Trânsito não será alterado no Centro de Caruaru

A DESTRA informou por meio de nota, que não serão mudados, a partir desta segunda-feira, dia 8 de junho,  os pontos de ônibus  na área central da cidade, particularmente nas ruas Duque de Caxias e 15 de novembro.

Embora se trate de solicitação de entidades representativas do comércio e da população, a autarquia estuda um projeto mais amplo, de mobilidade do trânsito e de implantação de novos equipamentos para atender melhor aos usuários do transporte coletivo, daí a necessidade de mais tempo para o planejamento das ações.

Brasil é o quinto país no mundo em mortes por acidentes no trânsito

A cada ano, cerca de 45 mil pessoas perdem suas vidas em acidentes de trânsito no Brasil. A violência envolvendo particularmente motociclistas está se tornando uma epidemia no país. Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que, em 2013, os acidentes com motos resultaram em 12.040 mortes, o que corresponde a 28% dos mortos no transporte terrestre. Nos últimos seis anos, as internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo motociclistas tiveram um crescimento de 115% e o custo com o atendimento a esses pacientes de 170,8%.

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde está propondo uma série de ações intersetoriais, que deverão envolver outras esferas do Governo Federal, governos estaduais e municipais, para promoção de uma política específica de prevenção aos acidentes com motos. Nesta semana, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou algumas das iniciativas em discussão durante a 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra. “Não dá mais para não agir na dimensão preventiva dos acidentes com motos. É preciso propor novas medidas e elevar essa discussão a um problema de saúde pública. Algumas propostas em estudo são a obrigatoriedade de apresentação da habilitação no momento da compra da moto, por exemplo, e a possibilidade de financiamento do capacete como um EPI [Equipamento de Proteção Individual], possibilitando a venda do item de segurança junto do veículo”, exemplificou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Em novembro, o Brasil sediará o 2º Road Safety, Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, com o objetivo de repactuar metas e traçar novas estratégias do governo e da sociedade para garantir a segurança da população e salvar milhões de vidas. “Uma constatação que observamos no Brasil, e que já vimos em outros lugares do mundo, é a redução do número de atropelamentos e acidentes de carro e o aumento de acidentes de motos. A moto está substituindo a bicicleta e o cavalo e também vem sendo utilizada como um instrumento de trabalho”, observou o ministro.

“Maio Amarelo” terá ações educativas e redução de taxas

Dando continuidade aos trabalhos e ações para educação no trânsito, a Destra irá participar do movimento internacional “Maio Amarelo”, que visa chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos no trânsito e promover ações entre o poder público e a sociedade civil. O objetivo é realizar ações de educação e conscientização dos usuários do trânsito, evitando os acidentes.

Em Caruaru, o lançamento oficial da campanha será durante uma parada educativa, nesta segunda (04), a partir das 10h, no cruzamento da Avenida Agamenon Magalhães com a Rua Professor José Leão. A ação será feita por meio de uma parceria entre órgãos governamentais e não governamentais.

Durante este mês, além das atividades de conscientização a Destra irá reduzir em 50% o valor das taxas (guincho e diárias) para os condutores que tiveram seus carros recolhidos ao depósito e querem regularizar a situação. Também serão feitas campanhas educativas, abordagens em escolas, paradas educativas, palestras e distribuição de panfletos.

Trânsito da Avenida Ceará já está liberado

Na tarde de ontem (15), uma equipe da prefeitura esteve na avenida Ceará, no bairro Universitário, fazendo a retirada da metralha que interditava a via, recentemente  repavimentada. A área permaneceu por 30 dias com o tráfego de veículos interrompido, porque estava em período de cura do solo.

A abertura de buracos nessa localidade era frequente devido um solo pouco resistente que ficava abaixo do pavimento. Esse material foi todo removido, um piso mais rígido foi aplicado no local e em seguida o calçamento foi reposto. Com essa ação da secretaria de infraestrutura, os problemas de reabertura de buracos ou de desnível no calçamento terão menos probabilidade de voltar a acontecer.

Subprefeito de Fazenda Nova é flagrado desobedecendo as leis de trânsito

Em denúncia feita ao blog, um morador do município de Fazenda Nova, afirma que o Subprefeito de Fazenda Nova, Pastor Joel, foi flagrado no ultimo final de semana, passeando com a família e o cachorro, em uma motocicleta, todos estavam sem capacetes, com calçados inadequados, desobedecendo Moto Prefeitura FN 2 as leis de transito.

