2018: Aécio e Alckmin disputam PSB de Pernambuco

Mesmo sem as urnas terem sido fechadas no segundo turno, outra eleição já está em curso: a de 2018. O PSDB nacional vem cortejando o PSB de Pernambuco na tentativa de arregimentar uma aliança para a próxima disputa presidencial. As duas principais lideranças tucanas, o senador mineiro Aécio Neves, que preside nacionalmente o partido, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ambos com pretensão de disputar à Presidência da República, não poupam afagos às lideranças socialistas. Enquanto Aécio tenta manter a parceria com os socialistas de Pernambuco, Alckmin já dispõe do apoio do PSB de São Paulo, no qual tem como eixo o seu vice, Márcio França.

Um novo movimento que pode ser sentido neste segundo turno é a tentativa de Geraldo Alckmin de estreitar ainda mais os laços com as lideranças do PSB de Pernambuco. O tucano, aliás, teve um papel fundamental ao agilizar o processo de liberação do corpo do ex-governador Eduardo Campos, em agosto de 2014, após sua morte em um acidente aéreo na cidade de Santos (SP).

Depois de Aécio declarar apoio às candidaturas de Geraldo Julio (PSB), no Recife, e a Antônio Campos (PSB), em Olinda, foi a vez de Geraldo Alckmin se articular entre as lideranças pernambucanas. Ontem, começou a circular um vídeo no WhatsApp em que o afilhado político de Alckmin, o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), pede votos a Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos.

Rodrigo Maia e Rosso disputam presidência da Câmara

Com a renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara, os deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) duelam pela sucessão do peemedebista. Ainda dependendo de acordo de líderes, a eleição deve acontecer na próxima terça-feira (12).

Cunha combinou com o Palácio do Planalto acordo em torno do nome de Rogério Rosso, que é seu aliado. O governo, por sua vez, acredita que o brasiliense dispõe de condição necessária para comandar a Câmara. Rosso ganhou a simpatia do novo governo após o processo de impeachment. Ele presidiu a comissão especial da Câmara.

Rodrigo Maia, em contrapartida, tenta aglutinar os desafetos de Eduardo Cunha. Ele acredita que conseguirá superar Rogério Rosso porque o peemedebista já emplacou o novo líder do governo, André Moura (PSC-SE).

Antes, no entanto, o Palácio do Planalto teme que o presidente em exercício Waldir Maranhão tente dificultar a eleição do novo presidente da Câmara. Maranhão, considerado um político inexpressivo, gostou das luzes fugazes da glória.

Prefeito de Agrestina afirma que disputará reeleição

unnamed (8)

A troca de legenda foi oficializada no início desta semana. O prefeito de Agrestina, Thiago Nunes, deixou a base do PDT (Partido Democrático Trabalhista) para se filiar ao PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), sendo apoiado a partir de agora pelo o partido liderado em Pernambuco pelo deputado federal Jarbas Vasconcelos. O PMDB também é o partido do vice-governador, Raul Henry, fato este que poderá fortalecer o relacionamento com o Governo do Estado a fim de angariar mais recursos para o município. Ao afirmar os motivos que o fizeram optar pela mudança, Nunes citou a inconsistência da base pedetista e a intenção em concorrer à reeleição para o governo municipal no ano que vem.

Segundo o prefeito, não há nenhum problema entre ele e os líderes do PDT da região, em especial em Caruaru, onde o partido já foi liderado pelo atual prefeito de Caruaru, José Queiroz e o agora está sob o comando do deputado federal Wolney Queiroz. “Quando aconteceram essas últimas eleições (2014), época da visita do presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, a Pernambuco, ele realizou praticamente uma intervenção, sem consultar o presidente local, que era José Queiroz. Ou seja, não existia um diálogo. Independente de eu ter votado em Armando Monteiro, assim como o fiz, havia muitas dissidências e eu não sinto mais segurança”, falou. Nunes completou ainda que já existia uma aproximação com peemedebistas e a troca foi tranquila e pacífica.

