Prévia da inflação oficial fica em 1,07% em abril

A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), ficou em 1,07% em abril deste ano. A taxa é inferior à observada no mês anterior (1,24%). No entanto, a taxa é a maior para o mês de abril desde 2003, quando a taxa ficou em 1,14%. O IPCA-15 acumula taxas de 4,61% no ano e 8,22% em 12 meses.

Os dados foram divulgados neste fim de semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O principal impacto na prévia de abril veio do grupo de despesas habitação, que teve inflação de 3,66%. Entre os itens que influenciaram essa alta de preços estão a energia elétrica (13,02%), água e esgoto (1,05%), artigos de limpeza (0,93%) e condomínio (0,87%).

Os alimentos e bebidas tiveram inflação de 1,04%, sendo o segundo principal responsável pelo IPCA-15 de abril. Entre os produtos que tiveram os maiores aumentos de preços estão a cebola (6,72%), alho (6,61%), ovos (5,49%) e leite (4,96%).

O único grupo de despesas que teve queda de preços (deflação) foi o de comunicação (-0,3%). Os demais grupos tiveram as seguintes taxas de inflação: vestuário (0,94%), artigos de residência (0,68%), despesas pessoais (0,57%), saúde e cuidados pessoais (0,44%), transportes (0,33%) e educação (0,14%).

Escolinha da Asces com inscrições

O Núcleo Esportivo da Faculdade Asces está com inscrições abertas para as escolinhas de futebol gratuitas da instituição. O público-alvo são crianças de 8 a 14 anos das redes municipal e estadual de ensino de Caruaru. São 60 vagas divididas em duas turmas de estudantes, de acordo com a idade. As inscrições devem ser feitas no próprio Núcleo Esportivo da Asces, no Campus III da faculdade, de segunda a sexta-feira, das 15h às 17h.

No ato, é necessário que o pai, mãe ou responsável pela criança apresente o comprovante de matrícula escolar, uma foto 3×4, cópia de documento da criança (RG, CPF ou registro de nascimento) e atestado médico para realização de atividades físicas. Informações: (81) 3721-9718.

Número de homicídios também aumenta em Caruaru

Pedro Augusto

Se não bastasse os problemas denunciados pelo Sinpol, a SDS também está se desdobrando para reverter o crescente índice de homicídios registrados neste quadrimestre em Caruaru. Até o fechamento desta edição, a secretaria não havia enviado o número referente ao município, contabilizado até à tarde da última quarta-feira (15). Porém, se ela tomar como parâmetro os três primeiros meses de 2015, muito trabalho ainda precisa ser feito na cidade. Do dia 1º janeiro até o dia 1º de abril, 42 pessoas haviam sido assassinadas na Capital do Agreste contra 33 no mesmo período do ano passado.

Em entrevista recente, o delegado do Núcleo de Homicídios de Caruaru, Márcio Cruz, creditou o aumento no número de mortes a prática elevada de crimes de proximidade. “Temos observado que muitas pessoas não têm procurado as instituições governamentais para resolverem as suas demandas. Elas têm tentado resolver os seus atritos na própria comunidade e de uma forma nada amigável. Isso vem contribuindo para com o crescimento da violência em Caruaru”. Mas engana-se aquele que acredita que o acréscimo no número de CVLIs (Crimes Violentos Letais e Intencionais) só foi registrado apenas na Capital do Agreste.

De acordo com o levantamento da Secretaria de Defesa Social, nos três primeiros meses deste ano, 982 homicídios foram computados em Pernambuco contra 828 no mesmo período de 2014. Em nota, a SDS explicou que “analisando-se mês a mês, no entanto, já é possível notar a melhora nos percentuais, fruto de iniciativas como a troca nos comandos da Polícia Militar, das Polícias Civil e Científica, como também de suas delegacias seccionais e circunscricionais, de suas unidades especializadas e de batalhões da PMPE”.

