que assola o País, todos têm adotado uma postura medrosa e covarde (desculpe-me pela franqueza) para enfrentar os incríveis desafios que vêm pela frente.

Quando questiono estes profissionais e líderes sobre o que eles têm feito para enfrentar esta crise e aproveitá-la para criar novos processos e ideias, que permitam gerar crescimento, muitos deles dizem que vêm fazendo muito pouco ou quase nada.

Ou, ainda quando o fazem, agem de forma equivocada. Reduzem ou eliminam investimentos em áreas fundamentais, como Pesquisa e Desenvolvimento & Treinamento, áreas que têm importância nevrálgica na construção de uma empresa cada vez mais competitiva, sustentável no longo prazo e pronta para os desafios. Tudo isso num momento em que temos clientes mais exigentes e bem informados, além de concorrentes cada vez melhores.

Ora, todos já sabemos que a crise é real e severa! No entanto, quando nos deixamos dominar pelo negativismo que nos cerca de todos os lados, as boas ideias, tão necessárias para prosperar em tempos bons e em tempos ruins, encontram uma dificuldade muito maior para surgirem, fluírem e, efetivamente, se transformarem em novas práticas e novos processos que incrementem a boa capacidade de execução.

Por isso mesmo eu quero lhe provocar a se reinventar como profissional e a reinventar a sua organização!

E este “processo de reinvenção” passa por três pilares que considero absolutamente essenciais:

1. Propósito: aproveite este momento de crise para revisitar o seu propósito pessoal e também o propósito real de existência da sua empresa. Diante de clientes cada vez mais exigentes, bem informados e muito mais orientados, ávidos a se relacionarem com organizações com as quais verdadeiramente se identifiquem e que genuinamente se interessem em bem lhes atender e encantar, ter um propósito grandioso é mais do que nunca fundamental!

Empresas com propósito real e bem definido têm um poder quase que magnético para atrair novos e talentosos profissionais e, consequentemente, inúmeros novos clientes.
Elas também têm uma facilidade muito maior em se aproximar e melhor entender as necessidades existentes – e, principalmente, as não existentes – do seu público-alvo. E, além disso, geram muito mais valor a todos os stakeholders a ela conectados (clientes, fornecedores, investidores e à sociedade em geral).

Pego aqui emprestado um precioso ensinamento do excelente livro “Propósito”: “Quando o propósito guia, o lucro acompanha”.

Mãos à obra: revisite ainda hoje o seu propósito e o propósito de existência da sua empresa!

2. Performance: incremente o quanto puder seus processos, dando ênfase à criação de uma empresa que tenha uma cultura de alta performance, que seja coesa em torno de seu propósito e que tenha uma visão inspiradora de longo prazo.

E, por alta performance, entenda-se uma organização que tenha metas claras em todas as áreas e que privilegie a meritocracia. Isso só se faz possível com uma cultura obsessivamente focada na boa execução, buscando de forma incansável aumentar a produtividade ao fazer cada vez mais com cada vez menos.

Coloque em prática a partir de já a “estratégia dos 3 Ms”: em 2016, faça mais (maiores vendas, melhores margens etc.), com menos (menos recursos) e melhor que seus concorrentes.

3. Pessoas: para reinventar uma empresa é fundamental investir nas pessoas. E, para se reinventar, é crucial investir em você mesmo.

Quando falo em investir em pessoas e em você mesmo me refiro ao investimento vigoroso nas habilidades relacionais (chamadas de “soft skills” e que têm mais ligação às atitudes, aos comportamentos e à chamada e cada vez mais valorizada Inteligência Emocional ou QE – Quociente Emocional) e nas habilidades técnicas e intelectuais (chamadas de “hard skills”, que possuem maior ligação ao conhecimento técnico, aos treinamentos formais e ao conceito de QI – Quociente Intelectual).

QI (Quociente Intelectual) + QE (Quociente Emocional) é a “fórmula de sucesso” que lhe permitirá brilhar ainda mais em tempos desafiadores.

Propósito, Performance e Pessoas: eis os três pilares essenciais para se reinventar e para reinventar sua organização neste 2016. Quem não mudar, ficará para trás!.

ARTIGO — Pacote de estímulo à economia não atinge objetivo

Por Reginaldo Gonçalves

Medidas paliativas não ajudarão a reverter os problemas no cenário interno. O que os empresários esperam são medidas estruturais e contínuas na busca de soluções e não simplesmente uma abertura de crédito sem estímulo efetivo ao consumo.

A aprovação do pacote de R$ 83 bilhões de crédito para os setores de habitação, agricultura, infraestrutura e para as pequenas e médias empresas podem não atingir o objetivo principal. A ideia é prestar auxílio ao aquecimento da economia já que, no ano anterior, muitas empresas deixaram de buscar crédito em virtude das altas taxas de juros e a perspectiva de inadimplência.

A busca pelo aquecimento da economia com a expectativa de manutenção do quadro inflacionário e de taxa de juros alta acabará desestimulando os empresários a investir em seu segment. A não ser que exista a possibilidade de refinanciamento de dívidas que possam reduzir o custo financeiro e dar um fôlego para que existam novos investimentos e a busca por uma competitividade maior nos segmentos diversos.