Sobre a reeleição, Thiago Nunes fez questão de destacar a crise enfrentadas em outros municípios, não somente no âmbito econômico, mas também no político com algumas adequações de legenda e apoios. “Em Agrestina, elegemos cinco vereadores da minha bancada e agora há pouco um vereador histórico da oposição, Severino Romão, também veio fortalecer nosso grupo. Ele também mudará de partido, passando para a o PSD”, adiantou.

Garantindo que não tem informações oficiais sobre os outros candidatos ao pleito de 2016, o agora peemedebista acredita que não haverá uma terceira via na já acirrada disputa ao Governo Municipal. “Não subestimo nenhum candidato, mas o grupo da oposição está muito enfraquecido no município. Nunca estivemos tão fortalecidos como hoje”, declarou. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, em 2012, Thiago Nunes atingiu o número de 7.873 votos, sendo 51,3% dos votos válidos.

Disputa de pastas no PMDB ameaça reforma ministerial de Dilma

Da Folha de S. Paulo

As negociações que a presidente Dilma Rousseff têm feito com o PMDB para acomodá-lo em sua reforma ministerial resultaram em disputas internas na sigla que ameaçam o principal objetivo traçado pelo Palácio do Planalto com as mudanças administrativas: o de obter o apoio coeso da sigla no Congresso.

O impasse interno no partido aliado emperrou as negociações e obrigou a petista a adiar em quase uma semana o anúncio das mudanças. Mesmo que consiga contemplar os diferentes grupos do PMDB ao final da reforma, Dilma deve enfrentar problemas com os insatisfeitos.

Prova disso é que na votação dos vetos presidenciais, em sessão conjunta do Congresso na semana passada, quase um terço da bancada da sigla na Câmara votou pela derrubada da decisão de barrar a proposta de alternativa ao fator previdenciário, mecanismo que desestimularia aposentadorias precoces.

Dos 49 parlamentares peemedebistas presentes, 30% se posicionaram contra a orientação do governo federal.

Sob pressão da bancada do PMDB da Câmara, a presidente já alterou ao menos três vezes a configuração dos cargos oferecidos aos deputados federais do partido, mas ainda não conseguiu agradar a sigla.

Inicialmente, a petista havia pedido ao líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), indicações para Saúde e Infraestrutura,que seria criada da fusão entre Aviação e Portos.

A pedido do vice-presidente Michel Temer (PMDB), no entanto, a presidente acabou recuando da ideia para acomodar dois aliados do peemedebista: o ministro Eliseu Padilha, que continuaria na Aviação, e Helder Barbalho, que iria da Pesca para Portos.

A mudança não foi bem aceita pela bancada da sigla, que abriu divergência interna com o vice e ameaçou desistir das indicações para a nova configuração da Esplanada.

Para evitar uma rebelião, Dilma estuda mudar novamente a configuração das pastas e cogita duas alternativas.

A primeira é deslocar Padilha da Aviação para o comando da Infraero. Se isso ocorrer, Barbalho assumiria a pasta e deixaria Portos para a bancada peemedebista.

A segunda é entregar Turismo para os deputados do PMDB e deslocar o ministro Henrique Eduardo Alves, também aliado de Temer, para o comando da Embratur.

Os aliados do vice-presidente, no entanto, resistem a aceitar essas mudanças. Segundo a Folha apurou, Temer foi informado que caso um deles fique sem pasta, os três abrirão mão de participar do primeiro escalão do governo.

SENADO

No Senado, a bancada do PMDB tem dito que não fará pressão sobre a presidente para obter cargos. Os senadores dizem que a manutenção dos ministros Eduardo Braga (Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura) os satisfaz.

