Artigo: Dilma e seus desafios

Por Célio Pezza 

As eleições acabaram e a presidenta Dilma conseguiu ser eleita, apesar da avalanche de denúncias de corrupção envolvendo seu partido. Na última semana, a revista VEJA publicou, inclusive, uma matéria que revelou trechos do depoimento do doleiro Youssef, onde afirmou que Lula e Dilma sabiam de todo esquema de corrupção. De nada adiantou e as bolsas falaram mais alto nas urnas.

Em toda a região Nordeste, Dilma fez 71,5% dos votos. No estado do Maranhão, onde metade da população recebe o Bolsa Família, segundo dados do próprio Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ela fez 78,7% dos votos. Vejam os três estados de maior votação:

Estado

% votação

Dilma

% votação

Aécio

População que recebe Bolsas Família

Maranhão

78,7 %

21,3 %

50 %

Piauí

78,3 %

21,7 %

48 %

Ceará

76,7 %

23,3 %

45 %

A tendência para esses estados, que dependem das bolsas, é de que continuem dependentes para sobreviver. Dificilmente vão conseguir melhorar através da Educação e distribuição real da renda, pois, infelizmente, para alguns poderosos, é interessante que as coisas continuem como estão. Um pouco de pão, um pouco de circo, crédito subsidiado para que esse povo sofrido compre alguma coisa, e assim a vida vai passando. Aliás, esse sistema de crédito é perverso, pois cria uma grande dependência e tira de quem menos tem.

Enfim, voltando ao tema, a nossa realidade agora é essa e esperamos que a presidenta Dilma honre seu último discurso sobre combate à corrupção e coloque na cadeia todos os quadrilheiros, de todos os partidos, sem excessão. Também esperamos que promova com urgência a tão falada “Reforma Política”, pois ela é um dos pilares de toda corrupção existente no sistema político. Que a imprensa continue livre e denunciando todas as falcatruas, independente de quem ou de qual partido as cometeu. Aliás, a imprensa nunca inventou nada. Ela só informou algo que aconteceu e esse é o seu papel numa democracia.

Esperamos que todos os novos senadores, governadores, deputados federais, estaduais e demais forças políticas não deixem de acreditar no Brasil e fiquem atentos dia e noite a toda movimentação contrária a uma real democracia e que cobrem, sem parar, ações para combater esse tumor maligno chamado corrupção que está instalado no corpo desse país.

Vamos acreditar no Brasil e como afirmou Aécio Neves após saber o resultado das eleições: “A maior de todas as prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifique todos os brasileiros”.