Ao lado de Dilma, Humberto aposta na recuperação econômica em 2016

Ao participar da reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional nesta terça-feira (2) ao lado da presidenta Dilma Rousseff e do presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a expectativa para este ano é de melhora do quadro econômico e do ambiente político no país.

Segundo o parlamentar, as iniciativas tomadas pelo Governo Federal no ano passado para reequilibrar as contas públicas e retomar o crescimento, que contaram com o auxílio do Parlamento, irão começar a repercutir ao longo de 2016. “Acreditamos que a tensão política vai diminuir, pois o tema do impeachment não deverá seguir adiante no Legislativo. Com isso, a economia irá se fortalecer, principalmente a partir das ações já desenvolvidas”, declarou.

Humberto acredita que a união da base aliada ao Palácio do Planalto, que “está mais sólida no Senado e está se fortalecendo na Câmara”, é fundamental para a melhora do cenário político.

Ele considerou extremamente positiva a ida da presidenta Dilma ao Congresso para ler a mensagem do Executivo ao Legislativo na tarde de hoje. Segundo ele, a presidenta demonstrou claramente que quer dialogar, inclusive com a oposição, e trouxe propostas que podem tirar o país da atual dificuldade que atravessa. “A vinda dela aqui foi um gesto nobre e abre espaço para o diálogo”, comentou.

Para o congressista, o sentimento da bancada do PT no Senado é de que todos os brasileiros estão conscientes de que é necessário aplicar medidas para recuperar as finanças públicas. “O Governo vem fazendo a parte dele, adotando uma série de medidas e cortes orçamentários”, reiterou.

O parlamentar avalia que é preciso intensificar o debate sobre a recriação da CPMF e tratar da reforma da Previdência com profundidade, preservando conquistas e direitos, conforme defende o Planalto.

“Sabemos que, hoje, é difícil aprovar a volta da CPMF, mas, com o tempo e com a participação de governadores e prefeitos, creio ser possível convencer a sociedade da sua necessidade”, afirmou.

Em relação à reforma do sistema previdenciário, o líder do PT contesta as críticas feitas por setores da sociedade, pois as eventuais mudanças sugeridas só irão atingir as gerações futuras – e não a atual. “Há um grupo específico de autoridades que vai discutir e construir um projeto comum. Não vejo por que criam um ambiente de animosidade com o Governo”, disse.

Contas do setor público fecham ano com déficit recorde de mais de R$ 111 bilhões

 Da Agência Brasil

A União, os estados e os municípios fecharam 2015 com déficit de R$ 111,249 bilhões nas contas públicas. O défícit primário, receitas menos despesas sem considerar os gastos com juros, é o pior da série histórica iniciada em 2001 e o segundo resultado anual negativo seguido. Em 2014, o déficit primário ficou em R$ 32,536 bilhões. Em dezembro, o déficit primário ficou em R$ 71,729 bilhões, contra o resultado negativo de R$ 12,894 bilhões registrados no mesmo mês de 2014.

O déficit do setor público correspondeu a 1,88% de tudo o que o país produz, o Produto Interno Bruto (PIB). Em 2014, essa relação ficou em 0,57%.

No ano passado, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) registrou déficit primário de R$ 116,656 bilhões. Os governos estaduais registraram superávit primário de R$ 9,075 bilhões, e os municipais de R$ 609 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 4,278 bilhões em 2015.

Os gastos com os juros que incidem sobre a dívida chegaram a R$ 501,786 bilhões em 2015, contra R$311,380 bilhões registrados no ano anterior. Em relação ao PIB, os gastos com juros no ano passado ficaram em 8,46%.

O déficit nominal, formado pelo resultado primário e as despesas com juros, chegou a R$ 613,035 bilhões no ano passado, ante R$ 343,916 bilhões de 2014. O resultado negativo correspondeu a 10,34% do PIB em 2015.

A dívida líquida do setor público (o balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 2,136 trilhões em dezembro, o que corresponde a 36% do PIB, com aumento de 1,7 ponto percentual em relação a novembro. A dívida bruta (que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 3,927 trilhões ou 66,2% do PIB, com alta de 1,1 ponto percentual em relação a novembro.

Contas públicas fecham 2015 com déficit recorde de R$ 111 bi

Do Terra

A união, os estados e os municípios fecharam 2015 com déficit de R$ 111,249 bilhões nas contas públicas. O défícit primário, receitas menos despesas sem considerar os gastos com juros, é o pior da série histórica iniciada em 2001 e o segundo resultado anual negativo seguido. Em 2014, o déficit primário ficou em R$ 32,536 bilhões. Em dezembro, o déficit primário ficou em R$ 71,729 bilhões, contra o resultado negativo de R$ 12,894 bilhões registrados no mesmo mês de 2014.