No entanto, movimentações recentes irritaram senadores do partido. A oferta do ministério das Comunicações ao PDT enfureceu o líder do PMDB na Casa, Eunício Oliveira (CE), desafeto dos irmãos Ciro e Cid Gomes –hoje no PDT– no Ceará

A distribuição de cargos de peso a integrantes das diversas alas do PMDB é tida pelo governo como a última cartada para tentar desmobilizar um processo de impeachment contra Dilma no Congresso.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por dar o encaminhamento do processo, já disse, contudo, que é contrário às negociações da sigla com o Planalto e defende que o PMDB saia do governo.

O anúncio oficial da reforma ministerial deverá ser feito na próxima quarta (30), mesmo dia em que o Congresso Nacional terminará de analisar seis vetos, dentre eles o que reajusta o salário de servidores do Judiciário e o que estende a todos os aposentados a política de valorização do salário mínimo.

VETOS

Se derrubados, eles podem causar um impacto fiscal de R$ 63 bilhões nos próximos quatro anos. Parlamentares dizem acreditar que a presidente, que volta na terça (29) de viagem ao exterior, poderá esperar o resultado da sessão conjunta do Congresso para apresentar a nova configuração da Esplanada.

A estratégia seria uma forma de não contaminar a votação e dar margem a uma eventual derrota do governo.

Para tentar resolver a crise com o PMDB, que ameaça romper com o Planalto em novembro, quando discutirá o tema em um congresso, Dilma teve que cortar espaço do PT.

Seu partido vai perder a Saúde, as Comunicações e as secretarias das Mulheres, dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial, que formarão a pasta da Cidadania, entregue ao petista Miguel Rossetto.

O Ministério do Governo, que substituirá a Secretaria-Geral, será comandado por Ricardo Berzoini.

Douglas Cintra é peça importante no xadrez político de Caruaru

Por CAROLINA ALBUQUERQUE
Do Jornal do Commercio

Suplente do ministro Armando Monteiro (PTB), o senador Douglas Cintra (PTB), empresário caruaruense, certamente participará com mais propriedade do xadrez político de 2016. Em Caruaru, seu nome já circula como possível candidato majoritário, confirmação difícil de ser feita a um ano das eleições.

“Se tivermos Tony Gel e João Lyra como candidatos, serão 36 anos em que Caruaru teve apenas três prefeitos. É muito tempo. Será que não há espaço para renovação? Não estará na hora de uma novidade?”, provocou.

» Forças tradicionais de Caruaru se articulam para disputa inédita

Douglas Cintra é uma carta “curinga” no jogo já aquecido para o pleito de 2016. Num cenário marcado por rivalidades políticas profundas, ele tem possibilidade de diálogo tanto com Queiroz quanto com João Lyra.

Foi o atual prefeito, de quem já foi secretário municipal, que indicou seu nome para a suplência do então candidato a senador Armando Monteiro, na eleição de 2010. Foi parte desse grupo até 2012 liderado por João Lyra e Queiroz.

Apesar do desentendimento deles, Cintra mantém convergência política com ambas as partes. “Pessoalmente, eu diálogo com todos eles. Politicamente, estou distante da força de Tony Gel, que antigamente era ligado a Drayton. Tenho uma história junto a Lyra e Queiroz”, contou.

Quando questionado se a conjuntura política local de Caruaru permite a abertura de uma nova força, ele responde que a “novidade” pode surgir a partir dos grupos tradicionais. Na posição de ser o primeiro senador oriundo de Caruaru, ele reivindica para si a articulação política.

“O PTB têm hoje o maior cargo na cidade. O prefeito, obviamente, tem a influência na cidade. Mas nacionalmente e no Estado é o senador. Então óbvio que temos que participar do processo. Como petebista, temos obrigação de participar desse cenário do ano que vem”.

Nos bastidores, a leitura é que se Douglas Cintra vier a ser candidato, seja na cabeça de chapa seja na vice, com o apoio de Queiroz, a presença do PDT na Frente Popular estará ameaçada. Isso porque o PTB representa hoje o partido que mais faz oposição ao governo Paulo Câmara (PSB), resultado da eleição acirrada vivida em 2014, quando o socialista venceu Armando Monteiro.

