Dia dos Namorados: Lojistas locais esperam superar projeção nacional

Pedro Augusto

Além de influenciar as vendas durante todo o período junino, a crise financeira do país também deverá afetar o desempenho do comércio local no Dia dos Namorados (12 de junho). A CDL de Caruaru não arriscou apontar uma estimativa para a data, mas se o baseamento corresponder à projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os lojistas da rua 15 de Novembro, no Centro, não terão muito que comemorar. No âmbito nacional, a expectativa é de que neste ano o comércio varejista registre uma queda nas vendas de 0,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Se a tendência se confirmar será o pior resultado do setor dos últimos 11 anos. Querendo manter o otimismo provocado pelo São João, os lojistas de Caruaru esperam não comprovar o cálculo nacional. “O mês só está começando e a expectativa é de que o movimento melhore com a proximidade do Dia dos Namorados, até porque o brasileiro deixa tudo para a última hora. Da forma mínima que seja, esperamos superar o faturamento do ano passado. Apesar da crise, precisamos manter o otimismo”, destacou a gerente da Beijamim Confecções, Gisele Alves.

Tradicionalmente bastante impulsionadas na data, as lojas de aparelho celular também vêm sentindo os efeitos da crise, contudo prometem ir de encontro com a projeção da CNC. “Este ano não tem sido um dos melhores para o comércio de Caruaru, mas nossa expectativa é vender igual ao último Dia dos Namorados. Agora a loja está cheia de clientes, o que nos deixa animados, mas nos últimos meses ela esteve vazia por diversos dias. Mas o problema da queda no fluxo dos clientes não tem sido apenas nosso. Todo o setor está sentindo a crise”, comentou a gerente da Claro, Marclébia Iane.

De acordo com o economista Maurício Assuero, se nem o Dia dos Namorados impulsionar as vendas no período junino, a tendência é de que haja queimas de estoque já no intervalo. “Geralmente elas ocorrem somente em julho, mas se até o próximo dia 15 o volume de vendas não estiver satisfatório, deveremos verificar queimas no comércio local, não com aquelas promoções loucas, mas sim com descontos gradativos”, avaliou.

A esperança agora é o São João

Pedro Augusto

O aporte no calendário do Maior e Melhor São João Mundo não estava sendo aguardado ansiosamente apenas pelos forrozeiros de plantão. Nem de longe. A contagem regressiva para o início do evento mais popular do Nordeste também foi realizada com bastante atenção pelos lojistas da rua 15 de Novembro, no centro de Caruaru. Não só pela lucratividade alta que tradicionalmente é observada nesta época nas lojas – considerada na cidade a segunda melhor do ano em termos de vendas -, mas ainda pelo impacto alentador que deverá provocar nos cofres dessas empresas na difícil temporada de 2015. Se nos últimos cinco meses, o clima foi de fim de festa no comércio do município, agora a expectativa é de dias melhores no segmento.

E neste ano os comerciantes não se encontram nem tão exigentes quanto aos desempenhos de vendas para o período junino. Se após a queima da última fogueira, no Dia de São Pedro (29), eles tiverem conseguido ao menos registrar faturamento semelhante ao de 2014, já estará de bom tamanho. Foi o que ressaltou a supervisora da Parceria Premium, Marilu Beltrão. “Sentimos um acréscimo no fluxo de consumidores desde a última quinzena de maio, mas, diante dessa crise financeira, não sabemos se iremos superar o desempenho do ano passado. Se conseguirmos ao menos empatar, já ficaremos satisfeitos, até porque 2015 está sendo muito difícil para todo o comércio.”

Com discurso similar ao da supervisora, o gerente da Essencial, Erisvan Silva, espera confirmar o otimismo somente nas próximas semanas. “A festa começou no último fim de semana, mas até agora, infelizmente, nos encontramos no vermelho. Torcemos para que o movimento melhore nos próximos dias, até porque investimos bastante para a época. Contratamos mais mão de obra, bem como adquirimos novos produtos. Com essa crise, se alcançarmos resultado semelhante ao do São João do ano passado, já será positivo.” Por conta dela, a rede de calçados acabou contratando 10% menos em relação ao mesmo período de 2014.

