Picolés Don Diego chegam à Bodega João Doutor

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Marca dispõe das linhas cremoso, recheado, light e frutas

No intervalo das chuvas, que tal desfrutar de um picolé saboroso? Uma excelente opção tem sido oferecida já há algumas semanas na Bodega João Doutor, no Shopping Difusora, e no Restaurante Don Peppone, também no bairro Maurício de Nassau. Produzido na capital pernambucana, o Don Diego chegou à Capital do Agreste trazendo o que há de melhor nas linhas cremoso, recheado, light e frutas.

Proprietária dos dois empreendimentos, a empresária Adjanir Soares convida os consumidores caruaruenses a desfrutarem da novidade. “O tempo encontra-se frio em Caruaru, mas também temos observado alguns períodos quentes. Quem quiser aproveitar este último da melhor maneira possível não pode deixar de conhecer a linha Don Diego. Não o classificaria como um picolé, mas sim como uma sobremesa refinada. É provar para crer”.

Tapioca com leite condensado, doce de leite, pistache, mousse de maracujá, morango com leite condensado, cookies com baunilha, iogurte com frutas vermelhas e cajá estão entre as várias opções em sabores oferecidas nos dois estabelecimentos.

Em artigo, Marina Silva defende afastamento de denunciados

Do Estadão Conteúdo

Terceira candidata mais votada na última eleição presidencial, a ex-ministra Marina Silva defendeu, em artigo, que políticos que forem formalmente denunciados pela Procuradoria-Geral da República se afastem dos cargos. Para ela, o perigo é que políticos usem seus poderes para interferir nas investigações.

“Devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões. Mas desde já precisamos estar atentos contra qualquer tentativa de sabotagem”, escreveu Marina em artigo enviado ao blog do jornalista Matheus Leitão, do G1.

A ex-senadora critica o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a quem acusa de usar a manipulação da crise para aumentar seu poder. Segundo Marina, por isso “é normal que ele agora tente explicar as denúncias de corrupção que recebe como sendo manipulação dos outros”. No entanto, Marina aponta que os que gritam “fora Cunha” querem desviar atenção dos gritos de “fora Dilma”.

Na avaliação de Marina, o Congresso divide com o governo a responsabilidade pela crise. “Neste momento, deveria predominar entre eles (parlamentares) a consciência de que o Poder Legislativo é maior que seus membros, mesmo aqueles que ocupam cargos de direção”, disse.

A candidata do PSB nas eleições de 2014 pede que, “ao menos em nome do bom senso”, os denunciados evitem “mexer mais ainda num equilíbrio institucional que já está precário, não usando poderes públicos como navios de guerra onde os litigantes disparam contra os outros”.

No texto, Marina defende a ação da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça na Lava Jato e argumenta que o Brasil é capaz de sair do momento atual para outro momento positivo, assim como na crise que culminou no impeachment de Fernando Collor. “O que está em curso no Brasil não é apenas a desconstrução de um sistema político que revela, a cada dia, sua falência. Há também uma lenta construção da democracia e de instituições independentes e fortes, instrumentos de navegação em meio às crises”, argumenta.

No texto, a ex-senadora mantém a esperança de que os culpados sejam punidos. “Se temos que respeitar as instituições que eles, infelizmente, dirigem tão mal, e respeitar a população que lhes confiou seu voto, temos também que manter viva nossa esperança de que a Justiça será feita e os erros serão punidos”, escreveu.

Teresa Leitão reage às declarações de Mendonça Filho

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Para a petista, está faltando “visão de institucionalidade” ao deputado federal pernambucano (Foto: Alepe)

Do Blog da Folha

A deputada estadual e presidente do PT de Pernambuco, Teresa Leitão, reagiu às declarações do líder do Democratas, Mendonça Filho, que, neste domingo (19), diante das turbulências no País, afirmou que não adianta o PT querer aproveitar a situação para se livrar do ‘lamaçal no qual se meteu’. De acordo com a petista, a posição do oposicionista é “visivelmente de grande preocupação com os rumos tomados pelas bravatas autoritárias” de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Federal.

Na nota enviada à imprensa, Teresa diz que “parece que o líder do DEM desconhece seus aliados envolvidos em denúncias e passa a mirar no PT e no Governo”.