Forças tradicionais de Caruaru se articulam para disputa inédita

Por CAROLINA ALBUQUERQUE
Do Jornal do Commercio

A eleição municipal de 2016 para a Prefeitura de Caruaru tem tudo para ser uma disputa inédita. Isto é, com mais de duas candidaturas de nomes “tradicionais”. Após ultrapassar a marca dos 200 mil eleitores, o principal município do Agreste pode ter, pela primeira vez, uma decisão eleitoral em dois turnos. Os três grupos tradicionais, que se revezam no poder desde a década de 1950, já se movimentam. O primeiro é liderado pelo atual prefeito José Queiroz (PDT), que não possui um nome natural para sucedê-lo. O segundo pelo ex-governador João Lyra Neto (PSB), desafeto de José Queiroz. E o terceiro é o do deputado estadual Tony Gel (PMDB), prefeito por duas vezes da cidade.

Reeleito em 2012, Queiroz enfrenta desde já um desafio para 2016: encontrar um nome forte, competitivo e de confiança para concorrer à sucessão. Isso porque a legislação não permite que ele indique o filho, o deputado federal Wolney Queiroz (PDT). Mesmo com boas taxas de aprovação, o pedetista vai ter que fazer frente às movimentações dos dois outros grupos adversários.

Nesse momento, o prefeito tem sinalizado que não apoiará qualquer nome indicado pelo ex-aliado João Lyra, que tem investido na filha, a deputada estadual Raquel Lyra (PSB). Queiroz nasceu politicamente dentro do grupo Lyra. A aliança, ainda que com algumas rusgas momentâneas, se manteve até 2012, quando João Lyra soltou uma nota na imprensa na qual fazia críticas ao então aliado e retirava seu apoio à campanha de reeleição.

Interlocutor ligado a Queiroz afirmou que o prefeito está atrás de um nome do PDT. “Não há nenhuma possibilidade de ele apoiar João Lyra ou Tony Gel. O PDT não vai abrir mão de conduzir esse processo”, comentou a fonte. Mas como na política o terreno é fértil, o nome do vice, Jorge Gomes (PSB), já tem sido ventilado como possível candidato do atual prefeito.

O problema é que quem detém mais força no PSB de Caruaru é João Lyra Neto, que vai fazer de tudo para alçar o nome da filha. Mas sem mandato desde 2014, quando deixou o comando do governo estadual, ele mesmo pode decidir se candidatar à prefeitura.

“Creio que Jorge Gomes só tem chances de ser candidato no PSB se João Lyra quiser. Até porque ele é membro do PSB nacional e foi um fiel aliado do ex-governador Eduardo Campos. Além de ter uma história reconhecida e popular em Caruaru”, opinou o marqueteiro Marcelo Teixeira, que já coordenou várias campanhas em Caruaru.

Oriundo do grupo político que já foi liderado pelo ex-prefeito Drayton Nejaim, Tony Gel (PMDB) chega a 2016 com uma derrota nas costas. Em 2012, ele colocou a sua esposa, Miriam Lacerda (DEM), para disputar com José Queiroz, que venceu com 57% dos votos válidos.

Historicamente, o peemedebista sempre foi adversário de Queiroz e Lyra. Mas, diante dessa divisão de forças, ele se torna o aliado cobiçado. “Os três devem ter candidatos no primeiro turno. No segundo, é que abre para as alianças possíveis. Mas numa situação em que teríamos João Lyra e Tony Gel candidatos, o escolhido de José Queiroz entraria numa briga muito forte”, analisou Marcelo Teixeira. Além da esposa, que teve um bom desempenho em 2012, Tony Gel ainda investe no filho, Toninho Rodrigues, que pode ter seu protagonismo em 2016.

A construção desses palanques, certamente, passará pelas mãos do governador Paulo Câmara (PSB), contra quem pesa a inexperiência política. A tarefa não será fácil pois desagradar alguma dessas lideranças significa interferir em acordos eleitorais futuros. Exímio articulador, até o falecido ex-governador Eduardo Campos não conseguiu impedir a ruptura entre Queiroz e Lyra em 2012. Comenta-se que a situação o deixou muito irritado à época.

