PT e PROS fazem os últimos ajustes para selar parceria

O PROS praticamente consolidou a aliança com o PT, desembarcando da base do PSB de Pernambuco para subir no palanque da vereadora Marília Arraes (PT) na disputa pelo governo do estado. Nesta quarta-feira (25), o presidente estadual da legenda, o deputado federal João Fernando Coutinho, reuniu-se em Brasília com o presidente nacional da legenda, Eurípedes Júnior, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. O vice-presidente nacional do PT, Márcio Macedo e o ex-ministro de Relações Institucionais do PT Ricardo Berzoini também participaram do encontro.

Durante a reunião, o grupo discutiu o cenário político nacional, a aliança entre PT nacional e o PROS em favor de Lula e o rebatimento dessa parceria no estado. A expectativa é que, até o início da próxima semana, o martelo entre as duas legendas seja batido tanto nacionalmente como em Pernambuco. “As conversas estão avançadas. Nosso desejo é marchar com Marília. Na conversa, Berzoini afirmou que Lula era um entusiasta da candidatura dela”, comentou João Fernando.

Na avaliação dos integrantes do PROS, é pouco provável que o PT nacional consiga fazer com que o PSB declare apoio oficial a Lula de olho no tempo de televisão do guia eleitoral. Otimista com a ampliação de seu palanque. Marília Arraes anunciou ontem na sua rede social que o PROS declarou apoio à sua candidatura.
A petista comentou também sobre a pré-campanha do deputado federal Sílvio Costa e o do senador Humberto Costa, como os nomes cotados para disputar o Senado na chapa majoritária. “O PROS declarou apoio ao nosso projeto e faz a defesa do presidente Lula sem exigir contrapartida e é muito bem-vindo. O combativo Sílvio Costa, précandidato ao Senado, também está em campo. Juntos, lutaremos firmemente pela reeleição do senador Humberto Costa”, divulgou a petista.

QUEIXAS
Na última terça-feira, a executiva estadual do PT se reuniu para discutir sobre a movimentação de Marília em busca de novas alianças, a exemplo do PROS. Em reserva, alguns petistas se queixaram que as articulações da vereadora estavam acontecendo à revelia de parte da direção estadual. No próximo dia 2 de agosto haverá o encontro estadual do PT para definir se a sigla terá candidatura própria ou fará aliança com o PSB em Pernambuco.

De acordo com o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, o encontro foi importante para acalmar os ânimos e Marília atualizar a todos sobre as conversas com outras legendas aliadas. “É importante conversar. É preciso termos informações sobre o cenário local e nacional”, comentou.

Durante o encontro, foram definidos os nomes que encarregados de dialogar com os partidos que têm interesse em se aliar ao PT na eleição deste ano. Além de Bruno, integram o grupo o primeiro vice-presidente estadual, Glaucus Lima, o segundo vice-presidente Oscar Barreto, o exprefeito do Recife João da Costa e secretária de comunicação do partido, Sheila Oliveira.

Do Diario de Pernambuco

Desfile do Galo da Madrugada em 2019 vai homenagear as mulheres

O 42º desfile do Galo da Madrugada, que será realizado em 2 de fevereiro de 2019, terá como tema “Frevo Mulher”. A agremiação é reconhecida pelo Livro dos Recordes como o maior bloco de Carnaval de rua do mundo e deve continuar atraindo milhões de foliões no próximo ano.

O tema é inspirado pelo clássico Frevo Mulher, composto por Zé Ramalho e cantado por Amelinha [ouça abaixo]. O tema vai homenagear, reconhecer e agradecer as mulheres que fizeram e fazem parte da história do bloco.

“A quantidade de mulheres envolvidas é muito maior que a quantidade de homens. É importante homenagear quem é a alma do bloco e quem também nos dá esse apoio incondicional”, disse o diretor de Marketing do Galo da Madrugada, Guilherme Menezes.

“Nós, mulheres, estamos muito felizes. Será o desfile mais lindo e mais poderoso já feito. Nossa luta continua. Vamos botar o bloco na rua!”, exclamou a cantora Nádia Maia, que desfila nos trios do bloco há sete anos.

