Maioria de transplantes feitos pelo INCOR foi em pacientes que dependem do SUS‏

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, participou na manhã desta segunda-feira (1º), de anúncio de mil pacientes transplantados pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCOR/SP). O InCor/SP é um hospital público universitário de alta complexidade considerado um dos maiores centros de transplantes cardíacos do mundo e oferece 80% de seus atendimentos aos pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). Ricardo Barros ainda conheceu as obras de modernização da infraestrutura física e tecnológica utilizada pelos programas de Graduação, Pós-Graduação e de Ensino à Distância das áreas médica e multiprofissional do instituto.

Especializado em cardiologia, pneumologia e cirurgias cardíaca e torácica, o Incor/SP chegou à marca de mil transplantes de coração e pulmão realizados em adultos e crianças desde 1985, quando começou o programa do hospital. “Tenho muita honra de estar aqui representando o Presidente Milchel Temer. Isso reforça ainda mais nosso compromisso em nos manter país de referência mundial em transplantes, onde 95% dos procedimentos são feitos no SUS e onde pessoas têm acesso à assistência integral e gratuita, desde exames preparatórios, cirurgias, acompanhamento e medicamentos pós-transplantes pela rede pública de saúde”, afirmou o ministro da saúde, Ricardo Barros. O Incor/SP também é reconhecido como um grande centro de pesquisa e ensino nessas áreas.

Para manutenção dos serviços oferecidos pelo hospital, são firmados convênios entre o Incor e o Ministério da Saúde, com recursos de emendas parlamentares, para investimentos na unidade. O Governo Federal também envia ao Fundo Estadual de Saúde de São Paulo valores mensais para ajudar a custear a produção do instituto, por meio do Teto Mac.

Entre 2010 e 2016, foram repassados R$ 680,9 milhões relativos à produção do instituto para o custeio de 9,1 milhões de procedimentos, entre exames, cirurgias, internações e atendimentos ambulatoriais. No mesmo período, também foram destinados R$ 284,1 milhões para custear 30 mil cirurgias do aparelho circulatório no instituto, que também recebe por ano R$ 3,9 milhões referentes ao Incentivo de Contratualização (IAC). Além disso, entre 2010 e 2015 o instituto recebeu do Governo Federal R$ 81,4 milhões para o custeio dos transplantes de órgãos, tecidos e células.

AVIÃO À DISPOSIÇÃO – No início de julho, o governo federal assinou o decreto n° 8.783, estabelecendo que a Aeronáutica mantenha um avião da FAB em solo, à disposição, para qualquer chamado de transporte de órgãos ou de pacientes em aguardo de transplantes no SUS. Antes de 7 de julho, cinco órgãos tinham sido transportados pela FAB e, após o decreto, foram mais 30. “Não medimos esforços para continuar as ações que garantem a realização de transplantes. Estou aqui emocionado, com os olhos marejados. Porque aqui, é como se fosse uma maternidade, é o renascer de quem teve segunda chance de nascer para a vida. Por isso, faço apelo para que todos, quando tiverem oportunidade de decisão, decidam por doar órgãos”, enfatizou Ricardo Barros.

Uso de fitoterápicos e plantas medicinais cresce no SUS‏

Os brasileiros estão, cada vez mais, apostando em tratamentos à base de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos: entre 2013 e 2015 a busca por esses produtos no Sistema Único de Saúde (SUS) mais que dobrou, crescendo 161%. Há três anos, cerca de 6 mil pessoas procuraram alguma farmácia de atenção básica para receber os insumos; no ano passado essa procura passou para quase 16 mil pessoas. A iniciativa, criada pelo Ministério da Saúde para garantir o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos no país, já está presente em cerca de 3.250 unidades de 930 municípios brasileiros.

“Os fitoterápicos têm uma participação importante no mercado de medicamentos porque eles refletem também nossa cultura, nossa tradição e História. Além disso, são medicamentos de baixo custo aos quais parte da população está habituada, pois aprendeu a usá-los com seus avós e pais. É importante que possamos ampliar o acesso a fitoterápicos no SUS”, afirmou o ministro Ricardo Barros nesta quarta-feira (23) durante o evento que marcou uma década da política no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF).

