Bancada de Oposição vota contra alta dos impostos

A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) marcou seu posicionamento conjunto durante a votação do pacote fiscal do Governo do Estado, enviado ao Poder Legislativo na semana passada. Desde o início, os parlamentares se colocaram favoráveis ao debate, reconhecendo o momento de dificuldades financeiras enfrentado pelo Estado, mas se opondo ao aumento de impostos sobre a gasolina e a telefonia, por aumentar a inflação, e sugerindo maior escalonamento para a cobrança do IPVA.

Ao final das discussões, o projeto do Governo do Estado foi aprovado em primeira discussão na sessão desta segunda-feira (28). No entanto, as emendas apresentadas pela Oposição receberam apoio até de deputados da base do Governo. “Cumprimos nosso papel de apresentar o contraditório e promover o debate na Casa. Infelizmente, esse pacote, que deveria estar sendo discutido há pelo menos dois meses já foi a votações hoje, apenas dois dias úteis após chegar à Casa”, destacou o líder da Bancada, Silvio Costa Filho.

A deputada Teresa Leitão (PT), vice-líder da Oposição, destacou o esforço da Bancada para apreciar os projetos enviados pelo executivo. “Recebemos o pacote com um prazo mínimo para discussão, mas empreendemos um grande esforço para apreciar as medidas e dar nossa contribuição”, reforçou.

O deputado Edilson Silva (Psol), cobrou que o Governo deixe clara a destinação dos recursos. “Espero que essa receita extra aqui discutida siga para custear as cirurgias eletivas que estão sendo canceladas e para as escolas em tempo integral que estão reduzindo o expediente por falta de alimentação para os alunos”, disse.

Para os parlamentares, o Governo ainda precisa deixar claro para a sociedade pernambucana aonde foram, efetivamente, cortados os gastos do Governo, que somaram R$ 290 milhões em nove meses, de um total prometido de R$ 920 milhões, e de onde vai tirar os R$ 630 milhões restantes em três meses.

Durante a tramitação das propostas, a Bancada apresentou ao secretário da Fazenda, Márcio Stefani, uma série de medidas para avaliação. Entre as sugestões apresentadas pela Bancada estão o corte do número de secretarias para 22, redução de 30% nos cargos comissionados, diminuição em 70% das verbas para publicidade e a revisão dos gastos com consultoria.

Após a votação desta segunda-feira, a Bancada de Oposição reafirma o compromisso de continuar discutindo a situação financeira do Estado e cobrando que o Governo faça sua parte no ajuste fiscal, cortando gastos. “É preciso que o Governo faça também a sua parte e diminua o tamanho do Estado, para que a conta não fique só para o bolso dos pernambucanos”, lembrou Costa Filho.

Tucanos defendem manutenção de veto do Judiciário

Do Congresso em Foco

Parlamentares da oposição, principalmente do PSDB, devem se somar à maioria do Congresso, na próxima quarta-feira (30) para manter o veto da presidenta Dilma Rousseff ao Projeto de Lei da Câmara 28/2015, que reajusta em até 78% o salário de servidores do Judiciário (leia mais abaixo). Encaminhada à sanção presidencial em 1º de julho, a matéria (Veto 26) é um dos seis vetos restantes da primeira rodada de votações, na semana passada, e vai novamente ao Plenário do Congresso na próxima quarta-feira (30).

Em meio à crise político-econômica, e com um oposicionista declarado a patrocinar a chamada “pauta-bomba” de votações onerosas ao governo – o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –, o Planalto parece estar com a maré a favor. “No caso da bancada do PSDB, pela qual eu posso falar, estou liberando a bancada para que cada senador vote de acordo com seu convencimento”, disse ao Congresso em Foco o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). Na avaliação dele, o veto deve ser mantido com margem de até três votos entre os 11 senadores tucanos.

Na semana passada, o próprio Eduardo Cunha já palpitou sobre a vitória do governo nesse caso. Antes histriônico na defesa de reajustes, qualquer que fosse a categoria profissional, o deputado deu declarações diferentes nos últimos dias. Na última segunda-feira (21), depois de almoço com o vice-presidente da República, Michel Temer, a mudança ficou clara. “Não se deve derrubar esse veto. Seria uma atitude de colocar mais gasolina na fogueira, de acender fósforo em tanque de gasolina. Eu não sou partidário disso”, ponderou o deputado.

