PSB de Pernambuco reafirma apoio a Fernando Haddad no segundo turno

A Executiva Estadual do Partido Socialista Brasileiro reafirmou, na segunda-feira (15), apoio ao candidato à presidente da República Fernando Haddad (PT) durante o segundo turno das eleições 2018. Durante reunião realizada no Recife Praia Hotel, que contou com a presença do governador e vice-presidente nacional do PSB Paulo Câmara, os membros da Executiva aprovaram, por unanimidade dos presentes, resolução indicando o apoio irrestrito ao petista. No encontro, também foi feita uma avaliação do resultado das eleições em Pernambuco. O senador reeleito Humberto Costa (PT) também esteve presente no ato.

Antes de iniciar a votação, o governador Paulo Câmara agradeceu a participação da militância nas eleições, que contribuiu para a eleição estadual no primeiro turno, e falou sobre a responsabilidade dos socialistas na disputa presidencial. “Temos pouco mais de 10 dias para o segundo turno. Temos uma responsabilidade grande. O cenário que se apresenta é difícil, mas é possível uma reversão. Temos que fazer o dever de casa, multiplicar a eleição de Fernando Haddad porque vamos precisar do governo de Haddad. O Brasil precisa de pessoa com ideias fundamentadas na democracia e no olhar para os mais pobres. E é essa mensagem que a gente precisa levar ao povo pernambucano”, destacou Paulo.

Vice-presidente nacional socialista, Paulo também destacou que o resultado das eleições mais uma vez mostrou a força da legenda no Estado e seu peso no PSB nacional. O governador foi o candidato majoritário em 149 municípios e ganhou em todas as regiões do Estado, além de ter o maior número de eleitos entre os diretórios estaduais. “Vamos seguir para 16 anos (na gestão), mostrando que estamos no caminho certo. Eu fiz questão de estar aqui hoje para agradecer a vocês, pedir empenho nesse segundo turno e nos colocar à disposição porque temos muito o que fazer. É importante a vitória de Haddad em Pernambuco e ajudá-lo a ganhar em nível federal também”, enfatizou Paulo.

O presidente estadual Sileno Guedes, por sua vez, mostrou o quadro do PSB em Pernambuco, que elegeu as maiores bancadas de deputados estaduais e federais, além de ter eleito os parlamentares mais votados do Estado. “O PSB se apresenta como uma força importante e o que a gente trouxe aqui ratifica o que foi discutido na Executiva nacional na semana passada. É importante estarmos unidos para reforçarmos o nosso irrestrito apoio à Haddad no segundo turno”, declarou. O dirigente também comunicou a realização de um encontro com prefeitos da Frente Popular na próxima sexta-feira (19), em Gravatá, em prol da candidatura de Fernando Haddad.

Acompanhado de Dilson Peixoto, o senador Humberto Costa agradeceu o empenho da Frente Popular no primeiro turno e falou sobre a necessidade de vencer o candidato da oposição no segundo turno presidencial. “Nossa vitória é fundamental para barrar caminho até a barbárie e para retomarmos um projeto que seja capaz de promover igualdade e inclusão para o povo brasileiro”, comentou.

Além da Executiva Estadual, o ato também contou com a participação de prefeitos da Região Metropolitana e da Mata Norte, além de deputados eleitos em 2018.

Educação e inovação: o que temos a aprender com Israel?

anguiê Diniz: Mestre e doutor em Direito, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

Com pouco mais de 8 milhões de habitantes, território pequeno, escassez de água e uma história milenar que tem sido reescrita há apenas 70 anos, Israel é um daqueles países que surpreendem pela capacidade de encontrar soluções, inovar e se estabelecer como polos globais de disseminação de conhecimento.

Conhecida como “nação das startups”, Israel conta com mais de 300 multinacionais instaladas em seu território. Entre os países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é o que mais investe sua riqueza nacional em educação. Com 47% da população de 25 a 34 anos graduada em nível superior, publica aproximadamente 1% dos artigos científicos do mundo.

Como tudo isso foi possível em tão pouco tempo e o que o Brasil precisa fazer para chegar lá? As respostas para essas e muitas outras perguntas é o que o setor particular de educação superior do país vai buscar durante a 2ª Delegação ABMES Internacional – Israel Experience, comandada por mim, que acontece entre os dias 11 e 21 de outubro.

