Bolsonaro cumpre agenda em Pernambuco nesta quinta-feira

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) cumpre agenda em Pernambuco nesta quinta-feira (10) um dia após ter recebido uma boa notícia da Câmara Federal. É que o Conselho de Ética daquela Casa Legislativa decidiu arquivar uma representação feita contra ele por suposta “apologia à tortura”.

Foram 11 votos pelo arquivamento e apenas um a favor do parecer do relator, deputado Odorico Monteiro (PROS-CE), que pedia o prosseguimento das investigações. Bolsonaro foi denunciado ao Conselho de Ética porque no dia da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em abril deste ano, prestou uma homenagem ao coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra (já falecido), único militar condenado no Brasil pela prática de tortura.

Ele disse que o Conselho de Ética lhe fez justiça porque deputado tem imunidade parlamentar, isto é, tem direito de externar livremente suas opiniões. O coronel Brilhante Ustra que comandou o DOI-CODI de São Paulo entre 1970 e 1974 durante o regime militar. Ele foi acusado de tortura, desaparecimento e morte de pelo menos 60 presos políticos. A representação contra ele foi protocolada pelo PV.

“Nem sei se vou dormir hoje depois disso” diz Bolsonaro após cusparada

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Logo depois do discurso de voto no plenário da Câmara, Jean Wylis, líder do movimento LGBT, virou-se para o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e cuspiu na cara dele.

Depois disso, Jean Wylis saiu do local e os presentes seguraram Bolsonaro para evitar conflitos.

Em entrevista à Rádio Jornal, direto de Brasília, Bolsonaro mencionou o acontecimento. O deputado disse que outra pessoa chegou a ser atingida. “Isso é preconceito, eu nem sei se eu vou dormir hoje. Eu nunca tive problemas com ele, a minha briga com ele é na questão das idéias”, disse.

Bolsonaro disse ainda que não sabe se vai processá-lo. “Eu não gosto de processar ninguém, estou cheio de processos por homofobia (…) eu respeito os outros e acho que eu tenho direito a ser respeitado. Agora uma cusparada foge da normalidade. Eu estou curioso, gostaria de saber o porquê da cusparada”, comentou.

Bolsonaro vaiado no ato anti-Dilma do Rio

O deputado federal Jair Bolsonaro(PP-RJ) foi impedido de subir num carro de som no ato anti-Dilma, que ocorre neste domingo, na altura do Posto 5 da Avenida Atlântica, em Copacabana, Zona Sul do Rio. O parlamentar foi convidado por um dos líderes da manifestação para falar no carro de som, mas alguns manifestantes começaram a vaiar.

— Se as pessoas não quiserem, a manifestação continua apartidária – disse um dos lideres da manifestação que havia feito o convite.

Bolsonaro disse que apenas uma minoria o vaiou:

— Eu disse que não queria falar, mas eles insistiram. Não posso ser unanimidade.

Apesar da vaia, muitas pessoas ficaram em volta do deputado para fazer uma selfie e apoiá-lo.

Bolsonaro entrou com pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, na última quinta-feira. O pedido foi protocolado na Secretaria Geral da Mesa da Câmara e ainda está sendo analisado. A tendência, segundo assessores da Casa, é de que ele seja arquivado.

Humberto defende cassação de Bolsonaro

Foi com indignação que o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), recebeu o que classificou de “declaração criminosa” feita pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) contra a ex-ministra dos Direitos Humanos, a também deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Na última terça-feira, da tribuna do plenário da Câmara, Bolsonaro disse a Maria do Rosário que não a estupraria porque ela “não merece ser estuprada”.

O senador petista deu total respaldo à ação do PT, do PCdoB, do PSol e do PSB, que representaram no Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação do mandato de Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. “As indignidades pronunciadas por Jair Bolsonaro foram de uma violência atroz contra todas as mulheres e contra a própria sociedade brasileiras. São inaceitáveis”, disse o senador.
Humberto defendeu, ainda, que Bolsonaro deve responder também no Supremo Tribunal Federal pelo crime de injúria e por incitação ao crime, uma vez que as declarações deixam claro que o deputado entende que a um homem cabe o direito de escolher se uma mulher merece ser estuprada ou não.
“O Congresso Nacional não pode mais dar abrigo a esse tipo de atitude odiosa. É impossível que esse tipo de prática, que o deputado Bolsonaro já exerceu em várias ocasiões, continue a se repetir dentro do parlamento”, concluiu o líder do PT no Senado. A revolta contra as declarações do deputado gerou uma onda de protesto nas redes sociais em favor da cassação do parlamentar, sempre acompanhada da hashtag #NenhumaMulherMereceSerEstuprada.