Neo na disputa por uma chance de tocar no Rock in Rio 2015

Neo (9)

Considerado como um dos melhores achados da atual cena musical de Pernambuco, a banda Neo, liderada pelo músico e compositor José Neto, pretende agora dar um salto na carreira e se apresentar no Rock in Rio 2015. Neo, porém, terá que enfrentar centenas de músicos e bandas que também participam do processo de seleção para o concurso ‘Sua banda no palco Sunset do Rock in Rio’, que vai até o dia 22 de julho. Para votar, basta acessar o link ‘Quero votar em uma banda’, através do site www.rockinrio.vw.com.br/minhabanda/neo.

As cinco bandas mais votadas pelo público e mais cinco escolhidas pela Rádio Mix vão para a final no dia 10 de agosto. A banda Neo, também composta pelos músicos Flávio Uchoa (guitarra), Felipe Perez (baixo) e Theo Holanda (bateria) concorre com o sucesso, ‘Flores‘.

A escolha da banda vencedora será definida por uma Comissão Julgadora, composta por profissionais da Volkswagen, Rádio Mix, Rock in Rio e um artista do cenário musical convidado, que deverão ouvir, julgar e classificar as bandas finalistas, seguindo critérios como: música (arranjos), letra, originalidade e conjunto.

Com um estilo próprio de pop rock moderno, com influências de Lenine, Marcelo Jeneci e John Mayer, José Neto já venceu o prêmio pernambucano de música, por dois anos consecutivos (2013/ 2014), na categoria ‘CD pop/rock’, com os álbuns UR7 e Neo, respectivamente.

Após 10 anos de carreira, o músico pernambucano tem o cuidado especial com timbres e melodias, fazendo do seu disco de estreia solo um misto que vai do pop rock à baladas conceituais, regadas sob um instrumental contemporâneo. A faixa ‘Flores’, tema do primeiro videoclipe, já está bombando nas redes sociais.

Durante os shows, Neo se apresenta com simplicidade uma leitura moderna do rock bem equalizado, com letras marcantes. Repleto de guitarras e baixos bem executados, bateria com forte marcação e um vocal expressivo, o repertório vai delineando um cenário cadenciado, fundindo música e tecnologia em sua melhor forma. Um disco perfeito para embalar festas e baladas especiais.

Os fãs também podem votar através do link no site oficial da banda www.neomusick.art.br.

Deputados de olho na disputa municipal

Por TAUAN SATURNINO
Da Folha de Pernambuco

De olho nas eleições municipais de 2016, pelo menos 22 dos 49 deputados que atuam na Assembleia Legislativa de Pernambuco se dividem, hoje, entre as atividades parlamentares e as costuras em torno da disputa pelas prefeituras de suas cidades-base. Há municípios em que mais de um parlamentar deverá participar da corrida eleitoral. É o caso de Olinda, Recife, Caruaru e Petrolina. O clima de incertezas – provocado pela expectativa de votação do projeto de Reforma Política no Congresso Nacional, que modificaria as regras para as próximas eleições municipais – tem retardado movimentos mais incisivos na definição de candidaturas. Mas nem mesmo isso impediu a articulação de uma aliança entre as bancadas de oposição da Alepe e da Câmara Municipal do Recife, com o objetivo de questionar a gestão do PSB na cidade e, obviamente, antecipar um debate pré-eleitoral.

Apesar de negar qualquer intenção eleitoral na aproximação com das oposições, o líder da oposição na Alepe, Silvio Costa Filho (PTB) – um dos nomes cotados para a disputa ao Executivo recifense – disse que era importante questionar o “projeto do PSB estadual e municipalmente”. “Estamos iniciando um diálogo, mas é consenso que as bancadas de oposição da Câmara do Recife e da Alepe precisam estar mais juntas para fazer oposição a este projeto do PSB, que já dá sinais de esgotamento na capital e no comando do Estado”, comentou.