O governo, que mantém os gastos acima das receitas previstas, mesmo com a busca de cobertura por meio da CPMF, acaba afastando investidores em potencial em razão da fragilidade das propostas da presidência. Além disso, há o engessamento dos setores de infraestrutura que poderiam reduzir os custos significativos da produção, minimizando o preço final ao consumidor e estimulando o consumo, mesmo de forma ainda tímida. O nível de desemprego preocupa. E quem está trabalhando teme perder sua fonte de renda, o que representa passar por dificuldades e se tornar mais um inadimplente.

A grande arma do governo é a utilização de recursos do FGTS, com juros mais baratos. Mas isso é visto pelo empresariado com restrição. Para esta medida efetivamente aquecer o mercado, o consumidor terá de voltar a fazer compras e iniciar um processo de recuperação. Mas o efeito da abertura de crédito, inclusive consignado, beneficiária poucos consumidores, já que uma grande parte de interessados já se encontra endividado e inadimplente.

Um dos aspectos que poderá prejudicar o consumidor é a redução das indenizações trabalhistas. O crédito consignado estará atrelado ao seu FGTS e, no momento da demissão sem justa causa, uma parte do crédito consignado reduzirá sua indenização.

Para que possa haver o retorno paulatino da recuperação industrial e, por conseqüência, em toda a cadeia produtiva até o consumidor final, no caso atual, é necessário que o crédito esteja disponível a todos. Desta forma o resultado será registrado no PIB. Para reduzir o nível de desemprego os governos de todas as esferas deverão abrir mão de qualquer aumento de encargos tributaries. É preciso ressaltar que a CPMF já faz parte do Orçamento Público – mas depende ainda da aprovação do Congresso. A postergação no prazo de recolhimento dos impostos implica no capital de giro no curto prazo, suficiente para começar a estimular a produção, para as empresas endividadas com tributos, parcelamentos de longo prazo, com juros subsidiados. É preciso estimular o empresário a produzir e ter interesse em manter a empregabilidade e, o principal, reduzir imediatamente os preços administrados, como energia e petróleo.

Se o governo não conseguir atrair a confiabilidade dos empresários com transparência e ética, passaremos por mais desemprego, mais recessão e perderemos espaço nos cenários interno e externo. Em época de crise a redução de custos do governo é o diferencial para equilíbrio das contas e colaboração nos diversos setores. A falta de comprometimento e a pressão por aumento de carga tributária poderá levar o país ao abismo sem limites.

ARTIGO — Interesse do contribuinte pelo rascunho do Imposto de Renda cresce 153% este ano

Por Reginaldo Gonçalves

Uma das novidades que vem sendo aprimoradas nos últimos anos é o rascunho da declaração do imposto de renda. Embora poucos gostem de falar em prestação de contas, para muitos trata-se de uma alternativa que facilita a alimentação das informações de forma antecipada e auxilia na apresentação formal da declaração.

O crescimento pela busca da ferramenta por parte dos contribuintes este ano, em comparação a 2015, foi de 153%. E o índice não representa, ainda, em relação ao total de contribuintes, um quantitativo significativo, já que o esperado para entrega de declarações em 2016 gira em torno de 28 milhões de declarações.

A vantagem para quem já possui o rascunho é a facilidade – fica bem melhor fazer o fechamento da declaração, assim como sua entrega. Em alguns casos o valor a pagar ou a restituir já é identificado de forma antecipada. E existe a possibilidade de modificar a opção pelo modelo completo ou simplificado, de forma antecipada e, fazer o planejamento financeiro se houver imposto a pagar.

O que se observa por parte de alguns contribuintes é a ansiedade para preencher os dados. Muitos não querem deixar para última hora. Desta forma, se faltar alguma informação, terá mais tempo para conseguí-la sem pressa.

Para a Receita Federal, a facilidade no preenchimento das informações auxilia na avaliação da ferramenta. Novos investimentos devem ser realizados para facilitar a declaração. Para alguns leigos, infelizmente, o preenchimento ainda é complexo.

A orientação é que a pessoa busque tirar dúvidas e faça uma revisão das informações com quem tem familiaridade com a elaboração do Imposto de Renda. Mesmo com a facilidade – o rascunho – o documento poderá ser preenchido de forma incorreta. E se houver simplemente a cópia do rascunho e acontecerem erros o contribuinte será chamado a dar explicações na Receita Federal sobre os valores ali consignados.

Novas iniciativas para melhoria do sistema na declaração das pessoas físicas estão sendo efetuadas, com o cruzamento de informações, por exemplo: as fornecidas pela fonte pagadora e as de quem recebe o benefício. Os avanços prometem. É muito provável que, no curto prazo, para quem faz a declaração simplificada, a Receita já faça a declaração para o contribuinte.

Ele aceitará os dados ou terá apenas que entrar no sistema para solicitar ajustes das informações inconsistentes.

Em ano de necessidade de arrecadação todo cuidado é pouco.