Na celebração foi lançado carimbo comemorativo e selo personalizado em parceria com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). As duas mil unidades do selo serão distribuídas em correspondências do Ministério da Saúde. O carimbo ficará disponível pelos próximos 30 dias na agência dos Correios da Câmara dos Deputados; após esse prazo, ele será integrado ao acervo do Museu Postal da ECT.

INDICAÇÕES – Em média, por ano, a política beneficia 12 mil pessoas, as quais utilizam medicamentos fitoterápicos industrializados, fitoterápicos manipulados, drogas vegetais e planta medicinal fresca. Atualmente, o SUS oferta doze medicamentos fitoterápicos. Eles são indicados, por exemplo, para uso ginecológico, tratamento de queimaduras, auxiliares terapêuticos de gastrite e úlcera, além de medicamentos com indicação para artrite e osteoartrite.

De acordo com o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), os fitoterápicos mais utilizados na rede pública são o guaco, a espinheira-santa e a isoflavona-de-soja, indicados como coadjuvantes no tratamento de problemas respiratórios, gastrite e úlcera e sintomas do climatério, respectivamente.

Os produtos fitoterápicos e plantas medicinais, assim como todos os medicamentos convencionais, são testados para o conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, e também para garantir  a qualidade do insumo. Cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e às Vigilâncias Sanitárias Municipais e Estaduais o controle desses medicamentos.

PROGRAMA NACIONAL – Em 2006 foi publicada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (Decreto nº 5.813/2006), que está completando 10 anos de sua publicação. Suas diretrizes foram, em seguida, detalhadas no Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) (Portaria Interministerial nº 2.960/2008). O objetivo da Política e do PNPMF é “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”.

INVESTIMENTOS – Desde 2012, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, investiu mais de R$ 30 milhões em 78 projetos de plantas medicinais e fitoterápicos no âmbito do SUS.

Os projetos têm o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva nos municípios, estados e Distrito Federal, especialmente a oferta de fitoterápicos aos usuários do SUS. Os 78 projetos que já receberam recursos federais estão distribuídos por todas as regiões do país e foram estruturados a partir dos editais do Ministério da Saúde. Até o momento, são 31 iniciativas de arranjo produtivo local, 44 de assistência farmacêutica e três de desenvolvimento e registro sanitário de medicamentos fitoterápicos da Relação Nacional de Medicamentos (Rename) por laboratórios oficiais públicos.

CURSO PARA MÉDICOS – O Ministério da Saúde realizou, em 2012 o primeiro curso de Fitoterapia para Médicos, na modalidade de Educação à Distância (EAD). A primeira turma capacitou 300 profissionais de todas as regiões do país. Neste ano, uma segunda turma deverá fazer o curso, com previsão de 600 vagas para médicos de todo Brasil. O objetivo é ampliar o conhecimento sobre o tema e sensibilizar profissionais de saúde e população para esta opção terapêutica, permitindo o acesso da população brasileira aos fitoterápicos com eficácia, segurança e qualidade.

Além disso, o Ministério da Saúde, por meio de eventos, busca promover a integração entre os setores produtivo, serviços de saúde, academia, Anvisa e demais ministérios, a fim de identificar as potencialidades para produção de medicamentos fitoterápicos.

NAS FARMÁCIAS – Atualmente, o mercado brasileiro comercializa diversos medicamentos fitoterápicos, simples e associados, com atuação em várias áreas do organismo humano. Para o Sistema Nervoso Central, por exemplo, são comercializados a Passiflora sp., Valeriana officinalisHypericum perforatumPiper methysticum Melissa officinalis.

Grupos de pesquisa sobre saúde mental vêm realizando estudos com medicamentos fitoterápicos indicados para tratamentos de doenças psiquiátricas, os quais demonstram resultados positivos. Por exemplo, estudos demonstram a superioridade da Passiflora incarnata em relação ao placebo no tratamento de sintomas da ansiedade, sendo suas conclusões classificadas como preliminares.