Para piorar a situação do flagrante, depois de observada a placa da moto, foi constatado que a mesma pertence a Prefeitura do Brejo da Madre de Deus e esta a disposição da Subprefeitura de Fazenda Nova.

A mesma motocicleta por exemplo, já foi flagrada também sendo guiada por um menor, e levando familiares do Fiscal para feira e para escola, um trator pipa que também deveria atender a população de Fazenda Nova esta atendendo a população dos sítios de Caruaru, como: Dois Riachos e Riacho Doce, com água vendida, fora os postes de iluminação que desapareceram da EMPETUR-PE e que foram vendidos.

Trânsito da Praça da República sofrerá alteração para a solenidade de transmissão do cargo de Governador do Estado de Pernambuco

O trânsito na Praça da República sofrerá alterações a partir das 20h desta terça-feira (30), em virtude da montagem da estrutura que será utilizada na solenidade de transmissão de cargo do Governador Paulo Câmara, que ocorrerá na quinta-feira (1º). As interdições permanecerão até as 14h da sexta-feira (02). Seguem abaixo e em anexo as intervenções (trechos em cinza nas fotos representam as ruas bloqueadas):

Durante todo este período, a frente do Palácio do Campo das Princesas estará bloqueada para o tráfego de veículos.

A partir das 20h desta terça e durante toda a quarta-feira (31, os veículos que transitarem pela avenida Martins de Barros rumo ao Palácio do Campo das Princesas deverão dobrar à direita na ponte Buarque de Macedo, ou poderão virar à esquerda, passando pela frente do Palácio da Justiça e pelo Teatro de Santa Isabel, e seguir pela Ponte Princesa Isabel.

Na quinta-feira, o trânsito da avenida Martins de Barros será totalmente desviado para a ponte Buarque de Macedo. Também haverá interdições na rua da Aurora, no trecho entre a Assembleia Legislativa e a avenida Visconde de Suassuna, das 10h às 17h.

Durante a saída do Governador Paulo Câmara da Assembleia Legislativa (previsão para às 16h) e o seu deslocamento até o Palácio do Campo das Princesas, o trânsito também será bloqueado no cruzamento da rua da Aurora com a rua do Riachuelo, e no trecho entre a rua Princesa Isabel com a rua da União. Esta interdição deverá durar cerca de vinte minutos. Quando o governador chegar à Praça da República e passar em revista à tropa, apenas esses dois bloqueios serão liberados.

Após a cerimônia de transmissão de cargo no Palácio, serão encerradas as interdições na rua da Aurora. Os bloqueios na Praça da República permanecerão até as 14h da sexta-feira, para toda a estrutura ser desmontada. Portanto, na sexta-feira, o trânsito voltará a ser desviado pela frente do Palácio da Justiça e pelo Teatro de Santa Isabel, rumo à Ponte Princesa Isabel.

Nesta segunda-feira (29), a partir das 19h30, a Casa Militar fará um treinamento da interdição total que será utilizada. O teste deverá durar cerca de uma hora, e após isso o trânsito ficará normalizado.

COBERTURA DA TRANSMISSÃO DE CARGO

Os veículos de televisão que farão cobertura ao vivo da cerimônia de transmissão do cargo, na frente do Palácio do Campo das Princesas, poderão ser estacionados em frente ao Teatro de Santa Isabel. Solicitamos apenas que evitem os trechos supracitados onde haverá interdições.

Haverá, na Praça da República, praticáveis para que repórteres fotográficos e cinegrafistas possam fazer imagens da solenidade. A entrada será pela frente do Palácio da Justiça.

Final de ano exige paciência e cautela no trânsito

Com a proximidade do final de ano há mais consumidores indo e vindo das compras de Natal, o que torna o trânsito, principalmente das grandes cidades, ainda mais complicado. Nas rodovias, também é possível notar grande aumento na frota de veículos, já que muitos aproveitam as festividades de final de ano para visitar familiares e viajar a passeio. Com mais veículos trafegando os usuários ficam mais expostos aos riscos de acidentes. Portanto, a direção defensiva deve ser levada a sério e a paciência exercitada para garantir respeito e gentileza.

Estresse acumulado e irritabilidade com os congestionamentos deixam os motoristas mais nervosos, o que significa um comportamento mais agressivo na direção e, logo, menos segurança e controle do veículo. “Somam-se ao cansaço, as chuvas típicas de verão, as preocupações com a localização de vagas para estacionar e para organizar o tempo e a lista de compras em lojas cheias. Logo, o melhor é sair de casa consciente dos problemas de tráfego que enfrentará. Buscar os horários com menor movimento, procurar rotas alternativas e deixar o estresse de lado”, sugere a especialista em trânsito, Idaura Lobo Dias.

