Número de inadimplentes chega a 58,7 milhões, diz pesquisa

Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil

O total de inadimplentes no país atingiu 58,5 milhões, em novembro último, o equivalente a 39% da população adulta brasileira. Esse número é 0,69% maior do que em novembro do ano passado, representando a entrada de um milhão de pessoas no período de um ano na lista de negativados. Apesar de elevada, a lista recebeu menos devedores do que entre 2014 e 2015, quando foram incorporadas dois milhões de pessoas.

Os dados são do indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Em nota, o presidente da confederação, Honório Pinheiro, atribuiu o resultado ao crédito mais rigoroso e aos efeitos do desaquecimento da economia. Para ele, não se trata de uma melhoria de cenário, mas de um comportamento de cautela do consumidor em assumir compromissos financeiros, e da dificuldade em obter financiamento.

“Se, por um lado, a recessão dificulta a capacidade de pagamento dos consumidores, em virtude do desemprego e da inflação alta, por outro, a maior restrição ao crédito, com juros ainda elevados e critérios de concessão mais seletivos, acaba impondo limites ao endividamento por parte dos brasileiros”, afirmou Pinheiro.

A maior parte dos devedores em atraso está na região Sudeste (24,2 milhões) ou 37,37% da população adulta nessa região. O segundo maior volume foi constatado no Nordeste (15,8 milhões) ou 38,82% da população adulta dessa região, seguido pelo Sul (8,1 milhões), equivalente a 36,41% da população adulta regional; Norte (5,4 milhões) ou 46,42% da população adulta regional e Centro- Oeste (5 milhões) ou 44,12% da população adulta regional.

De acordo com perfil de idade, prevalecem os devedores entre 30 e 39 anos. Na lista de inadimplentes, 49,59% ou 16,9 milhões estão nessa faixa etária. Já a participação dos jovens entre 25 e 29 anos é de 47,12%; entre 40 e 49 anos, de 46,32% e entre 65 a 84 anos, de 29,44%.

Volume de dívidas

O levantamento também apontou um recuo de 3,54% no volume de dívidas em comparação a igual mês do ano passado e por setor, com destaque para as contas de telefonia, internet e TV por assinatura. Especificamente, as dívidas de pessoas físicas cairam 14,90%.

Já as dívidas bancárias (atrasos no cartão de crédito, financiamentos, empréstimos e seguros) diminuíram 2,35% e as assumidas no comércio tiveram queda de 2,63%. Ocorreu alta apenas em relação às tarifas de serviços básicos, como água e luz (3,81% ).

Os bancos são os que concentram a maior parte das dívidas (48,24%), seguida pelo comércio (20,31%); comunicação (13,35%) e água e luz (7,96%).

Custo da construção civil acumula alta de 6,18% em 12 meses

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), que mede a inflação do setor no país, teve aumento de 0,1% no custo do metro quadrado em novembro, bem abaixo do 0,64% de outubro. O Sinapi, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula taxa de 6,18% em 12 meses.

O custo nacional da construção, por metro quadrado, subiu de R$ 1.021,25 em outubro para R$ 1.022,26 em novembro. A mão de obra teve inflação de 0,27%, passando a custar R$ 491,08 por metro quadrado. Os materiais de construção tiveram deflação (queda de preços) de 0,06%, passando a custar R$ 531,18 por metro quadrado.

Quinze das 27 unidades da Federação tiveram aumento do custo da construção em novembro, com destaque para Pernambuco (2,47%). Doze unidades da Federação tiveram queda de custo, com destaque para o Pará (-0,38%) e Minas Gerais (-0,32%).

Banco do Brasil lança emissão de senhas pelo celular

Os clientes do Banco do Brasil já podem emitir senhas pelo celular, no aplicativo do banco, para atendimento presencial. A novidade permite que as pessoas retirem a senha de casa ou de qualquer outro local e recebam a estimativa para o atendimento na agência que preferir. As senhas entram em uma fila virtual e o cliente efetua o check-in pelo App quando chegar à unidade do banco. Caso ele se esqueça de validar a senha ao chegar à agência, o sistema realiza o procedimento automaticamente no horário previsto.