Durante 10 dias, serão visitadas algumas das instituições de educação superior mais inovadoras do planeta. Inovadoras nas mais variadas concepções, do processo pedagógico à produção de novas tecnologias. Educação a distância, incubadora de projetos, impacto social na comunidade, centros de inovação no ensino, startups, educação e empreendedorismo e inovação na educação são alguns dos tópicos sobre os quais o grupo terá a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e conhecer práticas modernas e transformadoras.

Outro objetivo da missão é estimular o processo de internacionalização das instituições de educação superior brasileiras. Por meio dele, é possível trocar experiências, gerar novas ideias, discutir problemas, identificar soluções comuns e estabelecer pontes com organizações semelhantes.

Em uma sociedade do conhecimento, essa troca de informações e vivências não só fortalece as instituições para operarem com foco na melhoria dos seus processos e, consequentemente, na qualidade dos serviços ofertados, como amplia as possibilidades de desenvolvimento dos estudantes que buscam na experiência internacional uma forma de estarem conectados às tendências e inovações das áreas profissionais nas quais atuarão após a conclusão da graduação.

Acreditamos que a realização de delegações internacionais reforce nas instituições a importância do processo de internacionalização, tanto para o desenvolvimento institucional, quanto para a comunidade acadêmica. Além disso, a experiência adquirida durante as visitas torna a internacionalização tangível para aquelas instituições que não sabiam como estruturar suas ações nesse sentido.

Por fim, as delegações internacionais promovidas pela ABMES também visam à apresentação da educação superior particular brasileira para diversas nações, ao mesmo tempo em que estreita laços, favorecendo a possibilidade concreta de parcerias entre instituições daqui e do exterior.

Desta forma, com a ida para Israel, queremos compreender como funciona um dos principais polos de inovação do planeta e conhecer as melhores práticas nas áreas organizacional, educativa e gerencial, identificando oportunidades reais de cooperação internacional entre instituições de educação superior brasileiras e israelenses.

Não há dúvida de que o setor particular de educação superior retornará transformado após vivenciar as experiências israelenses na área. Com isso, ganham as instituições, ganham os estudantes e, sobretudo, ganha o Brasil.

Com alta de 7,71%, vendas a prazo no Dia das Crianças crescem pelo segundo ano seguido

As vendas a prazo nas duas semanas anteriores ao Dia das Crianças cresceram 7,71% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A alta de 2017 sucede um crescimento de 8,25% observado no mesmo período do ano passado. Já entre 2015 e 2016, as vendas haviam caído -3,59% e -12,20%, respectivamente.

Apesar das vendas para o Dia das Crianças acumularem dois anos seguidos de alta, o movimento nas lojas ainda não recuperou as perdas aprofundadas no período da recessão econômica. Mesmo com a alta de 7,71% em 2018, as vendas a prazo amargam um resultado 1,30% menor do que em 2014, por exemplo.

Para o presidente da CNDL José Cesar da Costa, o crescimento das vendas é positivo, especialmente, quando se considera que o Dia das Crianças é a última data comemorativa antes do período natalino. “O balanço é positivo para o varejo, que já começa a sentir um pequeno reaquecimento das vendas, depois de enfrentar um cenário econômico desfavorável nos últimos anos. Ainda assim, o cenário é desafiador para os próximos meses, uma vez que há incerteza por conta das eleições e o desemprego segue limitando o poder de compra das famílias”, pondera o presidente.

Neste ano, segundo levantamento do SPC Brasil e da CNDL, os presentes mais procurados seriam roupas e calçados (38%), bonecas (37%), aviões e carrinhos de brinquedo (21%), com um gasto média de R$ 187,00.

Metodologia

O cálculo de vendas a prazo é baseado no volume de consultas realizadas ao banco de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), com abrangência nacional, entre os dias 28 de setembro e 11 de outubro deste ano.

Boulos e Bolsonaro trocam farpas após declaração do líder do MTST

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e o candidato derrotado no primeiro turno Guilherme Boulos (PSOL) trocaram farpas pelas redes sociais por causa de uma declaração do líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) em que ele disse que seu grupo “ocupa terrenos improdutivos e a casa do Bolsonaro não parece muito produtiva”.

A frase foi dita em um ato público, na quarta-feira (10) e o público reagiu gritando “Bolsonaro, presta atenção, a sua casa vai virar ocupação”. O candidato do PSL publicou uma resposta neste domingo (14). “Esta ameaça vai ser transmitida pela mídia ou só quando eu responder como defenderei minha família e propriedade, tentando me imputar novamente como o maior vilão do universo?”, disse numa conta numa rede social.