Posição semelhante é encontrada na monografia da Comunidade Europeia, que considera preliminares as evidências de eficácia ansiolítica da Passiflora, porém reconhece seu uso estabelecido tradicionalmente para “alívio de sintomas discretos de estresse mental e auxílio ao sono”.

Humberto lança frente parlamentar em defesa do SUS‏

O líder do Governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE), participou do lançamento da frente parlamentar em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), na noite terça-feira (7), no Congresso Nacional. Na última sexta-feira (3), ele já havia discursado em defesa do sistema no XXXII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, realizado em Fortaleza.

Junto com deputados e senadores, Humberto defendeu que a frente batalhe pelo aperfeiçoamento do sistema público universal brasileiro, um dos maiores do mundo, e rejeite as propostas sugeridas pelo governo interino de Michel Temer (PMDB) de redução do atendimento do SUS.

“O ministro da Saúde da junta provisória, Ricardo Barros (PP), já disse barbaridades sobre reduzir o acesso e a cobertura universais do SUS e aumentar a quantidade de pessoas vinculadas a planos de saúde privados. Não podemos permitir que isso aconteça. Por isso, estamos aqui, unidos ao movimento Saúde em Defesa da Democracia, para organizar uma força parlamentar que se contraponha aos retrocessos nessa área”, afirmou.

O parlamentar disse que, com o governo “golpista”, o país está enfrentando uma série de ataques às conquistas sociais alcançadas nos últimos anos e que é preciso reagir. “Aqui no Congresso, precisamos fazer essa luta pela defesa da saúde pública no Brasil”, comentou.

Para Humberto, responsável pela criação de programas como o Farmácia Popular, Brasil Sorridente e o SAMU quando ministro da Saúde do governo Lula, o sistema brasileiro ainda apresenta muitas disparidades, tanto no setor público quanto no privado.

No entanto, ele considera um erro inadmissível trabalhar contra a universalidade do atendimento, como propôs o atual ministro, e batalhar pela aprovação de projetos de lei que tramitam no Congresso prevendo o enfraquecimento do SUS.

SUS atende mais de 2,2 milhões de portadores‏

O glaucoma é uma doença nos olhos que pode levar a cegueira. Silencioso, muitas pessoas descobrem tarde o problema, quando já perderam uma parte do campo visual, por isso é importante estar bem informado. Dia 26 de maio é o dia nacional de combate ao Glaucoma, por isso fique atento às informações a seguir.

Causada pela lesão do nervo óptico e relacionada à alta pressão do olho, o glaucoma pode causar sérias alterações no campo visual. A doença é ocasionada pelo dano no nervo óptico devido ao aumento da pressão nos olhos. Estima-se que entre 2 e 3% da população brasileira acima de 40 anos possam ter a doença, segundo o Conselho Brasileiro de Olftamologia. Doenças como diabetes, hereditariedade, miopia e lesões oculares são as principais causas do glaucoma.

Para tratar o glaucoma o Sistema Único de Saúde, oferece consultas, exames de diagnóstico, acompanhamento, tratamento oftalmológico, cirurgias e implante de prótese. A quantidade de procedimentos aumenta a cada ano. Em 2015, foram registrados 2,2 milhões de atendimentos, entre exames, consultas e cirurgias, sendo 47% a mais que em 2012, quando foram registrados 1,5 milhão atendimentos. No ano passado, R$ 174,6 milhões foram investidos na realização desses procedimentos.

A diretora do Departamento de Atenção Especializada e Temática Inês Gadelha, alerta que a perda da visão decorrente do glaucoma é irreversível. “Por isso a importância do diagnóstico precoce para evitar a progressão da doença. A população precisa ficar atenta aos sintomas e procurar um serviço de saúde, que garante toda assistência necessária”.

Na maioria dos casos, o glaucoma atinge os dois olhos e a herança genética influencia no aparecimento da enfermidade. As pessoas com mais de 50 anos, histórico familiar da doença, afrodescendentes, pacientes com pressão intraocular elevada devem se submeter a um exame oftalmológico. O tratamento é feito com colírios que controlam a pressão intraocular.