Confira, abaixo, a nota na íntegra:

“A posição de Mendonça é visivelmente de grande preocupação com os rumos tomados pelas bravatas autoritárias do seu aliado Eduardo Cunha, um desequilibrado que se acha dono do Poder Legislativo.

Parece até que o líder do DEM desconhece seus aliados envolvidos em denúncias e passa a mirar no PT e no Governo, esquecendo sua ilustre participação em momentos delicados para o Brasil, como o da PEC da reeleição.

Para quem foi governador, mesmo que só por nove meses, está faltando visão de institucionalidade.

Teresa Leitão”

“O PT não vai se livrar do lamaçal em que se meteu”, diz Mendonça Filho

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Deputado diz que não vai se intimidar com “tentativa do governo de pôr o Congresso em xeque” (Foto: ABr)

Do Blog de Jamildo

Em meio aos desdobramentos da ruptura do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), com o governo federal, o líder do Democratas, Mendonça Filho, afirmou que não adianta o PT querer aproveitar a situação para se livrar do ‘lamaçal no qual se meteu’. Segundo o parlamentar, a oposição não vai se intimidar com a “tentativa do governo de colocar o Congresso em xeque”.

“O povo sabe que a origem de tudo está nos desmandos do PT, que levaram a uma das maiores crises econômica, ética, politica e, agora, institucional”, afirma, destacando que continuará cobrando esclarecimentos, apoiando as investigações e a defendendo a punição dos culpados.

Mendonça questiona ainda a tese do Governo Dilma de que a criação das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão é de interesse apenas do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. “Essa agenda interessa ao País. Os brasileiros querem saber os desmandos da gestão Dilma/PT, também, no BNDES e nos fundos de pensão”, justifica.

As CPIs do BNDES e dos fundos de pensão terão apoio da oposição, que quer investigar os empréstimos camaradas a países como Venezuela e Cuba, que recebeu recursos do BNDES para a construção do Porto de Mariel, e a empresários amigos do PT. E, também, os rombos nos fundos de pensão como Previ, do Banco do Brasil, e Postalis, dos Correios, que vem prejudicando os aposentados com corte nas aposentarias.

Prefeitura do Recife é recordista em secretarias, mostra levantamento do JC

Por PAULO VERAS
Do Jornal do Commercio

Eleito com a promessa de implantar uma gestão mais eficiente na Prefeitura do Recife, o prefeito Geraldo Julio (PSB) caminha para o final do mandato com uma estrutura de 24 secretarias e 16 órgãos e empresas públicas, além do Gabinete de Projetos Especiais. Levantamento do JC em sete outras capitais de tamanho médio mostra que a maioria dessas prefeituras têm menos de 20 pastas.

Dessas capitais, Porto Alegre (RS) é a que tem a estrutura mais similar à recifense, com 23 secretarias e 14 órgãos. No Nordeste, Fortaleza (CE) se destaca por possuir sete secretarias regionais, que funcionam como sub-prefeituras, além das 16 pastas municipais temáticas. Belém (PA), que tem 200 mil habitantes a menos que o Recife, emprega apenas 12 secretários.

Quando tomou posse, Geraldo fez uma reforma administrativa no Recife, fundindo áreas e criando novas secretarias. Dentre as novidades estavam a pasta de Segurança Urbana, assumida por Murilo Cavalcanti, indicado do recém-aliado PMDB. A Secretaria-executiva de Defesa dos Animais (Seda) também foi criada e entregue a Rodrigo Vidal, do PDT, partido que rifou a pré-candidatura de Paulo Rubem para apoiar o PSB.

Apesar da criação de novas estruturas, Geraldo reduziu o organograma da PCR em 2013. A cidade passou de 24 para 22 pastas. Dois anos depois, porém, o prefeito criou duas novas secretarias para acomodar novos correligionários. A de Combate ao Crack ficou sob o comando da ex-líder da oposição na Câmara Aline Mariano (PSDB), e o DEM, que passou 14 anos fora da prefeitura, indicou a titular da pasta de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo, Roseana Amorim.

Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou que a estrutura administrativa atual foi planejada para atender de forma adequada as demandas da capital. “Até 2013, não eram contemplados com secretarias próprias para cuidar diretamente do tema áreas como mobilidade, segurança e questões de gênero, que a gestão municipal considera estratégicas para a consolidação de uma cidade mais humana e com mais qualidade de vida, mas que se encontravam negligenciadas ou subdimensionadas na estrutura administrativa municipal”, afirma o texto.

Criadas entre o final de fevereiro e o início de março, as novas secretarias só devem intensificar seus trabalhos agora, com a aprovação do orçamento pela Câmara no Recife no início do mês.

Em agosto, a Secretaria de Combate ao Crack, que tem R$ 12,2 milhões de orçamento, promete credenciar comunidades terapêuticas para o tratamento de dependentes químicos com vagas financiadas pelo município. A gestão também espera criar o programa Atitude Municipal, voltado para crianças e adolescentes, público que normalmente não é aceito nas comunidades terapêuticas.

No mesmo período, a Secretaria de Empreendedorismo promete lançar o Fundo Recife Acredita, que vai oferecer R$ 687 mil em crédito especial para micro e pequenos empreendedores. A pasta tem orçamento de R$ 31,6 milhões.

Estatuto da Igualdade Racial completa 5 anos com desafio de equiparar direitos

Da Agência Brasil

O Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.288/2010, completa cinco anos de vigência nesta segunda-feira (20), com desafio de equiparar direitos e superar o racismo, segundo especialistas. Em 65 artigos, o estatuto abrange diversas áreas como cultura, esporte, saúde, moradia, religião e comunicação. Mas, para que a norma seja efetivada, é preciso atuação de órgãos federais, estaduais e municipais, além da participação do setor privado.

Para o professor de direito da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro Thomaz Pereira, algumas medidas do estatuto são gerais e demandam algum tipo de iniciativa específica. “Às vezes, é uma lei, às vezes, são medidas no âmbito das secretariais estaduais, municipais ou de ministérios”, diz o professor.

Os negros são, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, mais da metade da população brasileira, 52,9% – soma daqueles que se declaram pretos e pardos. A porcentagem, no entanto, não se repete em espaços acadêmicos. De um total de 387,4 mil pós-graduandos, 112 mil são negros – menos da metade dos 270,6 mil brancos. Também não se mantém na Câmara dos Deputados, onde quase 80% dos deputados se declararam brancos, tampouco nos meios de comunicação.

HISTÓRICO

O professor explica que projeto de lei surge a partir da demanda da sociedade, dos movimentos sociais, em um contexto em que diversas medidas vinham sendo tomadas para promover a igualdade racial. Entre as medidas, está a adoção das cotas raciais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e, no âmbito federal, pela Universidade de Brasília (UnB).

“O estatuto é quase como se fosse uma mini Constituição no sentido de representar e de unir em um documento só medidas diferentes. Uma coisa interessante no estatuto é a sua própria estrutura. Ele trata de saúde, de educação, esporte e lazer, além de direito de liberdade de consciência, de crença, de cultos religiosos, de acesso à moradia, de trabalho, dos meios de comunicação. Todas essas diversas áreas aparecem de maneira diferente e exigem soluções diferentes”, explica o professor.

“Se as pessoas continuam afirmando que não existe racismo no Brasil, fica muito mais difícil superá-lo. O primeiro passo da superação é reconhecer que ele existe”, diz Vera Baroni, integrante da coordenação da Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco e da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras. Segundo ela, apesar dos esforços feitos até agora, o estatuto ainda não está devidamente conhecido para que possa ser mais amplamente cobrado e efetivado.

REFORMA

O diretor executivo da organização não governamental (ONG) Educafro, frei David Santos, defende uma reforma do estatuto. Segundo ele, as mudanças feitas durante a tramitação da lei no Congresso Nacional enfraqueceram o dispositivo. Termos que obrigavam certas medidas foram substituídos por mais brandos, que apenas as incentivavam. “Estamos procurando deputados de vários partidos que possam ajudar na composição de equipe pluripartidária que trabalhe com garra nessa missão.”

Ele cita como exemplo a retirada, do texto-base do estatuto, da obrigação de pelo menos 20% dos atores e figurante de filmes e programas de televisão serem negros. Segundo ele, caso isso ocorresse haveria mais negros nesses espaços e ações de racismo, como as sofridas pela jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, seriam reduzidas.