“Além disso, foi definido um reajuste na bonificação por apreensão de armas e mudanças no Prêmio de Defesa Social, que valoriza e estimula os profissionais de segurança pública do Estado. A SDS lembra, ainda, que o Pacto pela Vida – PPV é a política de Estado de segurança pública mais bem-sucedida no país e que adota o modelo de gestão por resultado, com reuniões semanais de seu comitê gestor, onde são analisados diagnósticos e apontadas as correções necessárias de forma rotineira, para levar Pernambuco à condição de segurança desejada pela sociedade”, acrescentou a nota.

Situações de unidades são criticadas pelo Sinpol

Pedro Augusto

Desordem em alguns presídios, aumento no número de homicídios praticados. O primeiro quadrimestre de 2015 não está sendo nada fácil para o sistema de segurança pública do Estado. Assim como em vários municípios, atualmente a Secretaria de Defesa Social também está tendo de lidar com alguns problemas emergenciais em Caruaru. Um deles se refere à estrutura física do Instituto de Medicina Legal que levou o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) a entrar com uma ação junto ao Ministério Público solicitando a sua interdição. De acordo com o diretor Áureo Cisneiros, atualmente dificuldades são o que não faltam na unidade.

“Verificamos que várias gavetas de acondicionamento de cadáveres estão sem funcionar. A manipulação dos corpos tem sido realizada com materiais inadequados bem como há a exposição de lixo hospitalar. Fora isso, encontramos fios expostos, documentos empilhados, geladeiras sem funcionar, dentre outros problemas. Desta forma, entramos com uma ação junto ao MP com o objetivo de sensibilizar o Governo do Estado a melhorar as condições não só da estrutura física da unidade, como também dos próprios policiais que vêm atuando de forma precária. Essas dificuldades precisam acabar”, criticou Cisneiros.

Além do IML, o Sinpol se encontra preocupado com as supostas más condições da 3ª Delegacia de Caruaru, no bairro Alto da Banana. “Inclusive, nesses próximos dias solicitaremos junto ao Ministério Público, a interdição da mesma. Lá, os problemas também são estruturais como goteiras, fios expostos e ausência de banheiro feminino. Não tem como os policiais trabalharem desta forma. E o mais preocupante é que essa situação não tem sido ‘privilégio’ apenas das unidades de Caruaru. Em inspeções por todo o Estado, constatamos mais 31 delegacias e duas unidades do IML com dificuldades de ordem física e sem materiais de trabalho”, acrescentou Áureo Cisneiros.

No que se refere à ação do IML, o promotor de Justiça Paulo Augusto, informou sobre o posicionamento do MP. “Na verdade, o Ministério Público já havia instaurado um inquérito civil sobre as instalações do IML de Caruaru. Em dezembro, solicitamos a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) que realizasse uma nova inspeção na unidade. Com as denúncias do Sinpol, reiteramos esse pedido bem como emitimos um ofício solicitando informações sobre o caso para a Secretaria de Defesa Social. Queremos saber quais providências estão sendo tomadas para, somado ao relatório da Apevisa, tomarmos as providências cabíveis”.

Procurado pela reportagem do Blog, o chefe da unidade administrativa da Polícia Científica, doutor Henrique do Vale, comentou a respeito da situação atual do IML de Caruaru. “Existe certo atraso em relação ao repasse de materiais de trabalho, porém eles nunca deixam de faltar na unidade. No que se refere à estrutura física do local, o Governo do Estado vem se empenhado para concluir o Complexo da Polícia Científica, que não só abrigará as atividades do IML, como também do Instituto de Criminalística e do Instituto de Identificação Tavares Buril. Por conta de um problema com a empresa que estava realizando a obra, ele ainda não foi inaugurado. Porém, a expectativa é que o complexo seja concluído dentre em breve. Assim, as atividades do IML poderão ser transferidas”.