Um dos oposicionistas mais influentes do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE) apoia a manutenção do veto de Dilma a que Cássio Cunha faz referência. “O Congresso tem que ser responsável. O que está em jogo não é uma causa política ou partidária, mas o futuro de curto prazo e de longo prazo de nosso país”, declarou o tucano à Rádio Senado, acrescentando que uma “situação de descontrole” estaria em curso com uma eventual derrubada de veto.

No Senado, apenas o DEM e senadores rebeldes da base manifestam apoio à derrubada do veto de Dilma. Líder do partido na Casa, Ronaldo Caiado (GO) já garantiu que orientará sua bancada para votar contra a manutenção do veto.

Oposição apresenta emendas e acordo garante tramitação de pacote

A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco fechou, ontem (24), acordo com a Bancada Governista para garantir a tramitação e discussão dos sete projetos de lei encaminhados pelo Governo do Estado ao Poder Legislativo. As propostas foram apreciadas em sessão conjunta das comissões de Constituição, Legislação e Justiça; Finanças, Orçamento e Tributação; Administração Pública e Desenvolvimento Econômico e Turismo.

Na próxima segunda-feira (28), nova reunião extraordinária conjunta das comissões vai apreciar as emendas enviadas pelos parlamentares. A Bancada de Oposição apresentará ao menos três emendas. A primeira, propondo que o pacote tenha caráter provisório, vigorando por 12 meses, prorrogáveis por mais 12. A segunda é contrária à elevação das alíquotas do ICMS sobre a gasolina, de 27% para 29%, e sobre telecomunicações, de 28% para 30%. E, a terceira, propondo mais faixas para a cobrança do IPVA sobre os automóveis, com o objetivo de preservar os carros populares.

Nas comissões, a Bancada de Oposição já se posicionou contrária ao aumento do imposto sobre a gasolina e telecomunicações, mas favorável à redução sobre o etanol, que beneficia o setor sucroenergético do Estado. “Somos contra o aumento do imposto sobre a gasolina e telecomunicações por acreditar que isso penaliza a sociedade e tem um impacto grande no custo de vida, por causa do efeito cascata e, alémde de gerar aumento da inflação, reduz o poder de compra dos pernambucanos”, explicou o deputado Silvio Costa Filho (PTB), líder da Bancada.

Outra medida, apresentada pela Bancada de Oposição, de destinar 30% da receita do Detran-PE para a saúde, de forma impositiva, será tratada em novo projeto de Lei. “Tivemos a informação de que a sugestão foi bem recebida pelo Governo”, contou o parlamentar.

Bancada de Oposição e Sinpol vistoriam situação de IML

unnamed (3)

Dificuldade de manutenção, infraestrutura deficitária e quadro de pessoal insuficiente. Esses foram os principais problemas encontrados pela Bancada de Oposição de Pernambuco em visita realizada, ao lado do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), na sede do Instituto de Medicina Legal de Pernambuco (IML), na manhã desta sexta-feira (11).

Os relatos ouvidos pelos deputados Silvio Costa Filho (PTB), líder da Bancada, e Augusto César (PTB), são de falta, inclusive, de viaturas para o transporte de corpos, sobretudo no Interior de Pernambuco. Para a Região Metropolitana do Recife, são quatro carros para atender a demanda. O laboratório de toxicologia está desativado desde o incêndio provocado por curto-circuito e também foram verificados equipamentos desativados, como o de análises toxicológicas e uma das câmaras frigoríficas do órgão. “Não dá para admitir um aparelho desses (de toxicologia), que custa cerca de R$ 1 milhão, parado, quando poderia estar agilizando o trabalho dos peritos”, destacou Costa Filho.

O deputado Augusto César chamou a atenção para o Interior do Estado. “Se a situação na Região Metropolitana é essa, imagina a precariedade longe da Capital”, comparou. As dificuldades foram reconhecidas pelo gestor do IML, Antonio Barreto, há seis meses no cargo, que afirma dispor de apenas R$ 1.300 por mês para gastos com mão de obra para manutenção. “Foi por isso que nós conseguimos instalar os aparelhos Split (ar-condicionado), mas não conseguimos tirar os convencionais da parede. O dinheiro não dá para tudo”, exemplificou.