“O Brasil atravessa o momento de despertar do povo negro. A questão do negro vai continuar essa luta até que a sociedade branca consiga entender nosso direito e assim teremos a inserção de negros e brancos como irmãos, que é o que queremos”, diz.

Para o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto que deu origem à lei, uma reforma seria retrocesso. “O estatuto não é uma lei perfeita, mas não dá para usar a desculpa de que teve esse ou aquele veto para enfraquecer uma conquista do povo brasileiro”, diz.

“O que temos que fazer são reformas pontuais, propondo projetos que possam incorporar alguns artigos. A política de cotas na educação, por exemplo, não entrou no estatuto, mas trabalhamos de forma pontual e hoje ela está incorporada”, acrescenta.

Perguntado se, em cinco anos, o estatuto cumpre seu papel, Paim diz que isso deverá ser feito ao longo da história. “São dezenas de artigos e cada um cria uma lei. Até que seja implementado, leva tempo. Mas acho que tem ajudado. Se com a lei tudo pode, fora dela, não pode nada. A lei é um instrumento para combater o racismo e conseguimos avançar em algumas questões”.

Sem trabalhar, vereadores de Caruaru já custam R$ 475 mil

Por THIAGO NEUENSCHWANDER
Do Diario de Pernambuco

Desde fevereiro, a Câmara de Vereadores de Caruaru, no Agreste, vem se virando para dar conta de um gasto extra de aproximadamente R$ 95 mil mensais aos cofres do Legislativo. Isso porque os os dez vereadores investigados nas Operações Ponto Final I e II, sob acusação de corrupção passiva, crime contra a administração pública e organização criminosa, seguem recebendo regularmente, apesar de não darem expediente. Com a ausência, dez suplentes foram designados para ocupar as vagas e também estão recebendo cerca de R$ 9 mil mensais relativos ao salário bruto dos vereadores. No total, já são cerca de R$ 475 mil pagos por nenhuma atividade.

Como a continuidade do pagamento dos salários aos afastados é assegurada por lei federal, a despesa extra continuará incidindo sobre os cofres públicos até que os vereadores sejam definitivamente condenados ou reempossados. Como compensação, a Câmara precisou fazer alguns ajustes para cumprir o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe os legislativos municipais de gastarem mais de 70% de seu orçamento total com pagamento de pessoal.

Segundo o procurador da Câmara Municipal, José Américo, o ajuste atingiu os comissionados dos vereadores afastados. “Tivemos que exonerar aproximadamente 80 assessores para que a conta batesse e ficássemos dentro dos parâmetros da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Ao mesmo tempo, designamos apenas dois assessores para cada vereador suplente para que os trabalhos pudessem continuar nos gabinetes”, explicou.

No mês de junho, cinco dos dez vereadores foram condenados em primeira instância. Evandro Silva (PMDB) recebeu pena de 8 anos e 6 meses; Val Lima (DEM), 7 anos e 9 meses; Neto (PMN), 7 anos e 9 meses; Val das Rendeiras (Pros), 7 anos e 4 meses; e Jadiel Nascimento (Pros), pena de 6 anos e 8 meses. Todos ainda poderão recorrer da decisão e, por enquanto, permanecerão em liberdade. Os demais: Eduardo Cantarelli (SD), Cecílio Pedro (PTB), Jajá (sem partido), Louro do Juá (SD) e Sivaldo Oliveira (PP) ainda aguardam o desenrolar do julgamento.

Renan Calheiros apresenta balanço do semestre no Congresso

Ao comentar o momento econômico, presidente do Senado criticou as medidas do ajuste fiscal (Foto: ABr) 

Da Folhapress

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reafirmou na sexta-feira (17) o compromisso com a independência dos poderes da República. Segundo ele, além da crise é preciso rediscutir o modelo de coalizão existente. “O método atual, de aparelhamento e fisiologia, está exaurido e precisamos, sempre, qualificar programaticamente as coalizões, a fim de preservar a independência dos poderes e a solidez democrática.”

Em documento enviado aos jornalistas com um balanço das atividades do semestre, Renan destacou a aprovação de medidas que tiveram resistência do governo e afirmou que “o Congresso não se aproveita de nenhuma circunstância para se afirmar, mas se afirma amparado em suas prerrogativas constitucionais para otimizar suas missões precípuas de legislar e fiscalizar”.