O déficit do setor público correspondeu a 1,88% de tudo o que o país produz, o Produto Interno Bruto (PIB). Em 2014, essa relação ficou em 0,57%.

No ano passado, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) registrou déficit primário de R$ 116,656 bilhões. Os governos estaduais registraram superávit primário de R$ 9,075 bilhões, e os municipais de R$ 609 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 4,278 bilhões em 2015.

Os gastos com os juros que incidem sobre a dívida chegaram a R$ 501,786 bilhões em 2015, contra R$311,380 bilhões registrados no ano anterior. Em relação ao PIB, os gastos com juros no ano passado ficaram em 8,46%.

O déficit nominal, formado pelo resultado primário e as despesas com juros, chegou a R$ 613,035 bilhões no ano passado, ante R$ 343,916 bilhões de 2014. O resultado negativo correspondeu a 10,34% do PIB em 2015.

A dívida líquida do setor público (o balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 2,136 trilhões em dezembro, o que corresponde a 36% do PIB, com aumento de 1,7 ponto percentual em relação a novembro. A dívida bruta (que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 3,927 trilhões ou 66,2% do PIB, com alta de 1,1 ponto percentual em relação a novembro.

Governo acena com crédito de R$ 83 bi para reaquecer a economia

Do Congresso em Foco

Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciou que o governo pretende utilizar recursos dos bancos públicos – Banco Nacional de Desenvolvimento o Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, do Nordeste a da Amazônia – para aumentar o crédito, principalmente para os segmentos que possam gerar mais postos de trabalho e para o agronegócio. Barbosa estima o volume de recursos em R$ 83 bilhões. O valor para o custeio agrícola operado pelo Banco do Brasil deve chegar a R$ 10 bilhões este ano. O governo também pretende utilizar o FGTS como garantia para ampliar os empréstimos consignados dos trabalhadores do setor privado.

Barbosa também sugeriu que o governo envie um projeto ao Congresso propondo a criação de um limite legal para a elevação do gasto público. Para compensar eventuais quedas na arrecadação de tributos, o ministro propôs que este limite seja flexível, o que evitaria problemas com o Tribunal de Contas e com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A reunião desta quinta do conselhão foi a primeira depois de um ano e meio e contou com a presença da presidente Dilma Rousseff. O conselho é formado por ministros de estado e representantes de vários segmentos do empresariado, das centrais sindicais e da sociedade civil convidados pela presidente.

O objetivo do governo com a reunião desta quinta é dividir com os representantes do setor privado as medidas que possam reaquecer a economia. Falando em nome do setor privado na abertura da reunião, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, fez um discurso recheado de preocupação com o aprofundamento da recessão. “Com recessão, todo mundo perde”, ressaltou. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também discursou e deixou a entender que este ano a tendência é que os reajustes dos preços administrados pelo governo sejam menores.

Durante a sua explanação, a presidente Dilma disse que precisava das ideias dos conselheiros para que o governo adote medidas e o país volte a crescer. Ela voltou a defender a criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) como alternativa para possibilitar o equilíbrio fiscal nas contas da União e a reforma da Previdência, com a ampliação das idades mínimas para as aposentadorias.

Intenção de Consumo das Famílias cresce 1,3% de dezembro para janeiro

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,3% de dezembro para janeiro deste ano. Essa é a segunda alta consecutiva do indicador, na comparação mensal. Na comparação com janeiro de 2015, no entanto, o índice recuou 35,3%, marcando a 37ª queda consecutiva neste tipo de comparação. Os dados foram divulgados hoje (19) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A alta de 1,3% na comparação mensal foi acompanhada por todos os sete componentes do ICF. Os maiores acréscimos foram observados na perspectiva de consumo (3,3%), momento para a compra de bens duráveis (1,8%), perspectiva profissional (1,5%) e nível de consumo atual (1,4%).

Segundo a CNC, a alta mensal foi influenciada pela melhora nas expectativas para os próximos meses e é típica de começos de ano.

Por outro lado, a queda de 35,3% na comparação anual foi provocada por quedas nos sete componentes: momento para duráveis (-50,1%), perspectiva de consumo (-49,1%), nível de consumo atual (-45,1%), compra a prazo (-38,6%), renda atual (-30,8%), perspectiva profissional (-20,5%) e emprego atual (-19,5%).

Intenção dos MPEs em contratar crédito é baixa

O ano de 2015 definitivamente demonstrou uma baixa disposição dos micro e pequenos empresários (MPEs) em contratar crédito para seus empreendimentos, refletindo o cenário econômico adverso no Brasil. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que apenas 9,4% desses empresários têm a intenção de procurar crédito pelos próximos três meses. O indicador mensal registrou em dezembro apenas 13,14 e ficou praticamente estável na comparação com o mês anterior, quando registrou 13,47 pontos.