A senha pode ser gerada para atendimento em sua própria agência de relacionamento, nas unidades mais próximas ou para qualquer outra agência de preferência do cliente. O aplicativo pesquisa as dependências por nome, número ou CEP e exibe os dados gerais, como: endereço, telefone e horário de atendimento. Após a emissão de senha, o cliente também visualiza o horário previsto para seu atendimento.

O diretor de clientes pessoas físicas do BB, Simão Luiz Kovalski, entende que a inovação garante maior comodidade, “Esta entrega faz parte do Programa de Transformação Digital do BB e permite ao cliente otimizar seu tempo e lhe dá a opção de ir às nossas agências próximo ao horário de atendimento. Vamos melhorar a experiência dele, oferecendo um atendimento mais ágil e com menor tempo de espera em filas. E em breve, o aplicativo também realizará a triagem prévia, oferecendo ao cliente todas as opções para resolução de sua demandas no próprio app, sem precisar se deslocar até uma agência ”.

A implantação surgiu da ideia de dois funcionários da instituição e foi a grande vencedora da 1ª edição do Programa Pensa BB, que estimula os funcionários a criar soluções inovadoras para o banco. A sugestão concorreu com outras 3.265 propostas de todas as áreas da instituição.

Conta Fácil

Neste mês, o Banco já havia anunciado o lançamento da sua nova conta digital, com estimativa de abrir mais de 1,8 milhão de contas nessa nova modalidade até o final de 2017.

Mais de 3,6 milhões de consumidores procuram as agências do BB anualmente para abrir contas correntes. A estratégia do BB será migrar mais de 50% desse contingente para abertura de contas digitais.

A Conta Fácil BB é oferecida às pessoas físicas que não possuem contas ativas no Banco e que tenham idade igual ou superior a 18 anos. Na tela inicial do aplicativo, o cliente selecionará “Quero abrir uma conta” e, com alguns cliques, terá a conta aberta rapidamente. Bastará preencher os dados pessoais, cadastrar a senha, escolher a agência de relacionamento e a conta já estará apta para movimentação.

As contas abertas pelo aplicativo permitem movimentação mensal de até R$ 5 mil e dão direito a um cartão de débito Elo. São oferecidas duas opções de franquia de serviços: Conta Fácil Gratuita, sem cobrança de tarifas, e Conta Fácil Bônus, que permite maior número de saques e extratos mensais. Esta opção prevê tarifa de R$ 9,90 por mês, que podem ser convertidos em bônus para celulares pré-pagos.

A Conta Fácil BB é, atualmente, o maior projeto no País que utiliza o conceito de conta de pagamentos, que foi instituída pelo Banco Central em 2013.

Município de Panelas terá sistema de abastecimento ampliado

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Apesar da seca não dar tréguas no Agreste do estado há seis anos consecutivos, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) tem trabalhado para buscar alternativas que diminuam os efeitos da estiagem prolongada e promovam a continuidade do abastecimento de água para a população da região. No município de Panelas, por exemplo, situado a 142 quilômetros do Recife, foi iniciada a obra de ampliação do sistema de abastecimento de água da cidade, fruto da parceria do Governo do Estado, Compesa e a Prefeitura do município. O projeto tem um orçamento de R$ 4 milhões, dos quais R$ 400 mil serão bancados pela prefeitura de Panelas, que será responsável pelos serviços de escavação, assentamento e reaterro de 11 quilômetros de adutora. Os investimentos também contam com apoio de recursos assegurados pelo Deputado Federal Fernando Monteiro (PP/PE), que destinou uma Emenda Parlamentar para aquisição de parte das tubulações.

Isso porque a Barragem de São Sebastião, que atende ao município de Panelas, também sentiu os efeitos da seca prolongada no Agreste. O manancial de pequeno porte já está com 33,4% da sua capacidade total e, caso não chova, vai entrar em colapso dentro de três meses. Para evitar que a barragem seque completamente e garantir o abastecimento para a população da cidade, já iniciaram as escavações para a implantação e assentamento de 11 quilômetros de adutora (PVC e ferro), que vai transportar água da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Cupira até a ETA Panelas. O serviço está sendo executado pela Prefeitura de Panelas e deve ser finalizado em fevereiro do próximo ano. A Prefeitura vai destinar R$ 400 mil para execução desta parte da obra.