Há dois tipos de glaucoma, o de ângulo aberto que é gradual, lento e assintomático e responde por 90% dos casos; já o glaucoma de ângulo fechado pode ocasionar dores de cabeça, dor no olho, auréolas de arco íris ao redor das luzes, náusea e vômitos.

ASSISTÊNCIA – Ao longo dos anos, foram introduzidas novas medidas de assistência aos pacientes com glaucoma na rede pública de saúde. Esse atendimento também é garantido por meio do Aqui Tem Farmácia Popular. Desde 2011, o medicamento maleato de timolol foi incluído na lista dos produtos do programa, desenvolvido em parceria com a rede privada de farmácias e drogarias, cuja oferta de medicamentos e outros produtos garante desconto de até 90% à população.

Na rede pública de saúde, uma das principais estratégias de combate ao glaucoma é feito por meio de prevenção às doenças que causam o problema. As ações preventivas permitem a detecção precoce do glaucoma, o que contribuiu para o tratamento mais rápido e adequado.

SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA:

  • Pessoas com histórico familiar de glaucoma têm cerca de 6% de chance de desenvolver a doença.
  • Os diabéticos e negros são mais propensos a desenvolverem glaucoma de ângulo aberto – em geral, este tipo de glaucoma não apresenta sintomas e o paciente não sente dor e perde lentamente a visão.
  • Já os asiáticos têm maior tendência a desenvolverem glaucoma de ângulo fechado, forma da doença em que ocorre um rápido aumento da pressão do olho. Os sintomas podem incluir dores oculares e dores de cabeça intensas, olhos avermelhados.
  • A prevalência de doenças oculares que levam ao comprometimento da visão cresce com o avanço da idade. As taxas maiores de cegueira e baixa visão são observadas com o aumento da vida média da população.
  • Na população com mais de 50 anos de idade, as principais causas de cegueira são a catarata, o glaucoma, a retinopatia diabética e a degeneração macular (perda da visão no centro do campo visual, a mácula).

PRINCIPAIS EXAMES OFERTADOS PELO SUS:

  • Tonometria para medir a pressão intra-ocular.
  • Campimetria que permite avaliar como e se o glaucoma afetou o campo de visão. O teste de campo visual é uma importante ferramenta que permite avaliar a extensão do dano sobre as fibras nervosas do nervo óptico.
  • Oftalmoscopia ou exame do fundo do olho: é o exame de fundo do olho. A coloração e aparência podem indicar se há ou não dano relacionado ao glaucoma e qual a extensão deste.
  • Gonioscopia que capta a sensibilidade das áreas visuais de cada olho através de um gráfico. Este exame pode prever com alguma antecedência um ataque agudo de glaucoma de ângulo fechado. Uma lente especial contendo alguns espelhos é colocada a frente do olho do paciente, permitindo a visualização do ângulo.

Novo exame para Hepatite C será ofertado pelo SUS

Um novo exame para avaliar o grau de comprometimento do fígado dos pacientes com hepatite C está sendo incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS). A Elastografia Hepática Ultrassônica integra o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite C, publicado neste ano. A portaria nº 47, que estabelece sua incorporação na rede pública de saúde, foi publicada no Diário Oficial da União.

O exame irá facilitar o diagnóstico aos pacientes que irão utilizar os novos medicamentos para o tratamento da hepatite C (sofosbuvir daclatasvir e simeprevir), incorporados recentemente ao SUS. A Elastografia Hepática Ultrassônica é segura, eficaz e efetiva para diagnóstico e definição do estágio da fibrose hepática quando comparada à biópsia hepática – atual padrão de diagnóstico – pois possui níveis de sensibilidade e especificidade significativas, com a vantagem de ser um exame indolor e não invasivo.

