Henry e Jarbas defendem saída do PMDB do Governo

Membros do diretório nacional do PMDB, o vice-governador de Pernambuco e presidente da legenda no Estado, Raul Henry, e o deputado federal Jarbas Vasconcelos seguem amanhã para Brasília, para participar da reunião do partido que irá decidir sobre a permanência ou não no Governo Dilma Rousseff. No encontro, o PMDB-PE vai ratificar a sua posição de oposição à gestão petista.

Fazendo uma avaliação do atual cenário político, Raul Henry prevê que, hoje, 80% do PMDB deseja o rompimento com o Governo. “Como o partido é muito heterogêneo, já que em cada estado do Brasil há um perfil diferente, é possível que a minoria, sobretudo aqueles que estão ocupando os sete ministérios, queira continuar apoiando a presidente. Mas, a maioria absoluta do partido, incluindo o PMDB de Pernambuco, entende, sim, que o Governo acabou, uma vez que Dilma Rousseff não lidera mais o Congresso Nacional e não tem a confiança da sociedade brasileira”, avaliou Henry.

O presidente estadual da sigla destacou, ainda, que se trata da maior crise econômica da história do País, e que quem está pagando a conta é a população. “Em Pernambuco, mais de 60 mil pais de família perderam o emprego, o Estado apresenta queda de arrecadação, queda da capacidade de investimento e não fomos nós que causamos essa crise. Ela é resultado da gestão temerária da economia do País. É preciso que haja providências para amenizar a crise que os estados estão vivendo”, concluiu.

Oposição pede para PMDB ‘sair de cima do muro’ na crise política

Da Folhape

Senadores de oposição cobraram nesta quinta-feira (17) um posicionamento definitivo do PMDB no momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff enfrenta o nível mais grave de sua crise política. Para os parlamentares, o maior partido formalmente aliado do Palácio do Planalto, precisa “sair do muro”.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que os peemedebistas serão o “fiel da balança” para o desfecho da crise. “O que está havendo hoje é o epílogo do governo. A presidente poderia abreviar a crise renunciando mas ela preferiu o embate com a Justiça. Agora, o que gente quer objetivamente é uma posição do PMDB. É hora do partido ser chamado à sua responsabilidade”, disse.

Já o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que o PMDB “precisa sair de cima do muro porque o povo já derrubou o muro”. “Não dá mais para navegar em uma posição de que sou carne e sou peixe”, disse.

Durante a cerimônia de posse de Lula, realizada nesta manhã, os senadores se reuniram no gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para assistir ao evento e analisar a situação atual.
“Dilma fez um discurso de querer defender o que é indefensável. Ela tem que entender que está enfrentando 200 milhões de brasileiros”, afirmou Caiado.

“Com o volume de pressão que está havendo, o caminho para o impeachment é inevitável e vai ser mais rápido. Se já havia motivos para ter o impeachment, agora os argumentos estão sobrando”, completou Cássio.

PMDB

A cúpula do PMDB tem sido pressionada internamente, por diretórios regionais, e alas contrárias ao governo, para desembarcar da aliança. No entanto, os caciques da sigla ainda resistem a tomar tal decisão definitivamente, embora admitam em conversas privadas que não há mais salvação para a presidente Dilma Rousseff.

Nesta quarta (16), Lula, tão logo foi nomeado, telefonou para o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e pediu para agendarem uma conversa sobre o cenário político.

A Renan, o ex-presidente disse que gostaria de falar com os senadores do PMDB. Após a ligação, Renan comunicou aliados sobre o contato, dizendo que Lula havia dito que “quer falar com a gente”.

Apesar da intenção do governo de tentar uma reaproximação com o partido, outras alas da sigla já conversam com a oposição para começar a pavimentar os apoios que Temer possa ter no eventual caso de assumir a Presidência da República.

 

Temer não acredita em rompimento do PMDB com Dilma

Folha de S.Paulo – Gustavo Uribe

O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (9) ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que acredita que não será oficializado rompimento do PMDB com o governo federal no congresso nacional do partido, marcado para o próximo sábado (12).

Em encontro no Palácio do Jaburu, o peemedebista ponderou que é necessário aguardar o desenrolar do cenário político, mas disse acreditar que não será tomada nenhuma medida radical no evento partidário.

Preocupado com o desembarque do PMDB, partido considerado o principal aliado do governo federal, o ministro procurou o vice-presidente para saber se há risco de uma debandada da sigla.

A conversa ocorreu horas depois do petista ter almoçado no Palácio do Alvorada com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.

