Obra da Compesa vai reduzir rodízio em Gravatá pela metade

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está executando uma obra que visa reduzir pela metade o rodízio (calendário de distribuição)  de abastecimento do município de Gravatá, no Agreste do estado. Trata-se da troca da tubulação da barragem de Amaraji, de onde sai a água que atende a cidade. Os tubos atuais estão sendo substituídos por outros de maior diâmetro e mais resistentes, o que vai permitir que a água chegue com mais força e em maior quantidade. As obras, orçadas em R$ 3 milhões, devem ser concluídas até a Semana Santa.

Atualmente, a barragem de Amaraji, que tem capacidade para acumular dois milhões de metros cúbicos, está cheia. No entanto, não é possível retirar todo o volume de água que seria necessário para suprir Gravatá justamente porque não há infraestrutura adequada para realizar essa captação. “É justamente isso o que vai mudar a partir dessa obra que a Compesa está concluindo. Conseguiremos modernizar esse sistema, que ganhará mais confiabilidade e aguentará pressão, sem maiores riscos de estouramentos”, explicou o gerente da unidade de negócios de Gravatá, Ricardo Malta.

Para que as obras ganhem velocidade, a Compesa precisa desligar o sistema de bombeamento de Amaraji durante o dia, enquanto estão ocorrendo os trabalhos no canteiro de obras, religando o sistema no período noturno. Isso ocasionou uma mudança no calendário de abastecimento do município que, em janeiro, era de dois dias com água para dez sem água e ficou, desde o início de fevereiro, com o esquema de dois dias com água para 17 sem água.

Além das obras, o município já vinha sofrendo o impacto ocasionado pelo colapso simultâneo de quatro dos cinco mananciais que o atendiam: Brejinho, Cliper, Vertentes e Jucazinho. Este último, atualmente com apenas 1,5% de sua capacidade, deixou de atender Gravatá para poder abastecer cidades do Agreste que dependiam exclusivamente dele e, ainda assim, com rigoroso rodízio. Cliper acumulou um pouco de água das últimas chuvas, mas não o suficiente para iniciar uma operação de retirada para o abastecimento. Amaraji, portanto, é o único manancial com disponibilidade hídrica na região.

A população de Gravatá foi avisada sobre as mudanças temporárias no calendário ocasionadas pelas obras e pela crise dos mananciais. Um novo calendário, com um intervalo menor de desabastecimento, será divulgado tão logo as obras na barragem de Amaraji sejam concluídas, o que está previsto para ocorrer até o fim de março.