O déficit no quadro de pessoal também foi outro ponto destacado por Barreto. “Temos 100 médicos legistas e 20 deles estão prestes a se aposentar. É preciso valorizar esses profissionais, para que eles tenham incentivo para continuar na perícia”, ponderou o diretor do IML.

Em julho, o Sinpol cobrou uma série de melhorias para o IML. O presidente do sindicato, Áureo Cisneiros, lembra que a situação é menos drástica do que a encontrada em julho, mas ainda carece de uma maior atenção do Estado. “Estamos chamando a atenção para a situação do IML já há alguns meses. As condições de trabalho estão bem longe das ideais”, reforçou Cisneiros, lembrando que o sindicato da categoria chegou a fazer uma campanha para doação de material de limpeza para o órgão.

O roteiro de visitas incluiu ainda as obras paradas do laboratório de DNA do Estado, em Santa Amaro, que deveria funcionar desde outro de 2013, mas atualmente figura no rol de obras paradas do Estado. A unidade, se estivesse em atividade, aumentaria a capacidade de realização de exames em 40%. Alvo de disputa na Justiça, entre o Estado e a construtora Milão Empreendimentos, o contrato não tem prazo para ser retomado.

De acordo com o deputado Silvio Costa Filho, a ideia da Bancada é realizar um amplo levantamento sobre a situação dos órgãos de segurança pública de Pernambuco, incluindo laboratórios e delegacias, para a partir desse material discutir a solução para os problemas com a sociedade, em audiência pública. “Reconhecemos as dificuldades enfrentadas pelo Estado, mas é preciso garantir condições mínimas de funcionamento aos serviços essenciais para a população. Governar é eleger prioridade e o governador Paulo Câmara não pode se eximir das suas responsabilidades”, reforçou o parlamentar.

Oposição cobra solução para drama dos terceirizados

Oposição

A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) recebeu, nesta quinta-feira (10), representantes da Força Sindical e dos funcionários das empresas terceirizadas do Estado, que realizaram uma paralisação para chamar a atenção para o drama enfrentando por esses profissionais, que estão há mais de dois meses sem receber salários.

Na Alepe, os trabalhadores receberam o apoio do líder da Bancada de Oposição, deputado Silvio Costa Filho (PTB), e do deputado Edilson Silva (Psol), que em nome da Bancada recebeu a carta aberta distribuída pelos sindicalistas. Silvio se comprometeu a levar a discussão da situação dos terceirizados ao Legislativo, para que se cobre do Governo do Estado um cronograma de pagamentos para as empresas.

“São quase três mil funcionários que estão sem receber salários, sem contar os mais de dois mil profissionais que já foram demitidos. Entre esses trabalhadores encontramos vigilantes, merendeiras, zeladores… que estão enfrentando o mesmo drama”, explicou o líder da Oposição.

Para o presidente da Força Sindical em Pernambuco, Rinaldo Júnior, o apoio dos parlamentares da Oposição é essencial na luta dos funcionários terceirizados. “A forma como o Governo vem tratando os trabalhadores é absurda. São pais e mães de família que estão sem dinheiro até para fazer a feira”, protestou.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação de Pernambuco (Stealmoiac), o Estado conta hoje com quase 12 mil profissionais terceirados, empregados pelas dez empresas prestadoras de serviços contratadas pelo Governo. Todas, em maior ou menor grau, segundo o sindicato, enfrentam dificuldades por causa no atraso dos pagamentos.

Vice-líder da Bancada, a deputada Tereza Leitão (PT) relata que o Programa Educação no Campo é mais uma vítima da falta de repasses do Estado.  “O Programa está paralisado por causa da falta de pagamento aos motoristas, que são terceirizados. Os atrasos chegam aos sete meses”, denunciou.

O líder da Bancada, Silvio Costa Filho, afirmou que vai apresentar ao presidente da Comissão de Finanças, Clodoaldo Magalhães (PSB), um requerimento para que o secretário da Fazenda, Márcio Stefani, detalhe como o ajuste no orçamento vai afetar os serviços terceirizados e qual a necessidade de cortes no contrato. “O Estado precisa apresentar as medidas efetivas que pretende adotar e não ficar, como tem feito, apenas jogando a culpa no Governo Federal, como se isso fosse resolver o problema ou os isentar de responsabilidades”, cobrou.