Quanto às denúncias sobre a 3ª Delegacia de Caruaru, o chefe da Diretoria Integrada do Interior 1, delegado Darley Cleber Timóteo, explicou que “durante a realização do projeto Todos por Pernambuco, do Governo do Estado, o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, delegado Antônio Barros, verificou as dificuldades das delegacias de Caruaru. As demandas da 1ª e 2ª se encontram pequenas em relação à 3ª. Realmente a situação desta última está alarmante, inclusive, chegamos a elaborar um relatório, mas isso tende a acabar. A intenção da SDS é alugar um prédio para comportar as atividades da 3ª ou até mesmo transferi-la para o Complexo Policial que irá no 4º Batalhão da Polícia Militar. Um dos prédios já está praticamente pronto o que facilitaria a mudança”.

Banco do Nordeste propõe convênio com o Sebrae

O Banco do Nordeste quer lançar um cartão de capital de giro em parceria com o Sebrae. A proposta de convênio foi feita pelo presidente do Banco, Nelson Antônio de Souza, durante a primeira reunião ordinária da Associação Brasileira dos Sebraes Estaduais/Nordeste (Abase Nordeste). O encontro aconteceu esta semana no Hotel Golden Tulip, em Boa Viagem, no Recife.

“O cartão de capital de giro funciona como um cheque especial, um crédito rotativo. O limite das empresas que procurarem o Sebrae será calculado com base em uma análise de risco feita pelo Banco. O Sebrae irá qualificar esses empreendedores e o cartão irá diminuir a burocracia e acelerar a liberação de crédito”, comentou Nelson.

Além disso, conforme explicou, não há destinação específica para o capital liberado. “Essa é uma vantagem. Através do convênio com o Sebrae podemos conseguir isso, pois eles têm competência para escolher essas empresas. Esse é o primeiro produto do portfólio que nós estamos lançando e esta parceria tem muito a gerar de positivo”, acrescentou.

No encontro, uma comitiva do Banco do Nordeste, além de parceiros do BNDES e da Sudene, o presidente da Abase Nordeste, Lauro Ramos, comentou sobre a cooperação do Banco e o Sebrae. “A gente espera uma maior sinergia em decorrência da agenda de hoje. Essa união é de grande importância para levar instrumentos de competitividade para Micro e Pequenas Empresas da região”, afirmou.

Emprego industrial recua 0,5% em fevereiro

A indústria teve queda de 0,5% em seus postos de trabalho de janeiro para fevereiro deste ano. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem (17), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse é o segundo recuo consecutivo do emprego industrial, pois, em janeiro, houve redução de 0,2% na comparação com o mês anterior (dezembro).

O emprego industrial teve piora em todos os indicadores e tipos de comparações feitas pelo IBGE. Os postos de trabalho tiveram queda de 4,5% na comparação com fevereiro do ano passado, 4,3% no acumulado do ano e 3,6% em 12 meses.

O número de horas pagas recuou 0,1% na comparação com janeiro deste ano, 5,2% em relação a fevereiro de 2014, 5,2% no acumulado do ano e 4,4% em 12 meses. Já a folha de pagamento real caiu 0,9% em relação ao mês anterior, 6,1% na comparação com fevereiro do ano passado, 5,2% no acumulado do ano e 2,5% em 12 meses.

Na comparação com fevereiro de 2014, houve queda no emprego industrial nos 18 ramos de atividade pesquisados pelo IBGE, sendo as principais observadas nos segmentos de meios de transporte (-8,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-12,2%), produtos de metal (-9,4%) e outros produtos da indústria de transformação (-8,5%).

Central fará estreia em torneio de basquete

O Central participará da 1ª Copa Nordeste de Basquete de Clubes de Futebol. Compondo o grupo D juntamente com o Santa Cruz, Arapiraca e CRB, a Patativa fará a sua estreia na competição diante do Santa neste fim de semana. A partida está marcada para acontecer no sábado (18), a partir das 15h30, no Ginásio Álvaro Lins, no bairro Maurício de Nassau. Com término previsto para o fim de maio, o certame terá a presença de mais 16 clubes do norte e nordeste.

Dentre eles o Vitória; Confiança, Botafogo-PB, ABC, Ceará, River, Campinense, América-RN; Moto Club e Tuna Luso. Para participar da competição, o Central está contando com o apoio financeiro da Cazanova Construção, Shineray, Shopping do Frio e Carneiro Empreendimentos. A entrada na partida deste sábado é gratuita.