Também há transtornos para os pedestres, e por isso eles devem estar mais atentos. “O transporte público estará mais cheio e os atrasos são comuns. Além de cautela e atenção, é necessária a percepção de que o trânsito é um ambiente em que as condutas individuais têm efeito sobre todos que estão transitando. São cuidados já conhecidos por todos e precisam ser apenas ser lembrados”, destaca

Para contribuir com a mobilidade nesta época do ano, as dicas de Idaura são planejar e antecipar as compras, para evitar as enormes filas nos shoppings e áreas comerciais e, se possível, comprar pela internet ou no comércio do seu bairro e redondezas, para evitar longos deslocamentos e reduzir os engarrafamentos. Também é possível optar por fazer compras com amigos, vizinhos ou a família, praticando a carona solidária. “Se for inevitável se descolar para locais mais movimentados, não pare em fila dupla, sobre a faixa de pedestres ou bloqueie cruzamentos para aproveitar o sinal ou faça conversões proibidas como forma de atalho. São exemplos de condutas comuns e que só prejudicam a mobilidade”, afirma.

Atenção e respeito aos limites de velocidade evitam acidentes nas rodovias

As viagens devem ser realizadas com planejamento sempre que possível, para que não haja atrasos ou pressa para chegar ao destino. De acordo com a especialista da Perkons, antes de enfrentar a estrada, é necessário fazer a manutenção preventiva do veículo. Já na hora de viajar, é preciso atenção à documentação – do veículo e do condutor – e acomodar a bagagem de maneira segura para que não prejudique a visibilidade do motorista e/ou gere riscos para os passageiros. “Além disso, é essencial respeitar a sinalização e trafegar na velocidade regulamentada. Não deixe de usar o cinto de segurança e a cadeirinha, no caso das crianças. São medidas de segurança que devem ser tomadas em todas as viagens para e minimizar as consequências dos acidentes”, alerta.

Idaura lembra que a velocidade aumenta a gravidade dos acidentes. Estudos mostram que quanto mais elevada a velocidade maior é a possibilidade de perda do controle do veículo, menor é o tempo disponível para reação e maior é a distância percorrida até a frenagem total. A 32km/h a distância de frenagem é de 12 metros, já a 112km/h a distância aumenta para 96 metros.

O ciclismo é a nova tendência do trânsito brasileiro

A bicicleta é mais do que um simples modo de transporte. Não polui e ainda contribui muito para a saúde de seus condutores. Exatamente por isto, a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/12) a estabelece como prioritária, junto com outros tipos não motorizados, sobre os modos motorizados. Significa, portanto que o poder público deveria ser o primeiro a cumprir esta hierarquização.

De acordo com Antônio Nélson Rodrigues da Silva, do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), o poder público pode e deve contribuir para um aumento progressivo na demanda por este modo, uma vez que ele já é uma tendência mundial – e o Brasil não deve fugir à regra nos próximos anos. No entanto, investimentos neste sentido esbarram muitas vezes na oposição de setores da sociedade, por exemplo os motoristas e comerciantes que se beneficiam dos modos motorizados, além da própria indústria automobilística. “Ao priorizar espaços para as bicicletas, invariavelmente se terá de tirar o espaço de alguém, no caso, os carros”, explica.

Além da infraestrutura necessária para a segurança dos ciclistas e do próprio tráfego em geral, fornecer a própria bike pode ser uma atribuição do Estado, especificamente na esfera municipal, de forma direta ou por meio de concessões ou permissões, o que já é uma realidade em outros países, segundo o que afirma a coordenadora de Educação no Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Maria Cristina Hoffmann. “Muitas cidades, como Copenhague, Amsterdã, Londres e Berlim estão em fase de adaptação para promover o aumento do uso das bicicletas como meio de transporte e, mais recentemente, algumas cidades brasileiras como o Rio de Janeiro, Brasília, Sorocaba, Santos, entre outras”, conta.

Apaixonado pelo assunto, o comerciante de bicicletas José Carlos Feliciano, de Taquaritinga (SP), comenta que outras iniciativas mundo afora indicam caminhos alternativos para estimular – até financeiramente – a utilização das bikes. “A França , além de criar regras que favorecem o uso das bicicletas, está pagando R$ 0,77 por quilômetro percorrido para os franceses que decidirem ir para o trabalho por este meio.”