Nesta quarta-feira (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília na tentativa de evitar defecções na base aliada na Câmara dos Deputados.

O petista se reuniu com dirigentes peemedebistas e com senadores de legendas como PP e PDT, que discutem internamente a possibilidade de deixar o campo governista.

A presidente receia que debandadas na base aliada possam aumentar a possibilidade de ser aberto pedido de impeachment contra a petista na Câmara dos Deputados.

Miriam Lacerda assume presidência do PMDB Mulher de PE

A Ex- Deputada Miriam Lacerda, que hoje exerce a função de gerente de Articulação da Assessoria Especial do Governador Paulo Câmara, assumiu nesta sexta-feira (4), a presidência do PMDB Mulher em Pernambuco.

A solenidade aconteceu na sede do partido em Recife. O ato foi prestigiado por políticos de várias legendas.

O Deputado Federal, Jarbas Vasconcelos e o vice- governador Raul Henry, fizeram diversos elogios ao comportamento e ao trabalho de Miriam.

Miriam Lacerda assume presidência do PMDB Mulher Estadual nesta sexta

Miriam-Lacerda

A Ex-Deputada Miriam Lacerda, que atualmente exerce a função de Gerente de Articulação da Assessoria Especial do Governador Paulo Câmara, assume nesta sexta-feira (4), a presidência do PMDB Mulher Estadual. A solenidade acontecerá ás 11:30h, em Recife.

Na ocasião, serão empossados também o novo presidente do PMDB Recife, Jayme Asfora, e o novo presidente da Fundação Ulysses Guimarães de Pernambuco (FUG -PE),Murilo Cavalcanti.

O encontro marcará também a abertura da nova sede do PMDB de Pernambuco. O governador Paulo Câmara confirmou presença.

Ministro da Saúde voltará à Câmara para ajudar a eleger Picciani

Do Congresso em Foco

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani( RJ), pediu ajuda ao Palácio do Planalto para tentar se manter no cargo e vencer o colega de bancada Hugo Motta (PB), candidato da ala oposicionista do partido e apoiado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ). Picciani já acertou com o governo o retorno à Câmara do ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), que também é deputado pelo Piauí, especificamente para participar da eleição do novo líder, marcada para o dia 17. Após a votação, Castro voltará cargo na Esplanada para administrar outra grave crise, que afeta diretamente a vida dos brasileiros: a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pelo vírus Zika, pela febre chikungunya e pela dengue.

O retorno de Marcelo Castro à Câmara apenas para votar em Picciani já provocou reações entre deputados da ala oposicionista que trabalham para anular a manobra. Os dissidentes garantem que a volta temporária do ministro à Câmara vai carimbar como governista a candidatura de Picciani, além de oficializar o apoio do Planalto à recondução do atual líder, que é contra o impeachment.

No ano passado, antes de ser chamado para o ministério, Marcelo Castro teve desentendimento público com Eduardo Cunha. O piauiense foi destituído da relatoria da reforma política pelo presidente da Câmara porque seu parecer não contemplava medidas defendidas pelo parlamentar fluminense. Em entrevista ao Congresso em Foco, Castro chamou na ocasião Cunha de “autoritário” e “violento”.

Outros deputados do PMDB que apoiam Picciani também vão deixar seus postos em secretaria estaduais ou em prefeituras para voltar à Câmara e participar da eleição para líder. Um deles é o secretário de governo do município do Rio de Janeiro, Pedro Paulo. O outro é o secretário estadual de Esportes, Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador do Rio Sergio Cabral Filho. Esta manobra já foi feita em dezembro quando Pedro Paulo e Cabral passaram algumas horas na Câmara e garantiram o retorno de Picciani à liderança, após sua destituição por alguns dias.

Picciani pediu ao Planalto ajuda para garantir os votos das deputadas Elcione Barbalho, mãe do ministro chefe da Secretaria de Portos, Hélder Barbalho, e Simone Morgado, atual companheira do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). O líder também se articula com o vice-presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), para tentar garantir o voto da deputada Marinha Raupp (PMDB-RO), esposa dele. Picciani viajou nesta quinta-feira ao Tocantins em campanha pela liderança. Ele vai se encontrar com o governador Marcelo Miranda e com deputados federais para tentar garantir a permanência na liderança.