O restante do investimento do projeto será feito pelo Governo do estado e Compesa e contemplará a ampliação da ETA Cupira, a construção de um reservatório na ETA Panelas, com capacidade para acumular 400 metros cúbicos de água, além de melhorias na rede de distribuição que será requalificada em alguns trechos, com objetivo de aumentar a confiabilidade e reduzir a ocorrência de vazamentos. A previsão para a Compesa iniciar as outras etapas da obra é a partir de janeiro de 2017, e o prazo para concluir todo projeto é de seis meses.

“Esse projeto é fundamental para evitar o colapso do sistema de abastecimento da cidade. Por isso que o nosso planejamento é implantar, primeiro, a adutora para que ela passe a atender a população de Panelas com uma vazão de 15 litros por segundo de água tratada”, explica Bruno Adelino, gerente de Unidade de Negócios da Compesa. Hoje, a população do município é abastecida seguindo um calendário de dois dias com água para 10 dias sem.

8 dicas de organização dos estudos para a segunda fase dos vestibulares

Para quem se preparou o ano todo e conseguiu chegar à fase final dos principais concursos vestibulares do país organizar da melhor maneira possível seus estudos Stoodi – startup de educação à distância que oferece videoaulas, plano de estudos e monitorias transmitidas ao vivo – preparou uma lista com valiosas dicas. Agora são apenas dois meses para se preparar para a etapa final, a grande chance de o aluno demonstrar todo o seu conhecimento e conquistar uma vaga em uma das principais faculdades do Brasil.

1. Confira quais são as suas matérias de peso na segunda fase

A primeira coisa que você deve fazer é procurar o edital e conferir quais são as matérias de mais peso para o curso que você está prestando. Geralmente, cada carreira tem uma disciplina de peso diferente na segunda fase. Isso acontece porque um médico precisa demonstrar mais conhecimento em Biologia e um engenheiro em Matemática, por exemplo. Então, veja quais são as matérias que irão compor sua nota com mais relevância e monte uma estratégia em seu cronograma para estudar tudo o que você precisa e, ainda assim, dar mais atenção para elas.

2. Comece estudando os temas que te deixaram em dúvida na primeira prova

Você notou que seu vestibular costuma cobrar muita estatística e você não está familiarizado com os conceitos avançados de porcentagem? Interessante…
Pegue a prova da primeira fase e tente entender o jeitão do vestibular. Mapeie todas as suas dúvidas e comece estudando por elas.

3. Procure seguir uma rotina de estudos

Claro que uma das maiores vantagens de um cursinho online é a flexibilidade. Porém, nesse momento decisivo em que você não tem todo o tempo que você gostaria, estabelecer uma rotina de estudos pode ser uma das melhores saídas para ter produtividade. Estabeleça um horário e dê tudo de si nos estudos. Isso vai te ajudar a disciplinar o seu corpo e a se concentrar com mais facilidade.

4. Imponha metas semanais

Para te ajudar a seguir certinho o cronograma e revisar tudo o que você precisa para a segunda fase, organize as matérias por metas semanais. “Até essa semana preciso terminar o bloco de História do Brasil, para seguir o conteúdo geral na próxima semana”, por exemplo. Traçar pequenas metas te ajuda a ter domínio do conteúdo a ser revisado e pode servir de incentivo.

5. Não se sobrecarregue

Muito cuidado para não se sobrecarregar. Equilíbrio é a palavra. Pense que esse é o momento que você tem para se preparar para uma prova muito importante. Se você se sobrecarregar, você pode não ter os melhores dos rendimentos na hora da prova por estar cansado ou com o emocional abalado.

6. É hora de revisar e não de aprender

Foque em fixar tudo aquilo que você já entendeu e não procure aprender matéria nova. Como temos pouco tempo, corremos o risco de acabar nos confundindo.

7. Foque nos conceitos mais específicos

Menos conceitos básicos e mais aprofundamento nas matérias. Na segunda fase, os vestibulares costumam aumentar o nível de dificuldade de suas provas. Então, prepare-se para ir além do que já foi feito até agora.