Folhape

João Fernando reúne-se com Gleisi e defende Marília

Em busca de consolidação da aliança com o PT em Pernambuco, o presidente estadual do PROS, João Fernando Coutinho, participou, ontem de manhã, da reunião da cúpula do seu partido com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em Brasília. Na esteira do avanço das conversas para a formação de uma chapa para a campanha presidencial, o dirigente pernambucano defendeu a candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) para o Governo do Estado diante da ofensiva do PSB para contar com o apoio dos petistas para a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB).

Além de Gleisi, participaram da conversa os deputados Márcio Macedo e o ex-ministro Ricardo Berzoini. Os representantes petistas teriam reconhecido a força política de Marília Arraes no Estado, mas não deram a certeza sobre o lançamento da candidatura da petista.

Ontem, após a reunião, João Fernando declarou apoio nas redes sociais à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O gesto simbólico ficou pela autoria da foto que acompanhou o depoimento – tirada pela própria Marília. “Hoje, Lula é um preso político, e a esperança do brasileiro também está aprisionada. Portanto, defendê-lo é estar ao lado do povo”, afirmou.

Os dirigentes do PROS aguardam a sinalização da candidatura para fechar a aliança em Pernambuco. Já o PT negocia o apoio do aliado para a candidatura do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Contudo, os dirigentes locais estão mais próximos do projeto de Márcio Lacerda (PSB) para o Governo.

“João mostrou a disposição pela aliança (na reunião). Ele tem toda a liberdade e autonomia para fazer essa condução em Pernambuco”, afirmou o presidente da Fundação da Ordem Social, Felipe Espírito Santo. Além do PT, o PROS dialoga com Rede e Podemos para uma aliança nacional. A expectativa dos dirigentes é contar com a vaga de vice na chapa presidencial petista. Os nomes cogitados são do ex-deputado Maurício Rands e o deputado federal Jaime Martins (MG).

No entanto, a conversa de ontem não foi conclusiva. Segundo Espírito Santo, o partido deverá fechar o apoio na próxima semana.

Da Folhape

Presidente do PDT diz que já fez “tudo que podia fazer” para atrair apoio do PSB

O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou, nessa quarta (25), que já fez tudo que tinha de fazer para atrair o apoio do PSB para a candidatura presidencial do ex-governador Ciro Gomes (PDT). O partido é visto como catalisador das alianças que Ciro espera no campo da esquerda, podendo trazer consigo, para o palanque pedetista, o PCdoB.

Diante da perda do apoio do centrão, que decidiu marchar com Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro ficou mais dependente dos apoios no campo da esquerda e, já na última sexta (20), quando formalizou seu nome na corrida presidencial, em convenção, fez gestos ao PSB, PT e PCdoB. Na ocasião, o pedetista só apresentou seu próprio nome, estando aberto o cargo de vice.

Contudo, nessa quarta, o PSB decidiu deixar para próximo à convenção do partido, no dia 5 de agosto, a decisão sobre qual rumo tomar na eleição, escolhendo entre apoiar Ciro, o candidato do PT ou liberar os estados. “Estamos aguardando a decisão do PSB. Tudo que a gente podia fazer, tudo de gestos de apoio, a gente já fez. A decisão, agora, é deles. Vamos respeitar a decisão do PSB”, alegou Lupi, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Entre os 11 estados onde o PSB tem candidatura própria ao governo, o PDT sinalizou apoio nos principais colégios eleitorais, como São Paulo (Márcio França), Pernambuco (Paulo Câmara), Minas Gerais (Márcio Lacerda) e Distrito Federal (Rodrigo Rollemberg). Os socialistas, que tinham tendência a se aliar com Ciro, adiaram a decisão, ressuscitando, inclusive, a tese de lançar o ex-ministro Joaquim Barbosa.