Bolsonaro gravou um vídeo ao lado da esposa, Michelle, em que diz que Boulos o ameaçou naquele comício e então fez uma defesa da posse da arma e de fogo” para o cidadão de bem” e o excludente de ilicitude para quem matar um invasor de propriedade. Bolsonaro também já disse anteriormente que, na Presidência, irá classificar movimentos como o MTST como grupos terroristas.

Boulos também postou um vídeo rebatendo o candidato do PSL, dizendo que o MTST “nunca ocupou a casa de ninguém”. Ele disse que “quem viu o vídeo e junta lé com cré percebe que foi uma ironia”.

“O MTST ocupa terrenos e prédios – nunca ocupou a casa de ninguém -que estão abandonados há muito tempo, em situação de abandono e ilegal de acordo com a Constituição”, disse Boulos. “Se buscasse (Bolsonaro) saber, se buscasse minimamente estudar o que é a atuação do movimento social, saberia disso”, rebateu.

Folhapress

Como empresas podem se diferenciar em um cenário econômico e político de incertezas

Em relatório publicado no último dia 5, o Banco Mundial diminuiu a previsão de crescimento do PIB do Brasil, de 2,5% para 2,2% em 2019. Segundo a instituição, o cenário do País pode ser considerado preocupante, entre outras razões, devido a significativa incerteza política pela qual passa atualmente. Além disso, caiu pela metade a estimativa de crescimento da economia nacional em 2018, com a previsão de avanço de 1,2% este ano.

Neste contexto, muitos seguem questionando-se se existe uma fórmula de sucesso para manter o faturamento de uma empresa em pleno crescimento. A história de 12 anos da GCE Papéis, detentora da primeira marca de papel a base de celulose de bagaço de cana, a EcoQuality, é um bom caso a ser analisado.

A empresa conseguiu se destacar em função de uma profunda visão de mercado e um plano de negócios bem estruturado, assim como pela experiência de seus gestores. Luiz Machado, Economista e CFO da companhia, por exemplo, possui mais de 30 anos de experiência como administrador e, está sempre atento às oscilações do mercado econômico. “Se antecipar e calcular cada passo faz toda a diferença”, pontua.

Outro fator crucial para a marca se destacar é a excelência adotada pela organização, presente em todas as etapas do processo: da escolha da matéria-prima, fabricação, embalagem, atendimento, até a entrega para o consumidor final.

E como diferencial, olhar para o futuro do planeta também é um catalizador importante para continuar em evolução neste nicho de mercado. O produto é 100% sustentável, inovando no segmento de papéis para impressão, e agregando valor a um produto extremamente competitivo. Neste período, em que a sustentabilidade é muito valorizada, sobretudo nos negócios, ter um processo sustentável, tanto por sua contribuição para o meio ambiente, como por ser economicamente viável, ajudou a empresa a se sobressair no mercado.

O papel sulfite produzido pela empresa é feito a partir da fibra do bagaço da cana-de-açúcar. Foi comprovado que este material, que era utilizado apenas como combustível para as próprias usinas, ou como adubo, tem fibras de excelente qualidade, ideais para a fabricação de papéis biodegradáveis e 100% recicláveis. “Oferecemos um produto que não ocupa áreas de plantio e aproveita os excedentes da indústria sucroalcooleira. Os resíduos são transformados em material nobre”, destaca Luiz Machado.

O bagaço da cana-de-açúcar é uma matéria-prima de baixo custo e disponível quase o ano inteiro, resultando em menores gastos no manejo e trazendo retornos mais rápidos. Isso permite o repasse de um custo compatível com as necessidades do consumidor.

Por sua produção com fibras 100% virgens e, pela baixa quantidade de produtos químicos usados em sua transformação, é possível usar este papel até mesmo para o contato direto com alimentos.

Em sua rede de clientes destacam-se empresas que prezam pelo consumo sustentável e qualidade, como: Pfizer, Vale, Abril e Basf.

Sobre a EcoQuality

Criada com o objetivo de unir qualidade, sustentabilidade e inovação, a EcoQuality se tornou referência quando o assunto é papel. Idealizada pela GCE Papeis, a marca utiliza o bagaço da cana-de-açúcar como sua principal matéria-prima.

