Raquel no PSB: Novo embate pode vir mais na frente

Por RENATA BEZERRA DE MELO
Da coluna Folha Política

Depois de muito esticar a corda, a despeito do prazo do qual dispunha a deputada Raquel Lyra, o PSB, ontem, pôs fim ao banho-maria e bateu o martelo sobre o nome dela para dirigir o partido em Caruaru, um dos mais importantes colégios eleitorais do Estado. Indicando ausência de consenso, o grupo do vice-prefeito, Jorge Gomes, não indicou membros para a comissão provisória.

Eventual escolha de Raquel para disputar a prefeitura vinha sendo vista, no grupo do prefeito José Queiroz, como uma afronta ao PDT. A capital do Agreste é a mais importante cidade comandada pelo partido no Estado e os desentendimentos entre os Lyra e os Queiroz deixaram sequelas, vistas como irreversíveis pelos pedetistas.

Reforçada a tendência de candidatura de Raquel a prefeita, os Queiroz não descartam lançar Jorge Gomes. Com isso, estariam devolvendo, mais na frente, a bola para o PSB conferir ou não legenda ao vice. Seria uma nova etapa. Por enquanto, o PSB garante a permanência de Raquel no partido.

Humberto enquadra PSDB: ‘Não tem autoridade política para criticar’

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Para senador, oposição é pautada, hoje, por muitas informações que não se comprovam (Foto: Divulgação)

O plenário do Senado foi palco de um forte embate entre o PT, liderado por Humberto Costa (PE), e o PSDB, defendido por Aloysio Nunes Ferreira (SP), no fim da tarde desta quarta-feira (24). Durante discurso do tucano com críticas ao Partido dos Trabalhadores e ao governo federal, Humberto pediu a palavra e afirmou que o PSDB não tem autoridade política para questionar a legenda e a presidente Dilma Rousseff e que a mesquinhez dos tucanos faz com que eles apostem no “quanto pior, melhor”.

“Carece ao PSDB autoridade política para fazer críticas ao nosso governo. Primeiro porque, se estivessem no governo, estariam tomando essas medidas na área econômica, que hoje criticam e não têm a coragem de reconhecer a necessidade. Segundo porque o tempo inteiro criticam o que chamam de retrocessos em programas como o Fies, o ProUni, o Minha Casa, Minha Vida. Lembre-se Vossa Excelência de que todas essas são conquistas dos nossos governos. Na gestão de vocês, nada disso existia”, rebateu Humberto.

O líder do PT no Senado reconheceu que há certo desânimo na sociedade brasileira em relação a problemas de ordem política, mas que há um clima muito mais artificial do que real, principalmente em torno de temas econômicos. “O PSDB não aplaude nem apoia as medidas do governo porque, no fundo, aposta na teoria do quanto pior, melhor”, disse. “Mas, quando governaram o Brasil, o trabalhador brasileiro lembra bem da fatura que pagou.”

O senador ressaltou que os tucanos apresentam um quadro caótico à população que está muito distante da realidade. “Não é verdade dizer que a situação econômica do país é caótica. Os pressupostos da economia brasileira são positivos e temos todas as condições de superar esse momento. Estamos tomando as medidas corretas para reverter a situação, medidas que os senhores tomariam em grau muito mais acentuado, sem qualquer preocupação social”, disparou.

Humberto ressaltou ainda que a oposição é pautada, hoje, por informações divulgadas pela grande mídia que, muitas vezes, não se comprovam. “Na época em que nós éramos da oposição, nós tínhamos de ir atrás dos assuntos, dos temas, buscar as informações. Hoje, a oposição se pauta pela mídia e faz o seu carnaval particular”, criticou.

A troca de farpas entre petistas e tucanos no plenário do Senado envolveu, de um lado, a ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Donizeti Nogueira (PT-TO), além de Humberto, e, de outro, o candidato derrotado à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), além de José Agripino (DEM-RN).