Da Folhape

MPPE capacita estudantes do ensino fundamental e médio

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizará hoje, 26 de julho, em Jaboatão dos Guararapes, a apresentação do projeto Educação Contra a Corrupção e a Sonegação. O projeto tem o objetivo de sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo, incentivando o acompanhamento pela sociedade da aplicação dos recursos públicos, formando cidadãos éticos e atuantes. A apresentação será realizada no Cineteatro Samuel Campelo, localizado na Praça Nossa Senhora do Rosário, n.º 510 – Centro. Serão abordados temas como “O papel do controle externo no combate à corrupção e à sonegação”, com apresentação realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE); “A importância da participação da sociedade no combate à corrupção” e “Transparência pública”, ambas realizadas pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Leandro Karnal será palestrante de seminário da Fiepe

A dinâmica constante dos cenários político, econômico e de mercado representa um desafio para as empresas brasileiras. As organizações precisam estar preparadas para implementar mudanças significativas, sejam elas estruturais, operacionais ou táticas, que proporcionem uma maior vantagem competitiva. Para preparar as empresas do Agreste neste sentido, a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) promove o seminário “Gestão de Mudanças e Inovação” com os especialistas Leandro Karnal, Luis Rasquilha, Othon Bastos e Edson Monteiro.

O Seminário tem como objetivo orientar sobre a importância da gestão de mudanças para o desenvolvimento da inovação dentro das empresas de qualquer porte e tempo de mercado. Esta abordagem se refere a uma nova postura organizacional que precisa ser adotada por todos os níveis dentro do ambiente corporativo, a fim de somar competências e habilidades e evitar que os negócios fiquem estagnados. O processo de mudança se faz necessário por diferentes fatores, entre eles o comportamento do consumidor, os recursos da empresa, a atuação da concorrência e os impactos da instabilidade político-econômica.

Para falar do assunto com propriedade, a Fiepe Agreste traz para Caruaru o historiador, filósofo e antropólogo, doutor pela Universidade de São Paulo (USP), Leandro Karnal. Ele é autor de publicações aclamadas pelo público e a crítica como: “Conversas com um jovem professor”; “Pecar e Perdoar”; “Detração – breve ensaio sobre o maldizer”; “Felicidade ou Morte”; “Verdades e Mentiras”; “Crer ou não Crer” e “Santos Fortes”. Karnal tem mais de um milhão de seguidores no Facebook e seus vídeos são populares na internet.

O evento contará com mais três palestras, apresentação de cases de sucesso da indústria e momentos de networking para estreitar relações entre profissionais e empresas na perspectiva de futuros negócios e parcerias. Com o tema “Como adotar a inovação através da gestão da mudança”, Luis Rasquila, que é CEO da Inova Consulting, da Inova Business School e da RWear, irá compartilhar sua experiência como autor e coautor de 18 livros técnicos sobre marketing, comunicação, futuro, tendências e inovação e como consultor internacional de 10 das 50 empresas mais inovadoras do mundo na Europa, África, Estados Unidos e América do Sul.

“Liderança inovadora para o desempenho máximo” será a abordagem da palestra do fundador e diretor há 18 anos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Empresarial (IBDE), Othon Bastos. Professor, escritor e consultor empresarial nas áreas de marketing, motivação e desenvolvimento da excelência humana, ele tem expertise no desenvolvimento do potencial humano, na melhoria contínua do desempenho das pessoas e em dialogar sobre os desafios da revolução digital e das novas realidades do Brasil e do Mundo.

Com mais de 30 anos de experiência na área de Recursos Humanos e liderança, exercendo cargos de gestão, Edson Monteiro fará a palestra “Gestor do futuro, gestor de gente, transformando conhecimentos em resultados”. Consultor em Gestão de Pessoas e Liderança para a Fiepe tem especializações em Liderança pela Fundação Dom Cabral (MG) e em Foco do Cliente, através da Escola de Marketing Industrial de São Paulo, além de ser professor universitário, palestrante internacional e facilitador em Total Performance Management –TPM, pela IMC International Coaching por Valores pela Gestion MDS Management, Canadá.