Dificuldades e riscos

O publicitário e empresário Tiago Benevides, de 28 anos e morador de Nova Iguaçu (RJ), conta que anda de bicicleta constantemente: além de ir trabalhar e de fazer pequenos trajetos sobre duas rodas, também treina distâncias médias durante a semana (de 15 km a 35 km) e longas aos sábados e domingos (50 km, 70 km ou mais). De acordo com ele, sua experiência permite observar certos “gargalos” na administração pública quanto a este tema. “Minha cidade não me ajuda em praticamente nada relacionado à bicicleta; meus treinos sempre são em horários que não sejam de rush, ou muito cedo ou bem tarde, já que temos apenas uma ciclovia cuja extensão não deve ser maior do que 3 km”, reclama. “Pedalar em Nova Iguaçu é para poucos: realmente é necessária muita atenção para andar em meio aos carros, ônibus e motos; é um risco que se corre, mas fazer o quê?”

Além do poder público, a iniciativa privada também pode contribuir para uma melhor condição do ciclismo diário, ou seja, aquele que não se restringe apenas ao lazer ou a pedaladas eventuais. De acordo com Lennon Lúcio Farias, de 23 anos, que é entregador em Curitiba (PR) e utiliza este meio em seu trabalho, até por falta de fiscalização do município, a empresa não o orientou – por exemplo – a utilizar itens de segurança. Ele coloca que um dos maiores riscos ocorre quando a bicicleta compartilha a via com outros veículos. “Por uma bike não ter barulho de motor, muitos não nos escutam chegando perto e facilmente podem acabar mudando de direção e passando em nossa frente”, explica, contando que costuma sempre conduzir “por si e pelos outros”, prevendo já a possível desatenção dos demais.

Até neste sentido, é muito importante a regra do “ver e ser visto”, especialmente ao se trafegar na mesma via que veículos motorizados, na opinião de Luiz Gustavo Campos, especialista em Gestão de Trânsito e Mobilidade Urbana da Perkons. “Ser visível no trânsito ajuda muito a evitar acidentes: roupas escuras dificultam a visibilidade noturna; o ideal é usar roupas claras e capacete colorido e, além dos refletores na traseira, dianteira e laterais da bicicleta – que são obrigatórios – uma lanterna com luz branca na dianteira e vermelha na traseira para passeios noturnos”, afirma. “Como a bicicleta é pequena e, por isso, pode facilmente entrar no ‘ponto cego’ dos veículos, toda atenção ajuda, e tudo o que puder auxiliar o ciclista a notar os demais e a ser notado por eles é fundamental, como o retrovisor do lado esquerdo e a campainha, que também são itens obrigatórios”, completa.

A atuação do Estado

Maria Cristina Hoffmann conta que, para um bom uso da bicicleta, são necessários cuidados especiais, como uma boa sinalização, exigência do uso de equipamentos de proteção e educação dos condutores. Para tanto, de acordo com ela, o Ministério das Cidades investe em ações de conscientização, especialmente cartilhas com regras de circulação. O órgão também apoia – além da construção de ciclovias e ciclofaixas junto à pavimentação de ruas – projetos de sistemas cicloviários e estacionamentos de bicicletas integrados aos sistemas de transporte coletivo estruturantes, como o metroferroviário e os corredores de ônibus. “O objetivo é contribuir para a construção de uma mobilidade sustentável em que a base seja a integração modal entre todos os modos de transporte motorizados e não motorizados”, esclarece.

Entretanto, como explica Antônio Nélson da Silva, especialista da EESC-USP, o investimento em uma infraestrutura que evite acidentes ao ciclista não basta. É fundamental, segundo ele, que os estudos realizados no âmbito acadêmico sejam levados ao ambiente técnico e governamental, pois – do contrário – o planejamento necessário para a execução destas iniciativas poderá ser insuficiente. “Há que se levar em conta – a exemplo do que uma pesquisa em andamento tem constatado – graus de exposição do ciclista a fatores como estresse e poluição atmosférica e sonora, isto sem contar o risco que se corre – caso não haja uma averiguação adequada – de se criar uma estrutura que ligue nada a lugar nenhum.”

O professor diz ainda que, se houver vontade política, qualquer pressão socioeconômica pode ser superada, na medida em que os governos se convençam e – com isto – levem à compreensão do povo de que um uso maior da bicicleta gera uma série de benefícios sociais importantes, como a melhora da saúde (pelo exercício físico e por uma diminuição da poluição do ar), além da redução de congestionamentos e de acidentes. “Outros países, como a Bélgica e a Holanda, tiveram vários problemas para implantar seus modelos, mas os governos compraram a briga”, completa.

