“Qualifica Caruaru” será lançado nesta quarta

A Prefeitura de Caruaru irá lançar nesta quarta-feira (15) o projeto Qualifica Caruaru, que tem o objetivo de tornar o município mais inclusivo, escolarizado e competitivo, oferecendo cursos gratuitos de qualificação profissional para a população. A solenidade será no Teatro Difusora, às 09h, e contará com uma palestra de Arnaldo Xavier, empresário e fundador da empresa Rota do Mar.

Durante o evento, uma equipe da prefeitura estará a postos para proceder com as inscrições dos candidatos aos cursos que serão oferecidos em diversas áreas. Então, quem tiver o interesse de fazer alguma capacitação, poderá aproveitar a oportunidade e já se inscrever na hora. Para isso, será necessário levar um documento com foto.

O Qualifica Caruaru é um programa da Prefeitura de Caruaru, que visa oferecer novos conhecimentos para favorecer o ingresso, manutenção ou reingresso dos candidatos ao mercado de trabalho local, ampliando o potencial de empregabilidade dos profissionais. A iniciativa envolve as secretarias de Desenvolvimento Econômico/ Economia Criativa, Políticas para Mulheres, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Sustentabilidade e Desenvolvimento Rural, e Educação.

Armando eleito um dos cinco melhores senadores de 2018

O senador Armando Monteiro (PTB-PE), candidato da oposição ao governo de Pernambuco, foi eleito ontem (segunda, 13) à noite, em Brasília, em solenidade concorrida, um dos cinco melhores senadores de 2018 pelo site Congresso Em Foco, especializado na cobertura jornalística do Congresso. Armando foi escolhido por um júri de cinco integrantes, entre analistas políticos e professores, ao lado de Simone Tebet (MDB-MS), Ana Amélia (PP-RS), Paulo Paim (PT-RS) e Regina Souza (PT-PI). “A escolha, que muito me honra, dá um certificado à nossa incansável ação legislativa”, reagiu o senador petebista.

A premiação, anual, tem por objetivo principal “reconhecer o trabalho de deputados federais e senadores que se destacam positivamente no exercício do mandato”. Concorrem parlamentares que não respondem a acusações criminais e exerceram o mandato ao menos 60 dias por ano. A avaliação é feita em três frentes – votação pela internet, dos jornalistas e por júri especializado, na qual foi escolhido o senador petebista – e em seis categorias.

Armando é relator, na atual legislatura, de 70 projetos de lei, dos quais 21 foram aprovados, nas comissões em que atua ou no plenário do Senado. Um deles, criando a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco, sediada em Garanhuns, foi transformado em lei. Outros modificam o Cadastro Positivo, listagem dos bons pagadores que reduzirá as taxas de juros, prorrogam até dezembro de 2023 os incentivos fiscais da Sudene e determinam no local do embarque a cobrança do ISS do transporte por aplicativos, como Uber e Cabify, ampliando a receita de 30 municípios pernambucanos.

O senador petebista é autor de 19 projetos, dos quais um virou lei, o que denomina de Rodovia Mestre Dominguinhos o trecho da BR-423 entre São Caetano e Garanhuns. Outros já foram votados no Senado e tramitam na Câmara dos Deputados, como o projeto de lei determinando que as torcidas organizadas serão dissolvidas judicialmente por atos de vandalismo e que o torcedor que promover conflito ou agressões sofrerá pena de reclusão de um a quatro anos e multa.

Na premiação de 2017 do site Congresso Em Foco, Armando foi escolhido o melhor senador de Pernambuco na votação popular, com 1.133 votos. Também no ano passado, o DIAP (Departamento Intersindical de Pesquisas Sócio Econômicas) escolheu Armando como um dos “cabeças” do Congresso.

