Já está em processo de licitação a obra para a perfuração de 16 poços profundos no município de Ibimirim, no Sertão do Moxotó, uma das alternativas encontradas pela a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) para o enfrentamento dos efeitos da seca, que já perdura seis anos consecutivos no estado.
O empreendimento vai dar continuidade à construção do Sistema Adutor dos Poços de Tupanatinga, formado por uma bateria de 20 poços – dos quais, quatro já foram perfurados – com capacidade de operar uma vazão de 200 litros de água por segundo. O volume é suficiente para atender a população de sete municípios situados no Agreste: Venturosa, Pedra, Buíque, Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas e Iati.
A obra será executada com recursos do Ministério da Integração Nacional, que vai destinar R$ 54 milhões para a perfuração dos poços, em média, com 300 metros de profundidade. Os poços irão extrair água do Aquífero Tacaratu, situado em Ibimirim e pertencente à Bacia Sedimentar do Jatobá. O projeto ainda contempla a construção de estrada de acesso, estações de bombeamento e uma adutora de cerca de 80 km de extensão, que vai interligar o Sistema Adutor dos Poços de Tupanatinga à Adutora do Agreste.
“Assim vamos conseguir antecipar o uso dos trechos de tubulações já assentadas da Adutora do Agreste, enquanto não chega água da Transposição do Rio São Francisco”, informou Roberto Tavares. De acordo com o presidente, a expectativa é concluir o processo de licitação em dois meses, tendo em vista que tudo será feito dentro do modelo de RDC (pregão). A previsão é iniciar a obra no mês de abril e colocar o Sistema Adutor dos Poços de Tupanatinga para operar no prazo de 10 meses.
Com o Sistema Adutor dos Poços de Tupanatinga, a Compesa vai iniciar a operação de abastecimento de água em Iati, que possui 18.360 moradores – a cidade tem um sistema próprio de abastecimento administrado pelo próprio município. A obra também vai permitir retirar da situação de colapso e pré-colapso os outros seis municípios do Agreste.
Águas Belas, com mais de 27 mil habitantes, está sendo abastecida somente por carros-pipa desde outubro do ano passado. Os municípios de Venturosa e Pedra entraram em colapso nos anos de 2012 e 2013, respectivamente. Juntas, as cidades somam uma população de 25 mil pessoas que são atendidas exclusivamente também por carros-pipa.
A Compesa deixou de captar água na Barragem de Mulungu, manancial responsável pelo fornecimento de água para Buíque, no ano de 2013. Para impedir o colapso do abastecimento na cidade, foi preciso buscar água nos poços do Vale do Catimbau que, hoje, só conseguem destinar 25% da água que os 25 mil moradores de Buíque necessitam. Por este motivo, a cidade convive com um calendário de cinco dias com água para 16 dias sem.
As cidades de Itaíba e Tupanatinga são atendidas com água de poços do sistema antigo de Tupanatinga, localizados na Baixa Funda, em Ibimirim. Em Itaíba, é cumprido o calendário de quatro dias com água para 22 dias sem. Já para os 11 mil moradores de Tupanatinga é realizado o rodízio de quatro dias com água e quatro dias sem.