Eduardo Campos, o superpai

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Por CAROL BRITO
Da Folha de Pernambuco

Para os pernambucanos morreu um líder, mas para a família morreu um pai e um marido, o companheiro de todas as horas. A tradução da admiração e união familiar ganhou dimensão nacional a partir de um vídeo divulgado poucos dias antes da morte do ex-governador Eduardo Campos. Uma família que começou a ser construída de um namoro entre dois adolescentes Eduardo, com 15 anos, e Renata Campos, com 13, e foi mantida como prioridade, mesmo diante da carga horária pesada da vida pública.

A solução encontrada pelo ex-governador foi integrar a família ao seu trabalho de forma harmônica. Espaços como a varanda da casa do gestor e os jardins do Palácio do Campo das Princesas acabaram virando uma espécie de extensão da vida familiar. Também não era rara a visita de aliados políticos, secretários e até populares batendo na porta do ex-gestor. A varanda virava, muitas vezes, um comitê. As conversas e reuniões se estendiam durante todo o dia na residência dos Campos, no bairro de Dois Irmãos, para o lamento da Imprensa que aguardava ansiosa do lado de fora pelas notícias que eram costuradas do outro lado do muro.

Nas demoradas reuniões nos fins de semana na sede do Governo do Estado, Renata Campos chegava, muitas vezes, com os filhos do casal para almoçar com o marido. Tanto que era comum encontrar o filho mais jovem, José, correndo e abrindo as portas das salas do Governo. O garoto era um dos mais apegados ao pai e protagonizava cenas inusitadas durante os atos administrativos. Ainda bebê, roubou a cena no anúncio da saída de Eduardo Campos do Ministério da Ciência e Tecnologia. Em plena coletiva no aeroporto de Brasília, o garoto chamava a atenção com brincadeiras no colo da mãe. Com bom humor, Renata Campos não deixou escapar: “Espera um minuto, minha gente. Ele está pedindo um aparte”, brincou, descontraindo os jornalistas presentes.

Mas não bastava ser pai, era preciso participar. A vida escolar dos filhos, por exemplo, era um capítulo à parte. Eduardo Campos fazia questão de estar presente e acompanhar o desenvolvimento das crianças nas atividades escolares. Todo o início de ano, era época de encapar o livro dos meninos. Não importava o cargo ou a missão que desempenhava. Ministro de Estado, governador, deputado federal ou presidente nacional do PSB. Eventos como as feiras de ciências do colégio, reuniões escolares ou dia dos pais tinham espaço certo na atribulada agenda do líder político. Como governador, fazia questão de levar o filho José ao colégio, pelo menos, uma vez na semana. Eduardo Campos também não se furtava de fazer as atividades recreativas, desde escalar paredões até se fantasiar nas brincadeiras.

“Mesmo na época em que ele era ministro e estava mais ocupado com demandas do País todo, nas datas especiais do colégio dos filhos, dava um jeito de participar. Tinha uma foto dele com Maria Eduarda escalando um muro, ele sempre foi muito participativo”, afirmou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Marcos Loreto, cuja a filha estudava no mesma escola que a filha mais velha do gestor.

Eduardo Campos não separava a hora de ser pai de família e ser governador. Foi a forma que ele encontrou para conciliar a política e a vida pessoal. O conhecido estilo “trator para o trabalho” do bastidores do Palácio das Princesas era replicado no convívio familiar. “Ele podia chegar de viagem pesada do Interior mas, se José pedisse para jogar bola, ele entrava em casa, trocava de roupa e ia naturalmente”, revela o jornalista Evaldo Costa, secretário de Imprensa durante os oito anos da gestão de Campos.

O dia de hoje não será fácil: será o primeiro Dia dos Pais sem ele e amanhã, o primeiro aniversário de um superpai que fazia questão de estar presente nos principais momento da sua família. Uma ausência que certamente supera qualquer representação que o líder político tenha tido em sua vida pública.

Asces celebra missa em memória de educadoras

Nesta quinta-feira (05) será realizada missa em memória aos 17 anos de falecimento de Ednara Tabosa de Almeida e da professora Cilene Silva de Vasconcelos. A celebração acontecerá às 19:30h no Convento dos Capuchinhos, localizado na Praça Dom Vital, no Bairro Divinópolis, em Caruaru. As professoras faleceram em 1998, em um acidente de carro na BR 232, quando seguiam de Caruaru à capital do Estado.

Ednara, filha do fundador da Asces, Adalberto Tabosa de Almeida, foi uma das principais responsáveis pelo projeto de renovação da faculdade, com a proposta de novos cursos e uma gestão globalizada.EDNARA TABOSA

A memória pode ser treinada

Estudo recente da revista científica Nature mostrou que jogos de videogame podem melhorar as funções do cérebro em idosos, como a memória de curto prazo. A memória de curto prazo é uma das primeiras a se deteriorar no Alzheimer.

Segundo o neurologista Paulo Caramelli, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, o estudo demonstra a importância de dar fundamento científico aos exercícios para o cérebro. “Isso abre a possibilidade de uso dos jogos para promoção da saúde e em pessoas que já tenham problemas de memória”, afirma o especialista.

Este é o trabalho que vem sendo feito pelo SUPERA, uma rede de escolas de ginástica cerebral que tem mais de quatro mil alunos, a metade deles idosos. O material didático inclui a prática do ábaco, um instrumento de cálculo usado no Oriente, dinâmicas de grupo e mais de 60 tipos de jogos de tabuleiro.

“Nossa rede vem recebendo um número cada vez maior de idosos que querem melhorar a memória e evitar o avanço de doenças degenerativas do cérebro. Temos muitos depoimentos que comprovam a eficácia do curso”, diz a pedagoga Patrícia Prata, coordenadora nacional do método SUPERA.

Em Balneário Camboriú, Dona Lia Sordi, de 83 anos, registrou melhoras expressivas no funcionamento do cérebro com o curso de ginástica para o cérebro. Ela sofre da doença de Alzheimer e está surpreendendo a família.

“Ela está sendo acompanhada por dois médicos. Eles analisaram os exames dela após dois meses de curso e ficaram impressionados, porque a doença estagnou”, conta Vera Barrichello, diretora do SUPERA Balneário Camboriú.

A ginástica cerebral é uma atividade que ajuda a desenvolver funções do cérebro essenciais para uma vida de qualidade, como atenção, concentração, foco, paciência, autoestima, agilidade e habilidade para relacionamentos.

Assim como nosso corpo, o cérebro precisa ser exercitado para envelhecer bem. A memória sempre foi importante, mas com o grande volume de informações que recebemos todos os dias, nesta vida corrida e estressante, ela vem ganhando atenção especial das pessoas e de muitos estudiosos em universidades nacional e internacionais.

Para envelhecer com a memória afiada, tirar notas boas na escola, passar no vestibular e vencer concursos públicos é preciso ter um cérebro ativo, com alta capacidade de concentração, memorização e raciocínio lógico.

O SUPERA foi criado pelo brasileiro Antônio Carlos Guarini Perpétuo e possui uma metodologia de ensino própria, que mistura ferramentas tradicionais (como o ábaco japonês), apostilas com exercícios de raciocínio lógico, jogos e dinâmicas de grupo.