O ciclismo é a nova tendência do trânsito brasileiro

A bicicleta é mais do que um simples modo de transporte. Não polui e ainda contribui muito para a saúde de seus condutores. Exatamente por isto, a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/12) a estabelece como prioritária, junto com outros tipos não motorizados, sobre os modos motorizados. Significa, portanto que o poder público deveria ser o primeiro a cumprir esta hierarquização.

De acordo com Antônio Nélson Rodrigues da Silva, do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), o poder público pode e deve contribuir para um aumento progressivo na demanda por este modo, uma vez que ele já é uma tendência mundial – e o Brasil não deve fugir à regra nos próximos anos. No entanto, investimentos neste sentido esbarram muitas vezes na oposição de setores da sociedade, por exemplo os motoristas e comerciantes que se beneficiam dos modos motorizados, além da própria indústria automobilística. “Ao priorizar espaços para as bicicletas, invariavelmente se terá de tirar o espaço de alguém, no caso, os carros”, explica.

Além da infraestrutura necessária para a segurança dos ciclistas e do próprio tráfego em geral, fornecer a própria bike pode ser uma atribuição do Estado, especificamente na esfera municipal, de forma direta ou por meio de concessões ou permissões, o que já é uma realidade em outros países, segundo o que afirma a coordenadora de Educação no Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Maria Cristina Hoffmann. “Muitas cidades, como Copenhague, Amsterdã, Londres e Berlim estão em fase de adaptação para promover o aumento do uso das bicicletas como meio de transporte e, mais recentemente, algumas cidades brasileiras como o Rio de Janeiro, Brasília, Sorocaba, Santos, entre outras”, conta.

Apaixonado pelo assunto, o comerciante de bicicletas José Carlos Feliciano, de Taquaritinga (SP), comenta que outras iniciativas mundo afora indicam caminhos alternativos para estimular – até financeiramente – a utilização das bikes. “A França , além de criar regras que favorecem o uso das bicicletas, está pagando R$ 0,77 por quilômetro percorrido para os franceses que decidirem ir para o trabalho por este meio.”

Dificuldades e riscos

O publicitário e empresário Tiago Benevides, de 28 anos e morador de Nova Iguaçu (RJ), conta que anda de bicicleta constantemente: além de ir trabalhar e de fazer pequenos trajetos sobre duas rodas, também treina distâncias médias durante a semana (de 15 km a 35 km) e longas aos sábados e domingos (50 km, 70 km ou mais). De acordo com ele, sua experiência permite observar certos “gargalos” na administração pública quanto a este tema. “Minha cidade não me ajuda em praticamente nada relacionado à bicicleta; meus treinos sempre são em horários que não sejam de rush, ou muito cedo ou bem tarde, já que temos apenas uma ciclovia cuja extensão não deve ser maior do que 3 km”, reclama. “Pedalar em Nova Iguaçu é para poucos: realmente é necessária muita atenção para andar em meio aos carros, ônibus e motos; é um risco que se corre, mas fazer o quê?”

Além do poder público, a iniciativa privada também pode contribuir para uma melhor condição do ciclismo diário, ou seja, aquele que não se restringe apenas ao lazer ou a pedaladas eventuais. De acordo com Lennon Lúcio Farias, de 23 anos, que é entregador em Curitiba (PR) e utiliza este meio em seu trabalho, até por falta de fiscalização do município, a empresa não o orientou – por exemplo – a utilizar itens de segurança. Ele coloca que um dos maiores riscos ocorre quando a bicicleta compartilha a via com outros veículos. “Por uma bike não ter barulho de motor, muitos não nos escutam chegando perto e facilmente podem acabar mudando de direção e passando em nossa frente”, explica, contando que costuma sempre conduzir “por si e pelos outros”, prevendo já a possível desatenção dos demais.

Até neste sentido, é muito importante a regra do “ver e ser visto”, especialmente ao se trafegar na mesma via que veículos motorizados, na opinião de Luiz Gustavo Campos, especialista em Gestão de Trânsito e Mobilidade Urbana da Perkons. “Ser visível no trânsito ajuda muito a evitar acidentes: roupas escuras dificultam a visibilidade noturna; o ideal é usar roupas claras e capacete colorido e, além dos refletores na traseira, dianteira e laterais da bicicleta – que são obrigatórios – uma lanterna com luz branca na dianteira e vermelha na traseira para passeios noturnos”, afirma. “Como a bicicleta é pequena e, por isso, pode facilmente entrar no ‘ponto cego’ dos veículos, toda atenção ajuda, e tudo o que puder auxiliar o ciclista a notar os demais e a ser notado por eles é fundamental, como o retrovisor do lado esquerdo e a campainha, que também são itens obrigatórios”, completa.