Rivalidade mais uma vez a toda prova

Nos últimos anos, Santa e Central se encontraram bastante em jogos decisivos Foto: Diario de Pernambuco

Nos últimos anos, Santa e Central se encontraram bastante em jogos decisivos Foto: Diario de Pernambuco

Nas últimas temporadas a rivalidade entre Central e Santa Cruz se acentuou em duelos ocorridos pela Copa Pernambuco e pelas séries C e D. Coube o destino colocar mais uma vez as duas equipes frente a frente em confrontos decisivos. Desta vez, a Patativa e a Cobra Coral medirão forças pelas semifinais do Campeonato Pernambucano. A primeira partida acontecerá neste sábado (18), a partir das 18h30, no Arruda, já a segunda no próximo dia 26, às 16h, no Luiz Lacerda. Com alguns problemas no sistema defensivo, o Central deverá entrar em campo com mudanças em relação as suas últimas formações.

Ainda entregues ao departamento médico, André Lima e Mattia Binatti são desfalques certo. Já Sinval não havia treinado na tarde da última quarta-feira (15) por conta de dores no adutor da coxa direita. Caso este último também não reúna condições de atuar, o miolo de zaga alvinegro poderá ser composto por Everton e Erick. No gol segue Beto enquanto nas laterais, o técnico Laelson Lima deverá escalar Ferreira (pela direita) e Madona (pela esquerda). A dupla de volantes será formada por Natan e Jucemar Gaúcho bem como o sistema de criação contará com Juninho Silva e Thiago Laranjeira. No ataque, os escolhidos deverão ser Candinho e Fabiano Tanque.

Com apenas um gol anotado, mas em alta com o treinador Laelson, Tanque espera agora obter resultados distintos aos que foram computados no hexagonal do título. “Por se tratar de uma semifinal, o clima deste jogo é totalmente diferente em relação aos dois últimos quando fomos derrotados. Pode ter certeza que todos os jogadores do elenco estão querendo mostrar que podemos fazer história no Central e lutaremos por isso. Esperamos contar com o apoio do nosso torcedor no Arruda”, disse. Ingressos para a partida ao preço único de R$ 30 ficarão à disposição da torcida alvinegra até a manhã deste sábado, no Lacerdão.

Santa Cruz

Se a Patativa terá desfalques para o duelo, o mesmo também pode ser dito em relação ao Santa Cruz. No sistema defensivo, o técnico Ricardinho não poderá escalar o zagueiro Danny Morais e o lateral esquerdo Thiago Costa, já que ambos estão suspensos. No meio-campo a ausência ficará por conta do volante Edson Sitta, que passou por uma cirurgia após a partida contra o Sport. Já no ataque, quem ficará de fora será Anderson Aquino que voltou a sentir um incômodo na coxa direita. Mas nem tudo são más notícias pelas bandas do José do Rêgo Maciel.

Recuperado de contusão, o lateral e meia Renatinho deverá encarar o Central. “Acho bom este meu retorno, pelo fato de eu passar um pouco como se joga um Pernambucano. Para mim será bom, porque gosto de jogar decisões, prefiro atuar em partidas assim. Então, espero passar para os mais jovens o melhor possível, para entrarmos muito bem no jogo”. Durante os treinamentos com os portões fechados no Arruda, Ricardinho montou a equipe no esquema 4-5-1. Provável único atacante coral para a partida, Betinho garantiu gostar da formação.

“Não me incomoda jogar no 4-5-1. Com todos esses meias encostando para fazer jogadas comigo, o time vai ficar bastante ofensivo”. Nos confrontos envolvendo as duas equipes pelo hexagonal do título, o Santa bateu a Patativa por 2 a 1, no Lacerdão, e 1 a 0, no Arruda.

“Governo Dilma teve culpa na aprovação da lei”

A afirmação é do economista e professor Maurício Assuero, que analisou em entrevista ao Blog do Wagner Gil, os efeitos da aprovação do projeto de lei 4330/2004, que regulamenta contratos de terceirização no mercado de trabalho. Aprovado na última semana, na Câmara dos Deputados, em Brasília, o projeto será encaminhado diretamente para votação no Senado.