O presidente do Senado disse ainda que o “protagonismo” do Senado não começou agora.

“Apenas para ilustrar, lembro que quebramos o monopólio da União e avançamos no Orçamento Impositivo. Em relação às medidas provisórias, inovamos ao fixar um prazo mínimo para chegada delas. No Supremo [Tribunal Federal], provamos não ser admissível o controle preventivo da constitucionalidade. Também devolvemos aos parlamentares a palavra final sobre o processo legislativo, com a apreciação periódica de vetos presidenciais”, acrescentou.

Ao comentar o momento econômico do país, o presidente do Senado criticou as medidas do ajuste fiscal.

Segundo ele, o Congresso, no seu limite, forneceu as ferramentas [para aprovação das medidas], mas os resultados, “como alertamos”, são muito modestos. “O ajuste fiscal caminha celeremente para ser um desajuste social com a explosiva combinação de recessão, inflação alta, desemprego e juros pornográficos. Até aqui só o trabalhador pagou a conta e não há ainda horizonte após o ajuste.”

“Não é a política que contamina a economia. Quem alimenta a crise política é a crise econômica”, acrescentou Renan.

Para o próximo semestre, que começa em agosto, depois do recesso branco, Renan adiantou que concentrará esforços para conclusão da votação de propostas da reforma política e da agenda federativa, votando a redução das alíquotas do ICMS, a redistribuição dos custos com a segurança pública e toda agenda negociada com governadores e prefeitos.

A reportagem fez contato com a assessoria da Presidência da República, mas não obteve retorno.

OPINIÃO: A Grécia é aqui

Por SAMUEL PESSÔA*

Segundo reportagem de Toni Sciarretta publicada neste jornal na semana passada, o Brasil está longe da situação da Grécia. De fato, do ponto de vista de liquidez, o governo grego na prática quebrou, como afirmou o repórter.

Antes de qualquer comparação, é importante frisar que o bem-estar na Grécia é superior ao brasileiro por qualquer critério. Depois de seguidos anos de crise profunda, o PIB per capita grego é 60% maior do que o nosso e a desigualdade é menor.

Do ponto de vista fiscal, a Grécia apresentou no ano passado superavit primário pouco maior do que zero, melhor, portanto, do que nosso deficit de 0,6% do PIB.

O grande problema por lá é o enorme endividamento do setor público, de 180% do PIB, ante nosso endividamento bem menor, de 65%.

No entanto, o custo de rolagem da dívida pública por aqui é bem maior. Além disso, certamente, se houver um esforço de reformas que reduzam os problemas do setor público grego, haverá espaço de negociação para reduzir muito os juros pagos pelo governo do país.

Ou seja, o fato de a Grécia ser um pequeno país de uma união monetária -o PIB grego é da ordem de 2% do PIB da zona do euro- torna o tamanho do problema muito menor do que o nosso. Estamos isolados e teremos que encontrar por nós mesmos uma solução para nosso desequilíbrio fiscal estrutural. Se a Grécia fizer a lição de casa que a união monetária exige, será resgatada.

Segundo dados da OCDE, em 2011 o gasto público grego com aposentadorias e pensões era de 14,5% do PIB, não muito maior do que os 12% que gastamos. A situação é ainda pior, pois temos pouco menos de 10% da população acima de 60 anos, enquanto a Grécia tem 20%. Ou seja, nosso gasto previdenciário relativamente à pirâmide populacional já é muito maior do que o grego!

Diferentemente de nós, a Grécia abriu mão desse instrumento quando decidiu se juntar à zona do euro. Mas é sempre importante lembrar que ajuste de desequilíbrio fiscal por meio de forte desvalorização do câmbio produz aceleração inflacionária e corte dos salários, aposentadorias e pensões.

Exatamente por esse motivo o primeiro-ministro grego, após ter tido a autorização dos cidadãos para não fazer novo acordo, o que ia gerar insolvência e no limite saída da união monetária e a recriação da dracma, decidiu assinar acordo ainda mais duro do que o anterior. Considerou que o impacto social da inflação e da desorganização da economia -consequência da recriação da moeda grega- representa custo ainda maior do que aceitar as condições da “troica” (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI).