Porto Digital recebe evento de fotografia em Caruaru

Nos dias 16 e 17 de agosto, o Armazém da Criatividade – unidade avançada do Porto Digital em Caruaru – recebe parte da programação do I Colóquio de Fotografia de Caruaru (CFC). O evento, composto por Mesas de Debate e Leitura de Portfólios, tem o objetivo de aproximar a fotografia das pessoas e oportunizar novos negócios e ideias inovadoras para o mercado

A programação no Armazém da Criatividade contará com a Leitura de Portfólios nos dias 16 e 17 de agosto, a partir das 8h, e apresentará trabalhos selecionados de 16 fotógrafos do agreste. A iniciativa trará uma análise e interpretação da cena de fotografia local, para investigar potenciais e refletir sobre possibilidades de desenvolvimento.

A programação segue com Mesas de Diálogo, que acontecerão no auditório do Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES – UNITA), de 15 a 17 de agosto. Todas as atividades do Colóquio são gratuitas, mas limitadas. Podem participar estudantes, profissionais e pessoas de qualquer área. Inscrições mediante preenchimento de formulário disponível em www.coloquiodefotografia.com.br. A programação completa e detalhada também pode ser conferida no site.

Compesa amplia cobertura de esgotamento sanitário em Petrolina

A Companhia Pernambucana de Saneamento-Compesa continua investindo para ampliar a cobertura de esgotamento sanitário do município de Petrolina, que figura entre as 15 cidades brasileiras com melhor índice de saneamento, de acordo com o ranking do Instituto Trata Brasil. Uma importante obra, a ampliação do sistema de esgoto dos bairros Vale do Grande Rio, Pedro Raimundo e Jardim Amazonas, na Zona Norte de Petrolina, começou a operar em fase de testes. O empreendimento, um investimento de R$ 1, 3 milhão, foi autorizado pelo governador Paulo Câmara assim que o projeto foi apresentado pelo presidente da Compesa, Roberto Tavares.

O empreendimento irá beneficiar 20 mil pessoas e atende ao anseio da população local que pedia a ampliação do atendimento. “Continuar investindo em saneamento em Petrolina é uma das metas da Compesa. “Sabemos o valor que tem os serviços de saneamento para a qualidade vida da população”, afirma o presidente da estatal, Roberto Tavares.

O novo sistema de esgotamento sanitário dos bairros Vale Grande Rio, Pedro Raimundo e Jardim Amazonas recebeu 3.500 metros de novas redes coletora de esgoto, além de substituir e ampliar a capacidade do emissário de esgoto – tubulação que transporta o esgoto da unidade de bombeamento até a Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Centro. “Estamos concluindo apenas os serviços de pavimentação e terminando de realizar algumas interligações de novos ramais, uma vez que a capacidade de coleta foi ampliada. Mas o sistema já está funcionando”, detalha o Gerente de Unidade de Negócios da Compesa, João Raphael.

Outra grande obra de esgoto está sendo executada pela Compesa em Petrolina. Trata-se de obra da Bacia do Jatobá, que beneficia sete mil pessoas dos bairros Jatobá, Fernando Idalino e dos condomínios Sumerville e Sol Nascente I, II e III. O investimento é de R$ 5 milhões. “Essas obras fazem parte do planejamento da Compesa de tornar Petrolina 100% saneada”, reforça o presidente da Compesa, Roberto Tavares.

Ator José Pimentel morre aos 84 anos

Morre aos 84 anos o ator e diretor José Pimentel, conhecido por viver Jesus Cristo por 40 anos, vítima de complicações por um enfisema pulmonar. A informação foi confirmada pela neta Brina Pimentel. Ele faleceu às 9h30 desta terça-feira (14), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Esperança, na Ilha do Leite, onde estava internado desde a última quarta-feira (8). O artista estava respirando com a ajuda de aparelhos e sendo submetido a sessões de hemodiálise.

Considerado um homem do teatro pernambucano, o papel mais marcante da sua trajetória foi sem dúvidas, o de Jesus Cristo, o qual interpretou por 40 anos. Na sua longa trajetória, além de ator, Pimentel foi diretor, iluminador, figurinista, sonoplasta, escritor, poeta, professor e jornalista. O artista deixa a esposa Aurinete, de 82 anos, a filha única, Lilian Pimentel, de 50 anos, e ainda a neta Bruna Pimentel, 22 anos, e o bisneto José Pimentel, de 4 anos.

