O Globo
A devassa da Lava-Jato mudou os critérios para nomeação para os cargos regionais e nos estados. Antes prevalecia a presunção da inocência, agora o que conta é a premonição do escândalo. Esse é um dos motivos, além dos políticos, que retardam a nomeação para os cargos públicos no governo Temer.
A devassa dos serviços de informação é mais rigorosa e o Planalto mais exigente. Isso explica, por exemplo, porque depois de deixar, por razões políticas, a presidência da Eletrosul, Djalma Berger ainda não conseguiu voltar para o cargo.
Irmão do senador Dário Berger (PMDB) e ex-prefeito de São José (SC), Djalma já foi declarado inelegível por oito anos por abuso de poder político e captação ilícita de votos. E, ainda, foi indiciado por fraude em licitação quando era prefeito de São José.
O temor do desgaste também fez o presidente interino, Michel Temer, afastar o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (foto), do comando do Ministério do Planejamento. Temer e Jucá acertaram sua volta para a pasta quando o PGR, Rodrigo Janot, arquivar as investigações contra o senador. Jucá é considerado, no Planalto, um dos maiores operadores políticos do Congresso, além de suas qualidades como executivo.