Picciani já tem votos para retomar liderança do PMDB

Do Congresso em Foco

O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) garante que volta à liderança do PMDB na Câmara nesta quinta-feira (17). Ele vai protocolar na Secretaria Geral da Mesa da Câmara ainda pela manhã um documento com 38 assinaturas de colegas da bancada do seu partido solicitando formalmente sua recondução ao cargo de líder. O partido tem 69 deputados. Picciani só não protocolou o documento nesta quarta-feira pedindo seu retorno porque o protocolo da Câmara estava fechado.

Picciani tinha sido destituído no dia 9 deste mês pela ala oposicionista do partido. Em seu lugar assumiu Leonardo Quintão (MG). Desde que deixou o cargo, Picciani pediu apoio a vários colegas e conseguiu virar o voto de alguns anteriormente favoráveis à sua saída. Ele também convenceu pelo menos dois deputados considerados independentes a assinar a carta de apoio.

Inicialmente ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Picciani se afastou do padrinho, ganhou independência e se aproximou do Palácio do Planalto. Terminou por se transformar no interlocutor preferido da presidente Dilma Rousseff junto ao PMDB, o que causou ciúmes políticos do vice-presidente da República e presidente nacional da legenda, Michel Temer, que revelou o incômodo com o papel de Picciani em carta-desabafo à presidente Dilma.

“Sou o presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu vice e presidente do partido”, reclamou Temer. Dois dias após a carta, Picciani foi destituído da liderança pela ala oposicionista da bancada.

Contexto

Na reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma na primeira semana de outubro, Picciani ganhou força. Ele indicou os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e o da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera. Tal intimidade política com o Planalto irritou a ala oposicionista do PMDB que passou a articular a saída do então líder.

Picciani não ganhou esse poder sozinho. Teve ajuda do atual governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do ex ocupante do cargo Sergio Cabral Filho. O parlamentar é filho de Jorge Picciani, deputado estadual no Rio de Janeiro, e tem apoio do prefeito carioca Eduardo Paes.

Leonardo Picciani caiu em desgraça na bancada imediatamente após indicar os representantes do partido para compor a comissão processante do impeachment da presidente Dilma. Ele escolheu a dedo governistas comprometidos com a rejeição do pedido de afastamento presidencial, posto em curso na Câmara, há cerca de duas semanas, por Eduardo Cunha.

A briga entre as alas governistas e oposicionistas do partido levou o governo, e o próprio Picciani, a tentar filiar deputados governistas ao PMDB. Este movimento desencadeou um mal-estar interno na sigla, chegando ao extremo nesta quarta-feira (16), quando a comissão Executiva Nacional da legenda decidiu criar uma barreira para a filiação de novos deputados federais. Pela decisão, somente depois de parecer com teste ideológico do próprio colegiado para saber se o pretendente a entrar no PMDB fará oposição ou apoiará o governo Dilma. Agora, o jogo mudou novamente.

Congresso do PMDB deve aprofundar cisão entre sigla e petistas

Da Folha de S. Paulo

Partido do vice-presidente Michel Temer e principal aliado do governo Dilma Rousseff no Congresso, o PMDB se prepara para fazer na terça-feira (17) uma demonstração vigorosa de seu descontentamento com os rumos do governo e de sua aliança com o PT.

Os peemedebistas convocaram um congresso para debater uma agenda de reformas econômicas proposta pela Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos do partido. O evento é visto pelos líderes da sigla como um primeiro passo na direção de um rompimento com os petistas.

Críticos do governo e da política econômica de Dilma terão microfones abertos para exibir sua insatisfação e pregar a ruptura com o governo durante o congresso, que será realizado em Brasília.

Produzido com o incentivo de Temer, o documento que resume a nova agenda do PMDB, “Uma Ponte para o Futuro”, atribui as dificuldades atravessadas pela economia a excessos cometidos no primeiro mandato de Dilma e defende políticas austeras, incluindo cortes de gastos e uma reforma na Previdência.

Com o documento, o PMDB quer se apresentar a líderes empresariais e formadores de opinião como um partido capaz de formular políticas que tirem o país da crise, invadindo uma seara que era dominada pelo oposicionista PSDB.

O documento foi recebido com desconfiança pelos tucanos, que viram nele uma tentativa de Temer de acenar para setores do meio empresarial, usando o discurso do PSDB, e se credenciar como alternativa segura para o Planalto, caso a presidente Dilma não conclua o mandato.

Coordenador do congresso e aliado de Temer, o ex-ministro Moreira Franco diz que o programa elaborado pela fundação mostra que, ao contrário do PT e do PSDB, o PMDB tem “uma proposta”.

“Sabemos como tirar o país da crise econômica e queremos nos preparar para contribuir com o país”, afirma.

