Pesquisa indica que Marina Silva vai puxar Eduardo Campos

Do Blog do Magno

Em 27 de março, o PSB levou ao ar, em rede nacional de rádio e tevê, sua publicidade institucional de dez minutos. Fugindo do convencional, exibiu algo parecido com uma conversa de Eduardo Campos com Marina Silva. Nos dias subsequentes, a legenda veiculou um lote de inserções de 30 segundos. Juntas, somaram mais 15 minutos.

Esperava-se que a exposição, feita em horário nobre, alavancasse Eduardo Campos nas pesquisas. Sobreveio o Datafolha. E o presidenciável do PSB, ainda desconhecido de 42% do eleitorado, apenas oscilou de 9% para 10%, dentro da margem de erro da sondagem, que é de dois pontos. Quem tomou o elevador foi Marina. Ela escalou quatro pontos. Amealhara 23% no final de fevereiro. Foi a 27%.

Marina ficou 12 pontos atrás da líder Dilma Rousseff (39%) e 11 pontos à frente de Aécio Neves (16%). Nesse cenário, a líder da Rede Sustentabilidade, momentaneamente abrigada no PSB, iria ao segundo turno para medir forças com Dilma. O desempenho de Marina explica o esforço que Campos realiza para acomodá-la em sua chapa, como candidata a vice-presidente.

Está claro que, do ponto de vista estatístico, Marina não será uma vice qualquer. Ela tem potencial para retirar Campos da zona da clandestinidade estatística. Munido de suas próprias pesquisas, preparou o movimento na propaganda.

Erundina: “Falta coerência ao PSB”

Do Brasil247

Cogitada por Marina Silva para disputar o governo de São Paulo e assim afastar o PSB de Eduardo Campos do tucano Geraldo Alckmin, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) se diz contra a estratégia desenhada pelo partido: “A certeza que tenho é que não há coerência política a ponto de se conseguir dar unidade a alianças que podem ser reproduzidas no resto do país”.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Erundina evita criticar Campos e diz que a culpa é da “lógica eleitoral que se superpõe a tudo”. Segundo ela, Marina Silva pode dar outro rumo à sigla: “A junção entre PSB e Rede é salutar, é a construção coletiva de um processo novo e vamos acumular para, se não for nessa eleição, introduzir algo novo num futuro que espero ser próximo”.

Sobre o quadro em São Paulo, ela defende candidatura própria junto com a Rede para construir uma nova força política e quebrar a polarização PT-PSDB. “Essa história de palanque duplo, palanque triplo, é um absurdo, é contribuir para esse quadro político caótico”. Questionada sobre sua intenção de se candidatar, ela diz que se trata de um processo complexo. “Não podemos colocar as coisas nesses termos, para não quebrar a unidade PSB-Rede”.

Eduardo Campos vai mostrar a Marina Silva que é o ‘homem da casa’

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), voltou ao Brasil disposto a colocar os pingos nos iis sobre quem manda na coligação PSB-Rede. Internamente, segundo publicou Denise Rothenburg no “Correio Braziliense”, a avaliação é a de que ele não pode dispensar o agronegócio e setores mais à direita. Há um consenso entre os socialistas de que Eduardo precisa assumir o controle do processo da aliança e logo.

Os socialistas sabem que, embora a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva seja importante na largada, ela tem um teto. E, se Eduardo deixar de agregar outros setores, o PSB poderá fazer bonito na campanha, como Marina fez em 2010, mas sem chegar a um segundo turno.

Afinal, Aécio Neves, do PSDB, não está parado. Sai bem de Minas Gerais e tem uma lábia política capaz de atrair todos aqueles que Marina Silva dispensa. E, se tem uma coisa que político não pode recusar nessa fase é apoio e voto.

Há quem diga que, ou Eduardo se firma agora, ou então ficará enrascado na rede.