As inscrições para participar do seminário “Gestão de Mudanças e Inovação” já estão abertas e podem ser feitas pelo site da Fiepe (www.fiepe.org.br), pelo e-mail: regional.agreste@fiepe.org.br ou pelos telefones (81) 3722.5667 e (81) 99123.7888. O investimento é de R$ 250, que pode ser dividido em até 3x sem juros nos cartões. A Fiepe dispõe de uma política de descontos: até 20% para indústrias associadas, sendo que a cada cinco inscrições realizadas com o mesmo CNPJ, a empresa pode optar por mais uma inscrição de cortesia ou 10% de desconto. Para estudantes e idosos, o desconto é de 15% (no caso dos estudantes, é necessária a apresentação de comprovante estudantil).

Delator descreve “delivery de propina” a Fenando Collor

O delator Rafael Ângulo Lopez, relatou em depoimento uma entrega de R$ 60 mil originários de propina ao senador Fernando Collor (PTC-AL). Segundo o jornal O Globo, Ângulo afirmou ter levado o dinheiro amarrado nas pernas até o apartamento do senador.

Collor é réu em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participar de organização criminosa. A ação é ligada à Lava Jato. O pré-candidato à Presidência da República é acusado de receber cerca de R$ 30 milhões em propina, entre 2010 e 2014, por contratos da BR Distribuidora.

No depoimento, o delator afirma que Collor não tocou no dinheiro, e pediu que a quantia fosse deixada na antessala de um apartamento em São Paulo, no bairro da Bela Vista.

“Ele não pôs a mão no dinheiro, mas pediu para deixar nessa mesa. Eu disse para ele: “trouxe 60, o senhor sabe?” E ele respondeu. “Sei”. Eu deixei ali, acabei me despedindo, ele me acompanhou até a porta e eu desci”, afirmou no depoimento Ângulo Lopez, que também afirmou que os R$ 60 mil estavam em notas de R$ 100 e que não sabia que o “senhor Fernando” a quem entregaria a propina era Fernando Collor. O sistema de entrega de dinheiro de propina em casa foi criado pelo doleiro Alberto Youssef.

O delator também detalhou como eram feitos depósitos de propina, inclusive a Collor, para evitar chamar a atenção das autoridades. Para Collor, um depósito de R$ 20 mil, relata ele, foi feito em caixa eletrônico e fracionado em três, um de R$ 8 mil, outro de R$ 9 mil e outro de R$ 3 mil.

Também são réus na denúncia aceita no ano passado o ex-ministro do governo Collor Pedro Paulo Bergasmaschi de Leoni Ramos, apontado como operador do ex-presidente em diversos negócios; e Luís Pereira Duarte de Amorim, diretor da Gazeta de Alagoas e suposto “testa de ferro” do senador alagoano.

Do Congresso em Foco

Moro diz que ‘pode ter se equivocado’, mas agiu com transparência

O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, titular da Operação Lava-Jato, disse que não vê como seus métodos podem ser considerados reprováveis, ao comentar o confronto de decisões com o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) no início deste mês, sobre a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Moro participou hoje (25) do Fórum Reconstrução do Brasil, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, na capital paulista.

“Podem me acusar de muita coisa, mas eu sempre agi com absoluta transparência”, disse o juiz.

Moro, ao tomar conhecimento da decisão de soltura do ex-presidente, mesmo estando de recesso, disse que Favreto não tinha competência para liberar Lula e pediu a manifestação do relator da Lava Jato em segunda instância, desembargador Gebran Neto.

O magistrado foi questionado sobre as ações durante as suas férias. “A imprensa vive questionando o juiz, porque as férias são muito longas, com alguma razão. E quando o juiz trabalha nas férias, também criticam”, declarou. Moro disse ainda que já apresentou sua resposta, sem especificar detalhes, ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que o intimou a respeito do impasse na soltura de Lula.

Moro negou que suas decisões sejam seletivas, conforme alega o PT. Ele destacou a aplicação de penas a agentes políticos de diversos partidos e considerou a crítica “profundamente injusta”. “As minhas decisões são transparentes. Posso ter me equivocado, nenhuma pessoa é perfeita. Mas sempre agi com a pretensão de fazer o que era certo”, disse.

Segunda instância

O juiz reforçou que defende a execução da pena após condenação em segunda instância. Para ele, a punição do corrupto gera receio em outros corruptos em potencial. “O crime do colarinho branco é um crime racional. Se aumentam os riscos de punição, há expectativa de que isso leve as pessoas a pensarem mais de uma vez antes de se envolver em conduta similar”, disse o magistrado.