A inovação chegou ao mercado brasileiro em 2006, após vários meses de pesquisas e contando com uma equipe de total excelência. Os papéis de bagaço de cana-de-açúcar passaram por uma série de mudanças e testes até se tornar o papel alcalino reciclado mais branco do segmento.

Como um produto totalmente sustentável, o papel EcoQuality tem seu ciclo produtivo desenvolvido para trazer o mínimo impacto ao meio ambiente do início ao fim de sua produção.

Receita Federal paga o quinto lote de restituições do IR

A Secretaria da Receita Federal paga nesta segunda-feira (15) as restituições referentes ao quinto lote do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) de 2018. O lote inclui restituições residuais de 2008 a 2017. As consultas foram liberadas no último dia 5.

De acordo com a Receita Federal, serão pagos R$ 3,3 bilhões para 2.532.716 contribuintes. Desse total, R$ 3,157 bilhões referem-se ao quinto lote do IR de 2018, que contemplará 2.459.482 contribuintes.

A Receita Federal recebeu 29.269.987 declarações do Imposto de Renda dentro do prazo legal neste ano. O número superou a estimativa inicial, que era de 28,8 milhões de declarações.

Para acessar o extrato do IR é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita Federal, ou certificado digital emitido por autoridade habilitada.

Agência Brasil

Manuela e General Mourão: dois vices com perfis muito diferentes

A história da política brasileira mostra que a figura do vice-presidente é importante no governo do país. Desde a redemocratização, três “número 2” assumiram a vaga do presidente. O primeiro deles, José Sarney, substituiu Tancredo Neves (PDS), eleito indiretamente pelo Congresso em 1984. O segundo foi Itamar Franco, que assumiu o cargo após o impeachment de Fernando Collor de Melo. Hoje, o presidente da República é Michel Temer (MDB), eleito como vice de Dilma Rousseff (PT) em dois mandatos. Escanteados nas campanhas do PT e do PSL ao Planalto, o general Hamilton Mourão (PSL), presente na chapa puro-sangue de Jair Bolsonaro, e a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB), aliada a Fernando Haddad, aparecem como simples figurantes às vésperas de uma eleição extremamente radicalizada e ainda imprevisível.

Hamilton Mourão e Manuela D’Ávila tiveram poucas aparições nos últimos tempos. Uma das polêmicas envolvendo o militar ocorreu quando ele deu declarações sobre o fim do 13º salário no Brasil. Na sequência, Mourão defendeu um “branqueamento da raça” ao comentar sobre a aparência do neto. A parlamentar gaúcha foi citada em toda a imprensa durante a impugnação da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência. Dias antes, ela teria concordado em se aliar ao partido se fosse considerada como vice de Haddad numa eventual chapa de unificação da esquerda. Na ocasião, Manuela ficou conhecida como “a vice do vice”. A aparente falta de prestígio não condiz com a responsabilidade do cargo, cuja falta cria uma necessidade de os Três Poderes se entrelaçarem. Sem o vice, quem assume o Planalto são os presidentes do Senado e da Câmara. Depois deles, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

No Brasil, mesmo sem uma missão especial, o vice-presidente eleito tem residência oficial no Palácio do Jaburu e despacha num anexo do Palácio do Planalto. Para o professor de ciência política da Universidade Estadual de Goiás (UEG) Felippo Cerqueira, as previsões sobre as dificuldades orçamentárias e a impopularidade dos dois candidatos ao Planalto tornam a figura do vice ainda mais importante. “É ele que vai precisar resolver as pendências, fazer as articulações com o Congresso para um a pauta minimamente comum, buscar a união entre os partidos e combater a oposição. Sem vice, Michel Temer precisou fazer o trabalho sozinho. Não é o melhor dos mundos.”

A perspectiva de uma volta dos militares ao poder fez com que o cientista político Ivan Ervolino recapitulasse a importância da democracia e de sua composição. “A principal mensagem deste momento é que as escolhas democráticas vivem em evolução. Há coisas boas e ruins, mas a via eletiva é a melhor maneira para resolvermos os problemas”, afirma o criador da start-up de monitoramento legislativo SigaLei. Apesar dos erros e acertos, o Congresso optou por não fazer eleições diretas após a saída de Dilma Rousseff. Michel Temer foi instituído presidente. “Quem ganhar a Presidência tem agendas muito difíceis pela frente e que não vai poder se furtar, por exemplo, de discutir reformas. No fim, o vice é o marcador da composição de chapa”, explica o analista político Creomar de Souza.