Pedro Augusto

Blog do Wagner Gil  — Que consequências essa lei poderá proporcionar para o mercado de trabalho. Ela é mesmo necessária?

Maurício Assuero — Existe uma súmula do Sistema Tribunal Federal que trata da terceirização, quando se destina a atividade-meio. Isso tem sido aplicado largamente em todas as atividades. Cito o caso dos serviços contábeis e dos serviços de informática. As empresas perceberam que não era preciso manter uma estrutura contábil, com todos os encargos que a lei impõe, se existe a alternativa de terceirização. O que muda com o PL 4330, recentemente aprovado na Câmara Federal, é que esta terceirização pode ser estendida a atividade-fim. Mas, isso não é novidade, porque em alguns setores já se faz. Por exemplo, médicos em geral, não possuem vínculos empregatícios com hospitais, no entanto, eles utilizam a estrutura dos hospitais para fazer cirurgias e recebem uma remuneração por isso. A questão agora é que isso vai ser estendido a qualquer setor econômico, inclusive ao público, e obviamente trará algum nível de preocupação para os trabalhadores por alguns motivos dentre os quais um funcionário terceirizado passará a não ter o mesmo comprometimento que o outro com vínculo empregatício. Em paralelo, para as empresas haverá benefício na redução de encargos sociais, mas o mesmo não se poderá pensar em relação ao empregado. Vamos considerar o caso dos bancários. O sindicato dos bancários é extremamente atuante no sentido de defender interesses da classe e, por isso, eles desfrutam de um salário melhor em relação à maioria das categorias (incluindo alguns benefícios também). Com a lei, os bancos poderão demitir os funcionários e contratá-los como terceirizados. Haverá ganhos para eles? Em absoluto, porque há muito ex-bancário no mercado que aceitaria voltar ao posto com um salário menor. Entendo que a preocupação dos sindicatos dos trabalhadores é real.

BWG — Caso essa norma entre em vigor, o senhor acredita que o desemprego irá diminuir ou aumentar no país?

MA — Acredito que essa transição proporcionada pela nova lei será bastante traumática. Certamente, as empresas poderão fazer uso da prerrogativa de terceirizar no sentido de reduzir encargos e isso pode gerar num primeiro momento, a elevação do desemprego (já estamos com uma taxa de 7,24% e só com as medidas, os impostos tende a aumentar). É preciso saber como será a organização dos trabalhadores demitidos. Uma experiência que conheço foi a criação de uma cooperativa de funcionários. Vamos a ela: um banco teve a liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central e demitiu todos os funcionários. Para que o processo de liquidação não fosse paralisado, alguns funcionários se organizaram numa cooperativa e esta foi contratada para prestar serviços ao banco em liquidação. Houve casos de cargos de confiança (analistas, assessores de diretorias, etc) passarem a realizar tarefas burocráticas como fazer lançamentos contábeis. Particularmente, acredito que é melhor o empregado se transformar num empreendedor do que ser contratado por uma empresa que faz alocação de mão-de-obra. Assim, o comportamento do desemprego vai depender muito da reação dos trabalhadores, no entanto, a empregabilidade pode não ser afetada intensamente sob risco de um caso econômico e social.

BWG — O consumo também tende a diminuir com o cumprimento da lei?

MA — Na essência, o consumo depende da renda do trabalhador quer seja ele terceirizado ou não. Se a lei atingir a empregabilidade, então, teremos problemas sim. Vamos entender empregabilidade como aquela situação na qual o trabalhador abriu mão da carteira assinada e está lutando para se tornar um empreendedor. Neste contexto, provavelmente ele irá ter melhores resultados. Agora, se o trabalhador não tiver essa tendência, aí sim, teremos sérios problemas, porque é importante lembrar que as regras para o seguro-desemprego são outras.

BWG — Qual a responsabilidade do Governo Federal por essa derrota na Câmara?