8. Não se esqueça de dar uma olhada nas atualidades

Não é só na primeira fase que tem atualidades, então não se esqueça de dar aquela olhadinha básica. A leitura, além de te ajudar a escrever melhor, pode te dar mais base para sustentar seus argumentos em uma redação, por exemplo.

ARTIGO — Que tal um período sabático para repensar a carreira?

Por Daniela do Lago

Repensar a profissão, estudar e conhecer outros lugares. Esses são alguns dos objetivos de quem decide apostar em um período sabático, prática crescente no Brasil nos últimos anos. O termo hebraico refere-se ao momento de descanso que a terra passava após as colheitas, e atualmente está relacionado com a pausa que profissionais dão em suas carreiras.

Nem sempre é preciso sair do emprego para desfrutar de um período sabático. Porém a questão é delicada, já que algumas organizações são mais conservadoras e não compreendem o assunto. Mesmo assim, você pode tentar negociar com a empresa.

O primeiro e mais importante passo é ter plena consciência de que esse momento não representa férias. Entenda que essa é uma parada estratégica na carreira e, por isso, requer planejamento, principalmente financeiro. Também não preciso comentar que o fato de estar desempregado não pode ser considerado um período sabático, certo?

Muitos profissionais acham que não fazem o que gostariam devido à falta de tempo. Isso é uma grande ilusão! Tudo na vida são escolhas e dependem de esforço e disciplina. Não importa se você trabalha 12 horas por dia ou não faz nada, se não tiver dedicação e organização para focar nos objetivos que pretende atingir, nunca irá alcançá-los.

A nossa vida é cheia de desculpas, e quase sempre os culpados são o trabalho e a consequente falta de tempo que ele causa. Devemos nos questionar sempre que iniciamos qualquer coisa: “para que tenho que fazer isso?”; “eu conduzo ou sou conduzido?”; “escolhi ou fui escolhido por minha profissão e/ou empresa?”. Um período sabático pode ser uma experiência única e ajudar a encontrar respostas a essas questões.

Embora eu recomende, insisto que o processo nem sempre é fácil e, acima de tudo, requer planejamento financeiro. Você pode demorar um pouco para retornar ao mercado, mas a chance de não ser reabsorvido é quase zero. Aproveite para estudar, ampliar sua visão de mundo, cuidar da saúde e ter contato com o diferente. Tudo isso vai te ajudar a enxergar infinitas possibilidades para sua nova etapa de carreira.

Investimentos de empresas em ações inovadoras ficam estáveis, diz pesquisa

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As 132.529 mil empresas brasileiras consideradas inovadoras com 10 ou mais trabalhadores investiram, em 2014, R$ 81,5 bilhões em atividades inovadoras, o que corresponde a 2,54% da receita líquida total das vendas no mesmo ano. Na indústria, essa relação foi de 2,12%, menor patamar histórico já registrado.

As informações constam da Pesquisa de Inovação (Pintec) 2014, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (9) com informações sobre o esforço de empresas dos setores da indústria, serviços e eletricidade e gás – entre 2012 e 2014 – para a inovação de produtos e processos.

Os investimentos, ainda em patamares baixos na avaliação do IBGE, só não foram menores porque entre 2012-2014, 40% das empresas inovadoras receberam algum apoio do governo para suas atividades inovativas, proporção maior que a do período 2009-2011 (34,2%).

Na edição atual da pesquisa, atingiu-se o número de 17,3 mil empresas industriais utilizando algum incentivo público para desenvolver suas inovações de produto ou processo, número 20,8% maior do que o verificado no intervalo anterior 2009-2011.

Os dados do IBGE indicam que, do total de empresas investigadas, 36% (o equivalente a 47.693) fizeram algum tipo de inovação em produtos ou processos, taxa próxima aos 35,7% do triênio anterior (2009-2011).

O volume investido na indústria equivale a 36,4%, superando ligeiramente os 35,6% do trimestre encerrado em 2011, enquanto entre as empresas de eletricidade e gás o percentual cai de 44,1% para 29,2% no período; e de 36,8% para 32,4% no setor de serviços.