Sondagens
Durante a pré-campanha, o desafio de encontrar um vice-presidente chacoalhou as alianças dos atuais candidatos ao Planalto. Manuela foi a primeira opção de Haddad, mas, antes das definições sobre a saída de Lula, aceitou o convite informal do partido. Bolsonaro teve três convites recusados até fechar às pressas o acordo de uma chapa única. Um príncipe da Casa Imperial do Brasil e um astronauta foram sondados para o cargo, mas ninguém aceitou. A advogada do impeachment, Janaína Paschoal (PSL), também não foi a escolhida — e alega nunca ter sido chamada formalmente. Acabou eleita como a deputada estadual mais votada de São Paulo.

Embora o vice tenha a importância reconhecida, não é a figura central de nenhum sistema presidencialista. “Quem é eleito é o presidente. O vice vai junto. Teve um período em que o vice era votado independentemente. Jânio Quadros (PTB) foi eleito presidente e, João Goulart (PCB), vice. Não tinha uma chapa. Os candidatos ficavam isolados. Abre-se também um precedente para que o vice, em caso de desgaste do presidente eleito, faça articulações para tomar o poder. Isso acontece”, detalha Sérgio Praça, professor de ciência política da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Todos os candidatos tiveram dificuldade em costurar o nome do vice”, conclui.

Agência Estado

FHC: ‘Bolsonaro representa tudo que não gosto’

Alvo de ataques incessantes do PT por mais de duas décadas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse, em entrevista ao Estado, que não aceita “coação moral” dos que agora buscam seu apoio. “Quando você vê o que foi dito a respeito do meu governo, nada é bom. Tudo que fizeram é bom. Quem inventou o nós e eles foi o PT. Eu nunca entrei nessa onda.” E desabafou: “Agora é o momento de coação moral… Ah, vá para o inferno. Não preciso ser coagido moralmente por ninguém. Não estou vendendo a alma ao diabo”. Apesar disso, ele diz que “há uma porta” com Fernando Haddad (PT), mas com o “outro” (Jair Bolsonaro, PSL)”, não.

Como sr. vê o futuro do PSDB e avalia essa onda conservadora?
O PSDB, se quiser ter futuro, precisa se repensar. Depois de um terremoto, precisa reconstruir a casa. A onda conservadora é mundial.

O PSDB tem mais identidade com quem neste segundo turno?
Pelo que eu vi das pesquisas, é quase meio a meio do ponto de vista do eleitorado. Em seis Estados, o PSDB ainda disputa eleição para governador. Os candidatos ficam olhando o eleitorado. Do meu ponto de vista pessoal, o Bolsonaro representa tudo que não gosto. Só ouvi a voz do Bolsonaro agora. Nunca tinha ouvido. Não creio que seja por influência do que ele diz ou pensa que votam nele. O voto é anti-PT. O eleitorado parece estar contra o PT. No olhar de uma boa parte dele, o PT é responsável pelo que aconteceu no Brasil, na economia, cumplicidade com a corrupção e etc. É possível que a maioria dos líderes do PSDB seja pró-Bolsonaro, mas não é o meu caso.

O sr. tem mais identidade com o Haddad?
Não posso dizer isso. Como pessoa é uma coisa, como partido é outra. A proposta que o PT representa não mudou nada. Quando fala em economia, é a nova matriz econômica. Incentivar o consumo? Tudo bem, mas como se faz isso sem investimento? Como se faz sem enfrentar a questão fiscal? O PT no poder sempre teve uma deterioração da visão do (Antonio) Gramsci da hegemonia. Aqui não é cultural, é hegemonia do comando efetivo. Quando você vê o que foi dito a respeito do meu governo, nada é bom. Tudo que fizeram é bom. Quem inventou o nós e eles foi o PT. Eu nunca entrei nessa onda. Agora o PT cobra… diz que tem de (apoiar). Por que tem de automaticamente apoiar? É discutível. (O PT) Não faz autocrítica nenhuma. As coisas que eles dizem a respeito do meu governo não correspondem às coisas que acho que fiz. Por que tenho que, para evitar o mal maior, apoiar o PT? Acho que temos de evitar o mal maior defendendo democracia, direitos humanos, liberdade, contra o racismo o tempo todo.