O documento enfrenta resistência internas e foi visto com reservas pela ala governista do PMDB. Nos bastidores, representantes desse grupo veem a agenda como irrealista e impopular. Dizem que a proposta não atrai votos e que a defesa enfática de políticas austeras pode prejudicar candidatos da sigla nas eleições municipais de 2016.

Informado sobre a dissidência, Temer atuou nos últimos dias para conter os descontentes e evitar censuras públicas ao documento durante o congresso na terça.

Aliados do vice passaram os últimos dias ressaltando que o encontro não tem poderes para decidir os rumos da sigla e que uma eventual censura à aliança com o governo Dilma só será deliberada em março, quando a sigla fará sua convenção nacional.

“Quem organizou esse encontro foi a fundação, que tem esse papel mesmo, de debater. O que chamam de programa é um estudo técnico, apresentado como parecer”, disse o senador Eunício Oliveira (CE). “Só a convenção tem poderes para decidir.”

Na última quinta (12), numa reunião para discutir o documento, aliados de Temer disseram que ele deveria ser lido como a “Carta aos Brasileiros”, o documento apresentado na campanha eleitoral de 2002 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para vencer desconfianças que o PT enfrentava no mercado.

Segundo esse raciocínio, o documento não deveria ser encarado como peça de apelo eleitoral nem como um gesto com peso suficiente para deteriorar ainda mais a relação da sigla com o Planalto no Congresso, por exemplo.

APERITIVO

A proposta inicial era que o congresso da Fundação Ulysses Guimarães tivesse poderes deliberativos, mas as divisões internas fizeram com que o comando nacional do partido o transformasse numa espécie de fórum preparatório para o evento de março.

Os entusiastas do rompimento do PMDB com o governo federal ressaltam que o adiamento da palavra final sobre a aliança com Dilma não deve ser visto como uma vitória da ala governista.

Para eles, essa decisão mantém o Palácio do Planalto sob alta pressão e empurra o desfecho da crise política para o ano que vem, quando a recessão econômica deverá ter reflexos mais visíveis para a população, como o aumento do desemprego e dos índices de inflação.

Dez propostas da agenda do PMDB

1 Fim das vinculações previstas na Constituição, como os gastos mínimos obrigatórios com saúde e educação, que deixam o governo sem margem de manobra para administrar o Orçamento

2 Tornar obrigatória a execução do Orçamento aprovado pelo Congresso, exceto em caso de frustração de receitas, quando as despesas seriam revistas de acordo com índices aprovados pelo Congresso

3 Fim da indexação de salários e benefícios da Previdência Social que hoje são corrigidos de acordo com a variação do salário mínimo

4 Criação de comitê independente para avaliação anual dos programas federais. Ele poderia recomendar a extinção de programas ineficazes. O congresso teria a palavra final

5 Criação de uma Autoridade Orçamentária, para articular o Executivo e o Legislativo

6 Para conter o crescimento dos gastos da Previdência, estabelecer idade mínima para aposentadoria no setor privado, 65 anos para homens 60 para mulheres

7 Rever a atuação do Banco Central no mercado cambial, em que a instituição intervém para conter variações bruscas das cotações do dólar, com custos para o Tesouro

8 Incentivar a participação do setor privado na realização de investimentos em infraestrutura e na operação dos serviços após as obras

9 Extinguir o regime de partilha criado pelos petistas para a exploração do pré-sal, dando à Petrobras direito de preferência nos leilões de futuras concessões

10 Busca de novos acordos comerciais com os Estados Unidos, a Europa e países asiáticos, com ou sem os parceiros do Brasil no Mercosul

Bancada do PMDB no Senado quer retirar Temer do comando do partido

Da Agência Estado

O adiamento do encontro que decidiria a permanência do PMDB no governo Dilma Rousseff, de novembro para março de 2016, levou integrantes do partido no Senado a defender nos bastidores a substituição do vice-presidente da República, Michel Temer, no comando da legenda. Ele preside o partido desde 2001, tendo sido reconduzido no início de 2013.

enadores do PMDB consideram que, após quase 15 anos de comando de Temer, ligado à bancada da Câmara, é preciso um rodízio na cúpula. Isso poderá, inclusive, levar a uma guinada na relação com o governo, já que o partido pretende ter candidato próprio na eleição presidencial de 2018. A avaliação entre alguns senadores é de que ou se chega a um “entendimento” ou haverá um “intenso embate” em relação à sucessão de Temer.