Em Petrolina, os três deputados estaduais cotados para disputar a prefeitura local são Miguel Coelho (PSB), Lucas Ramos (PSB) e Odacy Amorim (PT). O petista, que já tinha governado a cidade entre 2007 e 2008 (na época filiado do PSB), disse que ainda não houve um processo de “afunilamento” , mas acredita que muitos deputados irão se candidatar. “Com certeza na Assembleia há muitos pré-candidatos em vários partidos. E boa parte irá colocar seus nomes para avaliação. Ao longo do ano vai se dar uma construção de entendimentos e disputas”, comentou.

Por sua vez, Lucas Ramos acredita que os partidos ainda estão aguardando o resultado da Reforma Política para definirem suas estratégias nos municípios. Apesar disto, ele garante que é um dos nomes “fortes” para a disputa majoritária em Petrolina. “O PSB logrou êxito nas urnas de Petrolina, em 2014. Conseguimos eleger lá dois deputados federais e dois estaduais. Certamente nosso partido lançará candidatos a prefeito, mas isso será discutido dentro de um grupo. Ainda é cedo, mas Miguel Arraes dizia que para ser candidato basta ter título e estar filiado. Eu me enquadro nisso”, comentou.

CARUARU

Já em Caruaru, os dois deputados estaduais que têm seus nomes cogitados para a disputa majoritária são Raquel Lyra (PSB), filha do ex-governador e ex-prefeito do município, João Lyra (PSB), e Tony Gel (PMDB), ex-prefeito da cidade – ambos da base do governador Paulo Câmara (PSB). Raquel Lyra disse não acreditar que a Assembleia seja utilizada como “palanque” na disputa pela Prefeitura de Caruaru, ainda que se confirme a possibilidade de uma disputa entre os dois aliados na Alepe. “Há uma diretriz nacional para que o PSB lance candidatos em cidades com mais de 200 mil habitantes. Meu nome pode ser uma opção, mas como deputada estadual, quero fazer uma discussão propositiva sobre Caruaru e não acho bom fazer da Alepe palanque para a eleição”, comentou.

Já Tony Gel disse que o governador Paulo Câmara (PSB) está em uma situação privilegiada em Caruaru, embora também ache que é cedo para discutir a sucessão municipal. “Quero crer que a Assembleia não fique municipalizada. Há um cuidado de não se trazer para a Alepe questões meramente paroquiais. Pessoalmente não estou pensando nisso, até porque pairam dúvidas em aspectos políticos e eleitorais. Não sei o que pensa o governador em Caruaru, mas para ele é confortável pois as forças que se contrapõem localmente estão unidas em relação a ele”, afirmou. Nos últimos 30 anos apenas três prefeitos governaram Caruaru, em uma espécie de revezamento: João Lyra, Tony Gel e o atual gestor José Queiroz (PDT).

Festival de violeiros realiza disputa entre estados

Um grande festival de violeiros, de estado contra estado, vai animar o Recife, nesta sexta-feira (20). Estarão na disputa duplas de repentistas de cinco estados do Nordeste: Pernambuco (Ivanildo Vila Nova e Luciano Leonel), Rio Grande do Norte (Raulino Silva e Antônio Lisboa), Ceará (Paulo Pereira e Genaldo Pereira), Piauí (Hipólito Moura e Edmilson Ferreira) e Paraíba (Raimundo Caetano e Sebastião Silva). De acordo com os organizadores, esses são os estados onde esse tipo de cantoria é mais forte.

Os temas das disputas serão preparados e colocados em envelopes lacrados e sorteados no palco, na hora da apresentação, para que seja totalmente de improviso. Os assuntos serão os mais variados possíveis. Os itens julgados são: rima, métrica e oração. Cada dupla discorre sobre quatro modalidades, três em julgamento e uma livre.