Nas encruzilhadas históricas, PSDB e PT se uniram. No caso de 2018 é diferente
Não faço parte da direção do PSDB, que decidiu pela neutralidade. Cada um pode fazer o que quiser. Política não é boa intenção. Uma coisa é a minha apreciação como pessoa sobre outra pessoa. Isso não é política. Se vamos estar juntos, tem que discutir completamente. Nunca houve isso.

O PT não está colaborando para essa aproximação?
De forma alguma. O PT tem uma visão hegemônica e prepotente. Isso não é democracia. Democracia implica em abrir o jogo e aceitar a diversidade.

Já houve algum diálogo do PT com o senhor?
Não. Tenho relações pessoais e cordiais com o candidato Haddad, mas o que está em jogo é o que será feito com o Brasil. Minha preocupação não é comigo ou o PSDB, mas com o Brasil. Qual é a linha? Estão pensando que estamos nos anos 60 e 70 ou terá uma linha contemporânea? Aí não dá…

Se o PT fizesse autocrítica, seria possível apoiar Haddad?
Seria bom, mas o PT está propondo coisas inviáveis.

O sr. vai declarar seu voto?
Quero ouvir primeiro. Não sei o que vão fazer com o Brasil. O Bolsonaro pelas razões políticas está excluído. O outro eu quero ver o que vai dizer.

Há porta aberta para Haddad?
Eu não diria aberta, mas há uma porta. O outro não tem porta. Um tem um muro, o outro uma porta. Figura por figura, eu me dou com Haddad. Nunca vi o Bolsonaro.

Haddad é diferente do PT?
Não adianta ser diferente. Haddad é a expressão do Lula. Ele usou uma máscara do Lula. Agora tirou e colocou uma bandeira verde e amarela.

Marconi Perillo foi preso. Antes foi o Beto Richa. O PSDB caiu na vala comum?
Você nunca ouviu de mim acusação contra o PT. O papel de acusar é da polícia; de julgar é da Justiça. É importante que as investigações prossigam. Você nunca ouviu uma palavra minha de defesa só porque é do PSDB. Quero que tenha direito de defesa.

O sr. conversou com Luciano Huck, que desistiu de concorrer. Se o PSDB tivesse lançado outro nome, talvez um outsider, a história seria diferente?
É difícil avaliar o que aconteceria com um candidato outsider. Sou amigo do Luciano Huck. É pessoa interessante, mas não sei o quanto tem habilidade para manejar os problemas do Estado. Espero que não desista. Nas circunstâncias atuais, dificilmente um candidato do PSDB, fosse quem fosse, estaria isento de sofrer as consequências do terremoto. Estamos assistindo a um terremoto. Não creio que seja o caso de culpar A, B ou C. Na situação que vivemos, você vai precisar de liderança forte, o que não significa autoritária. O governador de São Paulo tinha experiência e é uma pessoa correta, mas não teve apoio. Tentei juntar o centro antes. Ninguém quis. Não adianta ter ideia. Ideia é bom na universidade. Tem que ter capacidade de convencer. Agora, estão me cobrando: tem que fazer isso, aquilo. Tem carta, intelectual da Europa, dos EUA, amigos meus me pedem isso… Eles não conhecem o processo histórico. Nessas horas, a palavra de alguém some no ar. Cobram de mim para tomar posições. Mas eu digo: Por quê? Qual é a consequência?

Para a história, talvez?
Eu já fiz a minha história. Todo mundo sabe o que eu penso. Não preciso provar que sou democrático. Eu sou! O PSDB sabe o que eu penso. Todo mundo sabe. Alguém pode imaginar que eu vou sair por aí apoiando o Bolsonaro? Nunca.

Mas isso não significa que o sr. apoia Haddad?
Quando automaticamente o PT apoiou alguém? Só na vice-versa. Com que autoridade moral o PT diz: ou me apoia ou é de direita? Cresçam e apareçam. A história já está dada, a minha. Não vou no embalo. Não me venham pedir posição abstratamente moral. Política não é uma questão de boa vontade, é uma questão de poder. E poder depende de instrumentos e compromissos efetivos. Agora é o momento de coação moral… Ah, vá para o inferno. Não preciso ser coagido moralmente por ninguém. Não estou vendendo a alma ao diabo.