Apesar da queda na assimilação de mais mão de obra, a Essencial poderia ser considerada como uma exceção na regra diante do atual cenário do setor. “Fazendo um comparativo com os cinco primeiros meses de 2015 e o mesmo intervalo de 2014, observamos que houve uma queda brusca nas vendas. Consequentemente, o desemprego aumentou e o número de contratações diminuiu. Para se ter ideia, atualmente o volume de desemprego no comércio e na indústria local encontra-se 20% maior em relação a 2014. As lojas que decidiram manter o mesmo quadro de funcionários é porque investiram em capacitações e não querem perder a mão de obra qualificada”, explicou o presidente da CDL de Caruaru, Márcio Porto.

Assim como os lojistas, ele aguarda que o São João impulsione as vendas do comércio. “O momento atual do país é de recessão, a economia vem passando por uma crise, mas com a chegada do período junino, há a expectativa de um habitual crescimento na demanda. Em termos gerais, não contamos com uma estimativa oficial, mas se o volume de vendas 2015 ficar no mesmo patamar do de 2014 poderemos afirmar que alcançamos um bom resultado”, finalizou Márcio.

Feira da Beleza começa nesta sábado

Indústrias de cosméticos, móveis, equipamentos, acessórios e insumos destinados a salões de beleza e clínicas de estética estarão expondo seus últimos lançamentos na Feira da Beleza do Nordeste – HAIRNOR 2015 que começa no neste sábado (6) e vai até a segunda-feira no Centro de Convenções de Pernambuco – Recife. O Evento deve atrair mais de 40 mil pessoas entre empresários e profissionais do segmento, incluindo cabeleireiros, manicures, maquiadores, esteticistas, além do público em geral que poderá adquirir produtos em condições especiais. A expectativa é de uma movimentação de negócios da ordem de R$ 13 milhões.

Mais de 200 expositores estarão participando da Feira. “Além de trazer para o Nordeste as últimas novidades do mercado, sinalizando tendências e lançando produtos, a HAIRNOR oferece ainda a oportunidade de capacitação para os profissionais do segmento da beleza por meio de workshops, seminários e congresso”, afirma Stanley Athayde, organizador do evento.

Fazem parte da programação os workshops “Modelo Inédito de Gestão para Salões de Beleza”, ministrado pelo empresário Edson Borgo, presidente da indústria E-Cosmetics Internacional Salon; “A verdadeira maquiagem 3D”, com palestra do maquiador de celebridades Henrique Mello; “Jornada Técnica Científica em Cosmetologia e Tricologia”, com a especialista Luciana Freitas; além do workshop “Cortes Passo a Passo: Tratamentos Bottox Capilar e Plástica dos Fios, ministrado por Lúcio Mauro, hair stylist com gabarito internacional.

Além destes, será realizado, no pavilhão de exposição da feira, o II Congresso de Estética e Cosmética HAIRNOR 2015. Nesse Evento, especialistas da área de saúde e bem estar vão apresentar as novidades em tratamentos, produtos, equipamentos, tecnologias faciais e corporais. Entre os temas que serão abordados estão “Envelhecimento cutâneo associado à ingestão de açúcar”, “Modelagem facial utilizando a vacuoterapia e cosmetologia” e “Terapias anti-age com tecnologias faciais combinadas”, entre muitos outros.

O congresso conta com o apoio educacional da Faculdade Integrada de Pernambuco – FACIPE e é destinado aos profissionais da área de estética. A Faculdade realizará, também, no dia 5/junho, o curso pré-congresso sobre “Peeling químicos e mecânicos-tratamento e prevenção do envelhecimento cutâneo facial e corporal e estrias atróficas” e o curso pós-congresso, no dia 9/junho, de “Criolipólise”. Para inscrições nesses cursos, contato é pelo fone: (81) 3878-5141.

No sábado, a HAIRNOR funcionará das 14h às 20h. No domingo e segunda-feira o horário da feira é das 12h às 20h. O valor do ingresso é de R$ 30,00, valido para os três dias do evento.