“Essa incorporação é mais um importante avanço que tem como objetivo ampliar e melhorar, cada vez mais, a assistência prestada aos pacientes com hepatite C. Com esse exame e com os novos medicamentos, o sistema público brasileiro passará a oferecer o que há de mais moderno no diagnóstico e tratamento da doença”, informou o diretor do Departamento de Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.

A incorporação da Elastografia Hepática Ultrassônica foi recomendada pela Comissão de Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite C crônica estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A previsão é que o novo exame esteja disponível para os usuários do SUS em até 180 dias. Os softwares, que serão instalados nos equipamentos de ultrassonografia já existentes na rede do SUS, serão adquiridos pelo Ministério da Saúde.

Hepatite C – O SUS garante o acesso aos medicamentos de combate à doença para todos os pacientes diagnosticados e com indicação de tratamento medicamentoso. Vale ressaltar que nem todas as pessoas que contraíram o vírus precisam ser medicadas, sendo uma recomendação estabelecida por protocolo e avaliação médica. Em junho, o Ministério da Saúde anunciou que o SUS passará a ofertar, ainda este ano, um dos tratamentos mais inovadores disponíveis no mundo, composto pelos medicamentos daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir.

A nova terapia apresenta taxa de cura de 90%, significativamente maior que todos os tratamentos utilizados até o momento, e duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração da terapia anterior. Outra vantagem é que todo o tratamento é oral, proporcionando conforto ao paciente e maior adesão.

Em 13 anos de assistência à doença no SUS, foram notificados e confirmados 120 mil casos, e realizados mais de 100 mil tratamentos. Atualmente são 10 mil casos notificados ao ano. Estima-se que a tipo C seja a responsável por 350 e 700 mil mortes por ano no mundo. No Brasil, são registrados cerca de três mil mortes por ano associadas à hepatite C. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra 8.040 novos casos de câncer de fígado ao ano. A doença é responsável de 31% a 50% dos transplantes em adultos.

Desde 2011, o país também distribui testes rápidos para a hepatite C. Naquele ano, foram distribuídos 15 mil testes, já em 2014 o número saltou para 1,4 milhão de testes.

Sem diagnóstico até 1993, a hepatite C é uma doença de poucos sintomas. Como os exames disponíveis no SUS o diagnóstico poderá ser feito facilmente. Além das transfusões de sangue, outras formas de transmissão são o compartilhamento de objetos perfuro-cortantes de uso pessoal e de seringas e agulhas para o uso de drogas.

Ministério da Saúde lança versão digital do Cartão SUS

Da Agência Brasil

O Ministério da Saúde lançou, nesta semana, aplicativo com a versão digital do Cartão SUS, que é a identidade do cidadão no Sistema Único de Saúde. O Cartão SUS digital permite o cadastramento de alergias, telefones de emergência, calcula massa corpórea e facilita o acompanhamento da pressão e da glicemia por meio de gráficos.

Ideia é possibilitar a identificação única dos usuários em uma espécie de prontuário eletrônico (Foto: ABr)

O aplicativo está disponível para smartphones com sistema Android. A previsão é que, em novembro, ele também esteja disponível na Apple Store. A ideia é futuramente ampliar os serviços da ferramenta, de modo que o cartão indique, por exemplo, o serviço de saúde mais próximo e permita compartilhar informações entre pacientes e médicos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a pesquisa Mobile Report, da Nielsen Ibope, mostrou que 68,4 milhões de pessoas usam internet pelo celular no Brasil. O objetivo é que essas pessoas também possam utilizar o aplicativo. Em 2014, o ministério destinou R$ 4 milhões para a compra de mais de 13 milhões de mídias plásticas do cartão.

A proposta do Cartão SUS é possibilitar a identificação única dos usuários do sistema em uma espécie de prontuário eletrônico que reúna todas as passagens do paciente pela rede pública de saúde.

O ministério destacou que as unidades da rede pública de saúde devem prestar atendimento à população, independentemente da apresentação do cartão. Se o paciente não tiver um número de Cartão SUS, o registro pode ser feito no momento do atendimento.