A esquerda diz que o Bolsonaro representa o fascismo.
O autoritarismo, concordo, o fascismo, não, porque é um movimento específico de apoio popular e com ideias específicas de Estado corporativo, tinha uma filosofia por trás. Não sei se ele (Bolsonaro) tem alguma filosofia por trás. Ele tem uma vontade de mandar. Não sei o que ele é. O que propôs como parlamentar foi corporativismo. Agora vai ser liberal? Pode ser. As pessoas mudam. Mas não mostrou nada.

O PSDB amargou o pior desempenho eleitoral de sua história. O que houve com o partido?
Houve um terremoto. Nele, há escombros de muitos partidos. O que ganhou na Câmara em maior número é o PSL. As pessoas não sabem o que significa PSL. Elegeram 52 deputados, 11% da Câmara. É a fragmentação, um problema estrutural. Como levar adiante isso? Querendo ou não, vai ser preciso agrupar forças. Mas ao redor do quê? Qual a proposta para o Brasil? Os candidatos não falam.

O senador Tasso Jereissati criticou a decisão do PSDB de contestar o resultado da eleição de 2014 e de entrar no governo Temer. O que o sr. acha?
Em geral, concordo. Mas o caso da entrada no governo Temer é uma questão mais complicada. Fomos a favor do impeachment. Fui dos mais reticentes – e a todos os impeachments, mesmo do Collor. É traumático. É um processo que abala. Mas não acho que o PSDB tenha sido incoerente nisso. Quanto ao resto, ele tem razão.

João Doria e Alckmin tiveram um momento tenso. Alckmin disse não ser traidor, em referência a Doria. Como o sr. avalia?
Tenho certeza que Geraldo não é traidor. Não é do estilo dele. A eleição não está resolvida. O Doria ainda tem de disputar para saber qual será o grau de projeção dele. Não estou de acordo em apoiar o Bolsonaro. Não corresponde à minha história e ao meu sentimento. Não são os militares voltando ao poder, mas o povo abrindo espaço para a possibilidade de uma presença militar mais ativa. Os militares entenderam a função deles na Constituição. Neste momento é muito importante defender o que está na Constituição. Não estamos mais na Guerra Fria. As pessoas olham para o que está acontecendo no Brasil como se fosse 1964 e 1968. Havia Guerra Fria e capitalismo contra comunismo. Não é essa a situação que vivemos. Temos de resistir a qualquer tentativa de ferir os direitos fundamentais assegurados na Constituição. O PSDB não deve abrir mão da defesa da democracia.

E sobre a guinada liberal no PSDB que Doria defende?
Essa é uma questão do século 18. Estamos no século 21. Hoje você não tem mais a possibilidade de imaginar mercado sem regulamentação. Fake news? Tem que regulamentar. Você não pode pensar que o Estado vai substituir a iniciativa privada. Ninguém propõe controle social dos meios de produção. No passado, era isso que definia esquerda e direita. Liberal quer dizer o quê? É um falso problema.

O sr. disse quando era senador que a extinção do PSDB podia ser parte da solução para mudar o sistema partidário.
O sistema partidário e eleitoral que montamos a partir da Constituição de 1988 se exauriu. A prova é a fragmentação partidária. Nós temos mais de 20 partidos no Congresso, mas não há 20 posições ideológicas. Os partidos viraram quase corporações. São grupos de parlamentares que se organizam e obtêm o Fundo Partidário e tempo de TV. Estamos assistindo à explosão desse sistema. Portanto, acredito que sim, será preciso repensar essa estrutura.

Pode-se deduzir que do PSDB poderá nascer um novo partido?
Eu não diria o PSDB, mas é preciso mudar as regras partidárias. Você não faz partido porque gosta. Quais serão as ideia-força capazes de reagrupar partidos? Não é questão puramente legal, mas de existirem ideias e líderes que debatam essas ideias. Os partidos perderam o sentido originário.

Agência Estado

Empresário holandês é baleado no Cabo; adolescente é apreendido

Um empresário holandês foi baleado no domingo (14) na praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR). A tentativa de homicídio ocorreu no fim da manhã e Polícia Militar foi acionada por populares. Eles apreenderam em flagrante um adolescente de 17 anos que efetuou o disparo. O empresário foi encaminhado para o Hospital Dom Helder Câmara, também no Cabo.

Um boletim emitido pela unidade informou que o paciente seria de origem holandesa e que precisou passar por uma cirurgia. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o quadro clínico dele é considerado estável. O caso foi registrado no plantão da Delegacia do Cabo de Santo Agostinho.

