Delação de Machado implica Renan, Sarney, Jucá e Lobão

O conteúdo da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado é considerado mais explosivo do que as próprias gravações feitas por ele em conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros, o ex-presidente José Sarney e o senador Romero Jucá.

Na delação, Sérgio Machado faz revelações sobre todo o esquema que teria sido montado pelo PMDB do Senado em torno dele para conseguir recursos na estatal.

Machado afirma na delação que Renan, Sarney, Jucá e o senador e ex-ministro Edison Lobão eram beneficiários diretos do esquema – os políticos negam ter cometido irregularidades.

Quem já teve acesso ao conteúdo da delação anotou que Sérgio Machado acrescenta muitos detalhes do esquema do PMDB do Senado que não aparecem nas gravações das conversas.

Temer pode ter encontrado com Machado, temem amigos

Aliados do presidente interino Michel Temer admitem que ele pode ter se encontrado com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro responsável pelas gravações que derrubaram Romero Jucá do governo, nos últimos meses.

Por por isso, há receio, no Palácio do Planalto, que ele também venha a ser atingido por gravações clandestinas. Assessores de Temer relatam um clima de apreensão no governo e defendem que ele afaste em até 30 dias ministros citados na operação ou que respondam a acusações judiciais, como Henrique Eduardo Alves (Turismo), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Maurício Quintella (Transportes), na tentativa de conter debandadas na base aliada.

Segundo reportagem de Valdo Cruz, na Folha de S.Paulo, nas palavras de um assessor presidencial, o que preocupa o governo interino é o “fator do imponderável” sobre novas denúncias e a possibilidade de novos áudios causarem debandadas na base aliada às vésperas de votações de medidas econômicas no Congresso.

Renan e Aécio saem feridos da gravação de Machado

Do Blog do Magno

O presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) saem feridos politicamente de uma gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que negociou delação premiada no âmbito da Lava Jato.

Machado já havia gravado o senador Romero Jucá, que perdeu o Ministério do Planejamento com a revelação feita pela “Folha de S.Paulo” na segunda. A nova gravação deixa mal o presidente do Senado, mas não tão mal quanto os diálogos com o ex-presidente da Transpetro deixaram Jucá.

O presidente do Senado não chega a falar em pacto contra a Lava Jato, como fez Jucá. Renan expressa críticas à operação. Propõe que delação premiada só possa ser feita por quem não está preso. E sugere negociar uma transição com o Supremo Tribunal Federal no caso de queda de Dilma, fosse pela implantação de um semiparlamentarismo, como defendeu publicamente o peemedebista, ou pelo impeachment, processo que está em curso e instalou Michel Temer no poder.

Ministros do Supremo precisarão se manifestar sobre tantas citações de políticos que desejam levar o tribunal a integrar um suposto acordão nacional.

As gravações de Machado criam embaraços para Renan e o Supremo. Elas ilustram a preocupação da maioria da classe política com a Lava Jato. Aécio Neves, presidente do PSDB, também fica mal na conversa da qual não participou, porque Renan diz que o tucano tinha medo do que poderia ser revelado por Delcídio do Amaral, senador que acabou cassado depois de ter feito delação premiada.

Em nota, o presidente do Senado se desculpou em relação a Aécio, trocando a expressão medo por indignação no que se referia à preocupação do tucano a respeito de Delcídio. Aécio refutou o que seria mais uma tentativa indevida de atacar a sua honra. Mas o estrago político já está feito.

Liminar suspende inadimplência do município no Siafi

A Assessoria Jurídica do Município de Machados conseguiu a poucos instantes uma decisão judicial favorável de forma a garantir que o Município possa receber recursos federais via convênio, via antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional (liminar), em demanda judicial proposta contra a União Federal, pela via da Justiça Federal do Distrito Federal.

No caso vertente, o Município encontrava-se inscrito como inadimplente perante o Sistema Integrado da Administração Financeira – SIAFI em relação à ausência de prestação de contas de recursos federais repassados voluntariamente (via convênio) para execução na gestão do então prefeito Manuel Plácido (Cido).

Dito gestor firmara Contrato de Repasse CR.NR.0195991-98 (SIAFI 571586), junto ao Ministério das Cidades, no valor de R$ 195.000,00, que tinha por objeto a Construção de Melhorias Habitacionais em Diversas Ruas do Município, DEIXANDO DE PRESTAR CONTAS NO PRAZO LEGAL, gerando a inadimplência no SIAFI, e, consequentemente no Cadastro Único de Convênios – CAUC da Caixa Econômica Federal, impedindo que o Município firmasse novos convênios.

Segundo o advogado Dimitre Bezerra Almeida foram tomadas as medidas de responsabilização contra ex-gestor, fato que gerou fundamentação para ingresso de uma ação de obrigação de não fazer contra a União Federal, de forma a assegurar ao Município permanecer em condições de receber novos convênios, mediante a suspensão liminar da inadimplência.