Os participantes dos workshops e do congresso de estética têm entrada franca no pavilhão de exposições. Mais informações sobre a Feira podem ser obtidas pelos números (81) 3467- 6572 ou (81) 3327 6289.

Desempregados no Brasil atingem maior número desde o início da Pnad Contínua

O número de pessoas desempregadas no Brasil chegou a 8,03 milhões no trimestre encerrado em abril deste ano, segundo dados divulgados hoje (3). Esse é o maior contingente de desocupados desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em janeiro de 2012.

A Pnad Continua tem o objetivo de produzir informações contínuas sobre a inserção da população no mercado de trabalho. A inserção é estudada levando em consideração as características demográficas e de educação da população, e, também, os dados relacionados com o desenvolvimento socioeconômico do país.

A pesquisa do IBGE é realizada por meio de uma amostra de domicílios de forma a garantir a representatividade dos resultados. A cada trimestre, são investigados 211.344 domicílios particulares permanentes, distribuídos em cerca de 3.500 municípios.

O recorde de desempregados anterior havia sido registrado no trimestre encerrado em março deste ano (7,93 milhões). A população desocupada no trimestre encerrado em abril é 14% maior do que a observada no mesmo período do ano passado.

O total da população ocupada ficou em 92,18 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, o que significa uma perda de 511 mil postos de trabalho em relação ao trimestre encerrado em janeiro deste ano. No entanto, se comparado ao trimestre encerrado em abril do ano passado, houve a geração de 629 mil postos de trabalho.

Os empregos com carteira assinada no setor privado tiveram  reduções de 1,1% na comparação com o trimestre encerrado em janeiro deste ano e 1,5% na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2014. Já os empregos sem carteira caíram 3,6% e 3,7% nesses tipos de comparação. Cresceram tanto os trabalhadores por conta própria (4,9%) quanto os empregadores (9%), na comparação com o ano passado.

Entre os segmentos de atividade, na comparação com janeiro, apenas a construção teve queda nos postos de trabalho (-3,7%), os demais ficaram estáveis. Já na comparação com abril do ano passado, houve recuos na construção (-7,6%) e administração pública (-9,5%) e altas nos serviços prestados (6,7%) e educação (7,2%).

A taxa de desocupação ficou em 8% no trimestre encerrado em abril, superior às observadas no trimestre encerrado em janeiro deste ano (6,8%) e no trimestre encerrado em abril do ano passado (7,1%).

“Esse aumento maior da taxa de desocupação é em função da baixa geração de vagas. Houve uma queda na população ocupada de meio milhão em um período recente. No ano, há um aumento da população ocupada, mas um aumento inferior ao crescimento normal da população. Além disso, você tem perda no emprego com carteira e sem carteira, que podem estar se revertendo em trabalho tanto como conta própria quanto como empregador, ambos de forma não registrada”, disse o pesquisador do IBGE Cimar Azeredo.

Da Agência Brasil

OPINIÃO: “Cortes no Orçamento”

Por Maurício Assuero

Depois de muita espera o governo divulgou, na sexta 22.05, o tamanho do corte imposto ao nosso combalido orçamento: R$ 69,9 bilhões! Quase que Levy ia embora do governo porque ele queria mais e nem apareceu para anunciar as medidas junto com Nelson Barbosa (Ministro do Planejamento). Levy queria mais e, no fundo, ele tem razão porque sua vontade seria resolver a questão de uma vez por todas e não precisar, num segundo momento, justificar a necessidade de novos cortes. Foi complicado convencê-lo a permanecer, mas a equipe continua.

Nós já tivemos oportunidade de dizer, neste espaço, que o corte é necessário (embora o momento de ter sido proposto está defasado de uns quatro anos), agora mais uma vez o governo passa o recibo de infantilidade porque cortou valores de ações fundamentais para o crescimento econômico. O ministério da saúde perdeu R$ 11,9 bilhões e visto dessa forma o governo prefere o trabalhador doente, fora do sistema produtivo, entregue ao sistema de saúde, gerando mais despesas. Neste ano a quantidade de casos de dengue, zika, e outras mazelas cresceu mais do que o PIB ao longo dos 12 anos de governo petista.