Segundo informações prestadas à polícia, o adolescente infrator afirmou que tinha sido agredido por um homem, cuja identidade é desconhecida, e que ele teria corrido para dentro de uma pousada localizada próxima a praia. Armado com um revólver calibre 38, encontrado pelos policiais no momento da apreensão, ele atingiu o empresário de 52 anos, identificado apenas como Roger e que seria proprietário do estabelecimento.

Ainda de acordo com o adolescente sua real intenção era assassinar o seu suposto agressor e não o homem atingido.

Folhape

Pesquisador vê tática militar na comunicação de Bolsonaro

Os recursos escassos, a estética e as constantes contradições de Jair Bolsonaro (PSL) e seus aliados podem levar à impressão de que a estratégia de comunicação do candidato é amadora. Contudo, segundo o antropólogo Piero Leirner, professor da Universidade Federal de São Carlos que estuda instituições militares há quase 30 anos, a comunicação de Bolsonaro tem se valido de métodos avançados de estratégias militares, manejados de maneira “muito inteligente”.

“Não se trata exatamente de uma campanha de propaganda; é muito mais uma estratégia de criptografia e controle de categorias, através de um conjunto de informações dissonantes”, diz Leirner. “É parte do que tem sido chamado de ‘guerra híbrida’: um conjunto de ataques informacionais que usa instrumentos não convencionais, como as redes sociais, para fabricar operações psicológicas com grande poder ofensivo, capazes de ‘dobrar a partir de baixo’ a assimetria existente em relação ao poder constituído”.

No novo paradigma político descrito por Leirner, gestado em guerras “assimétricas” como a do Vietnã –nas quais os poderes e táticas militares são muito discrepantes entre os adversários– e colocado em prática nas “primaveras” do Oriente Médio, as redes sociais têm papel central. A cúpula bolsonarista conta com a participação de diversos membros das Forças Armadas, que tiveram contato com essas doutrinas.

Há diversos recursos de “guerra híbrida” identificáveis na campanha bolsonarista com a participação de seus eleitores: a disseminação de fake news e as contradições (chamadas por Bolsonaro de “caneladas”) entre as figuras de proa da campanha são alguns deles. As divergências entre o presidenciável e o vice, general Hamilton Mourão (PRTB), sobre o 13º salário, e também entre ele e o economista Paulo Guedes sobre a criação de imposto aos moldes da CPMF, são ilustrativas desse vaivém que, ao fim, gera dividendos políticos para Bolsonaro.

“Esses movimentos criam um ambiente de dissonância cognitiva: as pessoas, as instituições e a imprensa ficam desnorteados. Mas, no fim das contas, Bolsonaro reaparece como elemento de restauração da ordem”, analisa. Nesse ambiente de dissonância, a troca de informações passa a ser filtrada pelo critério da confiança. As pessoas confiam naqueles que elas conhecem. Nesse universo, então, as pessoas funcionam como “estações de repetição”: fazem circular as informações em diversas redes de pessoas conhecidas, liberando o próprio Bolsonaro de produzir conteúdo.

“Ele aparece só no momento seguinte, transportando seu carisma diretamente para as pessoas que realizaram o trabalho de repetição. As pessoas ficam com uma sensação de empoderamento. O resultado é a construção da ideia de um candidato humilde, que enfrenta os poderosos, que é ‘antissistema'”, diz. Esses poderosos contra os quais se voltam Bolsonaro e seus seguidores são justamente os agentes que transmitem as informações de maneira vertical, como políticos, imprensa, instituições, que são lançados ao descrédito.

Concorrentes como o tucano Geraldo Alckmin e o petista Fernando Haddad sofrem para atingir o eleitorado com ferramentas clássicas de propaganda. Alckmin atacou o capitão reformado no primeiro turno sem resultado. Haddad resistiu aos ataques no começo, mas depois partiu para o que chama de “desconstrução”, também sem efeito.

O antropólogo diz estar preocupado com a contaminação dos militares pelo universo político: “O que me pergunto é se o pessoal da ativa está preparado para perceber que um pedaço desse ‘caos’ está saindo de uma força política que se juntou com alguns dos seus ex-quadros. A instituição militar diz: ‘obedecemos a Constituição e nos autocontemos’. Invadir esse poder com a ‘política’ não é boa ideia”.

Folhape