“Estamos felizes em reiterar nosso compromisso em defesa dos direitos das crianças.” A afirmação foi feita por Fernando Haddad (PT), candidato à presidência da República pela coligação “O povo feliz de novo”, durante encontro com representantes da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e da RNPI (Rede Nacional Primeira Infância), na quarta-feira (26/9), em São Paulo.
O candidato do PT, ao lado de Ana Estela Haddad, que coordenou o programa São Paulo Carinhosa na prefeitura paulistana durante sua gestão, assinou o termo compromisso da campanha “Criança é Prioridade nas eleições 2018”, para criar políticas que garantam os direitos das crianças de zero a seis anos, ou cumprir as que já existem.
Em resposta ao representante da Unicef, Michael Klauss, que enumerou questões que ainda afligem as crianças no Brasil, como pobreza, alta de taxa de homicídios entre adolescentes e desrespeito a direitos fundamentais como educação e saúde, Haddad ressaltou que a primeira infância foi prioridade nos governos do PT, com a criação de muitos mecanismos de combate à pobreza como o Bolsa Família que apresentavam condicionalidades como a frequência escolar e a vacinação.
O candidato do PT criticou a falta de controle atual do Bolsa Família e os cortes de benefícios. “O que eu vejo de mais grave em relação ao Bolsa Família é que, primeiro, os cortes estão sendo feitos sem critérios, nós tínhamos uma política de condicionalidade que era muito eficaz. Primeiro, um controle muito rigoroso da condicionalidade, a frequência escolar e a vacinação. Hoje o controle da vacinação do Bolsa Família é muito precário, por isso, que a cobertura da vacinação tá caindo e a mortalidade infantil associada a falta de vacina tá aumentando”, afirmou.
Haddad lembrou que quando foi ministro da Educação, o Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – foi ampliado desde a creche até o ensino médio, e o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar – foi exemplo para vários países como uma merenda saudável. Segundo ele, isso será retomado, enfatizando a proposta de incluir alimentos orgânicos nas escolas, sem agrotóxico, como fez quando foi prefeito de São Paulo.
Com relação aos adolescentes fora da escola, Haddad disse que sua proposta é fortalecer o ensino médio. Segundo ele, a maioria das crianças e adolescentes que estão fora da escola é de 15 a 17 anos, portanto do ensino médio. “O Ensino Médio vai receber reforço federal, nós vamos passar por um processo de federalização do problema puxando para a mesa do presidente da República o apoio das escolas federais de Ensino Médio às escolas estaduais de baixo desempenho”, afirmou.
“Toda unidade federal de ensino médio, instituto Federal, escolas militares, Senac, Sesi, tudo o que é mantido com dinheiro federal vai ter que fazer convênio para melhorar o desempenho dos alunos de ensino médio, mantê-los na escola, cobrar frequência, mas cobrar sobretudo desempenho escolar”, concluiu.
Campanha propositiva
Ao final encontro no Unicef, Haddad falou rapidamente com jornalistas e disse que a linha de sua campanha é propositiva. “Nós entendemos que o Brasil está precisando de paz e mais respeito mútuo. Então nossa linha de campanha até o final será de propostas e não ataques. O Brasil quer paz e democracia. Não quer ditadura, quer discutir direitos, trabalho, educação. O país quer olhar para o futuro, discutir o que fazer para sair da crise”, afirmou.
Os dados comprovam que o eleitor está muito mais interessado em propostas do que em ataques: Haddad é o único candidato que cresce continuamente nas pesquisas, e, só no site lula.com.br, mais de 50 mil pessoas baixaram o Plano de Governo.