O resultado é considerado baixo, visto que a escala do indicador varia de zero a 100. Quanto mais próximo de 100, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para os seus negócios.

Na avaliação do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a economia brasileira não inspira a confiança necessária para que os empresários assumam compromissos de longo prazo, principalmente em um momento em que os brasileiros estão diminuindo o consumo de bens e serviços. “Os problemas que compõem o complicado cenário econômico atual contribuem para aumentar as incertezas em relação ao futuro da economia e dos negócios”, diz Honório.

O ambiente de recessão e juros em alta não é, contudo, a única explicação para a baixa demanda por crédito. Entre os empresários que não pretendem contratar, mais da metade (51,6%) dizem que conseguem manter o negócio com recursos próprios, e 25,5% alegam que no momento não estão pensando em fazer investimentos na empresa.

Para aqueles que pretendem tomar crédito nos próximos meses, o microcrédito aparece como a principal modalidade a ser contratada, sendo mencionada por 47,4% dos entrevistados, seguida pelo cartão de crédito empresarial (19,7%). De acordo com o SPC Brasil, o crédito destina-se, principalmente, para capital de giro (46,1%), compra de estoques ou insumos (30,3%) e para a reforma da empresa (25%).

Qualidade de vida do colaborador em pauta em meio à crise

Muito se engana quem pensa que num momento de crise as empresas devem se preocupar apenas em aumentar as vendas e recuperar os lucros. O capital humano das organizações também está pedindo socorro e precisando de atenção. Ainda mais quando a Organização Internacional do Trabalho (OIT), na última pesquisa divulgada em 2014, alertou que num total de 2,34 milhões de mortes relacionadas ao a cada ano, somente 321.000 se devem a acidentes. Os alarmantes 2,02 milhões são causadas por diversos tipos de enfermidades, o que equivale a uma média diária de mais de 5.500 óbitos.

Mesmo com dados tão assustadores, ainda é pouco comum ver empresas se preocupando em promover o bem-estar no ambiente de trabalho. Aqui em Caruaru, a CP Construção, empresa do segmento da construção civil, está com um projeto que vem dando o que cantar, ou melhor, o que falar! A cada sexta-feira, no horário do almoço, é sugerido um momento de lazer para os colaboradores do escritório. A programação atende a diversos gostos: o cinema para quem quer descansar um pouco a mente; uma competição de just dance para quem gosta de dançar; karaokê para quem quer mostrar seus talentos musicais; jogos de conhecimento, como Soletrando e Jogo do Milhão, além de um torneio de xadrez para quem tem habilidade com tabuleiro e estratégias. Além disso, está previsto para começar aulas de inglês online, após a jornada de trabalho.

“Unir a equipe é a proposta da empresa.” Isso é o que afirma o gerente administrativo Sérgio Laurentino. “Com a mudança para o novo escritório, conquistamos um auditório com uma boa estrutura. Isso facilitou muito. Aos poucos pude ir colocando em prática algumas ideias para deixar a equipe mais entrosada. É um momento único, todos brincam, se divertem, e, nas competições, entregamos brindes aos vencedores. No turno da tarde, todos estão mais leves e produzem com mais entusiasmo”, afirma Laurentino.

Atividade econômica tem queda de 0,52% em novembro

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou queda de 0,52% em novembro de 2015 na comparação com outubro. O dado é dessazonalizado (ajustado para o período). O IBC-Br foi divulgado hoje (15) pelo Banco Central (BC). Segundo os dados revisados, em 2015 só houve crescimento em fevereiro (0,53%).

Em novembro, comparado ao mesmo mês de 2014, houve queda de 6,14%, de acordo os dados sem ajustes, já que a comparação é feita entre meses iguais. Nos onze meses do ano, contra igual período de 2014, houve queda de 3,85%. Em 12 meses encerrados em novembro, a retração chegou a 3,53% (dados sem ajuste).

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira a cada mês. Mas o indicador oficial sobre o desempenho da economia é o Produto Interno Bruto (PIB), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado trimestralmente.

Economia deve encolher 3,6%, este ano e 1,9% em 2016, mostra relatório

O Banco Central (BC) espera por maior retração da economia este ano. A projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 2,7%, divulgada em setembro, para 3,6%. A informação é do Relatório de Inflação divulgado hoje (23). Para 2016, a estimativa de queda do PIB é 1,9%.

A produção agropecuária deverá aumentar 0,5% no próximo ano. Já a indústria terá queda de 3,9%, terceiro recuo anual consecutivo. O setor de serviços deverá recuar 1,2% em 2016, seguindo a dinâmica da produção industrial e do consumo das famílias.