MA — Observe que o movimento mais contundente contra o PL partiu da CUT que é o berço do PT. Nitidamente, a presidente Dilma tem dificuldades de relacionamento com o Congresso e dos principais ministros que podiam melhorar esta relação (Pepe Vargas e Mercadante) não corresponderam por pura inabilidade política. Cabe lembrar, que este projeto foi formatado em 2004, ou seja, o governo teve tempo suficiente para discutir, para envolver a sociedade, fazer uma chamada pública, de modo que se produzisse um instrumento mais eficiente. Agora, aproveitando-se da fragilidade da relação do governo com o Congresso, aprova-se a proposta. Então, o governo realmente tem uma enorme parcela de culpa.

BWG — Em relação aos países que facilitaram as terceirizações, que resultados eles têm obtido?

MA — Essa ideia de terceirização teve início na 2a Guerra Mundial, nos Estados Unidos. Na época havia-se a necessidade de trabalhadores para a indústria bélica. Agora, independentemente do lugar, o que pesa na questão da terceirização é a regulamentação trabalhista. Em casos como o do Brasil, onde há rigidez, é mais complicado. Aqui a terceirização só teve um impulso maior nas duas últimas décadas do século passado quando passou a se falar em reengenharia. Cabe lembrar também que a terceirização alcança o setor público. Como a gente sabe, ela existe na atividade-meio, mas não está claro o que isto significa para a atividade-fim.Por outro lado, no caso do serviços público, é muito fácil mostrar que um trabalhador terceirizado custa mais caro do que um concursado (ao longo do exercício do trabalho), mas quando ele passa para a inatividade a questão se inverte.

BWG — Em sua opinião, qual o perfil ideal do trabalhador terceirizado?

MA — Atualmente nós temos de tudo no país. Desde o trabalhador que realiza serviços gerais ao analista de sistemas que tem seus próprios clientes. A oferta é muito ampla e envolve pessoas com educação básica a pessoas com nível superior, especialização, etc. É preciso estar atento aos casos nos quais o empregado tem um nível de qualificação diferenciado. Neste caso é melhor partir para o empreendedorismo, porém muitos se ressentem da falta da “carteira assinada” e optam por vínculos empregatícios. Acredito, que nossos jovens que estão se formando devem pensar mais no seu potencial como empreendedor, porque estes espaços não estão totalmente preenchidos. Há muita carência de mão-de-obra especializada principalmente na área de tecnologia. Quem detém conhecimento numa determinada área pode ser muito útil e ter melhores resultados, se tiver liberdade de atuação. Agora, é preciso um grau de ética muito alto para evitar levar “segredos industriais”, por exemplo, de uma empresa para outra.

Jackson Carvalho recebe honraria por trabalhos na fotografia

O fotógrafo e publicitário Jackson Carvalho está feliz com o reconhecimento do seu trabalho, que vem rompendo as fronteiras do Brasil. Esta semana, ele recebeu a Medalha de Ouro de Honra concedida pelo Sheik do Qatar, Saoud Bin Mohammed Bin Ali Al Thani, por ter sido jurado no prêmio The Al-Thani Award, na Áustria, em dezembro do ano passado.

Somente seis fotógrafos em todo o mundo receberam a honraria, o que é motivo de orgulho para Jackson. “Me sinto orgulhoso e imensamente feliz por ter recebido a medalha. Fazer parte de uma comunidade internacional, juntamente com fotógrafos do mais alto nível, é uma inconteste realização pessoal e profissional”, afirmou. Além da medalha, também foram enviados um certificado e o anuário com as fotos vencedoras.

O prêmio The Al-Thani Award foi criado pelo Sheik Saoud Al-Thani, falecido em novembro de 2014, em Londres. Ele foi considerado o mais importante colecionador de arte do mundo, e promoveu o concurso para promover a fotografia artística e incentivar os participantes a se comunicarem uns com os outros através da linguagem fotográfica. Jackson foi escolhido para compor o júri pelos organizadores do Trierenberg Super Circuit, considerado o Oscar da fotografia, mediante os trabalhos já realizados internacionalmente.