A atuação do Estado

Maria Cristina Hoffmann conta que, para um bom uso da bicicleta, são necessários cuidados especiais, como uma boa sinalização, exigência do uso de equipamentos de proteção e educação dos condutores. Para tanto, de acordo com ela, o Ministério das Cidades investe em ações de conscientização, especialmente cartilhas com regras de circulação. O órgão também apoia – além da construção de ciclovias e ciclofaixas junto à pavimentação de ruas – projetos de sistemas cicloviários e estacionamentos de bicicletas integrados aos sistemas de transporte coletivo estruturantes, como o metroferroviário e os corredores de ônibus. “O objetivo é contribuir para a construção de uma mobilidade sustentável em que a base seja a integração modal entre todos os modos de transporte motorizados e não motorizados”, esclarece.

Entretanto, como explica Antônio Nélson da Silva, especialista da EESC-USP, o investimento em uma infraestrutura que evite acidentes ao ciclista não basta. É fundamental, segundo ele, que os estudos realizados no âmbito acadêmico sejam levados ao ambiente técnico e governamental, pois – do contrário – o planejamento necessário para a execução destas iniciativas poderá ser insuficiente. “Há que se levar em conta – a exemplo do que uma pesquisa em andamento tem constatado – graus de exposição do ciclista a fatores como estresse e poluição atmosférica e sonora, isto sem contar o risco que se corre – caso não haja uma averiguação adequada – de se criar uma estrutura que ligue nada a lugar nenhum.”

O professor diz ainda que, se houver vontade política, qualquer pressão socioeconômica pode ser superada, na medida em que os governos se convençam e – com isto – levem à compreensão do povo de que um uso maior da bicicleta gera uma série de benefícios sociais importantes, como a melhora da saúde (pelo exercício físico e por uma diminuição da poluição do ar), além da redução de congestionamentos e de

acidentes. “Outros países, como a Bélgica e a Holanda, tiveram vários problemas para implantar seus modelos, mas os governos compraram a briga”, completa.

Evento em Caruaru lembra Dia Mundial em Memória das Vítimas do Trânsito

Sensibilizar os condutores sobre os riscos da imprudência no trânsito. Esse é o objetivo da ação em lembrança do Dia Mundial em Memória das Vítimas do Trânsito, promovida pelo Grupo Ser Educacional através da Faculdade Maurício de Nassau de Caruaru e do Instituto Ser Educacional. Culto ecumênico e apresentações culturais serão algumas das atividades realizadas no dia 14 de novembro, às 10h, próximo ao Crucifixo Automotivo, localizado no  Entroncamento da BR 232 com a BR 104, km 68, 1.215 (antigo Hotel do Sol).

O evento, que conta com a parceria do Detran-PE, tem como foco principal a violência causada pela motocicletas. A estimativa do Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto, o Cepam, indica que até dezembro 820 mortes podem acontecer. “Esse tipo de veículo tem vitimado muita gente. Também não esqueceremos dos carros”, destaca o diretor da Faculdade Maurício de Nassau Caruaru, Paulo Palmeira. Os familiares poderão participar levando fotos dos seus parentes que perderam a vida por causa da violência no trânsito. Alunos de escolas públicas também estarão presentes no ato.

O Crucifixo Automotivo tem aproximadamente 20m de altura e foi criado com seis carros semi destruídos após graves acidentes. No alto do crucifixo foram fixados os restos de uma motocicleta como símbolo dos acidentes sofridos por motociclistas  pernambucanos vitimados por graves acidentes. “O monumento é um instrumento contínuo para reflexão e conscientização a respeito dos cuidados que se deve ter no trânsito”, ressalta Paulo Palmeira.unnamed

O Dia Mundial em Memória das Vítimas do Trânsito é lembrado sempre no terceiro domingo de novembro. Foi criado em 1993 por RoadPeace, uma organização de caridade do Reino Unido em prol das vítimas de acidentes rodoviários. Desde então a RoadPeace, a Federação Europeia e as organizações parceiras, realizam essa manifestação em todo o mundo.