Os números refletem “a crise econômica e a instabilidade política” que o país vem enfrentando, no primeiro caso, desde a crise econômico-financeira internacional iniciada em 2008 e, no segundo, por conta da instabilidade política decorrente do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Housseff.

Mesmo apresentando uma certa estabilidade entre os dois períodos, os investimentos em inovação no país ainda se encontram em patamares “bastante baixos” na avaliação do gerente da pesquisa do IBGE, Alessandro Pinheiro.

Para ele, isto decorre de um conjunto de fatores: “Os gastos com inovação, em particular com P&D [pesquisa e desenvolvimento] estão sujeitos a um nível de incerteza bastante alto e exige investimentos igualmente elevados. Então, quando se tem uma conjuntura desfavorável as empresas se retraem”, afirmou.

A Pintec 2014 é enfática na constatação de que os principais obstáculos à inovação no país foram econômicos. “O elevado custo, como em todas as outras edições da pesquisa, ocupou o primeiro posto como obstáculo à inovação na indústria (86%), seguido pelos riscos (82,1%) e pela escassez de fontes de financiamento (68,8%)”, disse o pesquisador.

O IBGE ressaltou que apenas 5% das empresas envolvidas na pesquisa investem em inovação, embora elas representem 30% dos gastos com o setor. Do investimento de R$ 81,5 bilhões em inovação feito pelas empresas em 2014, 30,3% (R$ 24,7 bilhões) foram aplicados em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento, o que correspondeu a 2,54% da receita líquida de vendas com os gastos nas atividades internas representando 0,77% da receita.

Apoio governamental

Por ser um fenômeno complexo, cujas atividades são geralmente motivadas pela busca do lucro diferenciado, a inovação contém um elemento fundamental de risco e incerteza. Em consequência, é forte a participação governamental nos investimentos em inovação.

Os dados da pesquisa do IBGE, por exemplo, indicam que, entre 2012-2014, 40% das empresas inovadoras receberam algum apoio do governo para suas atividades inovativas, proporção maior que a observada no período 2009-2011 (34,2%).

O principal mecanismo utilizado no intervalo 2012-2014 foi o financiamento para compra de máquinas e equipamentos, contemplando 29,9% das empresas inovadoras, valor 4,3 pontos percentuais acima do constatado no triênio anterior.

Para o gerente da pesquisa, Alessandro Pinheiro, foi exatamente esta participação do governo que impediu uma queda maior nos investimentos nas atividades inovadoras das empresas. “Nesta edição da Pintec, a gente está mostrando que cresceu muito o apoio governamental, mais de 40% das empresas inovadoras receberam algum tipo de apoio governamental, então isto segurou os números que poderiam ser piores se não houvesse este apoio”, explicou.

Ao final de 2014, os investimentos significaram 40,2% dos gastos da indústria, quando na Pintec de 2011 esta participação havia sido de 46,9%. “Então, mesmo com a ação governamental, caiu a participação de maquinas e equipamentos no volume total dos investimentos inovadores em razão da crise”.

Já os incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento e inovação tecnológica atingiram 3,5% das inovadoras, ante 2,7% entre 2009 e 2011, enquanto os programas agregados na categoria “outros” alcançaram 8,1% das empresas inovadoras.

Indústria

Na indústria, o percentual do dispêndio no total das atividades inovadoras em relação à receita líquida de vendas foi de 2,37% em 2011 para 2,12% em 2014, o menor patamar histórico já registrado pelo levantamento e distante do anotado em 2008 (2,54%).

Situação inversa ao setor das empresas de serviços, onde a relação passou de 4,96% do faturamento em 2011 para 7,81% em 2014, acréscimo influenciado pelos serviços de telecomunicações, cujo valor subiu de 3,66% em 2011 para 9,99% em 2014.

“A indústria foi a que acusou maior retração neste período de crise, setor que vem encolhendo ao longo do tempo, perdendo participação no PIB (Produto Interno Bruto), e chegando a registrar taxas negativas de variação: em 2014, caiu 4,7% e isto se reflete nos indicadores em inovação, que é um investimento com um nível de incerteza ainda maior” justifica o pesquisador do IBGE.