Uma primeira movimentação dos senadores do PMDB para ocupar o comando do partido ocorreu em março deste ano, quando Temer foi alçado para a articulação política do governo. Na ocasião, o senador Romero Jucá (RR), terceiro vice-presidente da legenda, chegou a ter o nome colocado como potencial sucessor. As negociações, no entanto, não avançaram. Um dos motivos foi o fato de o parlamentar ser o terceiro na linha sucessória da legenda, atrás do primeiro vice, senador Valdir Raupp (RO), e da segunda vice, deputada Iris Araújo (GO). Apesar do recuo, Jucá ainda permanece entre os mais cotados pelos colegas do Senado para assumir a legenda.

Ao apetite para retirar do vice o protagonismo na condução do partido, juntou-se nestes últimos dias o descontentamento de parte dos senadores com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele tem sido apontado como o responsável pelos vazamentos de trechos das investigações da Operação Lava Jato que respingaram no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e no senador Jader Barbalho (PMDB-PA). A avaliação é de que, com a medida, Cunha tenta dividir o foco das acusações como forma de sobreviver no cargo.

Em sua delação à Procuradoria-Geral da República, o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB, citou, além de Cunha e os senadores, o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, ligado ao ex-presidente da República José Sarney.

Parte da cúpula do PMDB tinha como prazo para definir o desembarque, ou não, do governo o mês de novembro, quando está previsto um encontro da legenda em Brasília. Na reforma ministerial orquestrada por Dilma no início deste mês, a bancada da Câmara conquistou os ministérios da Saúde, com Marcelo Castro (PI), e de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (RJ).

Nesse novo arranjo, o calendário para uma possível debandada foi empurrado para março, quando haverá a convenção nacional do PMDB. Na ocasião, serão eleitos os integrantes da direção e Executiva Nacional responsáveis por conduzir a legenda nas próximas eleições municipais, em 2016, e presidencial, em 2018.

Apesar de ter perdido do foco inicial, integrantes de diversos setores do PMDB não descartam que o encontro de novembro sirva de palanque para ataques contra o governo Dilma. “Vai ter gente que vai defender o rompimento, mas é natural”, declarou o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, o ex-ministro Moreira Franco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PMDB adia para março reunião que poderia selar saída do governo

Da Folhapress

O PMDB decidiu cancelar o encontro marcado para novembro em que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desejava assistir ao desembarque oficial de seu partido do governo Dilma Rousseff.

A legenda pretendia fazer este ano uma reunião extraordinária para discutir, entre outros temas, a ruptura com Palácio do Planalto, meses antes da convenção nacional do partido, marcada para março.

Como revelou a Folha de S.Paulo, setores governistas do PMDB articulavam com o apoio do Planalto para fazer um encontro único, em março do ano que vem, para que o governo ganhasse tempo para recompor a relação com os partidos aliados.

Além disso, defendiam os peemedebistas alinhados a Dilma, o partido poderia aguardar as decisões sobre Cunha que, acusado de ter se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras, pode sair da presidência da Câmara ou até mesmo ter seu mandato de deputado cassado.

Diante das incertezas quanto ao impeachment de Dilma e ao destino de Cunha, o partido decidiu fazer em novembro apenas um encontro nacional da Fundação Ulysses Guimarães, comandada pelo ex-ministro Moreira Franco, ligado ao vice-presidente Michel Temer.

No encontro de novembro, que não contará com a militância peemedebista, os caciques da sigla devem discutir um programa de governo e a proposta de o partido ter candidato próprio à Presidência da República em 2018. Da convenção de março devem sair as resoluções oficiais, inclusive sobre a permanência ou não do partido no governo.

A versão oficial, ecoada pelo vice-presidente nacional do PMDB, Valdir Raupp (RO), é que a reunião foi deixada para março devido a “dificuldades logísticas” para organizar o evento. Segundo ele, o encontro de novembro “foi transformado” em um seminário da fundação e em março será realizada a convenção do partido.

Apesar da queda de braço dentro do PMDB, governistas e oposicionistas concordavam que, independentemente da data marcada, não haveria resolução oficial sobre a saída do partido no encontro deste ano, que teria poderes apenas para sinalizar a tendência da sigla, mas não tiraria posição definitiva.

A discussão chegou aos principais interlocutores de Dilma, que comemoram um possível fôlego diante da crise política e econômica do país.

A avaliação de ministros e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que o PMDB é a principal garantia de governabilidade da presidente e que um desembarque do partido do governo seria determinante para que ela perdesse a capacidade de se articular e votar projetos de seu interesse no Congresso.