Um tema que tem sido pouco observado é a diferença de comportamento entre aposentados e funcionários públicos, mais favoráveis a um acordo com a “troica”, e estudantes e jovens, mais vocais contra as medidas de austeridade e, por consequência, mais desejosos de uma saída da Grécia do euro e da recriação da moeda grega.

Os jovens e os estudantes são os mais afetados pelo desemprego, custo maior da estratégia de ajustamento dentro da união monetária. Os servidores públicos e os aposentados perderiam mais em uma eventual saída do euro, pois seus salários e aposentadorias seriam fortemente reduzidos com a recriação da dracma.

Já no Brasil, se nada for feito, caminharemos para crise fiscal profunda e os resultados sociais por aqui serão ainda piores do que aqueles enfrentados pela população grega nos últimos anos.

* É formado em física e doutor em economia pela USP e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. Escreve para a Folha de S. Paulo

Lógica de Levy: Meta menor vai impor um ajuste maior

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Ministro da Fazenda trava uma batalha interna sobre o tamanho do aperto nas contas públicas (Foto: ABr)

Do Brasil 247

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirma que a redução da meta fiscal não implicaria dizer que o ajuste acabou. Para ele, isso é uma ilusão e o efeito será exatamente o contrário. “Na verdade, se tiver de baixar, é porque o ajuste tem de continuar, tem de se aprofundar”, disse, em entrevista à Folha. Levy trava uma batalha interna sobre o tamanho do aperto nas contas públicas com o núcleo político do governo e o Ministério do Planejamento.

A meta hoje é economizar 1,1% do PIB. A ala política quer baixá-la para 0,6%, liberando 0,5% do PIB para gastar. Já o Planejamento alega ser impossível cumprir essa meta em ano de recessão. Mas Levy rebate dizendo que a fraqueza da economia advém exatamente das incertezas e indefinições em relação ao ajuste. “Não tem Fla-Flu. Os observadores às vezes têm uma ilusão. É importante as pessoas não terem essa ilusão. As pessoas pensam: ‘Ah, então baixou a meta porque acabou o ajuste’. Na verdade, se tiver de baixar a meta, é porque o ajuste tem de continuar, se aprofundar”, reforça.

Para ele, um cenário desastroso de retração de 2% do PIB não acontecerá se as medidas que propõe forem fielmente implementadas, pois teriam a capacidade de reanimarem a economia. O Brasil não perderia sua nota de bom pagador se conseguir concluir o ajuste: “Não estamos fazendo um ajuste colossal. A fraqueza da economia vem de incertezas, indefinições, de o ajuste não estar completo. As empresas estão reticentes. Se a pessoa não sabe quanto tempo vai demorar o ajuste, ela não tem condições de tomar decisões. Não tomando decisões, diminui o investimento, diminuindo a capacidade da economia.”

E insiste: “Todo o mundo está retraído. Vou comprar um carro? Melhor não, não sei o que vai acontecer, não sei quando o ajuste vai acabar. Aí está a discussão da meta, mas as pessoas devem entender que, se você baixa a meta, é porque não está conseguindo alcançar certos objetivos.”

Levy adianta que está tomando medidas para levantar receitas, que ajudam a economia, como a abertura do capital da Caixa Seguridade, que dará dinheiro ao governo e ajudará também a economia. O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) deverá ser alvo de um lançamento inicial de ações. E também o leilão da folha de pagamento do setor público e a cobrança de R$ 70 bilhões que estavam parados no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

O ministro afirma que a economia não tem mais folga para aplicação de medidas anticíclicas e defende que será menos doloroso enfrentar o problema o mais rapidamente possível: “Nas outras crises, em 2009, você tinha um colchão. O problema é que você gastou o colchão nos últimos dois a três anos. Não há espaço para política anticíclica. Por isso as pessoas ficam assustadas com a atividade caindo mais do que o esperado. Temos de lidar com essas coisas. Se lidar, não dói tanto. Se não lidar, poderá vir a doer.”

Levy também rebateu os golpistas de plantão: “Em que bases haveria um impeachment? Não vejo. Parece um debate meio descolado. Com base em quê? Até agora não consegui ver bases para isso. Não tem nenhuma acusação contra ela (Dilma Rousseff) que possa justificar um impeachment.”