Ainda assim, entre 2012 e 2014, a variação das empresas que fizeram algum tipo de inovação em produtos ou processos no total da indústria passou de 35,6% para 36,4%. Já entre as empresas de eletricidade e gás o comportamento foi inverso: apenas 29,2% das empresas de eletricidades foram inovadoras em 2014, contra 44,1% em 2011.

“Está queda decorreu dos problemas das tarifas represadas, o que acabou refletindo nos investimentos, houve uma certa acomodação: a situação do racionamento de energia prejudicou muito este setor”, disse o gerente da pesquisa.

Importância setorial

Ao fazer uma análise setorial, tomando como base a atribuição feita pelas empresas de importância alta ou média para as atividades de inovação, a aquisição de máquinas e equipamentos continua sendo a mais relevante para a indústria e abrange 73,8% delas que admitem a importância da aquisição de máquinas e equipamentos para a dinamização e ampliação de sua produção.

Para o IBGE, a forma mais simples de uma empresa inovar é adquirindo uma máquina, o que aumenta a sua produtividade. “É por isso que a prática é a atividade mais inovativa e comum: quando uma empresa compra uma máquina, que reduz custos e aumenta a sua produtividade, ela é considerada uma empresa que está inovando nos seus processos”.

Mão de obra ocupada

Os dados da Pesquisa de Inovação (Pintec 2014) indicam que, em 2014, quando do encerramento do triênio da pesquisa do IBGE, as 132.529 empresas brasileiras consideradas inovadoras, com 10 ou mais trabalhadores, e que investiram R$ 81,5 bilhões em atividades inovativas, mantinham aproximadamente 110 mil pessoas, em equivalência de dedicação total, ocupadas em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento.

Em relação à edição anterior (2009-2011), houve crescimento de 6,5% no total das pessoas ocupadas. A participação das pessoas ocupadas de forma exclusiva, que em 2008 equivalia a 76,3% do total empregados, caiu para 65,1% em 2011, chegando a 61,4% em 2014. Destas 110 mil pessoas, 76,2 mil estavam na indústria, 33,2 mil nas empresas dos serviços selecionados e 531 nas empresas de eletricidade e gás.

Uma das novidades do estudo do IBGE aborda a presença de mulheres nas áreas de inovação das empresas. O censo de 2010 indica que estão cadastrados na base 128,6 mil pesquisadores – e a metade é de mulheres. Elas têm predominância nas áreas de Ciências Humanas e Sociais, mas as Ciências Exatas são dominadas pelos homens.

A maior participação das pesquisadoras nas atividades de pesquisa e desenvolvimento nas empresas brasileiras ocorreu na indústria, onde havia 22% de mulheres no quadro de pesquisadores. Nos serviços selecionados, a participação foi de 18,2%, percentual menor do que na indústria, enquanto nas empresas de eletricidade e gás a participação feminina foi a menor (16,1%).

“É importante perceber que as mulheres atuam predominantemente nos setores que fazem produtos voltados para elas: farmoquímica, sabão, detergente, limpeza, cosmético, higiene pessoal, farmacêutica e confecção. São atividades compatíveis com setores que lidam muito com o público feminino, mas de 50%”, ressalta Alessandro Pinheiro.

Segundo ele, no âmbito das empresas da indústria de transformação foi a atividade de fabricação de produtos farmoquímicos que acusou o maior percentual de mulheres pesquisadoras (75,3%), seguida das atividades de fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal (66,2%), fabricação de produtos farmacêuticos (60,2%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (58,8%).

Ações de Limpeza Urbana continuam a todo vapor em Caruaru

Durante os últimos dias o Departamento de Limpeza Urbana tem realizado ações de melhorias na zona rural do município. Desta vez, as comunidades de Terra Vermelha, Rafael, Peladas e sítio paladar foram contempladas com os serviços de capinação, limpeza e pintura de meio-fio.