Fisiculturista nos anos 1950, José Pimentel estreou no espetáculo da Paixão de Cristo de Fazenda Nova como figurante, interpretando um soldado romano. Somente em 1978, viveu Jesus pela primeira vez, em Nova Jerusalém. Após sair da montagem, ele escreveu e dirigiu o espetáculo Paixão de Cristo do Recife, a partir de 1996. A peça quase foi cancelada por falta de verba este ano. E, pela primeira vez, a Paixão de Cristo do Recife foi encenada sem a presença do artista como o personagem principal.

José de Souza Pimentel nasceu em 11 de agosto de 1934, no município de Garanhuns, no Agreste pernambucano, o primogênito de Seu Virgínio e dona Florentina. Ele veio morar na capital pernambucana aos 10 anos, e somente em 1998, foi reconhecido com o título de Cidadão Recifense, conferido pela Câmara Municipal do Recife.

Diario de Pernambuco

Moro aceita denúncia contra Guido Mantega na Lava Jato

O juiz federal Sérgio Moro aceitou ontem (13) denúncia apresentada pela força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Com a decisão, Mantega se torna réu em uma ação penal pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), três ex-diretores da empreiteira Odebrecht ofereceram vantagens ilícitas ao ex-ministro para que ajudassem na edição de uma medida provisória de interesse da empresa.

Segundo a investigação, foram disponibilizados R$ 50 milhões em uma conta do setor de propinas da empresa, que ficou à disposição de Mantega. Parte do valor teria sido repassada aos publicitários Mônica Moura e João Santana, delatores na Lava Jato, para ser usada na campanha eleitoral de 2014.

Na mesma decisão, Moro rejeitou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para incluir o ex-ministro Antonio Palocci na denúncia. Segundo o magistrado, apesar da acusação de que Palocci teria participado dos fatos, não há provas suficientes contra ele.

“Entendo que, no presente momento, pela narrativa da denúncia e pelas provas nas quais se baseia, carece prova suficiente de autoria em relação a ele. Rejeito, portanto, por falta de justa causa a denúncia contra Antônio Palocci Filho sem prejuízo de retomada se surgirem novas provas. Em decorrência da rejeição, poderá, se for o caso, ouvido como testemunha”, decidiu Moro.

Palocci assinou acordo de delação premiada com a PF. Ele está preso desde setembro de 2016 em função das investigações da Lava Jato.

A reportagem entrou em contato com advogado do ex-ministro Mantega, mas ainda não obteve retorno.

Rosa Weber toma posse na presidência do TSE

A ministra Rosa Weber toma posse hoje (14), às 20h, no cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em sessão solene no plenário da Corte. A solenidade será transmitida ao vivo pela TV Justiça e pelo canal do TSE no YouTube.

Rosa Weber será a segunda mulher a presidir o TSE em mais de 70 anos de criação do tribunal. A primeira foi Cármen Lúcia, em 2012. O primeiro desafio da ministra será a organização das eleições de outubro, que serão realizadas no dia 7.

Rosa Weber, que é ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), já ocupa a vice-presidência do tribunal e vai suceder a Luiz Fux, que concluiu período máximo de dois anos no cargo. O mandato irá até agosto de 2020.

Na mesma sessão, serão empossados os ministros Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça. Barroso assume como vice-presidente do TSE e Mussi será corregedor-geral da Justiça Eleitoral.

O TSE é formado por sete ministros, dos quais três são do STF, sendo um o presidente da Corte. Dois ministros são do STJ, um dos quais é o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, e dois juristas que representam os advogados e são nomeados pelo presidente da República.

Nas eleições de outubro, caberá ao tribunal, além de organizar o pleito, deferir os registros de candidatura de candidatos à Presidência da República e todos os recursos que os envolvem.

