Por Amauri Nóbrega
Existe o ciclo natural da vida, ou seja, você nasce, cresce, reproduz e morre, correto? Seria muito mais simples se todos aceitassem esse processo natural da vida que acontece com 100% das pessoas, mas isso muitas vezes não é a realidade, principalmente quando o assunto é sucessão numa empresa familiar.
Tenho acompanhado diversos casos de fundadores de negócios familiares que acreditam ser eternos. Por que eles acreditam nisso? Bom, a resposta mais frequente é que não tem ninguém “preparado” para fazer igual ou melhor do que eles. A maioria tem dentro de si que a empresa é fruto de sua genialidade e que nunca aparecerá alguém à altura para ocupar o posto. Assim, acabam se prendendo ao trono, deixando o tempo passar e perdendo a chance de aproveitar o que construíram.
É fato que a mudança gera medo, mas empurrar com a “barriga” esse processo que deveria ser natural só ajuda a complicar a situação. Conhecemos diversos casos de grandes negócios que deixaram de existir por brigas e disputas após a morte do fundador.
Então, qual o momento certo para passar o bastão? Em minha opinião, não existe uma “receita de bolo”, um momento adequado. O processo de sucessão tem que acontecer naturalmente ao longo do desenvolvimento do negócio familiar, os herdeiros devem ser inseridos naturalmente na organização e passarem pelo processo de evolução e desenvolvimento da mesma forma que qualquer outro colaborador comum.
Caso, depois de todo o processo, for constatado que não existe nenhum herdeiro com competência, habilidades e, o mais importante, motivação para assumir o negócio familiar, é o momento de prepará-lo para ser proprietário e buscar no mercado um executivo não familiar.
* Amauri Nóbrega é consultor executivo, palestrante, coach, escritor, conselheiro e especialista em estratégia e finanças. Site:www.amaurinobrega.com.br