Oposição volta a cobrar ação para combater a violência

Do Blog de Jamildo

A Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco voltou a levar ao Plenário da Casa a preocupação com a escalada da violência em Pernambuco.

Segundo dados disponíveis no site da Secretaria de Defesa Social do Estado, em agosto, até o último domingo (30), foram registrados 315 homicídios em Pernambuco – 26% a mais que no mesmo mês do ano passado, quando foram contabilizadas 250 mortes. No ano, entre janeiro e agosto (até o dia 30), foram 2.475 assassinatos, o que significa 213 casos a mais que os oito primeiros meses de 2014.

Como já informamos, o deputado Álvaro Porto (PTB) foi o primeiro a ocupar a tribuna para denunciar a falta de estrutura da Polícia no Estado. Segundo o parlamentar, em algumas regiões uma única viatura é responsável pela cobertura de três cidades e 70 municípios estão sem delegado.

“Desde o início do primeiro semestre temos cobrado soluções e debatido a questão em audiências com prefeitos, vereadores e a população, que está aterrorizada. Curiosamente, as iniciativas foram ignoradas pela Secretaria de Defesa Social”, afirmou.

Líder da Bancada de Oposição, Silvio Costa Filho (PTB), destacou que esses oito meses mostram uma tendência de crescimento generalizado da violência.

“Não só nos casos de crimes contra a vida, com os assassinatos, mas também nos crimes contra o patrimônio, com aumento de 80% no índice de assaltos a agências bancárias e caixas eletrônicos e de pouco mais de 40% nos registros de assaltos a ônibus, segundo dados do Sinpol”, destacou.

De acordo com o deputado Júlio Cavalcanti (PTB), além da crise enfrentada na área de segurança, o secretário da pasta, Alessandro Carvalho, não tem o hábito de ouvir a sociedade. “Temos problemas sérios de acesso ao secretário, que não mostra disposição de debater a situação”, criticou.

A saída, para os parlamentares da Bancada de Oposição, passa pela valorização profissional dos agentes da segurança pública e pela manutenção dos insumos para a prestação do serviço.

“A atual gestão deixou de adotar os princípios que embasaram a criação do Pacto. A sociedade ficou à margem do debate e aos policiais civis e militares restou a pressão pelo cumprimento das metas”, avaliou Silvio Costa Filho. O líder da Bancada voltou a cobrar a realização de uma audiência pública para discutir o Pacto pela Vida, que deve ser apreciada pelo Plenário nesta quinta-feira (3).

PSC anuncia que passará a fazer oposição ao governo

Depois de o PDT, com seus 19 deputados, e o PTB (25) terem anunciado independência em relação à base aliada na Câmara, na semana passada, o líder do PSC no Senado, Eduardo Amorim (SE), comunicou em Plenário na noite desta terça-feira (11) que seu partido passará a compor as fileiras da oposição ao governo Dilma Rousseff. Único representante da sigla na Casa, Amorim fez a ressalva de que fará um embate construtivo e “vigilante”.

“A direção que o governo atual adotou não permite mais ao PSC caminhar ao seu lado. Estaremos, como sempre, caminhando ao lado do Brasil, buscando o melhor para o nosso país. Mas o caminho do bom combate, hoje, com toda convicção, é o caminho da oposição”, declarou Amorim.

O senador lembrou que a decisão de alinhamento à oposição foi tomada em convenção nacional da legenda, em 17 de julho, quando foi eleita a atual diretoria executiva. Na ocasião, o ex-presidenciável Pastor Everaldo foi eleito presidente nacional do PSC.

“O PSC não se absterá do diálogo e do entendimento, mas não pode concordar com tanta desconstrução com que o atual governo vem sufocando o nosso país. Como tenho repetido sempre aqui da tribuna do Senado, o governo atual, no afã de ser reeleito, fragilizou a nossa economia, está destruindo o nosso mercado de trabalho, comprometendo a confiança do empresariado interno e externo. De fato, o eleitorado brasileiro foi enganado”, discursou o senador.