Retirar R$ 9,32 bilhões da educação, atingido programas como o Ciência sem Fronteira (lembre que este programa foi criado para incrementar o desenvolvimento tecnológico do país), ou mesmo ser obrigado a alterar as condições do FIES por absoluta falta de planejamento, é simplesmente idiotice. Cabe lembrar que as medidas contingenciais afetam diretamente os trabalhadores (abono salarial só será pago com 90 dias de trabalho e não mais 30; o seguro desemprego só terá acesso aquele que tiver mais de doze meses de trabalho com carteira assinada, etc.) e não há uma linha sequer em relação aos programas sociais, famigerados programas sociais, que simplesmente agem como um cordão umbilical gerando uma dependência infinita dos beneficiários perante o governo e que se transforma em votos. Esse é o X da questão: os partidos não estão interessados em equilibrar as contas. Estão interessados em se manter no poder.

Vamos mais uma vez falar do Programa Bolsa Família. Não há dúvida de que ele foi importante para melhorar o índice de miséria do país. Agora, comemorar o aumento de pessoas beneficiadas com o programa é burrice! A gente tem que comemorar é a quantidade de pessoas que saem do programa e se saem o fazem porque encontraram um trabalho digno, um trabalho que resgate a cidadania. Note que os beneficiados do programa não geram um centavo sequer para o PIB, para a previdência porque se trabalham estão na informalidade. Enquanto isso, um trabalhador de carteira assinada tem seu emprego ameaçado pela situação econômica que o governo gerou. A política está errada porque está retirando recursos do sistema produtivo e aí fala-se do aumento da produtividade como a saída para o crescimento econômico. Pode até ser, no entanto, hoje é uma questão de sobrevivência: se uma empresa tem 100 empregados demite 10 para se enquadrar num nível de custos adequado. Agora o fato é que os 90 que ficaram precisam trabalhar pelos 100. Aumento de produtivo assim é sobrevivência.

Oferta de milho diminui e preços devem aumentar

Pedro Augusto

A seca que vem se proliferando nos últimos anos novamente afetará o preço do milho durante o período junino. Com a baixa no volume de chuvas não só em Caruaru, mas também em outros municípios da região, a tendência é de que o item alimentício mais utilizado nesta época fique mais caro em relação ao mesmo intervalo de 2014. Até agora, o preço da ‘mão de milho’ – composta por 50 espigas – está variando na casa dos R$ 20 a R$ 30 no Parque 18 de Maio, no centro da cidade. Entretanto, com a intensificação dos festejos previstos para serem iniciados neste sábado (30), a expectativa é de que os valores acima saltem para entre R$ 30 e R$ 50.

Comerciante há dez anos na Feira do Milho, Amaro da Silva disse não ter visto fluxo de consumidores tão pequeno às vésperas do Maior e Melhor São João do Mundo. “No ano passado, as vendas não foram lá essas coisas, mas na semana que antecedeu o início dos festejos o movimento encontrava-se melhor. Veja agora como está a situação: feira totalmente vazia em plena manhã de terça-feira (26). Apesar de até agora estarmos praticando os mesmos preços de 2014, a procura ainda é muita pequena. Nem parece que vai começar o São João de Caruaru.”

A lamentação do comerciante não foi a única no local. Concorrente de Amaro, Helena Francisca também ressaltou a baixa na demanda pelo produto. “É claro que o movimento irá melhorar neste mês, até porque estaremos festejando o São João, mas não sei se venderemos a mais em relação a 2014. Com essa crise financeira que vem afetando todo mundo, a tendência é de que os clientes diminuam as compras. Se não bastasse a falta de dinheiro, eles terão de gastar um pouco mais para levar o produto. No meu espaço, por exemplo, venderei a mão de milho de melhor qualidade por R$ 50 e a de menor por R$ 30. Até porque ficará mais difícil de comprá-lo.”

