Diferença entre intolerância e alergia alimentar

Trezentas e cinquenta mil crianças no Brasil têm alergia ao leite, alimento que está presente em quase todas as refeições. Tem também gente que não pode sentir o cheiro da mandioca, experimentar o camarão, comer chocolate. Isso são sintomas de alergias e intolerâncias alimentares, mas qual a diferença entre elas.

A intolerância alimentar é a sensibilidade que uma pessoa tem a determinado alimento. A intolerância pode ser a vários alimentos. Os mais comuns são: leite, vinho, camarão, chocolate, trigo, frutas secas, camarão. A intolerância à lactose é a mais conhecida. Os sintomas mais comuns da intolerância são náuseas, gases, inchaço, diarreia, cólica, dor abdominal e assaduras.

A alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico às proteínas do alimento. Ela surge depois que temos um contato com o alimento. O quadro clínico pode ser semelhante entre alergia alimentar e intolerância, mas a alergia geralmente se associa a manifestações características, como coceira, inchaço, falta de ar, tosse, chiado no peito, gases e pressão baixa. Essas reações são alérgicas, não sendo encontradas nos casos de intolerância. Através de exames o paciente pode ter o diagnóstico de intolerância ou alergia.

Os aspectos que podem levar às alergias alimentares são: uso frequente de antibiótico, maior número de parto cesariana, excesso de limpeza, desmame precoce e alimentação industrializada. Não importa se é alergia ou intolerância. Em caso de suspeita, a pessoa precisa procurar um médico para ter diagnóstico e tratamento corretos.

Existes pontos que ainda geram muitas duvidas entre as pessoas:

Alergia é a evolução de uma intolerância

MITO – Não é. Alergia a comida, pólens, ácaros e picadas de insetos são causados ​​pela estimulação do sistema imunológico para formar anticorpos em nossa corrente sanguínea e tecidos do corpo. Eles podem ser detectados por testes cutâneos e exames de sangue. Quando você tiver sintomas que não envolvem o sistema imune, os especialistas chamam de intolerância.

Intolerância ao leite é comum em adultos

VERDADE – Algumas crianças e adultos têm sintomas de intolerância ao leite, que é causado pela lactose, que é um açúcar encontrado no leite de todos os animais, incluindo o leite materno. Nosso intestino é forrado com lactase, uma enzima que digere a lactose. Se nosso corpo não possui lactase suficiente, o intestino não digere o leite causando desconfortos.

Opinião: Ler faz toda a diferença

Por Menelau Júnior

Se você está com os olhos nestas linhas, provavelmente faz parte do reduzidíssimo grupo de brasileiros que têm o hábito da leitura. Não por coincidência, são pessoas desse grupo que costumam ganhar os melhores salários e ter mais influência na sociedade. São esses também os que pensam um pouco melhor.

O brasileiro lê muito pouco. Para alguns estudos, 1,8 livro por ano. Para outros, 2,5. Para nenhum, mais de três. A comparação com países europeus faria o “gigante pela própria natureza” corar de vergonha. Gastamos muito mais com bebidas alcoólicas do que com livros. Gastamos muito mais com celulares do que com livros. Gastamos muito mais com lanchinhos fora de hora do que com livros. Em resumo, não lemos.

Esse descaso com as letras custa caro ao país. Nos concursos públicos, muitos caem na interpretação de textos e no domínio da norma culta; nas empresas, vagas deixam de ser preenchidas por falta de conhecimento e raciocínio; na política, damos ouvidos (e votos) a falastrões populistas revestidos de santidade.

Em outras palavras, por causa da falta de leitura o brasileiro tem dificuldade de conseguir emprego, submete-se a salários baixos e é facilmente manipulado pelos governantes. Não é de hoje que lemos pouco. Aliás, líamos ainda menos. Nos últimos anos, a melhoria de condição de vida do brasileiro fez o mercado dos livros alcançar dígitos inéditos. Ainda é pouco, contudo. Boa parte dos livros consumidos no país é de material didático, distribuído pelo governo nas escolas. São os livros lidos por obrigação.

Esses pouco contribuem para a formação de leitores – e de cidadãos mais conscientes de seu papel. É preciso avançar. Estimular. Dar exemplos. A família é – e sempre será – o primeiro referencial das crianças. Se até os cinco anos elas tiverem mais contato com livrinhos, historinhas, gibis e afins, será mais fácil criar o hábito da leitura – pelo prazer, claro. Se virem os pais lendo, comprando revistas e visitando grandes livrarias, descobrirão a importância da leitura por si sós.

É, pois, indispensável que haja exemplos em casa. Na escola, professores precisam estimular o hábito de ler. E para isso precisam conhecer os gostos das crianças e dos adolescentes. Qual o problema de eles gostarem de Harry Potter? Que mal há em sonhar com o vampiro Edward? Qual o crime em participar de uma Guerra dos Tronos? A partir dessas histórias fantásticas, é possível desenvolver o prazer pela leitura – e só então descobrir obras mais complexas.

Não se esqueça, contudo, da lição de um provérbio chinês: “Os professores abrem a porta, mas o aluno entra sozinho”. A leitura, portanto, é o início das grandes mudanças na sociedade. Não se pode esquecer que, além de nos levar a mundos fantásticos, habitados por seres estranhos, ela também nos permite conhecer nosso próprio mundo – e a nós mesmos. Conhecendo-se, o homem pode mudar. Mudando, o homem muda o mundo. Abrir mão desse exercício e deixá-lo à revelia dos que pensam mais porque leem mais pode ser arriscado. Quem lê viaja, descobre, reflete. Quem lê é dono de seu próprio destino.

Menelau Júnior é professor de língua portuguesa.