Na Câmara, onde tem 13 deputados, o partido tem ocupado postos importantes graças à sintonia com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Líder da bancada, o deputado André Moura (SE), um dos principais aliados de Cunha, foi escolhido relator da comissão que promoverá a reforma tributária, por exemplo.

Segundo o G1, a presidenta Dilma Roussseff reagiu ao esfacelamento da base se reuniu com o presidente do PDT, Carlos Lupi. Segundo o ex-ministro do Trabalho, Dilma lhe fez um apelo para que o partido volte à base. Líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE) disse que a legenda deixou a base, mas não abandonou a petista. Segundo o deputado cearense, a bancada de 19 deputado é “totalmente contra” um eventual pedido de impeachment presidencial.

Oposição quer impedir PT de assumir comando de novas CPIs na Câmara

As novas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que ainda nem foram instaladas na Câmara – aguardam ainda a indicação de nomes de partidos – deram o primeiro sinal das tensões que devem marcar a relação entre governistas e oposição neste segundo semestre. Em encontros que ocorreram na casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e nas primeiras reuniões de trabalho de hoje (4), oposicionistas costuraram acordo para tentar impedir que o PT assuma qualquer cargo de importância como o comando ou a relatoria das comissões investigativas que vão tratar de denúncias de irregularidades envolvendo os fundos de pensão e o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“A maioria dos parlamentares decidiu nesta lógica até porque o próprio PT tem sido colocado no calor das investigações”. explicou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).
E acrescentou: “É melhor para o Parlamento ter partidos que possam exercer o processo de apuração de irregularidades denunciadas com mais autonomia. O Congresso Nacional vai cumprir seu dever de trazer toda a verdade à tona”.

O DEM, no acordo, assumiria a presidência da CPI dos Fundos de Pensão. “É uma CPI que tem grande impacto social até porque os aposentados de empresas estatais têm sido prejudicados pela redução de seus proventos por má gestão e a corrupção envolvendo estes fundos”, disse o líder da legenda. Acrescentou que a relatoria desta comissão ficaria nas mãos do PMDB.

A outra comissão cobiçada pelos partidos – a do BNDES – seria comandada pelo PMDB, pelo que foi negociado e, a relatoria, com o PR que integra a base governista. Menos polêmica, a CPI dos Crimes Cibernéticos teria um parlamentar do PSDB na presidência. Já a dos Maus Tratos de Animais teria um parlamentar do PSD, também na presidência. Não há definição sobre relatoria nessas duas comissões.

Bancada de Oposição intensifica atuação no segundo semestre

unnamed (27)

Na primeira sessão plenária na Assembleia Legislativa, após o recesso de meio de ano, nesta segunda-feira (03), o líder da Bancada de Oposição, deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB), destacou em pronunciamento que o trabalho de fiscalização e cobranças ao Poder Executivo será ainda mais intensificado neste segundo semestre.

Costa Filho aproveitou a oportunidade para fazer um balanço do trabalho realizado ao longo do primeiro semestre e, sobretudo, durante o recesso, quando os parlamentares da oposição deram continuidade aos encontros com entidades da sociedade civil organizada e realizaram novas edições do projeto Pernambuco de Verdade, vistoriando obras paralisadas ou inacabadas e denunciando a precariedade na prestação de serviços públicos em diversas áreas, a exemplo da saúde estadual.

“A bancada de oposição foi às ruas e o que presenciamos foi extremamente preocupante. Estivemos no Hospital Getúlio Vargas para cobrar explicações sobre uma portaria que simplesmente paralisava, por um período de 90 dias, o atendimento à população. Graças a nossa denúncia, isto não foi adiante”, lembrou.

Silvio também falou das edições do Pernambuco de Verdade na Mata Norte e Agreste Central do Estado, quando os deputados comprovaram a situação de colapso na saúde estadual, com a má qualidade do atendimento à população em hospitais como o Belarmino Correia, de Goiana, Regional do Agreste (HRA), em Caruaru, e o Regional de Palmares (HRP), dentre outros visitados.

“Também conferimos UPAS e UPAs Especialidades praticamente prontas mas ainda fechadas para atendimento, terrenos vazios onde deveriam haver escolas técnicas estaduais e delegacias completamente sucateadas. Houve de certa forma uma falha de planejamento. Pernambuco fez um conjunto de hospitais, um conjunto de UPAs, mas não tinha sequer minimamente o dinheiro para pagar custeio”, afirmou.

