Plano de investimento da Copergás ganha reforço de R$ 50 milhões

Do Diario de Pernambuco

A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) obteve ontem o sinal verde do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para a liberação do empréstimo no valor de R$ 50 milhões pleiteado junto ao banco de fomento. A linha de financiamento, com recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), é subsidiada com juros mais baixos de 9,5% ao ano com o bônus de adimplência e carência de oito anos. Com o aval positivo do BNB para realizar a operação de crédito, a estatal pernambucana de gás vai ampliar o plano de investimentos para os próximos cinco anos de R$ 245 milhões com recursos próprios para quase R$ 300 milhões.

De acordo com o presidente da Copergás, Décio Padilha, a linha de crédito de R$ 50 milhões do BNB vai turbinar o plano de negócios da empresa em 2016. “Vamos investir na ampliação das redes de distribuição de gás e na aquisição de equipamentos e novas estações, com foco na interiorização, principalmente no Agreste”, diz. Uma das obras em andamento é o gasoduto Caruaru-Belo Jardim. Orçada em R$ 60 milhões, a obra de 53 quilômetros deverá ser concluída em meados de agosto do próximo ano, ampliando a rede de distribuição de gás natural da empresa de 661 quilômetros para 713 quilômetros.

A estatal pernambucana de gás fechará o ano de 2015 no ranking da quarta maior empresa em movimentação de gás natural no Brasil. Só perde para a Comgás (São Paulo), Ceg (Minas Gerais) e Ceg Rio (Rio de Janeiro). No Nordeste, a Copergás é líder nesse segmento, posição consolidada nos últimos três meses deste ano com a ampliação da carteira de clientes. Atualmente, a companhia movimenta 4,8 milhões de metros cúbicos/dia do produto.

Segundo Padilha, a operação da Refinaria Abreu e Lima, no Porto de Suape, foi fundamental para a ampliação do consumo de gás natural no estado. O refino de petróleo bruto pela Abreu Lima demanda o consumo de 1,4 milhão de metros cúbicos/dia de gás. A expectativa é dobrar a demanda quando a refinaria começar a produção plena, após a entrada do segundo trem (linha de produção) prevista para 2016 pela Petrobras. Atualmente, são processados 74 mil barris/dia de petróleo, mas a capacidade total é de 115 mil barris/dia.

Padilha destaca a importância da instalação dos novos parques industriais de Pernambuco, entre eles, o polo vidreiro, o polo automotivo e o polo cervejeiro, potenciais consumidores de gás natural. A termelétrica instalada em Suape, a Termope, é outro consumidor intensivo com o uso de 2,10 milhões de metros cúbicos por dia.

Entre 2014 e 2015 a Copergás registrou o crescimento de 17% no volume de vendas de gás incluindo todos os segmentos (industrial, residencial e veicular). “A Copergás andou na contramão da crise. O resultado mostra que o cenário de volume de vendas da empresa é extremamente exitoso. A nossa expectativa é crescer 16% em 2016”, aposta Padilha. A empresa deverá fechar este ano com faturamento bruto de R$ 1 bilhão contra R$ 914 milhões em 2014.

Décio Padilha na Copergás

Por DANIEL LEITE
Da Folha de Pernambuco

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O gestor está atualmente na Compesa

O ex-secretário da Fazenda do governo estadual, Décio Padilha, será o novo presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás). O gestor, que atualmente ocupa a diretoria comercial da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), foi escalado para o cargo após o afastamento do empresário Aldo Guedes do comando da estatal, por ter sido incluído nas investigações do escândalo de corrupção da Petrobras. Ele deve assumir o cargo ainda hoje.

De acordo com o secretário de imprensa do Governo do Estado, Ennio Benning, a escolha de Décio Padilha para a chefia da Copergás está consolidada. Hoje, o Conselho de Administração da estatal fará uma reunião para homologar a saída de Aldo Guedes da presidência e referendar a indicação de Décio Padilha, que tem bom trânsito no governo.

Padilha atuou como secretário de Administração durante o governo de Eduardo Campos, entre 2012 e 2014. No ano passado, foi transferido para a secretaria da Fazenda, com a saída de Paulo Câmara (PSB), que iniciava sua campanha eleitoral ao Governo do Estado. Com a vitória de Câmara, a Secretaria da Fazenda foi entregue a Márcio Stefanni, em janeiro deste ano, e Décio Padilha foi deslocado para a diretoria da Compesa.

O atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, estava cotado para assumir a Copergás, como interino. Mas, pelo fato de também estar à frente do Porto de Suape, acumulando diversas funções no núcleo “duro” do governo Paulo Câmara (PSB), Norões preferiu acelerar o processo de escolha do novo dirigente. “Primeiro, não haveria condições práticas. Segundo, acho que nem poderia. Sou servidor do Estado e estou cedido a Suape. Assim que Aldo pediu afastamento, o governador avaliou vários nomes que poderiam assumir a função e decidiu pelo nome de Décio, o que fez muito bem”, colocou.

Em sua visão, a escolha de Padilha veio em boa hora. “Pessoalmente, vejo com tranquilidade e satisfação. Aldo pediu desligamento para cuidar das questões que a gente sabe. E ficamos tranquilos em ver que contamos com quadros que podem assumir esta ou qualquer outra tarefa no governo. Décio é um técnico altamente qualificado. É um servidor do Estado de carreira, que exerceu várias funções relevantes. Estava fazendo um trabalho de extrema importância na Compesa e demonstrou aptidão para trabalhar também em um ambiente de mercado. Certamente, saberá fazer isso na Copergás. Tenho plena confiança na dedicação e competência dele, como tinha confiança na competência de Aldo”, explicou.

SAÍDA

Aldo Guedes estava à frente da Copergás desde 2007. Na época, o empresário foi indicado pelo então governador Eduardo Campos. No entanto, seu nome foi adicionado à lista de investigados da Polícia Federal, que apura os esquemas de corrupção na Petrobras. Na última terça-feira, o órgão cumpriu mandados de busca e apreensão em dois imóveis de Guedes, que pediu afastamento do cargo no mesmo dia, para “preservar os interesses da companhia”.