O provável aumento antecipado pela comerciante foi justificado pelo engenheiro do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Fábio César. “Além do habitual acréscimo na demanda, o detalhe é que a oferta do milho durante esse período deverá ser menor em relação aos últimos anos. Isso porque os mananciais dos agricultores da região, principais abastecedores dos comerciantes de Caruaru, encontram-se com um volume de água abaixo em comparação aos festejos juninos passados. Apesar de garantirem as produções através do sistema de irrigação, com menos água à disposição a colheita está ainda mais prejudicada. Desta forma, com a provável maior procura em relação à oferta, a expectativa é de que haja reajuste nos preços.”

O milho que é comercializado no Parque de 18 Milho geralmente é oriundo de Cumaru, São Joaquim do Monte, Camocim de São Félix, Bezerros e Sairé – todos no Agreste. Assim como em Caruaru, que diferentemente dos citados costuma ceder pouco milho para comercialização, nesses municípios, onde há uma produção maior, o período de chuvas ideal para a colheita também praticamente não existiu em 2015. “Ele vai da segunda quinzena de março até a primeira de abril. Somente como exemplo, em Caruaru choveu 74% a menos do esperado para o intervalo. Nas outras cidades também ocorreu uma queda brusca em relação ao quantitativo de chuvas”, finalizou Fábio.

Crise afeta setores imobiliário e da construção civil

Pedro Augusto

Menos obras em andamento, vendas estagnadas e mais trabalhadores desempregados. Fazendo um pequeno trocadilho com o dito popular, hoje o “mercado não está para peixe” para os segmentos da construção civil e imobiliário de Caruaru. A principal responsável pelo mau desempenho já virou uma velha conhecida da população caruaruense: a crise financeira nacional. Em efeito dominó, ela vem provocando um dos piores resultados de ambos os setores dos últimos anos. Apesar de não contarem com números exatos, as avaliações de profissionais das áreas acabaram coincidindo, quando consultados sobre os seus cenários atuais.

Para os empresários João Melo e Alexandre Barbosa Maciel, respectivamente da construção civil e do segmento imobiliário, a demanda por serviços e produtos encontra-se em substancial queda. “Com a intensificação da crise, vários empreendimentos que estavam previstos para serem lançados acabaram sendo adiados. Como o momento atual é de cautela, deveremos observar neste ano um número reduzido de lançamentos. A situação só deverá melhorar mesmo quando o Governo Federal voltar a liberar recursos para obras públicas e do programa Minha Casa, Minha Vida”, avaliou João Melo.

Conhecedor a fundo do mercado imobiliário local, já que atua no setor há quase duas décadas, Alexandre Barbosa Maciel também apontou os efeitos da crise. “Hoje temos observado muita oferta e pouca demanda tanto na aquisição como no aluguel de imóveis. No que se refere à compra, as novas regras do Governo Federal para acesso ao crédito imobiliário têm prejudicado bastante não só o nosso setor, como também o da construção civil, porque vem dificultando o sistema de financiamento. Na prática, hoje os bancos só têm financiado 50% do valor do imóvel e não mais 80% como ocorria anteriormente. Isso tudo está freando as intenções dos consumidores.”

“Já no que diz respeito aos voltados para o aluguel, a crise também está provocando um efeito contrário ao previsto. Se no início do ano esperávamos pelo reajuste nos valores dos aluguéis, agora temos fechado contratos com preços 10% abaixo dos praticados em 2014. Acredito que essas dificuldades não só se estenderão para o restante do ano, como não se dissolverão em médio prazo”, acrescentou Maciel.
Um pouco mais otimista em relação a ele, João Melo espera por uma recuperação mais rápida do seu setor. “A construção civil já passou por situações semelhantes e, apesar das dificuldades, recuperou-se em pouco tempo. O déficit imobiliário permanece alto e investir em imóvel continuará sendo um bom negócio.”

É o que também aguarda o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Caruaru (Sintracon-Caruaru), Henrique Ramos. “Atualmente nossa entidade tem realizado entre 12 a 15 homologações de rescisões contratuais por dia. Para se ter ideia, neste mesmo período do ano passado, esse montante não chegava a dez. Isso quer dizer na prática que o desemprego vem aumentando na construção civil de Caruaru. Esperamos que o setor retome o seu fôlego para que a nossa categoria seja beneficiada”, explicou.