Histórico

A ministra nasceu em Porto Alegre e fez carreira como magistrada da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul. Antes de ser nomeada para o STF em 2011, Rosa ocupava o cargo de ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi juíza do Trabalho no período de 1981 a 1991, integrou o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) de 1991 a 2006. Rosa Weber assumiu a presidência do TRT da 4ª Região de 2001 a 2003.

Bolsonaro demite servidora após revelação de que ela continuava vendendo açaí

Diferentemente do que vem repetindo, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) continua usando dinheiro da Câmara dos Deputados para pagar o salário de uma funcionária de gabinete que vende açaí na praia onde ele tem uma casa. A Folha de S.Paulo visitou o local nesta segunda-feira (13) e comprou com Walderice Santos da Conceição, 50, um açaí e um cupuaçu, em horário de expediente da Câmara.

Ela afirmou que trabalha na loja, que leva seu nome, “Wal Açaí”, todas as tardes, na pequena Vila Histórica de Mambucaba, a 50 km de Angra dos Reis. Minutos depois de a reportagem se identificar e deixar a cidade, ela ligou para a sucursal da Folha de S.Paulo em Brasília afirmando que ia se demitir.

No começo da noite, o candidato confirmou a demissão de sua funcionária e disse que o “crime dela foi dar água para os cachorros”. A Folha de S.Paulo revelou a existência de Wal, apelido dela, como funcionária fantasma em janeiro. O caso voltou à tona no debate da TV Bandeirantes na última quinta (9).

Antes de se identificar, a reportagem da Folha conversou com Walderice na pequena loja de açaí. Ela chegou a comentar o debate. “Ele [Guilherme Boulos] disse que o Jair tinha uma funcionária fantasma.” Em resposta à pergunta da Folha sobre quem era, Walderice afirmou: “Sou eu.”

Em janeiro, a Folha de S.Paulo revelou que Wal não trabalhava no gabinete do deputado. De acordo com pessoas da cidade, ela também presta serviços particulares na casa de Bolsonaro, mas tem como principal atividade o comércio de açaí.

A secretária figura desde 2003 como um dos 14 funcionários do gabinete de Bolsonaro, em Brasília, com salário bruto de R$ 1.351,46. Segundo moradores da região, o marido dela, Edenilson, presta serviços de caseiro ao deputado.

Depois da reportagem, o parlamentar passou a dar diferentes versões sobre a assessora. Primeiro, disse que buscou o endereço do local e viu que a “casinha” de açaí era da irmã de Walderice.

Depois, disse que ela estava em período de férias na ocasião em que a Folha de S.Paulo visitou o local na primeira vez. Essa foi a versão dada, por exemplo, na resposta a Boulos no debate da Band.

“A sra. Wal, sra. Walderice, é uma funcionária minha em Angra dos Reis. Quando a Folha de S.Paulo foi lá [em janeiro] e não achou, botou manchete no dia seguinte de que ela estaria lá fantasma. Só que em boletim administrativo da Câmara dos Deputados de dezembro ela estava de férias”, disse Bolsonaro no debate.

Não há nenhum registro de férias de Walderice atualmente. Quando a Folha de S.Paulo se identificou, a funcionária disse que não tinha nada a declarar. Walderice deu a entender que não queria prejudicar o presidenciável. “Eu não vejo o sr. Jair como vocês veem. O sr. Jair pra mim é uma outra pessoa. O sr. Jair é uma boa, o sr. Jair é meu amigo, o sr. Jair não é racista, a minha família é toda negra. O sr. Jair não é homofóbico.”

Questionado se Bolsonaro deveria pagá-la com dinheiro próprio já que ela não exerce atividade parlamentar, ela disse apenas: “Mas aí é uma coisa que cabe a ele responder”. A Folha de S.Paulo insistiu em outra pergunta, que foi repetida por duas vezes: “A sra. recebe realmente esse dinheiro ou é seu marido que recebe?” Após um silêncio, ela afirmou: “Já falei, só comento sobre isso quando ele [Bolsonaro] falar que eu posso comentar.”