Pessoas com a doença falciforme poderão fazer transplante de medula pelo SUS

Os pacientes que sofrem com doença falciforme têm uma nova opção para o tratamento. O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União desta quarta-feira (01/07) a portaria nº 30, que incorpora ao Sistema Único de Saúde (SUS) o transplante de células-tronco hematopoéticas entre parentes a partir da medula óssea, de sangue periférico ou de sangue de cordão umbilical.

A novidade será disponibilizada no SUS pelo Ministério da Saúde após recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que debateu o assunto com especialistas e diversos segmentos da sociedade por meio de consulta pública. Estudos já demonstravam um aumento na sobrevida de dois anos em 90% dos casos transplantados e em outros foi evidenciado que pessoas com doença falciforme, que atinge, na maioria, a população negra, deixaram de utilizar a morfina para o controle da dor após o transplante.

“O Brasil, que já tem o maior sistema público de transplantes do mundo, passa agora a ter também mais alternativa terapêutica para quem têm doença falciforme. O transplante é uma arma a mais para ajudar no combate à doença e no tratamento dessas pessoas”, destaca o coordenador-geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Heder Murari Borba.

A partir de publicação da portaria, o Sistema Nacional de Transplantes tem até 180 dias para incluir a doença falciforme em seu regulamento técnico, de forma a garantir o acesso gratuito dos portadores que se encaixarem em critérios definidos. O procedimento é indicado para pacientes com doença falciforme em uso de hidroxiureia que apresente, pelo menos, uma das seguintes condições: alteração neurológica devido a acidente vascular encefálico, alteração neurológica que persista por mais de 24 horas ou alteração de exame de imagem; doença cerebrovascular associada à doença falciforme; mais de duas crises vasoclusivas (inclusive Síndrome Torácica Aguda) graves no último ano; mais de um episódio de priapismo (ereção involuntária e dolorosa); presença de mais de dois anticorpos em pacientes sob hipertransfusão; ou osteonecrose em mais de uma articulação.

TRATAMENTO – Estima-se que 25 mil a 50 mil pessoas tenham a doença no Brasil, que apresenta alta morbidade e mortalidade precoce. O tratamento é feito com o uso de vacinação e penicilina nos primeiros 5 anos de vida, como profilaxia às infecções, uso regular de ácido fólico, medicamentos para a dor, uso de hidroxiuréia e, em alguns casos, transfusões de sangue de rotina.

No entanto, o uso crônico da transfusão pode ocasionar o desenvolvimento de anticorpos que tornam as transfusões menos eficazes. Assim, o transplante tem sido uma reivindicação do movimento social como uma possibilidade de contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas com doença falciforme e até mesmo por se tratar, atualmente, da única possibilidade de cura.

A doença se manifesta, na maioria das vezes, após os seis meses de vida do bebê, sendo o “Teste do Pezinho” a melhor forma de diagnóstico. Os principais sintomas são: anemia crônica, icterícia (cor amarelada na parte branca dos olhos), mãos e pés inchados e dor intensa nos punhos e tornozelos (frequente até os dois anos de idade), crises de dores em músculos, ossos e articulações.

MEDIDAS – No final de 2014, o Ministério da Saúde publicou a portaria 2.758, com as medidas previstas que resultarão no aumento do número de leitos para a realização de transplantes de medula óssea até 2016. A expectativa é triplicar os leitos existentes, passando de 88 para 250. A partir de incentivo financeiro, o objetivo é ampliar a capacidade de realização de transplante de medula óssea alogênico (outro doador que não seja o próprio paciente) no país.

A pasta vai investir R$ 240 mil para abertura de cada novo leito ou ampliação dos já existentes. O recurso garante ainda a criação e a melhoria da qualificação da equipe de atendimento, a aquisição de equipamentos e materiais, além de permitir a reforma e/ou construção dos Centros de Transplantes, que hoje somam 27 unidades. Em 2003, eram apenas quatro serviços.