Já na área urbana, a limpeza do Rio Ipojuca não para. Na última semana, as equipes utilizaram uma máquina PC para realizar a limpeza na área da Ponte Irmã Jerônima e no Parque 18 de maio. Simultaneamente, o trabalho manual foi feito nos trechos da BR-104 até a área da Feira Livre.

Esta semana as ações de capinação e pintura de meio-fio estão sendo realizadas no Maurício de Nassau, Divinópolis, Petrópolis e São Francisco. A capinação de terrenos baldios está sendo feita no bairro Pinheirópolis e a limpeza do rio nos bairros São Francisco e Indianópolis.

Mercado de trabalho discrimina mulheres, revela pesquisa

O crescimento econômico do Brasil na última década não se refletiu em mais igualdade no mercado de trabalho. Com ou sem crise, as mulheres brasileiras continuam trabalhando mais – cinco horas a mais, em média – e recebendo menos.

A renda das mulheres equivale a 76% da renda dos homens e elas continuam sem as mesmas oportunidades de assumir cargos de chefia ou direção. A dupla jornada também segue afastando muitas mulheres do mercado de trabalho, apesar de elas serem responsáveis pelo sustento de quatro em cada dez casas.

As contatações são da Síntese de Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgada neste mês, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa estudou os indicadores entre os anos de 2005 e 2015.

As mulheres tendem a receber menos que os homens porque trabalham seis horas a menos por semana em sua ocupação remunerada. Porém, como dedicam duas vezes mais tempo que eles às atividades domésticas, trabalham, no total, cinco horas a mais que eles. Ao todo, a jornada das mulheres é de 55,1 horas por semana, contra 50,5 horas deles.

De acordo com a pesquisadora do IBGE Cristiane Soares, os homens continuam se esquivando de tarefas da casa, o que se reflete em mais horas na conta delas. “Na década, a jornada masculina com os afazeres domésticos permanece em 10 horas semanais”, destacou.

Mesmo trabalhando mais horas, as mulheres têm renda menor, de 76% da remuneração dos homens. Esse número era de 71% em 2005 e reflete o fato de mulheres ganharem menos no emprego e também por não serem escolhidas para cargos de chefia e direção. Dos homens com mais de 25 anos, 6,2% ocupavam essas posições, contra 4,7% das mulheres com a mesma idade. Porém, mesmo nesses cargos, fazendo a mesma coisa, o salário delas era 68% do deles.

Apesar deste cenário, a pesquisa mostra que cresce o número de mulheres chefes de família. Considerando todos os arranjos familiares, elas são a pessoa de referência de 40% das casas. Entre aqueles arranjos formados por casais com filhos, uma em cada quatro casas é sustentada por mulheres. O percentual de homens morando sozinho com filhos é mínimo.

Nem trabalham, nem estudam

Acompanhando a tendência mundial, as mulheres jovens entre 15 e 29 também estão em desvantagem em relação aos homens da mesma idade. No Brasil, boa parte delas interrompe os estudos e para de trabalhar para cuidar da casa. Entre o total de mulheres, 21,1% não trabalha nem estuda, contra 7,8% dos homens.

Em uma década, a situação dos jovens chamados de nem-nem mudou pouco. Em 2005, 20,2% das mulheres estavam nesta situação e 5,4% dos meninos. De acordo com a pesquisa, a hipótese mais provável é que essas meninas estejam cuidando de filhos ou da casa. Em média, 91,6% delas contaram que dedicam 26,3 horas semanais a afazeres domésticos. Já entre os meninos, 26,3% dos nem-nem que responderam cuidar da casa dedicam 10,3 horas semanais à atividade.

A especialista do IBGE no tema, Luana Botelho, destaca que a situação não se alterou na década, mesmo quando a situação econômica do país era mais favorável, em 2005.”Podemos olhar a série histórica que a situação não se altera com a economia. O fato de ter mais ou menos emprego não vai fazer essa mulher deixar de ser nem-nem”, disse. Para ela, são necessárias medidas específicas para permitir que as jovens diminuam a dedicação às tarefas domésticas e voltem a trabalhar.

No total, cerca de 70% das mulheres brasileiras estão fora do mercado de trabalho. A maioria tem 50 anos ou mais e não tem instrução ou só completou o ensino fundamental.