A Câmara exige que a pessoa que ocupa cargo de secretário parlamentar, caso de Walderice, precisa trabalhar exclusivamente para o gabinete no mínimo oito horas por dia.

Em entrevista à noite, o presidenciável confirmou a demissão da funcionária, mas deu informações divergentes. “Tem dois cachorros lá e pra não morrer de vez em quando ela dá água pros cachorros lá, só isso. O crime dela é esse aí, é dar água pro cachorro”, disse.

Ele afirmou que Walderice pediu demissão pela manhã, por causa do debate da TV Band. A funcionária não mencionou em nenhum momento que já tinha pedido demissão, nem antes de saber que se tratavam de jornalistas, nem depois.

Entenda o caso
12.jan – Folha de S.Paulo revela que Bolsonaro emprega desde 2003 secretária parlamentar que vende açaí e cuida da casa de veraneio do deputado na vila de Mambucaba

16.jan – Folha de S.Paulo mostra que localidade não recebeu emendas de Bolsonaro por dez anos

9.ago – No debate na TV Bandeirantes, Guilherme Boulos (PSOL) questiona Bolsonaro: “Quem é a Wal?”. O candidato do PSL volta a negar que ela seja fantasma e diz que a reportagem visitou a loja de açaí quando Walderice Conceição estava em férias

Folhapress

‘Não há salvação com o modelo político que vigora no Brasil’, diz ministro do STF

“Não há salvação com o modelo político que vigora no Brasil”, disse o ministro do STF Luís Roberto Barroso em debate em São Paulo na manhã desta segunda-feira (13). Para o magistrado, o sistema proporcional de lista aberta adotado no país é um “desastre completo”.

Em via oposta, Fernando Limongi, professor do departamento de ciência política da USP, argumentou que essa crítica é conveniente aos políticos, pois atribui ao sistema, e não a eleitos e a seus partidos, problemas graves do país.

Barroso e Limongi participaram de encontro realizado pela Folha de S. Paulo e pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) a respeito dos 30 anos da Constituição de 1988. A mediação foi do jornalista Uirá Machado, editor da Ilustríssima.

Barroso, na ocasião, destacou pontos positivos e negativos resultantes de nossa Carta Magna. No primeiro grupo elencou a estabilidade constitucional nas últimas três décadas (que sobreviveu, ressaltou, a inúmeros escândalos de corrupção e a dois impeachment); a conquista da estabilidade monetária (com o fim da hiperinflação e a difusão da ideia de responsabilidade institucional); e o que chamou de expressiva inclusão social (redução da pobreza, ações afirmativas para negros, reconhecimento de direitos para a comunidade gay).

Dentre os pontos negativos, destacou o sistema político (o ministro vê falhas graves em nossos modelos de governo, partidário e eleitoral) e a incapacidade de evitar o que julga ser uma corrupção sistêmica no país, a envolver políticos, empresas públicas e privadas.

A soma desses dois fatores, avalia Barroso, resulta na instabilidade do que se conveniou chamar de presidencialismo de coalizão, modelo institucional do país desde o fim da ditadura.

Num cenário de grande fragmentação partidária, o presidente depende de alianças com uma vasta gama de agremiações para dar sustentação a seu governo, oferecendo em troca cargos em ministérios e estatais.

Administrar os interesses múltiplos e frequentemente contraditórios da base, destituída de princípios comuns, corrompe a governança, analisa Barroso. “Nesse tipo de presidencialismo de coalizão, o presidente precisa nomear gente inexperiente ou que está lá só para roubar”, diz o ministro.

Como alternativa, Barroso propõe uma reforma política ampla. O sistema de governo migraria para o semipresidencialismo, no qual o presidente é o chefe de Estado, eleito pelo povo, e o primeiro-ministro é o chefe de governo, nomeado pelo presidente e chancelado pela maioria do Parlamento.