A comissão julgadora do festival é formada por Mariana Teles, escritora, poetisa e declamadora de Tuparetama, Djair Olímpio, poeta repentista de Gravatá, e Heleno Alexandre, poeta repentista de Sapé.

O Festival de Repentista Estado contra Estado será realizado no auditório do Sindsprev, localizado na Rua Marquês de Amorim, no Bairro da Boa Vista, em Recife, e começa às 20h. Os ingressos custam R$ 20,00.

Disputa política não pode chegar ao Judiciário, alerta Humberto

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), declarou nesta terça-feira (9) que a disputa política não pode chegar ao Poder Judiciário. Em discurso na tribuna do Senado, o parlamentar afirmou que estranha imensamente a “recomendação técnica” supostamente feita por servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que as contas de campanha da presidenta Dilma Rousseff sejam reprovadas pela Corte. A reprovação pode causar, em última instância, o impedimento da sua diplomação para o cargo.

Segundo Humberto, essa nova suspeição levantada contra a reeleição de Dilma vem travestida sob a amorfa e anônima classificação de “recomendação técnica”. Ele tem convicção, porém, de que as contas da campanha do PT serão aprovadas pela Justiça.
“Fato inusitado na história deste país e da sua Justiça Eleitoral, pretensas imprecisões em despesas e receitas de campanha são apresentadas hoje como mais um artifício de intimidação a uma presidenta legitimamente eleita. Fico me perguntando quando esse tipo de acossamento terá fim”, afirmou.

O senador ressaltou outras iniciativas que atentam contra o resultado democrático alcançado nas urnas em novembro, como o pedido feito pelo PSDB junto ao TSE para auditar urnas eletrônicas e o apoio de parte da oposição às manifestações de rua que desejam o impeachment da presidenta.

“Se isso fosse apenas parte do despautério dessa meia dúzia de hidrófobos que anda espumando raiva em balneários ou em passeatas fracassadas, até se entenderia. Mas preocupa o fato de ver que alguns magistrados – cuja função é regida, entre outros princípios sagrados à Justiça, pela sobriedade e pela imparcialidade – estejam escondendo uma verdadeira comichão política sob a toga”, observou.

Humberto disse que se preocupa com o julgamento que será feito sobre as contas de campanha do PT. Para ele, não pode haver qualquer diferença de tratamento na análise das contas de todos os candidatos que disputaram a eleição, e o rigor deve ser o mesmo em todos os casos.

“Nós sabemos, por exemplo, que o candidato do PSDB contratou dois juízes famosos, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal, para defendê-lo em um processo que se refere ao período em que era governador de Minas Gerais. Ora, essa despesa não deveria ter sido paga pela pessoa física de Aécio? Por que isso não é divulgado pela mídia?”, questionou.

O parlamentar se referiu à obra no aeroporto de Cláudio (MG), no valor de R$ 14 milhões, construída com recursos do governo mineiro em um terreno que pertencia a um parente do senador Aécio Neves.

Humberto lembrou ainda que a candidata Marina Silva não informou, na sua prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral, a origem e a propriedade do avião utilizado durante parte da sua campanha.

O líder do PT destacou que, mesmo em meio a tantos ataques à presidenta, 75% da população, segundo pesquisa Datafolha, avaliam positivamente o Governo Federal. Desse total, a maior parcela, 42%, considera o governo da presidenta ótimo ou bom. Além disso, 68% dos brasileiros atribuem à figura de Dilma a responsabilidade pela cruzada contra a corrupção.

“Fica comprovado, então, o que já tive oportunidade de chamar a atenção aqui desta tribuna: que os derrotados nas urnas continuam sendo derrotados pelos brasileiros; que as suas atitudes não encontram eco no país; que os brasileiros querem trabalhar, estão interessados em ver o país crescer, progredir e já não suportam mais esse lenga-lenga prolongado de eleição em que se meteram algumas carpideiras”, disse. “Arrumem com o que se o ocupar e deixem a presidenta trabalhar.”