O parlamentar antecipou que, neste segundo semestre, o trabalho será intensificado com a ampliação do diálogo com a população e com a realização de audiências públicas não apenas na Assembleia Legislativa, mas também em outras regiões do Estado. “Já agora em agosto vamos fazer um debate sobre o fracasso da PPP de Itaquitinga, no próprio município da Mata Norte”, antecipou o parlamentar.

Silvio cobrou do Governo do Estado a apresentação de uma agenda para o futuro. Para o parlamentar, após sete meses, a atual gestão não apresentou sequer o projeto de uma ação estruturadora. “Jarbas apresentou a Pernambuco a perspectiva da BR-232, que foi tão importante para o desenvolvimento regional. Eduardo Campos trouxe a proposta de três novos hospitais. Já a atual gestão não apresentou nada”.

O parlamentar também disse que é preciso se discutir com clareza o padrão de crescimento do Estado nos últimos anos. “Parte do crescimento que Pernambuco obteve nos últimos anos não foi saudável. Aumentou o investimento, mas parte deste investimento não foi para obra pública na sua totalidade. Foi para pagar custeio”.

Silvio lembrou que a média de investimentos dos governos Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho (1998-2006) foi de R$ 650 milhões. Nos anos seguintes, nas gestões Eduardo Campos e João Lyra (2006-2014), esta média saltou para R$ 3 bi, mas o Estado contraiu empréstimos de mais de R$ 6 bi. “E na hora que o empréstimo travou, que Pernambuco parou de pegar empréstimo, está aí a realidade que a gente está vivendo. Mais cedo ou mais tarde esta conta não ia fechar”, indicou.

Oposição avisa que vai convocar de 20 a 30 audiências sobre problemas do Estado

Por AYRTON MACIEL
Do Jornal do Commercio

A situação fiscal e financeira do Estado e a busca de financiamentos para o programa de governo, ao lado da antecipação do debate eleitoral de 2016, devem dominar o debate do segundo semestre, mas há uma agenda de temas técnicos que a oposição anuncia que vai explorar e que a base governista intitula de “sem novidade” e unicamente “eleitoreira”, e que vai ser pauta para confronto nas comissões permanentes e no plenário.

No mês do recesso, parte da oposição aproveitou para levar o “programa” de fiscalização Pernambuco de Verdade – contraponto ao Todos por Pernambuco – à Zona da Mata e Agreste, levantando obras paralisadas e serviços públicos precários que subsidiarão cobranças na Assembleia, mas também – embora negue – a pauta das eleições municipais de 2016. “Vamos convocar de 20 a 30 audiências públicas nas comissões temáticas, ampliando o diálogo com a sociedade”, diz o líder Sílvio Costa Filho (PTB).

Da parte do governo do Estado, não há, no momento, projetos a ser encaminhados ao Legislativo, revela o líder da bancada, Waldemar Borges (PSB). O socialista afirma que a preocupação do Executivo, diante da crise nacional, é em se debruçar sobre o orçamento, os recursos disponíveis, o planejamento e os compromissos deste ano e na elaboração do orçamento de 2016. “A cobrança da oposição é um tiro no pé. Cobra em cima de problemas criados pelo campo dela (a União)”, acusa.

Os parlamentares, todavia, vão encontrar mais conforto para descansar dos embates. No retorno à Casa, nesta segunda-feira (03), ocuparão os novos gabinetes instalados no novo prédio, mais amplos e mais equipados com aparelhos de comunicação. Mas, vão também encontrar uma pauta de 232 projetos prontos para retomar a tramitação na Comissão de Constituição (CCLJ). Um estoque de propostas, a maioria do próprio Legislativo, não votadas no primeiro semestre.

Projetos como o que proíbe a prática de motocross em áreas de conservação, a proibição de ônibus com o motor na dianteira, o que obriga a blindagem dos para-brisas de todas as viaturas policiais e as prefeituras do interior a fornecerem ônibus escolar. “Vou brigar para implantar o Monitora Pernambuco, uma plataforma digital à disposição do cidadão para discutir as ações do governo”, destaca Priscila Krause (DEM).