Para Moro, somente a punição pelo Judiciário não resolve o problema. “São necessárias políticas públicas mais gerais para diminuir a corrupção”, defendeu. “Tem que haver reformas políticas para a prevenção do crime”.

Moro determinou a prisão do ex-presidente Lula após condenação em segunda instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP). Desde então, o ex-presidente está na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Lula cumpre pena de 12 anos e um mês na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal, que impôs a pena ao ex-presidente, determinou a prisão seguindo entendimento atual do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite a execução de pena mesmo que ainda haja possibilidade de recurso a instâncias superiores.

Jungmann defende visita a líderes de facção presos só em parlatórios

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, defendeu hoje (25) que todas as visitas, incluindo as de advogados, a líderes de facções criminosas passem a ser feitas em parlatórios e que todas as conversas sejam gravadas. O objetivo é impedir que esses comandos continuem atuando de dentro para fora das prisões. Jungmann participou, nesta quarta-feira do Fórum Reconstrução do Brasil, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, na capital paulista.

Jungmann exemplificou com os casos de Fernandinho Beira-Mar, Nem e Marcinho VP, que têm 37 advogados. “São advogados ou pombos correios?”, questionou o ministro.

O projeto de lei, elaborado pelo ex-ministro da Justiça e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, acaba com qualquer tipo de contato com presos que não seja registrado. “O governo apoia [o projeto], não pode haver contato de chefe de facção que não tenha registro”, afirmou.

Pela proposta, as conversas seriam abertas apenas mediante ordem judicial.

Marielle

Jungmann comentou também a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros na região central do Rio de Janeiro. O ministro disse que ainda não tem provas de que efetivamente os dois acusados presos – o policial militar reformado Alan de Morais Nogueira e o ex-bombeiro Luis Cláudio Ferreira Barbosa – estejam envolvidos.

Ele afirmou que o trabalho da polícia fluminense é sério e conta com apoio integral da Polícia Federal. No entanto, ele reconheceu a dificuldade de resolução do caso, tendo em vista “as imbricações em relação aos mandantes do crime”. “A cadeia que envolve os mandantes é ampla e complexas.”

“Quando o crime organizado controla territórios, começa a ter uma projeção na política, na polícia, nos órgãos de controle”, acrescentou Jungmann. Ele reforçou os fortes indícios da participação de milícias no assassinato.

Desarmamento

O ministro disse não acreditar que a liberação do porte de armas, tema frequente na fala de pré-candidatos à Presidência da República, seja a solução dos problemas da segurança brasileira. Ele pondera que alguns ajustes possam ser feitos ao Estatuto do Desarmamento, do qual é defensor, mas é contra o projeto que revoga o estatuto, que tramita no Congresso Nacional.

Na opinião de Jungmann, o debate foi impulsionado pela indústria de armas brasileira, e a melhor saída para o país é aumentar os esforços na melhoria da segurança pública.

“As medidas [do projeto] levam a coisas como comercial de armas em rádio e televisão, à possibilidade de [que] caminhoneiros, taxistas, qualquer um possa andar no seu trabalho armado, inclusive tendo propriedade de seis a nove armas, à possibilidade de as pessoas possam terem acesso a armas restritas”, disse o ministro.

Da Agência Brasil

Mãe de estudante morta na Nicarágua reclama de falta de apoio

Mãe da universitária brasileira assassinada segunda-feira (23) na Nicarágua, a aposentada Maria José da Costa disse hoje (25) que, até o momento, não recebeu qualquer tipo de informação ou ajuda das autoridades brasileiras. A maior preocupação dela agora é com o traslado do corpo. Maria José também quer que a embaixada brasileira atue no sentido de ajudar as autoridades nicaraguenses a identificar e punir os responsáveis pelo assassinato de sua filha única, Raynéia Gabrielle Lima, que há seis anos cursava medicina naquele país.

