Atrasos preocupam o Palácio, no final do Governo Lyra

Do Blog da FolhaJED_6685

O andamento dos investimentos e grandes obras em Pernambuco é motivo de preocupação nos bastidores do Palácio do Campo das Princesas. A avaliação de fontes palacianas é de que a projeção de investimentos traçada para este ano foi muito acima da real capacidade do Estado” e que o caixa foi entregue em situação muito apertada. A combinação resultou em benfeitorias paralisadas e aperto para fechar as contas da administração socialista. Diante da situação de dificuldade, o governador João Lyra Neto (PSB) reunirá o seu secretariado, na próxima quarta-feira, para discutir um cronograma e obras que serão inauguradas até o fim deste ano e as que serão deixadas para o sucessor Paulo Câmara (PSB) concluir.

Atualmente, muitos investimentos tocados pelo Estado estão parados por falta de dinheiro em caixa. Segundo um palaciano, 14 escolas técnicas estão paralisadas porque o Governo do Estado não tem recursos para realizar as obras. “A situação foi sustentada até onde pode, mas, com o balanço do final do ano, isso vai aparecer”, avaliou a fonte palaciana.

O alardeado atraso da liberação do Programa de Reestruturação e Ajuste Fiscal (PAF) não seria o principal responsável pela situação, segundo o governista. A demora na renovação do programa teria atrapalhado a captação de investimentos importantes, mas o programa não seria suficiente para cumprir a meta de investimentos projetadas para este ano que, de acordo com a fonte, será “muito abaixo da metade” do previsto.

A situação deverá ser um dos focos das reuniões das equipes de transição de Paulo Câmara e João Lyra Neto. Isso porque a maioria desses investimentos serão herdados pelo futuro governador, que terá o desafio de destravar as obras.

REVISÃO
Questionado sobre a situação de dificuldade, durante a abertura da 73ª Exposição Nordestina de Animais e Produtos Derivados, no Parque do Cordeiro, o governador admitiu que muitas obras que já eram para ter sido entregues atrasaram. Contudo, o João Lyra não quis adiantar os motivos que causara mo atraso. Segundo ele, o calendário de obras do Estado será revisado e um novo cronograma será traçado nesta semana.

“Nós estamos revisando todas as entregas e inaugurações. Começamos a reunião de transição e, na quarta-feira à tarde, eu tenho uma reunião com o secretariado para definir as ações dos últimos 30 dias de governo. Possivelmente, serão incluídas entregas do FEM (Fundo Estadual de Apoio a Desenvolvimento Municipal) e diretas. Tenho que reconhecer que, desde fevereiro e março muitas obras eram para ser entregues e não foram por muitas razões”, afirmou.

Mandato de João Lyra tem 37% de aprovação

lyra 2Do Blog do Magno

Diferentemente do seu antecessor, que deixou o Governo como o gestor mais popular do País, o governador João Lyra Neto (PSB) tem seu mandato tampão aprovado por apenas 37,1% da população pernambucana, enquanto 32,3% desaprovam. Dos entrevistados pelo Instituto Opinião, 30,6% disseram que não sabiam avaliar ou não quiseram responder.

Por regiões, Lyra tem maior aprovação no Agreste, sua principal base de atuação política, onde começou como prefeito de Caruaru. Ali, 48,6% dos entrevistados disseram que estão satisfeitos com o seu desempenho no Governo. Outra região em que aparece bem avaliado é a do Sertão do São Francisco, com 44%.

Na Zona da Mata, os que se manifestaram satisfeitos com o seu governo representam 33,6%, no Alto Sertão 35,4%, na Zona da Mata 33,6% e na Região Metropolitana 30,8%. É na própria RMR onde aparece o seu maior índice de desaprovação, de 36,2%, enquanto no Alto Sertão se observa a menor rejeição – 28,8%.

Estratificando socialmente o levantamento do Instituto Opinião, os maiores índices de aprovação ao Governo Lyra aparecem entre os eleitores jovens, na faixa etária de 16 a 24 anos (40,9%). Entre os eleitores com grau de instrução até a 4ª série esse índice chega a 39,6%, praticamente o mesmo percentual entre os eleitores com renda familiar até um salário mínimo (39,2%).

As maiores taxas de desaprovação aparecem entre os eleitores com renda familiar de três a cinco salários mínimos (36,8%), entre os eleitores com grau de instrução superior (36,3%) e entre os eleitores na faixa etária de 25 a 34 anos (35,4%). Por sexo, João Lyra tem maior aprovação entre os eleitores masculinos – 39,1% contra 34,6% dos eleitores femininos.

METODOLOGIA – A modalidade adotada é a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação. Foram aplicados dois mil questionários em 80 municípios do Estado distribuídos nas regiões do Agreste, Zona da Mata, Região Metropolitana, São Francisco e Sertão.

Dilma quer diálogo com Lyra, diz PT

Do Jornal do Commercio

O vice-governador João Lyra (PSB), que assume a cadeira do Executivo estadual em 4 de abril, estaria sendo cortejado pela presidente Dilma Rousseff (PT). Com um visível desconforto gerado entre Lyra e Eduardo Campos (PSB), o cenário é favorável para a aproximação entre Dilma e Lyra, atraindo um aliado para a presidente. Petistas asseguram que o vice-governador já solictou uma audiência com Dilma e que a presidente se mostrou disposta a recebê-lo.

Segundo o senador Humberto Costa (PT), Pernambuco continuará sendo uma prioridade para Dilma, mesmo diante do rompimento político com Eduardo Campos. “Ela (Dilma) já deixou claro que pretende ter a melhor relação possível com o governador João Lyra quando ele assumir. A presidente está plenamente disposta a continuar fazendo todas as parcerias que já fez com Pernambuco. O Estado vai continuar tendo o apoio maciço e integral do governo Dilma para esses oito meses de governo de João Lyra”, disse o parlamentar.

Um encontro entre Dilma e João Lyra está sendo articulado. “Ela inclusive tem interesse de poder se encontrar com ele o mais rapidamente possível e poder dizer isso, que fique tranquilo, as parcerias vão continuar sendo feitas na mesma proporção”, acrescentou Humberto Costa.

Ainda segundo o senador, mesmo tendo feito parte dos oito anos do governo Eduardo Campos, antes um aliado e agora um opositor, a presidente Dilma deixará de lado as atuais desavenças políticas. “Qualquer coisa que Pernambuco precise vai ter nela uma presidente preocupada em priorizar as questões nossas, independente do partido a qual pertença o governador ou a posição do PSB à candidatura dela”, completou Humberto Costa.

Há a expectativa que Dilma venha a Pernambuco em abril para cumprir uma agenda administrativa, de inaugurações e assinaturas de ordens de serviço. Essa semana, a presidente já esteve no Ceará e recentemente foi a Alagoas. Mas a visita a Pernambuco pode ter sido adiada para evitar um encontro com Eduardo Campos e, eventualmente, a presença dos dois no mesmo palanque.

Do lado do vice-governador, pessoas ligadas a ele afirmaram desconhecer a aproximação com a presidente, mas que, do lado administrativo, não consideram improvável um encontro entre os dois. Afinal, Lyra irá assumir o governo e precisa tomar conhecimento de projetos que estão sendo tocados em parceria, inteirando-se de repasses do governo federal. Tais interlocutores não enxergam o encontro como uma aliança política.

A aproximação com Dilma Rousseff pode ser a salvação para João Lyra conseguir mais recursos e dar a sua cara à curta gestão que terá pela frente, já que Eduardo Campos irá lhe passar um estado livre de dívidas complicadas, mas com um orçamento enxuto para novos investimentos.