O transplante de medula óssea é um procedimento de alta complexidade. O paciente transplantado praticamente zera toda a capacidade de resposta imunológica, e, por isso, requer infraestrutura hospitalar que atenda requisitos de segurança, como isolamento, e uma equipe multidisciplinar qualificada para garantir o sucesso do procedimento.

Políticos são declarados mortos no sistema do SUS

Da Folhapress

Uma ação no sistema de cadastro nacional do SUS alterou informações de políticos e personalidades públicas para declará-los mortos. A alteração foi confirmada pelo Ministério da Saúde nesta semana.

Nas redes sociais, um grupo de hackers afirma ter alterado os cadastros do ex-presidente Lula, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), dos deputados Marco Feliciano (PSC-SP), Maria do Rosário (PT-RS) e do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.

As informações constavam da base nacional do Cadastro Nacional de Usuários do SUS, que mantém dados da maioria dos brasileiros e possui uma interface com outro sistema, que registra informações sobre mortalidade.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que identificou uma “tentativa indevida de alteração” no cadastro dos usuários do SUS e encaminhou um pedido de investigação à Polícia Federal para determinar os responsáveis e as punições legais.

A pasta, no entanto, nega que o sistema tenha sido alvo de hackers. Segundo o ministério, a ação foi executada por meio do login de uma pessoa autorizada a operar o sistema, dentro de uma unidade de saúde ­a pasta investiga se a senha foi roubada.

“A pasta identificou de onde foi realizada a tentativa, bem como o operador, e está adotando as providências cabíveis em âmbito administrativo como cancelamento da senha. Após detectar o problema, as informações foram corrigidas”, afirma.

O ministério informou ainda que trabalha na implementação de “novas medidas de segurança” como certificado digital e dupla identificação para alteração de dados de pessoas públicas.

Em Gravatá, cartão do SUS também é emitido no Posto I no bairro do Prado

Desde o dia primeiro de junho, quando iniciou o uso em fase experimental do sistema e-SUS, para receber atendimento nas Unidades de Saúde da Família e no Hospital Municipal em Gravatá é necessário apresentar o Cartão Nacional do SUS (CNS). Os usuários que não possuem o cartão devem ir até os pontos de atendimento para realizar o cadastro.

Em Gravatá a emissão deste cartão que é realizada junto ao setor de Regulação, que fica no Centro de Saúde de Gravatá (antiga SUCAM), passa a ser emitido também no Centro de Saúde Fernando da Veiga Pessoa (Posto I).

Nos dois locais, o atendimento acontece das 7h às 17 h de segunda à sexta e para emitir o cartão do SUS é necessário apresentar os seguintes documentos: RG ou Certidão de Nascimento (para crianças), CPF, Comprovante de Residência (conta de água ou luz) e telefone para contato.

Humberto defende SUS e Mais Médicos em encontro internacional

Para uma plateia de mais de 300 parlamentares e profissionais de saúde de todo o continente americano, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, foi autor de uma palestra sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e o programa Mais Médicos.
 
Representante brasileiro no I Congresso de Comissões de Saúde dos Parlamentos das Américas, que encerra nesta sexta-feira (5) em Paracas, no Peru, o senador explicou que o SUS, maior sistema de cobertura e acesso universais do planeta, foi estruturado pela Constituição de 1988.
 
Humberto pontuou aos participantes que, antes disso, a seguridade social era restrita aos que cotizavam para o sistema. “Quem não contribuía, estava fora. Quando o Brasil universalizou os serviços de uma só vez, ocorreu que os trabalhadores se sentiram prejudicados em ter de dividir a rede pública de saúde com quem não trabalhava”, ponderou.
 
A consequência, segundo Humberto, saudado no evento como o primeiro ministro da Saúde do governo do presidente Lula, foi uma profusão de planos de saúde, que deu origem a um sistema suplementar. “Os brasileiros passaram a achar o SUS um caos e partir para planos privados, como se lá fossem escapar de filas. Na verdade, os planos de saúde no Brasil cobram caro para oferecer serviços baratos. Quando o cidadão precisa de um serviço caro, os planos se negam a cobrir e o empurram para o SUS”, afirmou Humberto.