“Estou às cegas. Minha filha morreu há mais de 24 horas e ninguém toma providências. Eu quero que ela volte o mais rápido possível para Pernambuco, para ter o enterro que merece”, disse Maria José ao participar do Revista Brasil – programa da Rádio Nacional de Brasília ancorado pelo jornalista Valter Lima, veiculado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Maria José se emocionou em diversos momentos, ao longo da entrevista. “Estou sem condições de fazer algo na minha vida. Sem condições até para respirar. Minha filha estava estudando para realizar o sonho que não conseguia realizar no Brasil. Retiraram para sempre todo o sonho dela, que desde os oito anos de idade dizia querer ser doutora para ajudar as pessoas.”

Diante dessa situação, Maria José aproveitou o programa veiculado pela EBC para fazer um apelo ao governo brasileiro. “Pelo amor de Deus, tragam o corpo de minha filha, que está há mais de um dia em uma gaveta congelando. Tragam o mais rápido possível para que ela tenha seu descanso eterno. É muita dor, muito sofrimento, que estamos passando.”

Segundo ela, Raynéia Gabrielle não era de participar de manifestações políticas nem passeatas. “Raynéia não gostava disso. Era uma filha dedicada que a toda hora falava que me amava. O que vai ser da minha vida agora, sem ela? Essa dor nunca vai passar. Quem tirou a vida dela vai ter de pagar por isso”, disse Maria José, ao cobrar ajuda das autoridades brasileiras.

As poucas informações que tem de sua filha foram dadas pelo sogro de Raynéia, que é quem pagava pelo curso de medicina da estudante na Nicarágua. “Ele [o sogro] não era de ligar para mim. Quando recebi a ligação pensei de imediato que algo de ruim havia acontecido com minha filha. Entrei em desespero”, disse a aposentada.

De acordo com as informações repassadas à mãe da estudante, Raynéia havia saído do hospital onde fazia residência para se dirigir à casa de uma amiga. Foi ao longo desse percurso que ela foi assassinada, quando estava sozinha dirigindo seu carro.

“Minha filha já tinha tudo planejado para o seu retorno ao Brasil. Até julho ela viria para o Recife, onde iria fazer a prova do Revalida, para poder exercer a profissão de médica por aqui e ajudar a salvar vidas”.

Itamaraty
Contatado pela Agência Brasil, o Itamaraty disse ter entrado em contato com o pai de Raynéia, Ridevando Pereira, e com o meio-irmão da estudante, Sandro Diego Mendonça, além da ex-cunhada Juliana Holanda. Disse ter sido feito também uma tentativa de contato com Maria José por volta das 18h15 de ontem (24), mas que, em função do estado emocional dela no momento da ligação, foi solicitado pela família que o contato fosse feito posteriormente – o que segundo Maria José acabou não ocorrendo.

O Ministério das Relações Exteriores informou que permanece em contato com familiares de Raynéia Gabrielle Lima, por meio do Núcleo de Atendimento a Brasileiro em Brasília e do Escritório do MRE em Recife.

“A Embaixada do Brasil em Manágua está prestando todo o apoio cabível no sentido de obter a documentação necessária para a liberação do corpo e providenciando o levantamento dos custos pertinentes, informando-os à família. Os procedimentos médico-legais são de competência exclusiva das autoridades da Nicarágua, responsáveis pela liberação do corpo. O governo brasileiro e a Embaixada em Manágua têm insistido junto às autoridades nicaraguenses sobre a necessidade imperiosa de pronta elucidação do caso.”

Ontem (24), o Itamaraty chamou, para consultas no Brasil, o embaixador brasileiro na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos.

A embaixadora da Nicarágua no Brasil, Lorena Del Carmen, também foi convocada para prestar esclarecimentos sobre o caso. Por meio de nota, o Itamaraty manifestou indignação e exigiu que as autoridades nicaraguenses mobilizem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo assassinato da estudante.

No texto, o governo brasileiro condenou “o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança” e repudiou a perseguição a manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos.

A estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima foi morta, na noite de segunda-feira, com um tiro no peito que, segundo o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um “um grupo de paramilitares” no sul da capital Manágua.

Da Agência Brasil