“A principal vantagem que o semipresidencialismo herda do parlamentarismo repousa nos mecanismos céleres para a substituição do governo, sem que com isso se provoquem crises institucionais de maior gravidade. O primeiro-ministro pode ser substituído sem que tenha de se submeter aos complexos e demorados mecanismos do impeachment e do recall”, escreveu Barroso em artigo.

Quanto ao sistema eleitoral, Barroso defende a adoção do voto distrital misto, mescla do modelo majoritário (aplicado para eleição de prefeitos, governadores, senadores e presidente) e do proporcional (como são eleitos vereadores e deputados).

Nesse caso, cada estado é dividido em distritos eleitorais, nos quais cada partido lançará um único candidato. O eleitor terá direito a dois votos: em um candidato de seu distrito e no partido político de sua preferência. Cada distrito elegerá um único parlamentar.

Uma vez que as campanhas se concentrariam em territórios menores, o voto distrital misto, diz o ministro, seria um caminho para baratear os custos da eleição, aproximar o candidato dos eleitores e fortalecer os partidos.

A respeito desse ponto, o ministro e seu colega de debate estavam em total desacordo. Limongi defendeu que o atual sistema do Brasil é um dos “melhores disponíveis no mercado”.

O Brasil adota desde 1945 o modelo proporcional de lista aberta. Partidos ou coligações lançam uma lista de candidatos em cada estado. As cadeiras obtidas por eles são atribuídas aos candidatos mais votados.

“Essa insistência na reforma política é uma desculpa ou uma forma de diminuir a pressão por mudança. Não é à toa que são os políticos os primeiros a falar em reforma. É uma forma de se desculpar e jogar a culpa pra lá. ‘A culpa não é minha, é do sistema. A lei é ruim’.”

O voto distrital, completou, não vai baratear campanhas nem aumentar a representatividade social no Congresso.

Ao contrário, corre-se o risco de maior interferência política e econômica para barrar a competição. “Representação proporcional de lista aberta é o melhor sistema disponível, de longe.”

O grande problema político brasileiro, comentou Limongi, é que partidos tenham acesso a recursos públicos, sobretudo a tempo de TV no horário eleitoral, mesmo quando apresentam resultados pífios nas urnas.

Siglas nanicas e de médio porte sem atuação programática definida fazem desses benefícios artigos de venda durante as eleições. “Enquanto não mexermos nisso, nada vai mudar”, concluiu Limongi.

Judiciário interventor
No início de sua fala, o professor da USP destacou a desconfiança que o texto constitucional expressa em relação ao legislador e, por extensão, ao Poder Legislativo e ao sistema eleitoral do qual se origina esse poder.

A preocupação de que o legislador, por incapacidade de cumprir seu papel, pudesse travar o poder decisório dominou os debates legislativos durante a elaboração da Constituição, diz o professor.

Como prevenção a isso, Executivo e Judiciário tiveram seus poderes reforçados para evitar que o legislador viesse a impedir a experiência democrática.

“Achava-se que o Executivo deveria prevalecer para que as reformas fossem feitas”, disse Limongi. “O Legislativo era visto como representante do atraso, de grupos conservadores, em descompasso com a sociedade.”

Criou-se, então, um modelo em que o Executivo tomou para si o papel de maior legislador do país. O STF, por sua vez, não assumiu de forma imediata as prerrogativas que a carta constitucional lhe facultava.

A inflexão teria se dado em 2005, quando o Supremo determinou a formação da CPI dos Bingos, atendendo a pedido de intervenção de políticos da minoria, após recusa dos líderes da base governista em indicar membros a ela.

“O STF alterou radicalmente sua posição a partir dessa decisão. Em lugar de jogar a favor da governabilidade e se alinhar ao Executivo e a maioria, passa a defender a minoria e a aceitar o papel de interventor desses conflitos.”

Em 2006, o STF declarou inconstitucional a cláusula de barreira aprovada pelo Congresso no bojo de uma reforma política que buscava limitar a proliferação de siglas no país.