O consumo das famílias deve cair 2%, uma melhora em relação à retração projetada para este ano (3,8%). Segundo o BC, a projeção para 2016 “considera os efeitos da evolução mais favorável da massa ampliada de rendimentos (massa salarial e benefícios sociais recebidos pelas famílias), que deverá repercutir o aumento significativo esperado para o salário mínimo, e da trajetória mais benigna da inflação”. O salário mínimo deve subir de R$ 788 para R$ 871, em janeiro. A projeção do BC para a inflação este ano é 10,8% e para 2016, 6,2%.

Os investimentos – Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – devem apresentar recuo de 9,5%, em 2016. Neste ano, a projeção é de retração de 14,5%. De acordo com o BC, a perspectiva é que “choques que impactaram acentuadamente a evolução dessa componente da demanda em 2015 não se repitam com a mesma intensidade em 2016”. “A retração anual repercute, em especial, o cenário negativo para a construção civil e o recuo acentuado na absorção de bens de capital, em ambiente de encarecimento do crédito e níveis historicamente reduzidos da utilização da capacidade instalada”, acrescentou o BC.

O banco prevê ainda que “o menor dinamismo da economia brasileira seguirá causando impacto nas importações de bens e serviços, que deverão recuar 11% em 2016, contrastando com a projeção de crescimento de 2% para as exportações”.

Mudança na equipe econômica dependerá das prioridades do governo, diz Levy

Da Agência Brasil

Quaisquer mudanças na equipe econômica dependerão de o governo definir quais são suas prioridades, disse hoje (18) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em café da manhã com jornalistas, ele evitou confirmar se está de saída do governo e disse que não quer criar nenhum constrangimento à presidenta Dilma Rousseff.

“O ano fiscal se encerrou. Isso abre tantas alternativas. Meu objetivo não é criar nenhum tipo de constrangimento ao governo. Temos de ter clareza [sobre] qual é a prioridade nas diversas demandas do governo e da presidente. Qualquer mudança vai depender disso”, declarou o ministro.

Apesar de insistentes perguntas dos jornalistas, o ministro não confirmou ou desmentiu que esteja deixando o governo. Ele disse apenas que é importante verificar as mudanças que a equipe econômica conseguiu implementar neste ano e o comprometimento com reformas estruturais, em vez de fazer especulações sobre o risco que representaria sua saída do cargo.

“Tudo tem risco. As pessoas olham o risco, mas o importante é olhar o retorno. [O país] precisa manter certos rumos e concluir as reformas para não ficar parado. Acho que é isso o que estou tentando falar”, declarou.

Ontem (17) à noite, diversos veículos de comunicação informaram que, no encerramento da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), Levy falou em tom de despedida que não estaria na próxima reunião do órgão, em 21 de janeiro. O ministro evitou negar as aspas, dizendo que todas as reuniões do CMN são secretas.

“Só posso dizer que hoje lembrei a alguns o que dizia meu ex-colega Pedro Malan [ministro da Fazenda de 1995 a 2002] em relação às reuniões do Conselho Monetário Nacional. Tudo o que é dito nesta sala permanece exclusivamente nesta sala. Não tenho entendimento do que vocês falaram. Vocês [jornalistas] não devem ficar exarcebando a incerteza”, acrescentou o ministro.

Nesta semana, o ministro da Fazenda sofreu uma derrota quando o Congresso Nacional, por meio de um acordo com o governo, reduziu a meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de 0,7% (R$ 43,8 bilhões) para 0,5% (R$ 30,5 bilhões) do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) em 2016. O ministro tinha se comprometido com a meta de 0,7% para a União, os estados e os municípios, mas o governo conseguiu reduzir a meta para evitar o corte de R$ 10 bilhões no Bolsa Família para o próximo ano.

Inicialmente, o governo tentou incluir um mecanismo para abater investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e gastos com epidemias e desastres naturais, mas um acordo de líderes na Comissão Mista de Orçamento (CMO) derrubou o dispositivo, que permitiria que o esforço fiscal fosse zerado no próximo ano. Ao ser questionado sobre se a derrubada dessa possibilidade de abatimento representou uma vitória da Fazenda, o ministro disse que o fato demonstrou a independência do Congresso.

“Essa foi uma vitória não da Fazenda, mas do Congresso. O importante é ter meta clara. Mas é importante lembrar que a meta clara também pressupõe disposição de [o Congresso] garantir receitas necessárias [como a aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira] para o Executivo executar orçamento aprovado. Não dá tarefa para alguém sem dar os meios. Isso mostra a independência e o funcionamento harmônico entre os poderes”, disse.