Aluguel de casas está em baixa em 2015

Pedro Augusto

Em tempos de crise financeira, qualquer dinheirinho extra no final do mês vem muito a calhar. Que o diga os proprietários de imóveis no entorno do Parque de Eventos Luiz “Lua” Gonzaga, no centro de Caruaru. Nesta época do ano, muitos deles costumam alugar as suas respectivas casas para os forrozeiros que vêm brincar o Maior e Melhor São João do Mundo, mas em 2015 está difícil. A poucos dias do início dos festejos, mais precisamente na manhã da última quarta-feira (27), várias residências ainda se encontravam disponível para locação.

Dono de dois imóveis na rua Pedro Gonçalves Filho, o pintor Benedito da Silva não havia sido procurado por nenhum cliente até o fechamento desta matéria.“Antigamente neste período do ano chegava a rejeitar propostas, pois já tinha alugado tudo. Agora não. Com essa falta de dinheiro do povo e o enfraquecimento do São João de Caruaru, que a cada ano vem perdendo espaço para outras cidades, terei sorte se alugar pelo menos uma das casas. Uma pena, pois sempre conseguia obter uma renda extra no período junino.”

O autônomo Lourival Luiz da Silva foi outro a reclamar bastante da queda na demanda por casas para aluguel. “Este ano está muito fraco, nada parecido com as temporadas anteriores. Com essa seca e a crise que vêm dificultando a vida das pessoas, as festas estão ficando em segundo plano. De quatro casas que possuo até agora só consegui alugar apenas uma. Até aqueles clientes antigos que costumavam nos procurar com antecedência estão preferindo ficar em casa. Quem disser que a procura está boa pode-se dizer que é um privilegiado ou mentiroso”, comentou.

Morador da rua Antônio Satu, o também autônomo Cosme Laurentino Ferreira só conseguiu alugar o imóvel porque baixou o valor do aluguel. “De início cobrei R$ 1.500 por 30 dias, mas acabei fechando negócio por R$ 1.000. Pelo menos vou faturar um dinheirinho a mais nesta época tão difícil. Melhor pouco do que nada”, avaliou.

Economia brasileira recua 0,2% no primeiro trimestre

A economia brasileira recuou 0,2% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com trimestre anterior (outubro, novembro e dezembro de 2014). No trimestre anterior, a economia cresceu 0,3%. Nos três primeiros meses do ano, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, ficou em R$ 1,4 trilhão.

Segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do primeiro trimestre deste ano caiu 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado, a maior queda desde o segundo trimestre de 2009 (-2,3%). Em 12 meses, o PIB acumula queda de 0,9%.

A queda de 0,2% na passagem do quarto trimestre de 2014 para o primeiro trimestre deste ano foi puxada principalmente pelo setor de serviços, que recuou 0,7%. A indústria também caiu (-0,3%). A agropecuária, por outro lado, teve crescimento de 4,7% no período.

Sob a ótica da demanda, houve queda no consumo das famílias (-1,5%), investimentos (-1,3%) e consumo do governo (-1,3%). As exportações cresceram 5,7%. Houve alta também nas importações (1,2%).

Consumidor acredita em mais inflação e desemprego, diz pesquisa da CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou ontem (27) que o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) de maio ficou praticamente estável em relação a abril, com 98,7 pontos. O resultado mantém o índice no menor valor desde junho de 2001, informou a confederação.

Na pesquisa, o indicador de expectativa de inflação aumentou 3,1% e o de expectativa de desemprego subiu 2,7% na comparação com abril. Conforme a metodologia utilizada, informou a CNI, a alta dos dois indicadores mostra que subiu o número de pessoas que espera a queda da inflação e do desemprego nos próximos seis meses.

A pesquisa mostra ainda que a população tem uma avaliação mais negativa da situação financeira, e pretende reduzir as compras de maior valor. O indicador de situação financeira caiu 1% e o de compras de maior valor recuou 4,4% em relação a abril.

Feita em parceria com o Ibope Inteligência, esta edição do Inec ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 14 e 18 deste mês.