“Todo o incentivo à fragmentação está ligada à redistribuição de recursos que resultou da derrubada da cláusula. Isso fortaleceu os pequenos partidos, que têm acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV a despeito de votos. Não precisam de votos para ter recursos.”

Sem comentar diretamente os casos citados pelo professor, Barroso diz não defender o processo de judicialização da política, salvo na defesa de direitos fundamentais e do jogo democrático. “Nos outros temas o Judiciário deveria ter autocontrole, como nos temas administrativos.”

Folhapress

Ministro defende abrir caixa-preta da conta de luz para reduzir preços

O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, afirmou ontem (13), em entrevista exclusiva a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que a população está pagando um valor muito alto na conta de energia elétrica sem nem sequer saber a composição real dos preços. Nos seis primeiros meses do ano, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa média na conta de luz aumentou 13,79%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, subiu 2,94% no mesmo período.

“É preciso que todo cidadão, ao receber a conta, entenda o que está naquela conta. É um conjunto de siglas, tem uma série de subsídios que estão embutidos na conta que as pessoas não sabem que estão pagando. É fundamental que se entenda que o consumidor precisa ter conhecimento dos aumentos e das razões desses aumentos”, afirmou o ministro. Desde o início do ano até agora, já foram autorizados quatro aumentos na conta de luz.

De acordo com Moreira Franco, a maioria dos subsídios vinculados à conta de luz não tem nada a ver com o setor elétrico – algo que ele classificou como uma “caixa-preta”. “É na conta de energia, por exemplo, que se contribui para o subsídio do saneamento [básico]. Não há como se explicar isso. Além do que, subsídio tem que ser uma decisão transparente, que tem que constar do orçamento da União. As pessoas precisam saber que estão pagando o imposto e que uma parte dele vai para A, B, C ou D e não como é hoje, que é uma caixa-preta. Nós precisamos avançar nisso e diminuir a carga tributária”, argumentou.

Na semana passada, o ministro já havia proposto um estudo para verificar a viabilidade de ampliação dos tipos de usuários do mercado livre de energia, com a possibilidade de entrada inclusive dos consumidores residenciais. Na visão dele, essa seria outra forma de baratear o custo da energia no país. Atualmente, somente quem tem demanda contratada maior ou igual a 500 quilowatts (KW) pode utilizar esse mercado, que permite, entre outras condições, a negociação da quantidade contratada, do fornecedor, do preço, do período de suprimento e das formas de pagamento. Já no mercado cativo, a energia tem preço fixado por tarifas, sem margem de negociação.

Na entrevista à EBC, Moreira Franco afirmou que o governo vem priorizando a diversificação da matriz energética brasileira para fontes limpas e renováveis, que têm um custo muito mais baixo. “Hoje, pela sistemática operacional do setor elétrico, esses custos baixos não estão chegando na conta, porque quando entra na distribuição acaba sendo absorvido pelo conjunto do setor”. Sem especificar medidas, o ministro afirmou que é preciso dar apoio à Agência Nacional de Energia Eletrica (Aneel) para que promova ação regulatória capaz de reduzir os custos de geração de energia – obtida por meio de tecnologias como energia eólica, fotovoltaica e biomassa -, e que essa redução se reflita na conta do consumidor final.

Para o titular do Ministério de Minas e Energia, é preciso trazer mais inovação e tecnologia ao setor para permitir que a própria população possa administrar o seu consumo. Ele deu exemplo da implantação de um aplicativo de celular que permite ao consumidor controlar, em tempo real, o consumo de energia com base em informações do relógio medidor instalado na residência. “[Com esse modelo], as pessoas fazem uma administração pessoal da sua conta. Pelo relógio e um aplicativo, ela gasta mais ou menos de acordo com sua vontade. A energia é cada vez mais um elemento indispensável e é fundamental que possamos dar ao brasileiro as condições de ter uma matriz energética limpa, robusta e com preço justo”.